quarta-feira, 29 de agosto de 2012


SUPER-CLÁSSICO: uma semana depois.


Quando o Ronaldinho fez aquele gol de Reinaldo, o Caixa vibrando, meu grito de gol antes do gol acontecer na televisão, me fez vibrar, levantar da cama, correr à janela e esbravejar contra a bicharada azul. Mas, foi somente ali que doeu. Ronaldinho correu para o banco. O estádio não tinha nenhuma voz, um silêncio sepulcral. Justamente num gol cujos ecos são eternos desde sempre. A torcida do cruzeiro nunca mais vai esquecer aquele silêncio. E a do galo vai ficar sempre ressentida por não estar lá para ter gritado com o ídolo. De não tê-lo ovacionado e reverenciado como faz habitualmente, semanalmente, em qualquer parte do país. Esta é outra dor que comento já. Do Ronaldinho não sair carregado nos ombros pela massa até a praça sete.
O contraponto da dor é que por todo Brasil onde o galo tem jogado temos lá os torcedores atleticanos da cidade e adjacências acrescido dos torcedores saído de Bh. No sul em que Bernard fez mágica, tinha milhares de atleticanos. No centro-oeste dividimos meio a meio o estádio. O velho Abras pedia para nos atentarmos a entrada do time e quando entrou, parecia que estava jogando em casa. Ontem, na nossa cidade não podemos ver o jogo do nosso time. O governo de Minas nos deve uma explicação, uma justificativa.
Que eles impeçam as des-organizadas de irem ao estádio. Que eles impeçam os agressores de sair às ruas, que eles impeçam torcedores dos 14 aos 33 anos de ir aos jogos, que eles garantam uma carga mínima de 30% do ingresso para a torcida visitante, que eles mandem os responsáveis pelo espetáculo terceirizar a segurança que é dever do Estado e direito de cada segmento que sugeri restringir, que eles façam um espetáculo apenas para mulheres, ou apenas para família. Mas, que não impeçam jogadores e torcedores de comemorar com os seus e de gritar mais alto do que a torcida rival. Não impeça a gente de xingar a bicharada e eles nos devolver nos chamando de cachorrada. Não nos impeça de chamá-los de Maria e eles nos chamar de gayloucura. Não impeça a catarse. Não tentem controlar a segurança justamente naquilo que não se tem controle, nunca se teve e nunca terá, a não ser matando e destruindo o futebol.
Ontem a idéia de segurança publica de Minas matou o clássico. Continuar assim vai chegar época em que para dar segurança vão ou pedir que o jogo seja realizado em outro Estado, ou entrarão com medida cautelar contra alguns atletas, por exemplo: impedir que o chato do Wellington Paulista jogue porque os atleticanos não gostam dele e que mais dois jogadores do galo também não compareça a partida.
E aqui adentro a questão política que diz respeito não apenas a segurança, como a concepção mesmo de Estado que se reflete na campanha política de Bh talvez até como uma prévia. Esse assunto, discuto depois.




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