sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

GRUPON

Eu gosto das dinâmicas de grupo, das dinâmicas energéticas. Gosto de perceber o fluxo dessa energia nas falas, nos posicionamentos, de como a mesma energia entra e sai naqueles participantes. Gosto dessa interação e quem me ensinou a observá-la foi uma entidade. Ela fechava meus olhos e me conduzia por esse emaranhado energético, mostrando os campos que eram formados, os bloqueios e os sugadouros individuais que produzíamos, as limpezas e os desbloqueios conseguidos, às vezes por uma palavra.

Eu estava diante de uma dinâmica energética muito inusitada, diferente, nova. Igual em muitas coisas, mas nova em outras tantas. Aquele era um encontro de lideranças. Lideranças que não pensavam, necessariamente, iguais. Uníamos e nos reuníamos em torno de uma força energética mais forte, mais planetária e mais cósmica. Eu tentei escrever sobre isso nos mais diversos enfoques, mas preferi o astrológico, tentando demarcar a passagem da era de peixes para a de aquário. Tentei situar essa dinâmica nesse nível de tensão entre o coletivo e o individual. A representação foi boa, mas agora era pode ser melhor elucidada, eu estava falando era do GRUPON.

Tal modalidade de compra sempre existiu, mas estava associado a conhecidos, a pessoas que mantinham um contato mínimo entre elas. E, embora, sempre tenha existido tal modalidade de compra, ela era reservada a algumas pessoas, do campo empresarial, que compravam juntas para baratear o preço. A extensão dessa mesma lógica para a população comum de forma geral é inusitado. Mas ela reflete muito uma dinâmica energética bem diferente, bem inabitual. A de que se muitos reunirem pode-se obter o resultado e a meta individual mais tranquilamente.

Não ha duvida de que podemos alcançar nossos sonhos ou realizar nossos desejos, sejam eles quais forem. Ir a Cancun, se hospedar em um hotel cinco estrelas, viajar de iate, participar de rodízio de sushi, comprar um Channel numero cinco, enfim.... Individualmente pode-se encontrar e realizar esses sonhos, todavia quando muitos se reúnem ele fica mais próximo.

Naquela nossa conversa, eu esclarecia para eles, que eu conseguiria realizar as mesmas coisas que faríamos em grupo: palestras, divulgação, exposição, mas seria em um tempo maior, provavelmente, muito maior. Tentava explicar que os interesses individuais, minhas metas individuais seriam alcançadas, assim como a de todos, mas que em grupo elas poderiam ser mais rápidas. Naquele momento era o máximo que eu poderia dizer e disse. Não sei até que ponto foi claro para os demais.

Nesse ínterim eu fiquei vislumbrando cada um dando vôos solos. Eram vôos solos alcançados mediante energia do grupo. É uma dinâmica energética de difícil captação e entendimento. Ninguém estava pegando nada de ninguém, nem dando algo ao outro, mas ao mesmo tempo estávamos.

Imaginem que os amigos reunidos encontrassem e formassem um circulo. Entre eles gravitava e circulava uma dinâmica energética, padrões eram acesos em um, padrões eram alterados em outro, tudo de forma silenciosa e energética. O que um tinha em excesso era trocado com o que o outro tinha em falta, criando um novo rearranjo em todos os presentes. De forma que a presença de cada um ativava chaves que eram pessoais, mas deixavam de ser. Eram pessoais porque saia de nós, deixava de ser, porque quando se juntava a dos outros era uma coisa que não era mais eu. E isso é observado quando olhamos para o centro do circulo e visualizamos um ponto fulcral no qual converge toda a energia do grupo.

Essa energia é cada um dos participantes e outros tantos. Ela é cada um de nós, mas não é ninguém. Esta energia não é pessoal. Ela é GRUPON, vou chamá-la assim. Mas se eu meto a mão diretamente nela, eu enfraqueço o grupo, a dinâmica do grupo. Ao mesmo tempo não há como não entender que cada um se fortaleceu e se fortalece individualmente permanecendo junto ao grupo. E esse fortalecimento se dá justamente porque ele faz parte do grupo e é o grupo. É uma interação dinâmica muito rápida, muito direta, com um fluxo de informação difícil de assimilar. E esta movimentação energética produz abertura de novos espaços e de novas possibilidades. Novos caminhos são construídos para que esse novo quantum de energia jorre, passe, siga o fluxo. E é da individualidade de cada um a forma com que se abrira o fluxo dessa energia, ou melhor, que dará vazão a esta energia.

Nós vivenciamos tudo isso. Em menos de dois meses as possibilidades individuais se multiplicaram e não tínhamos a percepção de que se multiplicava, obviamente, por méritos próprios, mas que sem duvida devido à dinâmica do GRUPON. Sem a mesma estes resultados só seriam colhidos anos, meses depois. No entanto, acredito que são poucos de nós (mundialmente) que sabem lidar com essa nova forma de energia. Embora ela seja nova, a nossa forma de trabalhá-la e utilizá-la são velhos. Mais precisamente, indefinida, talvez pelo momento de transição que ela anuncia e traz. Sendo mais claro:

Retomo a dinâmica das eras, transição de peixes para aquário. Em peixes a consciência grupal, coletiva pode ser simbolizada pela perda da individualidade. O grupo, as instituições, a família são maiores do que os indivíduos, em verdade, não existem os indivíduos e sim os grupos. É uma dinâmica gostosa para muitos, mas sufocante para uma parte da população. No compasso geral, ela acaba levando a criação de subgrupos dentro dos grupos a cada esboço de novas individualidades, elas simplesmente não conseguem co-habitar o mesmo espaço e o mesmo grupo. Fazia parte da dinâmica. Podemos pensar nas ramificações das igrejas e como que na década de 80 há um aumento das seitas. Podemos visualizar a mesma dinâmica no final do século XIX com o movimento psicanalítico e as suas correntes criadas a partir da individualidade de cada um deles.

Se por um lado na era de peixes o grupo é ou era maior do que os indivíduos, na era de aquário há um desfacelamento dos grupos. Ou melhor, os grupos devem se adaptar a individualidade de cada participante. Os sociólogos clássicos não vêem isso como grupos, eles tentam dar novas classificações, GRUPON parece ser uma boa ilustração. O ponto que quero chegar é que ainda não alcançamos o meio termo. Na percepção de como que o grupo é maior do que o individuo e de como os indivíduos, cada um deles é que formam o grupo, acarretando um COMPROMISSO e uma RESPONSABILIDADE que não era necessária na era de peixes, porque o grupo vivia sem o individuo, ele era apenas mais um nessa dinâmica. E na era de aquário a fluidez da individualidade inviabiliza um comprometimento com os grupos.

O meio termo é uma construção a ser realizada. E esta é uma dinâmica que o GRUPON parece indicar o caminho de sucesso para todos os envolvidos e participantes. Ou seja, quebra a lógica de que para alguém ganhar outro, ou outros tem que perder. Na dinâmica GRUPON todos ganham. É um novo formato energético.

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