Espaço utilizado como amparo e reflexão da Holos Consultoria Fiholosofica/Spaço Iluminar. Este espaço se torna o lugar no qual discorremos sobre as implicações, as atividades e os serviços prestados por nós. De forma que buscamos dar uma visão unificada, integrada dos acontecimentos da existência, colorindo-os com uma visão artística, cientifica, desportista, filosófica, denominada pelos gregos de Tecnhé. Contemplando a nossa visão holística e holográfica, isto é, φholosofica.
domingo, 13 de março de 2011
O Assentamento do feminino
2011: O ano da Delicadeza
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Pãnico dos deuses a bestialidade televisiva 2a parte.
III
De todo modo, embora pudesse acompanhar essa mudança de humor e de comportamento nos meus alunos, eu nao conseguia registrá-lo de onde ele procedia. E comecei a estabelecer uma relação a partir da ansiedade de meu filho de 11 anos em querer me mostrar um vídeo do Pânico no youtube. Vídeo que a mãe dele lhe apresentou. Segundo meu filho era uma sátira a Amy Winehouse. Pensei em mil possibilidades engraçadas de satirizar a moça, mas o que eu vi foi algo que eu olhava para meu filho, querendo compreender o que era engraçado, o que tinha de engraçado. Sabe aquela situação constrangedora de não entender a piada. Mas o caso é que não havia piada, não havia humor, porque para se ter humor é necessário inteligência. E para se ter inteligência humorística é preciso delicadeza, finesse e lá, não se encontrava nada, nem ser humano se encontrava. O que tinha era um bicho, um animal, um ser grosseiro e repugnante. Um ser que deveria ser enjaulado, enclausurado, ou quem sabe morto a pauladas. Todavia, diante dele reinou o medo, o susto. Ele adentrava lojas quebrando, gritando e as pessoas se afastavam com medo. E, infelizmente, nenhum transeunte tinha reação exteriorizada diante do que o rapaz provocava. O medo das pessoas as paralisavam e ele não recebeu um xingamento, uma agressão, nada. Não foi lhe dada nem voz de prisão. A cena era de uma impunidade que me fervia o sangue, eu teria cometido um crime. Quando ele pega um cabo de vassoura e coloca nos aros de um senhor andando de bicicleta, eu pensei: alguém vai brincar de Bope, mas nada... a reação das pessoas era de acovardamento, como se dissessem: “ a propriedade não é minha. O prejuízo não é meu. E saiam de perto.”
Foram cenas de desrespeito, de desamor,
de cafajestagem que ultrapassa tudo o que eu tinha visto até então. E eu pensei
que já tinha visto tudo, em especial, quando na casa de um amigo, assistia ao mesmo
programa de televisão com todos dando risada e eu querendo dizer: “ vocês são
pais de família. Vocês não podem achar isso engraçado e rirem disso na frente e
junto com os filhos de vocês.” EU SOU CARETA. Desta feita, quando pensei isso,
eles (pânico) sabotavam o casamento de uma componente de programa. Já é
ultrajante pensar em sabotar um casamento, uma data especial para aquela pessoa
em questão. Mas ali, mais uma vez, eles se superavam: cortaram o vestido da
noiva, pagaram o motorista para não chegar a igreja. Tudo isso filmado e
exposto no ar como se estivessem mandando flores e doces. Os convidados
esperando.... o noivo esperando, a noiva... nada disso era levado em
consideração, era caso de sociopatia total, completa, exibicionista, canhestra
e cínica mostrada em rede nacional, sem ninguém tecer um comentário moralista,
sem ninguém advertir que aquelas práticas eram erradas. Não! Tudo possível,
tudo filmado, editado, com closes e tomadas especiais.
IV
Meu ponto é: em outro momento do nosso
país isso seria tratado como crime, como violência, como molecagem. Hoje é
campeão de audiência em horário dito nobre. O que mais me choca é a insistência
em denominar isso de humor e o mais lamentável é ter aqueles que de fato achem
graça em humilhar, inferiorizar, retirar do outro sua condição de sujeito. O
mais grave, ninguém responde por nada. O cara com o mesmo cabo de vassoura que
derruba gratuitamente um ciclista, arrebenta o para-brisa e a lataria de um
carro adiante. Depois, creio eu, deve ir a equipe de reportagem e explicar que
eles são da televisão e arcarão com o prejuízo. Essa parte eu não vi indo ao
ar. E, me repugna saber, ou pensar, que ninguém processe essa gente, que
ninguém também brinque de lhes disparar agressões físicas e simbólicas. Me causa
profundo desgosto saber que pelo fato de se estar sendo filmado, pode-se tudo,
paga-se tudo, compra-se tudo; de que estamos a venda por tão pouco, por tão
barato. Mesmo um milhão e meio de reais como paga o BBB é pouco.
V
Hoje eu não tenho dúvidas em apontar e
afirmar que o rapaz que agrediu com lâmpada florescente outro jovem que andava
na ruas de São Paulo é telespectador do Pânico. Assim, como o é também, aqueles
que atearam fogo no mendigo. Como são, igualmente, aqueles que agrediram, mesmo
depois de desmaiado, e semimorto, o componente de uma torcida organizada rival.
São telespectadores do Pânico os alunos que praticam Bullying e que não tem
limite e respeito ao outro. Mas escrevo tudo isso, porque ao voltar mês passado
de Caeté, cidade da região metropolitana de Bh, fui fechado em um movimento
irresponsável de um tratorista. O rapaz deveria ter em torno de 21, 22 anos.
Estava com meus pais e meus filhos. Minha mãe fez a observação de que
possivelmente fora assim que o Shaolin do Pânico ficara em estado terminal (foi
somente aí que eu soube do caso desse moço). Mas a reflexão que me ocorreu era
a de que o motorista do carro que o fechou era fã dele e do programa que ele
apresentava, isto é, era alguém que não tem limites e acha que tudo é engraçado,
até mesmo colocar a vida do outro em risco. Aposto que o moço foi dar
gargalhadas depois do acidente e não me causara estranheza se os pais dele
tiverem ido se responsabilizar pela ação que ele cometeu, igual a produção do
programa faz ou deve fazer por eles. São frutos de uma mesma temeridade, de uma
mesma irresponsabilidade, de um mesmo descompromisso com a vida e com o outro.
VI
Isso tudo me faz pensar que Pã ficaria assustado se andando pelo século XXI visitasse a programação brasileira, porque quando acaba o Pânico em um canal, começa o BBB em outro. Nunca ouvi falar que a situação de pânico fosse engraçada. Esta é uma sensação moderna, atual, contemporânea. E, temo isso, porque no século V ac crianças espartanas matarem escravos era tido como engraçado. No século III dc era engraçado ver cristãos serem devorados na arena por leões. No século XVI era motivo de monta lançar negros ao mar acorrentados com bolas de ferro. Práticas que aprenderam na idade média ao submeterem as mulheres, ditas bruxas. No mesmo século XVI era motivo de aposta saber se as mulheres incas estavam grávidas de machos ou femeas e com faca em riste, abrir-lhes a barriga e retirar o feto para constatação. Isso tudo feito com muita risada e galhofa, daqueles que perdiam a aposta. No século XX matar judeus foi divertido. Agora no século XXI a televisão brasileira comete grosserias menos sangrentas, nem por isso, menos aviltantes. Igualmente espantoso é saber que causa risadas em adolescentes, jovens e adultos.
VII
Em qualquer sociedade democrática, que
existisse liberdade de imprensa verdadeira, esses programas seriam naturalmente
censurados, porque a liberdade de imprensa não pode estar acima da dignidade
humana, ao respeito à cidadania. Mas pensar em regular a programação é censura.
Que ninguém então se incomode quando homossexuais forem agredidos na rua e
mendigos forem queimados sobre a defesa cínica de que se estava apenas
brincando. Problema é de quem não achar graça, porque a des-graça e o Pânico
estão na tv, na sala de aula, na sala de estar, na vida. A qualquer momento
você pode se deparar de cara com Pan, mas não mais aquele que apenas nos
causava susto, os de agora tentam, como a própria representação do demo
(chifres e patas de bode) causar dor para ver se conseguem rir, praticar o mal
para se tornarem mais felizes. Tudo isso sob o olhar temeroso e vacilante dos
bons.
PÃNICO dos deuses a bestialidade televisiva: 1a parte
PÂNICO
A palavra tem origem grega e
relaciona-se ao deus grego Pã de onde deriva a palavra pânico, o termo pânico,
o programa pânico e as síndromes do pânico. Empregos do conceito, atualmente,
muito em voga, o que acaba nos remetendo a um segundo significado do termo Pã,
que se associa a tudo e a todos (panteísmo, pandemônio, pan-sexualismo, etc...)
De todo modo, Pã era representado na mitologia com orelhas, chifres e pernas de
bode. Dizem que era tão feio, que causava pavor e temor nos viajantes que
atravessavam a floresta durante a noite. Fala-se outras tantas coisas dele, mas
estas para mim são as importantes para refletir sobre um fenômeno
contemporâneo, associado e atrelado a juventude: o escárnio como forma de
humor.
I
Estes programas de “humor” começaram na minha adolescência. Eram
programas de rádio, creio que da própria jovem Pan, que fizeram sucesso entre
os meus contemporâneos por distratarem ao vivo e em rede nacional os seus
ouvintes. Aquilo era um fenômeno diferente, já que, se poderia ler uma relação
tácita de sadomasoquismo entre apresentadores e ouvintes. Naquela época era
curioso os ouvintes ligarem para serem distratados, era um acontecimento muito
diferente e muito fora do padrão do que fora o rádio até então. Anos depois
apareceria a Tiazinha que praticava tortura em rede nacional e havia fila de
espera e de fetiche para ser torturado pela moça de chicote, bota, roupa de
couro preta grudado ao corpo. O que se iniciou como um programa de rádio se
multiplicou e toda rádio que se preze, atualmente, parece ter um programa como
esse: no qual o destrato ao outro é fonte de riso para quem apresenta, para
quem escuta e para quem recebe.
II
O
meu ponto de tensão é que há anos tenho observado e acompanhado uma forma muito
diferente de fazer graça, de ser engraçado dentro das salas de aula. É uma
forma que espezinha, humilha, achincalha. É um humor que desfaz e reduz o
outro, inferioriza o outro. Em sala de aula os professores tem passado por
isso. São expostos no youtube, nas redes sociais, assim como alunos espezinham
os próprios colegas de uma forma tão deselegante, tão desrespeitosa, que fico
me perguntando: éramos assim? E não éramos. Óbvio que o humor sempre riu do
ridículo, do grotesco, mas de forma geral, eram os humoristas que se colocavam
nessa condição de inferioridade. O riso era da plateia, do público e não do
comediante. Este durante a cena não se dava bem, pelo contrário. Costinha (que
nunca gostei) fazia troça da sua voz, da sua opção sexual. Não me recordo,
talvez exceção ao Didi, de comediante que satirizava aqueles que lhe aplaudiam.
Não havia esse tapa na boca de quem te beija, esse escarro na mão de quem lhe
aplaude. Essa é uma forma de humor nova cuja uma vertente segue a Tv
Pirata-Casseta e Planeta-CQC; e outra vertente dá em Pegadinha do Malandro,
Pânico na Tv e outras atrocidades que ignoro, esqueço ou desconheço.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
GRUPON
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Complexo de Alemão/5
5. Psiq. Grupos de idéias inter-relacionadas que tem um denominador emocional comum o qual influencia, significativamente, as atitudes e comportamentos de um individuo.
Complexo de Alemão/3
Mais que isso, eu sou um sinal de novos tempos. Eu era pobre e invisível. Vocês nunca me olharam durante décadas. (Marcola).
Vocês é que têm medo de morrer, eu não. Aliás, aqui na cadeia vocês não podem entrar e me matar. Mas eu posso mandar matar vocês lá fora. Nós somos homens-bomba. Na favela, tem cem mil homens-bomba. Estamos no centro do Insolúvel, mesmo. Vocês, no bem e eu no mal e, no meio, a fronteira da morte, a única fronteira. Já somos uma outra espécie, já somos outros bichos, diferentes de vocês. A morte para vocês é um drama cristão numa cama, no ataque do coração. A morte para nós é o presunto diário, desovado numa vala. Vocês intelectuais não falavam em luta de classes, em "seja marginal, seja herói"? Pois é: chegamos, somos nós! Ha, ha. Vocês nunca esperavam esses guerreiros do pó, né? Eu sou inteligente. Eu leio, li 3.000 livros e leio Dante. Mas meus soldados todos são estranhas anomalias do desenvolvimento torto desse país.”