terça-feira, 20 de julho de 2010

As nuvens: o caso Bruno


As nuvens são agrupamentos energéticos que passam. Encontram moradas em alguns de nós. Fazem desacertos, criam confusões, depois se dissipam. Quando ela acaba de passar, as pessoas envolvidas não sabem ao certo o que aconteceu, mas respondem pelas ações, pelos atos, pela nuvem avassaladora que passou.

O caso Bruno para mim em parte esta envolto nessa nuvem. O da médica tb. O dos três envolvidos e citados há meses atrás também. O da agressão do professor ao aluno, igualmente. Esta nuvem esta no ar. Esta passando, mas ainda não se dissipou. O que a dissipa? Nada! Ela tem o seu tempo de estadia, de permanência. O que podemos fazer para não sermos afetados por ela é encontrarmos em nós nosso oceano, nossa interioridade, nossa paz interna. Onde se encontra isso? Em si e não em mim. Com sigo, se seguindo e não com o outro e no outro.

São momentos de atenção para todos. São momentos para que a gente aprenda a construir outras nuvens, menos densas, menos sombrias e nebulosas. Nuvens mais tênues, suaves, amorosas.

De toda forma esses crimes que povoam as nuvens do imaginário, parecem ser uma epidemia, uma gripe, uma onda que vem e toma as pessoas em maior ou em menor grau. Pelo menos é assim, que eu começo a ler o caso Bruno. E a melhor imagem para essa leitura foram os cães visualizados pela mãe. No primeiro momento, eu achei que os cães estreitavam uma diálogo apenas com ela. Em um segundo momento que os cães dialogavam apenas com o caso Bruno. Em um terceiro momento me parece claro que os cães são nossos, pelo menos meu, do meu amigo professor que deu um soco no aluno. Ontem, depois do atendimento de urgência, tive certeza que os cães são nossos, estão na minha família. Estão na minha sala. E isso me fez lembrar uma passagem bíblica que diz:
 Ai do mundo, por causa dos escândalos. Porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem. Portanto, se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida coxo ou aleijado do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno. {Mateus18. 7,8}
Retirando as ameaças finais. Os escândalos são complicados e o mundo esta cheio deles. Mas isso parece ser uma energia conjunta de saturação que de repente é vomitada, regurgitada, trazida às claras para que ilumine toda a sociedade. Vou tentar encarar os fatos assim, espero ser possível ao final.

O caso é estarrecedor, chocante. Na quarta-feira chegava em casa depois de um encontro rápido com os amigos Gustavo e Julio. Ao chegar conversando com meu irmão, ele me conta a última: o corpo da menina teria sido esquartejo e desossado. Eu parei! Não consegui ver, nem ler mais nada. Já não conseguia antes, mas a última informação tirou meu sono, simplesmente não dormi a noite. Acordei na quinta para dar aula, praticamente insone. Fiquei sem dormir. Fiquei chateado, mas as fichas caíram para mim, quando vi duas reportagens sexta pela manha. É incrível como que esses crimes mexem com a energia da cidade, do país. Movimentam tudo, dão uma sacudida em tudo. Parecem até que limpam uma série de coisas.

Mesmo distante alguma coisa me puxa para o caso. Uma sensação de desconforto e de que tinha mais coisa, tem mais coisa permanecia. Sexta pela manha informes. Vejo uma reportagem que mostra Ribeirão das Neves, conhecem? Falarei dela já. E ao ver a cidade, ao ver Bruno, recordo dos quatro anos que lecionei nesta cidade, primeiro na cidade dos meninos. Ele poderia ter sido um aluno meu. Não foi.

Nas reportagens citadas, uma eu vi o local onde nasceu, morou, foi criado. Em outra, vi um radialista levantando a Bola de que o provável sumiço, morte e desaparecimento da garota, artista de filme pornô, se deveu não a paternidade e sim ao fato dela ter descoberto alguma coisa sobre uma rota de trafico Esmeralda-RJ e estaria chantageando o casal Bruno e Maka. Ao que tudo indica, Maka é traficante com denuncia até de homicídio. Quem relata é um conhecido de ambos, amigo de ambos, que pediu proteção policial e afirma que teve o irmão assassinado por Macarrão, anos atrás.

Mas por que volto a isso? É porque acredito que esses caras foram possuído pelas nuvens. Essas forças selvagens, tenebrosas que garantem àqueles que as canalizam, a incorporam, a abrigam, a sensação de super-heróis, seres acima do bem e do mal, seres no qual e pelo qual não responderão por nada, mesmo porque nada os atingira.

Esta energia povoa a cabeça dos traficantes, de algumas pessoas. Eu as chamava de Exu quando elas se aproximavam de mim, mas são muito diferentes, pois estas forças são o que se denomina de Legião. Uma força de muitos, mas sem rosto, sem cara, sem identidade, apenas a feição canina da violência, da banalidade do mal, da agressão cega, torpe, vil, covarde, purgativa e cartastica, que alimenta aqueles que praticam e aumentam sobremaneira as nuvens, a legião. Diria que as nuvens são o hálito das legiões, o sopro e o suspiro das legiões. E quando eles encontram demanda interna, isto é: frustração, castração, privação, magoa, angustia, inveja, cobiça, ambição, e outros, eles fazem morada. A nuvem permanece, o hálito dá alento e fortalece os caras, lhes dá disposição, força, animo, vontade. Foi isso que eu vi de perto no atendimento de terça-feira.

Vi o irmão z "possuído" por essas forças. Não era nada espiritual, não tinha nenhuma incorporação de Exu, ou de Egun, ou seja lá o que for. Era apenas ele, suas magoas, suas dores, suas revoltas, suas feridas abertas, sangrando, gritando, doendo. Nunca um grito de dor foi tão alto aos meus ouvidos. E nunca vi tamanho abandono. Ele estava forte, poderoso, imenso, mas vazio. Uma contradição horripilante, que cansei de ver em reuniões de desobsessão, mas vistas assim, de maneira tão próxima, com um ser encarnado, era a primeira vez. Aquele cara que se batia, se esmurrava, vociferava contra o pai, queria bater no pai, mas não batia, que já tinha se espetado com garfo, chutado e arrombado portão, que as pessoas não se aproximavam e temiam, não suportava um abraço. Um abraço e ele voltaria a ser o que tudo aquilo era- um menino órfão de 3 anos maltratado pela madrasta. Um menino furioso, abandonado, com a força de homem. E a birra, a pirraça do menino encontrava agora a força, a proteção duvidosa, ruidosa, se vista de longe, quase hilária, de um adulto de 37 anos.

Era uma cena terrível, desoladora, lamentável, mas era apenas um psicológico vomitando 37 anos, um psicológico regurgitando os tapas na cara tomado da madrasta, os espancamentos tomado da madrasta. Os abusos e as humilhações que ele passou e sofreu ao longo da vida. E eu nunca soube que a dor dele era tão grande, tão imensa.

No entanto, outras coisas me chamavam atenção. Já que o menino assustado não me assustava, pude perceber outras coisas, lançar outros olhares e nunca tinha visto tanto vazio, tanta falta. Eu olhei para a cena, olhei para casa, olhei para os personagens que compunham o quadro e não tive duvidas em afirmar que era o médium de toda uma revolta, de toda uma magoa, de uma frustração, de um desalento, de um desespero que estavam naquela casa. Ele foi médium das nuvens. Não pela primeira vez, tomara que tenha sido pela última. Mas foi médium dessas forças que tomam qualquer um, fazem qualquer um de instrumento e isso é o assustador. Pois de posse dela a pessoa se sente além do humano. Ela se sente imbuída de uma força super poderosa. Uma força que esta além do bem, do mal, do certo, do justo, da justiça. A pessoa diante dessa força e com a proteção dessa força só pára diante de algo maior do que ela. E a única coisa que ela reconhece como maior é uma raiva oposta, contrária, inversa àquela que ele manifesta. O homem como lobo do homem. A lei do mais forte.

Não sei se já viram? Psicologicamente o pessoal chama de surto. Eu via estas cenas desdobradas, em reuniões de desobsessão, mas aprendi a demovê-las com os preto-velhos. De forma suave, amena, doce, eles envolvem esses seres poderosos e eles choram como meninos, na verdade, são meninos. Ali, eu não fiz uso da técnica, ali parecia que havia uma necessidade do transbordamento. O escândalo era necessário, mas ai daquele que era motivo de escândalo.

E aqui é que aponto a diferença brutal e substancial entre essa força Legião/nuvem e a força Exu. Esta é protetora, defensiva, ela não é uma energia de ataque, mas de auto preservação, de legitima defesa, que pode até matar, mas não tem crueldade, diria até que não tem violência, tem apenas ação instintiva. Rápida, direta, que a pessoa não sabe de onde vem a força, não entende como ela fez o que fez, é chamado de presença de espírito e visto depois como ato de heroísmo. Quero ilustrar com algumas passagens.

1- O fantástico mostrou os predadores mais letais do reino animal. Juro que não vi violência em nenhuma das cenas na qual o falcão caça o pombo, o guepardo caça uma zebra (eram esses os animais). Tinha ali uma ação de sobrevivência, de luta, de defesa. Era justa, era clara. O movimento dos exus é similar.

2- Dia desses uma senhora de sessenta e poucos anos desarmou um assaltante de menor. Ela simplesmente lhe tomou a arma e em seguida chegaram transeuntes para ajudá-la. É desta força instintiva, primária, súbita, que estou falando.

3- Já ouvi falar de revolver que masca o tiro na hora, de carro que da perda total e a pessoa só sai com a perna quebrada e às vezes nem isso. É desta proteção que me refiro a falar dos Exus.

Em nenhuma dela há um controle prévio, há uma ação premedita, há a crença de que com eles do lado se pode tudo, inclusive criar confusão com os outros. Pelo contrario e é esse contrário que habita a Legião e o seu hálito.

A legião/nuvem é uma força completamente egoica. Ela apenas usa os seres. Depois os descarta. As pessoas que as movimentam e lhes dão passagem tem a ilusão de achar que esta força são elas, são delas. Não são. Eles são usados. Depois são abandonados, largados. É a força que usa as pessoas e não o inverso. É a legião que se aproveita deles e não o contrário. E usam, porque elas necessitam dessa energia doentia, cruel, violenta, torpe, vingativa, sacana, pervertida, sanguinária. Essa força alimenta uma falsa sensação de poder e é um poder vazio. É um poder que corroi, destrói tudo envolta, principalmente aqueles que fazem uso dessas forças. E aqui eu estou colocando quem faz trabalho espiritual para o outro. Estou falando de Elisa e as festas regadas a drogas e orgia. Nada contra a orgia, mas pelo menos nesse caso é a mesma nuvem. Que leva a uma mente doentia, a uma pratica doentia, que eclode trazendo uma violência, uma crueldade, que é apavorante. E nisso não há nada de instintivo, de natural. Pelo contrario é possessão. É premeditação. A cena roda na cabeça, as imagens são criadas na mente e isso alimenta tanto e quanto o derramamento de sangue.

Esses detalhes vivenciei de perto ao estudar sobre as drogas e entender que o trafico, na verdade, é energético, é ectoplasmatico. E chacina é negociada a preço de ouro no astral. Mortes com esses requintes de crueldade alimenta a sensação de poder, aumenta a sensação de potência. Vai tirando de cada um deles o senso de realidade, de normas, de legalidade, de justiça. Eles sentem-se protegidos por essas forças, todavia essas forças não protegem ninguém, só a elas mesmas. Depois de as terem saciado, eles se mandam e procuram outros. E para não se pensar que isso é meramente relacionado ao trafico, ao crime, o local onde estas forças se encontram mais cristalizadas são nos bastidores do poder, nas ante-salas e corredores dos palácios de governo, câmeras, congressos e assembléias legislativas. E o mais louco é que isso é sim pessoal, você pode identificar pelo nome algumas dessas energias, mas são coletivas e seu nome é legião.

De forma que é uma ilusão o político acreditar que é poderoso, uma ilusão acreditar que o traficante é poderoso. São instrumentos dessas forças macabras na qual quem ganha são apenas eles mesmos. Sabe aquelas pirâmides que são feitas por aí com o intuito de ganhar dinheiro, com a promessa de que um dia se chegara ao topo da pirâmide? O organograma é o mesmo.

Bruno é mais um dos iludidos por essas forças. Aguardemos quem será e quem serão os próximos, mas disso falo no e-mail Urubu

Urubus


Bruno limpou o Flamengo, limpou seus familiares, limpou a família da moça, limpou algumas coisas que estavam boiando no mundo do futebol. Não sei se as coisas não voltarão a sujar, mas algumas tantas estão sendo discutidas, pensadas, analisadas. Ele trouxe o escândalo e por ser motivo de escândalo esta recebendo tudo isso que estamos vendo, mas as vezes é necessário ir para onde as coisas nascem, criam e são geradas. É este movimento de mudança, de análise em vários setores da sociedade que o caso Bruno gerou, que quero me debruçar.

Aos meus olhos ele foi instrumento dessas forças Legião/nuvens. A iniciar, ele tem o perfil claro de abandono, de carência, de privação, de convivência com a violência e a crueldade, características que a Legião gosta de fazer uso. Não sei se era ambicioso, se cobiçava mais do que a boca seria capaz de morder. Sem duvida que era e é obstinado, determinado, o que pode ser facilmente conduzido para a cobiça. De qualquer forma tem um talento formidável, fantástico. Recordo que um amigo nosso de pelada, que é segurança do galo, dizia, quando Diego- seleção brasileira de base- estava ainda no gol, que o reserva era ainda melhor. O reserva era o Bruno. E no início, embora com personalidade altiva, ele nem abria a boca. Não dava entrevista. Quando dava falava poucos minutos. Ganhou dinheiro, mas mais importante do que isso, reconhecimento. Ele passou a valer alguma coisa. Não é o dinheiro que pira os caras. Pelo menos não sozinho. Se o Bruno ou qualquer outro recebesse 400 mil reais, ele seguraria a onda, a maioria segura. O que pira é o reconhecimento. Essa cifra formidável que recebem os jogadores de futebol, alguns empresários de mesma idade recebem também. Mas o que deixa a todos transtornados- e aqui penso em jogadores e artistas- é o reconhecimento.

Já jogaram porrinha? Imagine, você jogando porrinha e uma pessoa torcendo por você, gritando seu nome? Agora imagine a torcida do galo gritando seu nome! Imagine-se com 19, 21 anos? Tem alguém no mundo preparado psicologicamente para isso? Um dia você esta na categoria de base sem dinheiro para ir treinar, sua família sem comida e passando necessidade. No outro dia, você é capa de jornal, aparece na televisão, esta na internet. Daí um mês, você ganha um apartamento, um carro e um salário de 40 mil reais. No outro ano, seu salário vai para 100 mil reais. Até então o máximo de dinheiro que você teve foi uma rescisão na qual ganhou três salários mínimos de uma vez. Alguém esta preparado para isso? E a partir daí as coisas só aumentam. Você não paga mais nada, sua imagem é o preço pago a tudo. Quando vai aos pagodes, as boates, aos shows todos te colocam para dentro. Todos desejam sua presença, aparecer do seu lado. Todo mundo quer te dar tudo. Inclusive as mulheres. Tem condição de o cara saber e sacar que ele esta sendo usado? Que aquilo não é por ele, e sim, pela instituição que ele ocupa? Que o dono da boate libera para ele convidado, mulher, bebida, mas não é para ele Guilherme e sim para o centroavante do galo? Quando ele deixar de ser famoso, nem os porteiros vão lhe dar moral. Tem jeito de se saber isso antes de todas as merdas acontecerem?

Para mim o problema dá piração é a fama. Não sei se existe alguém psicologicamente preparado no universo para ser ídolo. Principalmente com um monte de puxa-saco que nunca dizem não. O cara de uma hora para outra, nunca mais escuta não. Ele pode tudo. Ninguém lhe coloca limite. Ninguém lhe dá limite. Igualmente grave todos fazem as coisas para você. Nelinho conta que ao casar e ir para a lua de mel, ele entrou no hotel e não entendia porque não tinha ido para o quarto imediatamente. Ele sempre chegou aos hotéis e ia para o quarto, imediatamente. Ele nunca tinha feito chekin na vida. Histórias como essas do hotel se repete ao infinito quando o jogador tem que fazer vôos internacionais, desconhecem, em sua maioria, como que o passaporte, o visto lhes chegou. Os caras fazem tudo para eles. O jogador de futebol só cresce quando aposenta e aí, geralmente, se destroem. Primeiro porque não sabem fazer nada. Segundo, porque os bajuladores somem, desaparecem. Terceiro, o reconhecimento diminui. E o reconhecimento é a chave mestra.

Aqui surge uma situação que não aprofundaremos, mas é a inserção dos jogadores no mundo das drogas e do álcool. Poucos vão para a vida política que reproduz a sensação de fama e notoriedade de tempos atrás. Os casos de alcoolismo nos jogadores de futebol depois de encerrada a carreira é enorme. E o uso de drogas, em especial a cocaína é o mais lamentável- Maradona, Reinaldo, Casagrande, para falar apenas dos mais notórios.

O estranho, no entanto desse universo do futebol é a indiferença da sociedade, da opinião publica, dos dirigentes, dos próprios atletas para esses pedidos de ajuda, de socorro, que são ignorados por todos. Edmundo antes de atropelar e matar várias pessoas, pintou demais. Guilherme antes de beber e acidentar, levando a óbito e ferindo outras pessoas, deu pala várias vezes. Ninguém toma providencia até que haja óbito, morte, ferimento grave. Somente assim fica visível para todos, que eles não estão bem. O caso Bruno não foi diferente.

O que passa despercebido na estória é: os caras que dão a garotos, jovens essa sensação de super homens se responsabilizam por algo quando as coisas acontecem? Tem menino de 12, 13 anos empresariados, recebem casa, comida, a troco de que? São cobrados como? Pagam essa divida de que jeito?

Messi foi levado para o Barcelona com 13 anos. Isso não é subtração de incapaz? Isso não é trafico de criança? Leonardo, ex-técnico do Milan, relata que encontrou um menino de 14 anos no aeroporto de Milão. O empresário arrumou uma barca para o garoto, ele foi sozinho, estava jogado lá sem falar nem português direito. Leo pagou a passagem de volta para o garoto, que não tinha dinheiro nem para lanchar. Quando estive na Bélgica morei com dois jogadores de futebol brasileiro, ambos “abandonados” no exterior. Foram para fazer teste em um clube quebrado. O contrato não vingou e ficaram em uma situação constrangedora. Não eram mais meninos, mas...

Essas coisas não são discutidas. A seleção brasileira aceitou ser patrocinada por uma cerveja. Os jogadores fizeram propaganda para a empresa. Acho essa associação espúria. O atleta não poderia estar e ter a sua imagem associada com bebida, drogas, mas este é um purismo meu. Ninguém liga, mas esta se falando por aí de imagem de atleta. E essa é a deixa para que eu fale diretamente dos Urubus. Para quem não sabe este é o símbolo mascote do Flamengo.
Patrícia Amorim e o conselho de notáveis do clube de forma covarde demitiram o Bruno por justa causa. Vejam vocês, que o Flamengo é caso de pagina policial há anos. Mas agora, eles demitiram o Bruno por justa causa e pedindo indenização a ele por ter denegrido a imagem do clube.

A ação causa estranheza, porque os subornos pagos na década de 80 para a federação carioca, tudo bem. O caso de um sem numero de dirigentes que enriqueceram vendendo, contratando e revendendo jogadores, caixa 2 mesmo, tudo bem. O envolvimento de dirigentes com o trafico e milícia armada, tudo bem. A maior torcida organizada fazer sinal e cantar palavras de ordem do Comando Vermelho, tudo bem. Marcinho ir para o sitio do Bruno, espancar garota de programa, tudo bem. Adriano tirar foto com fuzil tudo bem. Vagner Love subir o morro escoltado por traficantes tudo bem. Bruno nas proximidades do dia internacional da mulher perguntar a jornalistas e a opinião publica quem nunca saiu na mão com a esposa, tudo bem. Dirigentes saberem de tudo isso e às vezes acompanhar os personagens, em locais nada esportivos, tudo bem. Nenhum deles sequer recebeu advertência. Mais intrigante é que o clube sempre defendeu a postura de que o que se faz fora das 4 linhas não interessa. E interessa? Não deveria, mas não há como fazer essa distinção. Imerso nesse imbróglio que os notáveis resolveram demitir Bruno por justa causa e pede indenização por danos à imagem, por algo que aconteceu fora das quatro linhas!!! É o contra senso. O mais incrível é que entre eles, Bruno é o mais novo. Aquele que assistiu a impunidade crescente, galopante, diariamente sobre os olhares negligentes da presidenta e possivelmente do conselho de notáveis.

Para ser claro. Sem duvidas que o afastamento do Bruno era necessário. Sem dúvidas, que a rescisão de contrato tinha que ser feita, e agiu certíssimo o patrocinador. Agora, alegar justa causa e pedir indenização é ato de urubu que vive de carniça.

Aos meus olhos, que até então não associava o caso Bruno ao flamengo, sou convidado a ver uma ilação clara entre ambos. Esta ação publica e oficial de se chutar cachorro morto é ato de urubu, ato de quem espera carniça para se pronunciar e se posicionar. O conselho de notáveis deveria aprender com o presidente da Olímpikos, que sozinho, pediu para que recolhesse os materiais com o nome do atleta que patrocinavam. Preservou a sua marca, de certa forma preservou a imagem do próprio atleta. Não cuspiu no prato que comeu e nem ofereceu mais jantar ou banquete para outra nuvem de carniça e cães sardentos virem babando.