sexta-feira, 6 de maio de 2011

Rezando por Bobby


"A história verdadeira de Mary Griffith, uma ativista de direitos homossexuais cujo filho cometeu suicídio por intolerância religiosa". Uma sinopse critica do filme pode ser encontrada aqui nesse link:

Rezando por Bobby é um belo filme, porque retrata uma história real e trágica. E eu não sei até que ponto podemos retirar o caráter de tragicidade da descoberta sexual de milhares de jovens, das mais variadas orientações sexuais. Estou falando de estupro, de pedofilia, de primeiras vezes ruins. Estou falando dos milhares de crimes cometidos contra os homossexuais. Estou falando de mulheres que nunca atingiram o orgasmo no ato sexual e nunca gozaram, nem se tocando, porque isso é encarado como pecado. Estou falando de como no ocidente sexo nunca esteve atrelado a amor. E nunca houve entre nós amor sem culpa e sexo sem culpados. Desculpem-me, mas nos casamentos de contos de fada, o príncipe não transa com a princesa. Nos contos de fada, novelas da Globo, filmes de Hollywood não há espaço para a vida de casado, para os conflitos das relações amorosas e de como eles ensejam e incutem na vida sexual. Assim, nessas retratações acredita-se que o amor sem o sexo resolve tudo. 

O filme me chama atenção também pela falta de espaço para eles serem escutados. E quando digo eles, quero estender também a todos os adolescentes, jovens, eles não são ouvidos. Essas angústias mais profundas acerca do amor não são ditas, faladas, debatidas. Porque o amor é uma angústia. A possibilidade de não ser correspondido em seu afeto é uma dor de morte, um impulso terrível que te compele em direção ao outro. E se este outro, simplesmente por capricho dos deuses, não for flechado pelo cupido, a dor dilacera. O poeta já dizia: “Esta vida é uma faca de dois gumes fatais: não amar é sofrer; amar é sofrer mais”. E se isso é doloroso, angustiante para amores permitidos, o que não se sofre quando o amor não é permitido? E quem permite o amor? A Igreja? O Supremo Tribunal Federal? Tem sentido isso? De modo que se é terrível a carga pesada, doentia, que se coloca sobre as questões sexuais em nossa sociedade. E se isso é naturalmente trágico para todas as orientações sexuais, entre os homossexuais, transexuais, creio que essa carga deva chegar às raias do suicídio como se deu com Bobby. 

E suicida-se devido a forte pressão e desamor das religiões que oferecem cura para os desejos. Enquanto a Igreja está apodrecida e abarrotada de padres homossexuais, alguns pedófilos, as igrejas protestantes cheias de pastores que amam suas fieis casadas, de líderes espiritistas e espiritualistas que fazem ares de bom moço, enquanto se envolvem em corrupção de menores e outros; a sana se faz em torno dos homossexuais. Com archotes e livros sagrados nas mãos sobem no púlpito para pregar o desamor em nome de Deus. E a minha pergunta é: o Deus de Deuteronômio serve a alguém, se não a um extremista radical? A visão atribuída a Kardec, do século XIX, acerca da homossexualidade serve a alguém se não aos mesmos inquisidores reencarnados? 

A sociedade civil, laica, o Estado Democrático de Direito brasileiro, aguarda e espera que o Supremo Tribunal Federal garanta o direito a cidadania aos seus filhos e irmãos. Que lhes sejam assegurados legalmente o direito inalienável de amarem, se unirem e manifestarem esse amor e suas atividades sexuais com quem desejar, simplesmente não cabe ao Estado regular sobre isso e é uma vergonha que o tenha. Que aqueles que querem impor seu ponto de vista religioso, preconceituoso sobre a sociedade, que percebam estarmos no século XXI, ou que mudem para o Paquistão, para o sul dos EUA, para o Afeganistão, os Talibãs, a Ku Klux Klan, e os xiitas sempre precisam de mais homens bombas, de mentes raivosas e odiosas contra todas as diferenças e diferentes. 

Bjs em todos



segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Solista


O filme é de uma beleza peculiar, de uma força suave, de uma tensão amena, que se faz melódica, musical. Mas o filme não me importa agora. Agora me importo com a beleza da loucura e a esquisitice do transtorno mental. E o ponto é: se “de perto ninguém é normal”, qual a distância para o nosso afeto? O que eu quero dizer é que a loucura é genial de longe. De perto o transtorno mental é difícil de conviver para familiares, amigos, parentes, principalmente, para o próprio “louco”.

Eu sou um apaixonado pela loucura, pela sua força transgressora, pela sua visão externa que é sempre tida como genial. Mas, eu nunca vi a tristeza solitária da loucura, na verdade, do transtorno mental. Aquela sensação de que provavelmente você nunca vai se encaixar, nunca vai se enquadrar, nunca estará normal e será normal e quanto mais tentar, pior ficará. Aquele estado no qual se sentira sempre fora do lugar, sem lugar.

Para quem nao sabe, eu sou um observador distante do movimento antimanicomial. Em verdade aprendi com Carlinho Calazans, na marcha dos sem terra, a estar presente em toda luta. E a luta do movimento antimanicomial sempre trouxe aspectos meus para o combate. Eu respeito o dito louco, com mais zelo de que se respeita uma criança. E neste dia 18 de maio de 2009 fiquei recordando, da primeira manifestação da luta antimanicomial, creio que em 97/98. Tinha-se em torno de vinte pessoas. Os próprios internos, pacientes nao davam a cara. Tinham vergonha, os familiares escondiam os seus, poucos davam a cara e os que davam recebiam aquele escarro silencioso do desprezo em uma das faces e da indiferença na cara propriamente dita. Foi com um prazer incrível que no último dia 18, casualmente, vi sete ou oito alas com internos, psicologos, psiquiatras, alunos, estágiarios, muitos fantasiados, tocando tambor e seguindo tres trios eletricos. Eles pararam o centro da cidade. Eles nao eram apenas dez, vinte, eles eram uma media de 500 andando pelo centro da cidade. Indo em direção a praça para se mostrarem cidadaos nao apenas de um um estado, de um municipio, de um país e sim de um planeta. Eles mostravam a cara, a face e o olhar da população mudou muito nesses últimos anos. Eu, testemunha muda, ocular, anônima, olhava para alguns deles e ficava vendo: uns muito doidos de muita violencia, de muita agressividade contra o proprio espirito, assustava a gente, até que olhamos para eles de novo e encontramos o humano em nós e neles. Outros eram de uma beleza, de uma lindura tão sutil, tao diafana, enchia o coração da gente de gentileza, de respeito. Eu os olhava caminhado pela rua e agradecia a Deus, aos psicologos, aos psiquiatras, aos que estão nesta lida, por acolherem estes seres tão especiais, vindo de tão longe e que podem nos ensinar tanto. Queria ter abraçado cada um deles e pedido desculpas por nós sermos assim, por nós nao sabermos acolher e receber hospedes tão gentis e diferenciados. Por nao sabermos respeitar, ouvir, compreender, compartilhar e partilhar diferenças.

Assim, o que posso fazer senão abraçar todos os loucos que eu sou? Assim o que posso fazer senão recolher todos meus transtornos mentais, minhas dores emocionais e me esforçar cada vez mais para ser feliz? Hoje eu voltei a acreditar na felicidade. Mais do que prova dos nove, mais do que prova dos setenta vezes sete (karma), a felicidade é a meta a ser alcançada, a ser atingida. E a felicidade é pouca como um sorriso, a felicidade é tanta como um sol, a felicidade é única como as milhares formas de vida e de viver. A felicidade é a busca, é o encontro, é a caminhada.

Cito o poema que encontrei em uma exposição realizada por "doidos". Esse expressava a sua poesia, o seu ser, ele tocou o meu, me envolveu, me fez feliz, me fez melhor, não pode me fazer mais feliz talvez porque a felicidade é única como caminhar rumo ao sol. Mas me fez melhor, porque pelo caminho descobri que o outro existe. Vai aí o poema:

Quem é louco?

Ele que ouve vozes

Ou você que nunca ouve ninguém?

Ele que vê coisas

Ou você que só se vê?

Ele que fala o que pensa

Ou você que fala sem pensar?


Quem é louco?

Ele que diz ser rei

Ou você que se acha um e não diz?

Ele que não controla seu humor

Ou você que finge ser estável?

Ele que cria neologismo

Ou você que não sai dos estereótipos?


Quem é louco?

Ele que tem fuga das idéias

Ou você que não abre mão das suas?

Ele que não dorme a noite

Ou você que passa a vida inteira dormindo?

Ele que tenta se matar

Ou você que se mata todos os dias?


Em fim quem é louco?

Ele que não se mascara

Ou você que tira a máscara e vive uma vida de fantasia?

Quem é louco?

Que tire a máscara antes de perguntar.

Victor Martins dos Santos. CC Pampulha.

beijos em todos!

domingo, 13 de março de 2011

O Assentamento do feminino



Estávamos pronto para o feminino? Creio que não. O patriarcado cerceou a expressão e manifestação do feminino. Aos poucos essas grades e grilhões que aprisionavam corpo, mente, alma, espírito foram afrouxando, se rompendo e começamos a vislumbrar manifestações mais cristalinas do universo feminino. Não pensem aqui o feminino enquanto gênero não é disso que estamos falando. O feminino aqui seria melhor exemplificado pela energia yin. E esta energia esteve condicionada a determinados espaços, a determinados momentos, a determinados grupos. Ela nunca foi, na história recente do planeta, uma energia de plena circulação, pelo contrario. Ela foi suprimida, exaurida, esquecida, tresloucada e a manifestação dela em alguns indivíduos ou em algumas localidades resultou em severas criticas e julgamentos. Quero pensar na colonização européia (yang) das culturas ameríndias, africanas e asiáticas, que se já não era de todas (yin) estavam muito longe de serem yang, tanto que foram dominadas. Todavia, mais do que ver isso como uma tendência meramente coletiva e universal, ela se deu também no universo individual de cada um de nós. Aos poucos fomos educados homens e mulheres para ter um olhar cruel para com o feminino, principalmente, porque ele atestava a nossa fraqueza, fragilidade. Mas não quero discutir essas reflexões por enquanto, agora eu quero continuar com as psicofonias que me foram passadas no mês de março e que dialogam com os acontecimentos recentes do nosso planeta.

Ao que parece a energia feminina, árabe, dançante (dança do ventre), serpentina, integrativa (alquímica) retorna ao planeta. Ou melhor, ela se faz, novamente, possível de ser ancorada, amparada e sustentada por nós. Isso tende a trazer avanços e descobertas que se encontravam a muito esquecidas. Trabalhos com cristais, trabalhos lemurianos tendem a ganhar uma maior visibilidade (é uma expectativa ou uma previsão? Veremos mais tarde). Trabalhos de integração, de fusão também. Será um belo ano o que não retira dele os atos furiosos, as desrazoes, as lutas, as batalhas, as querelas, como podemos indicar e salientar no post anterior.

Politicamente e essencialmente há um retorno da sabedoria do islamismo. Não isso que hoje entende-se e interpreta-se e alardeia-se como Islã, mas aquela velha tradição que os mestres sufis ainda guardam. Aquela velha sabedoria dos povos do deserto que sempre reservavam um espaço na sua tenda para o outro, para o estrangeiro, para o viajante, justamente para dele ouvir o desconhecido, o diferente. O islã foi a porta de encontro das mais diversas culturas o que lhes permitiu “criar” uma ciência integrativa denominada Al’kmia. E foi essa energia que possibilitou aos europeus saírem do desterro intelectual, da peste medieval que infestava a atmosfera daqueles tempos. Foram os árabes que re-abriram o mundo para os europeus. A Europa vivia situação idêntica ao que o Taleban impõe a sua população. Esta mesma ciência denominada Al’Kmia, os africanos, na figura dos egípcios, davam outro nome Tep-heseb e segundo uma recente historiografia filosófica francesa, isto teria sido as bases do Logos grego e do metodo cientifico experimental de Bacon, Galileu.

De todo modo, o retorno dessa energia Abre para a circulação de novas energias, em especial, a Al’ kmia. As integrações, as suavizações, as harmonizações do masculino e do feminino. Energia que são ativadas pelo feminino representado pelo isla, pela dança da serpente, pela dança do ventre. Uma nova ordem de acontecimentos irrompe. Um novo mundo surge. Amparar este mundo energeticamente parece ter sido por décadas o ofício e a atividade dos trabalhadores da luz. O que as nossas intenções, energias geraram, gestaram e produziram: o retorno do feminino ao mundo. O retorno da Mãe à Terra. A integração dela com o masculino e com o pai. Uma nova geração nasce, uma nova raça brota. Pode ser que não, mas a energia está aí.

Os trabalhadores da luz gestaram o retorno do feminino à Terra. E ela no seu ritmo, na sua docilidade, vem ocupando lugar e espaço. Vai provocando modificações e transformações que segundo Luis Soares, somos tão autocentrados no masculino, que nem as percebemos, a não ser, quando esse movimento se faz gritante. Estamos tão centrados na energia yang que o movimento sutil da energia yin nos passa desapercebido. Sabe caricia, sutil, leve, suave, como brisa que brinca na pele da gente? E de tão suave, de tão perto, de tão intimo que a gente não sabe, não vê, não entende e não percebe? E por tudo isso a gente a ignora, a "despreza", a machuca. E na contra movimentação dessa mesma energia ela nos machuca, mas como não é um corte, não é uma fratura a gente continua sem vê-la e percebê-la. Apenas, quando isso se faz uma fissura na alma, na mente, no espírito e bloqueia nossas ações físicas, que começamos a tentar parar para percebê-la, geralmente ela já fez estragos.

Luis acaba nos mostrando como que essa energia tem se movimentando pelo planeta de forma sutil, derrubando tudo, produzindo ações que pensávamos inesperadas e impossíveis. Ele insinua a ação de Gorbatchov na Rússia que culmina na queda do muro de Berlim (1989), lê a energia da Dama de ferro na Inglaterra (década de 80) uma mulher como primeira-ministra, mas ainda carregada por uma forte energia yang. O atentado de 11/9/2001 é a marca categorica dessa energia do inesperado atuando diretamente e visivelmente. Ele chama atenção direta para as muitas presidentas na America Latina, para a ocupação da casa branca por um negro. Pontua a geografia desses movimentos políticos nascendo no Egito, passando por vários outros países africanos e do oriente médio. E nos mostra como que nesses pontos, Egito, em especial, Incas, Maias, a energia feminina “reinavam”. E como que é desses pontos que ela "reacende", se faz notada, visível.

Finaliza nos falando de Shambala. Uma dimensionalidade que esteve demasiadamente afastada da Terra física, mas que volta a ser perceptível em níveis mais físicos. Essa presença de Shambala evoca uma conexão interna de Gaia entre as montanhas do Himalaia e as do Andes (assunto amplamente documentado pela literatura esotérica), mas que podemos ler como sendo uma passagem do feminino.

Alguns dançaram sem ouvir a musica e foram chamados de doidos. Alguns cantaram sem saber ao certo a melodia e foram chamados de desafinados. Alguns viram antes de acontecer e foram denominados de visionários, quando não de loucos. Mas o tempo de vocês chegou. A música que ouviram já se toca na terra e permite passos de dança mais arriscados, mais elaborados. A energia que visualizavam de forma tênue, tomou corpo, se definiu, já é nítida, palpável. Ainda não é o paraíso, mas já estamos mais próximos do céu. Já estamos mais próximos de nós. Seres vêm chegando para serem abraçados e abraçarem, cantarem e dançarem. É um novo momento, é uma nova Terra. Continuem lançando luz na escuridão porque a explosão da super nova já se fará visível a todos.

2011: O ano da Delicadeza


Desde o final do ano de 2010 estou buscando compreender o que e como seria este ano de 2011. Diferentemente dos demais anos, essa duplicidade de 1 me despertou uma curiosidade em saber e entender melhor as potencialidades desse ano. Assim, entre final de fevereiro e meados de março teci considerações que acabaram sendo proféticas, preditivas e as resolvi copiar da lista e posta-las aqui no blog. O pano de fundo de tudo isso é falar do Tsunani que assolou o Japão nesta semana. Mais precisamente é identificar essa delicadeza a uma energia feminina de manifestação.

Desde o dia 27 estou aqui as feitas com a numerologia. Estou tentando replicar e encontrar na história essa data (2011) e simular outros anos pessoais idênticos a este que entraremos (4).

2011 será um ano 4. Um ano 4 dos mais interessantes, porque promete estabilizações, estruturações mediante conflitos, tensões, lutas, querelas. Aqui penso que a campanha política antecipou um pouco desse estado de coisas como evidenciamos naquelas polemizaçoes maniqueísta realizada seja pelo aborto, pelo direito do casamento entre homossexuais, seja pelo simples fato de oposição partidária e ideológica. Esse 2 seguido do 0 é sempre margem para o infinito, para o inusitado. Ele foi a tonica da década de 2000, ampliada por um outro 0 (2001 por exemplo) e que na década de 2010 perdeu a força e o impacto do inaudito, das múltiplas possibilidades, do caos, pelo menos um pouco. O governo Dilma já começa falando de estruturação do câmbio, alteração da taxa de juros, controle. Vindo de um ano 3 (2010) tem tudo para ser compreendido como arrocho, no entanto, para parte dos especialistas são medidas austeras, disciplinadoras para fazer um controle maior de reservas e fundos. Ao lado disso soma-se todo um discurso em investimento em infra-estrutura. O ano 4 na política iniciou nos primeiros debates presidenciais.

Mas, talvez o que eu vejo como mais significativo seja a marca da individualidade duplicada 1 1. Estou aqui querendo entender melhor como será esse arranjo, como que esse duplo 1, e até mesmo esse número mestre (11) vão deixar suas marcas no ano 4. A querela pode ser registrada, entendida na tensão Dilma/Serra, mas muitos vão alegar que ali era ainda 2010. Ano que também traz as marcas dessa tensão. Observar como se dará essa influencia do 1 na composição final é interessante e é isso que me deixa ao mesmo tempo curioso e "amargurado". É a primeira vez que acontece 2011 na história da humanidade e nunca mais ira repetir e acontecer de novo, já que, se coloca uma das contradições mais estonteantes da numerologia, a saber, adotamos uma lógica circular, mas empreendemos uma contagem linear. Na linearidade do tempo cada data é única e irrecuperável. Já na circularidade do mesmo tempo, a cada 9 anos, eles retornam sobre nós.

Em 23/2/2011 em nossa primeira reunião do ano, postei algumas percepções que captei depois de uma psicofonia.

Relatava que eles me mostraram uma nova Terra. Quando digo nova tenho que dizer que é a mesma, só que diferente, que outra. Uma nova Terra portadora de uma energia diferente. Na verdade, é uma re-abertura para uma velha energia. Uma energia cuja sustentação entre nós ficou difícil, complicada e acabou sendo "expulsa, exilada" da Terra. Um outro amigo espiritual, em comunicação psicofônica, na semana retrasada, nos relatava que uma chave de leitura para a compreensão da expulsão do paraíso poderia ser o “afastamento” da energia feminina do planeta. De todo modo, por inúmeros motivos, esta energia esta retornando, em verdade, esta se assentando, se acomodando e a presença dela causa abalos, convulsões, revoluções, transformações. Ou seja, esta energia que sempre esteve presente entre nós, durante muito tempo foi inibida, rechaçada, perseguida, não tolerada, não aceita, apartada. Tinham poucos seres capazes de dar assentamento físico a esta energia. Hoje já há uma coletividade maior de pessoas capazes de acolher, assentar essa energia nos corpos biológicos, produzindo e provocando uma nova forma de perceber a realidade, de lidar com o real, as preocupações ecológicas, as visões sistêmicas, a luta contra o machismo, a defesa das diferenças, o aumento dos transgêneros parecem ser caminhos dessa energia de retorno do feminino. E de todo modo, se ela é uma energia planetária o seu nascedouro parece localizar-se nas regiões das convulsões sociais como (Egito, Líbia) e toda a antiga Mesopotâmia.

É o retorno da energia feminina, mas o feminino na simbologia da serpente, na figura da integração representada pela Al Kimia. É o retorno dessa energia que Oran associou a re-aproximação energética de Shambala e de como esta cidade vibracional volta novamente a ser captada e seu padrão energético emanado e sentido de maneira mais forte e atuante. Falou de ativações dos chakras femininos da Terra, de seus circuitos energéticos serpentinos e dançantes, que estariam interligados a pontos femininos aqui da America Latina. Essas energias estariam novamente sendo movimentadas e o movimento de quadril delas, acarretaria e acarreta as inúmeras mudanças que estamos vivenciando neste ano.

Tudo isso levou Oran a referir a este ano como sendo o ano da delicadeza. E ia mostrando como que a delicadeza é firme, focada, direcionada. Como que a delicadeza desloca e altera situações. Como que a delicadeza movimenta a dureza, a rispidez e faz com que desmorone tudo o que esta erigida sobre pilares movediços. Duas figuras me vêm à mente: a água e o arcano a Torre do tarot de Marselha. A água pelo seu aspecto frágil, mas que tanto bate até que fura, perfura, atravessa, derruba, devassa. Trazendo para um aspecto preditivo a água será um componente marcante de 2011 (enchente, vazantes, deslizamentos) estou sendo profeta do acontecido. Num plano mais simbólico a derrubada de autoridades, uma nova analise do papel da mulher, discussões sobre o machismo, o autoritarismo, o belicismo. Pode ser um ano de basta para um momento diferenciado que se apresenta em 2012, um ano com mais transformações, mas com transformações bem mais tranqüilas. A Torre devido a um pedido de reavaliações, retomadas, reconstruções, ruínas, derrotas, desmanches, desconstruções.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Pãnico dos deuses a bestialidade televisiva 2a parte.


III

De todo modo, embora pudesse acompanhar essa mudança de humor e de comportamento nos meus alunos, eu nao conseguia registrá-lo de onde ele procedia. E comecei a estabelecer uma relação a partir da ansiedade de meu filho de 11 anos em querer me mostrar um vídeo do Pânico no youtube. Vídeo que a mãe dele lhe apresentou. Segundo meu filho era uma sátira a Amy Winehouse. Pensei em mil possibilidades engraçadas de satirizar a moça, mas o que eu vi foi algo que eu olhava para meu filho, querendo compreender o que era engraçado, o que tinha de engraçado. Sabe aquela situação constrangedora de não entender a piada. Mas o caso é que não havia piada, não havia humor, porque para se ter humor é necessário inteligência. E para se ter inteligência humorística é preciso delicadeza, finesse e lá, não se encontrava nada, nem ser humano se encontrava. O que tinha era um bicho, um animal, um ser grosseiro e repugnante. Um ser que deveria ser enjaulado, enclausurado, ou quem sabe morto a pauladas. Todavia, diante dele reinou o medo, o susto. Ele adentrava lojas quebrando, gritando e as pessoas se afastavam com medo. E, infelizmente, nenhum transeunte tinha reação exteriorizada diante do que o rapaz provocava. O medo das pessoas as paralisavam e ele não recebeu um xingamento, uma agressão, nada. Não foi lhe dada nem voz de prisão. A cena era de uma impunidade que me fervia o sangue, eu teria cometido um crime. Quando ele pega um cabo de vassoura e coloca nos aros de um senhor andando de bicicleta, eu pensei: alguém vai brincar de Bope, mas nada... a reação das pessoas era de acovardamento, como se dissessem: “ a propriedade não é minha. O prejuízo não é meu. E saiam de perto.”

Foram cenas de desrespeito, de desamor, de cafajestagem que ultrapassa tudo o que eu tinha visto até então. E eu pensei que já tinha visto tudo, em especial, quando na casa de um amigo, assistia ao mesmo programa de televisão com todos dando risada e eu querendo dizer: “ vocês são pais de família. Vocês não podem achar isso engraçado e rirem disso na frente e junto com os filhos de vocês.” EU SOU CARETA. Desta feita, quando pensei isso, eles (pânico) sabotavam o casamento de uma componente de programa. Já é ultrajante pensar em sabotar um casamento, uma data especial para aquela pessoa em questão. Mas ali, mais uma vez, eles se superavam: cortaram o vestido da noiva, pagaram o motorista para não chegar a igreja. Tudo isso filmado e exposto no ar como se estivessem mandando flores e doces. Os convidados esperando.... o noivo esperando, a noiva... nada disso era levado em consideração, era caso de sociopatia total, completa, exibicionista, canhestra e cínica mostrada em rede nacional, sem ninguém tecer um comentário moralista, sem ninguém advertir que aquelas práticas eram erradas. Não! Tudo possível, tudo filmado, editado, com closes e tomadas especiais.

 

IV

 

Meu ponto é: em outro momento do nosso país isso seria tratado como crime, como violência, como molecagem. Hoje é campeão de audiência em horário dito nobre. O que mais me choca é a insistência em denominar isso de humor e o mais lamentável é ter aqueles que de fato achem graça em humilhar, inferiorizar, retirar do outro sua condição de sujeito. O mais grave, ninguém responde por nada. O cara com o mesmo cabo de vassoura que derruba gratuitamente um ciclista, arrebenta o para-brisa e a lataria de um carro adiante. Depois, creio eu, deve ir a equipe de reportagem e explicar que eles são da televisão e arcarão com o prejuízo. Essa parte eu não vi indo ao ar. E, me repugna saber, ou pensar, que ninguém processe essa gente, que ninguém também brinque de lhes disparar agressões físicas e simbólicas. Me causa profundo desgosto saber que pelo fato de se estar sendo filmado, pode-se tudo, paga-se tudo, compra-se tudo; de que estamos a venda por tão pouco, por tão barato. Mesmo um milhão e meio de reais como paga o BBB é pouco.

 

V

 

Hoje eu não tenho dúvidas em apontar e afirmar que o rapaz que agrediu com lâmpada florescente outro jovem que andava na ruas de São Paulo é telespectador do Pânico. Assim, como o é também, aqueles que atearam fogo no mendigo. Como são, igualmente, aqueles que agrediram, mesmo depois de desmaiado, e semimorto, o componente de uma torcida organizada rival. São telespectadores do Pânico os alunos que praticam Bullying e que não tem limite e respeito ao outro. Mas escrevo tudo isso, porque ao voltar mês passado de Caeté, cidade da região metropolitana de Bh, fui fechado em um movimento irresponsável de um tratorista. O rapaz deveria ter em torno de 21, 22 anos. Estava com meus pais e meus filhos. Minha mãe fez a observação de que possivelmente fora assim que o Shaolin do Pânico ficara em estado terminal (foi somente aí que eu soube do caso desse moço). Mas a reflexão que me ocorreu era a de que o motorista do carro que o fechou era fã dele e do programa que ele apresentava, isto é, era alguém que não tem limites e acha que tudo é engraçado, até mesmo colocar a vida do outro em risco. Aposto que o moço foi dar gargalhadas depois do acidente e não me causara estranheza se os pais dele tiverem ido se responsabilizar pela ação que ele cometeu, igual a produção do programa faz ou deve fazer por eles. São frutos de uma mesma temeridade, de uma mesma irresponsabilidade, de um mesmo descompromisso com a vida e com o outro.

 

VI

Isso tudo me faz pensar que Pã ficaria assustado se andando pelo século XXI visitasse a programação brasileira, porque quando acaba o Pânico em um canal, começa o BBB em outro. Nunca ouvi falar que a situação de pânico fosse engraçada. Esta é uma sensação moderna, atual, contemporânea. E, temo isso, porque no século V ac crianças espartanas matarem escravos era tido como engraçado. No século III dc era engraçado ver cristãos serem devorados na arena por leões. No século XVI era motivo de monta lançar negros ao mar acorrentados com bolas de ferro. Práticas que aprenderam na idade média ao submeterem as mulheres, ditas bruxas. No mesmo século XVI era motivo de aposta saber se as mulheres incas estavam grávidas de machos ou femeas e com faca em riste, abrir-lhes a barriga e retirar o feto para constatação. Isso tudo feito com muita risada e galhofa, daqueles que perdiam a aposta. No século XX matar judeus foi divertido. Agora no século XXI a televisão brasileira comete grosserias menos sangrentas, nem por isso, menos aviltantes. Igualmente espantoso é saber que causa risadas em adolescentes, jovens e adultos.

 

VII

Em qualquer sociedade democrática, que existisse liberdade de imprensa verdadeira, esses programas seriam naturalmente censurados, porque a liberdade de imprensa não pode estar acima da dignidade humana, ao respeito à cidadania. Mas pensar em regular a programação é censura. Que ninguém então se incomode quando homossexuais forem agredidos na rua e mendigos forem queimados sobre a defesa cínica de que se estava apenas brincando. Problema é de quem não achar graça, porque a des-graça e o Pânico estão na tv, na sala de aula, na sala de estar, na vida. A qualquer momento você pode se deparar de cara com Pan, mas não mais aquele que apenas nos causava susto, os de agora tentam, como a própria representação do demo (chifres e patas de bode) causar dor para ver se conseguem rir, praticar o mal para se tornarem mais felizes. Tudo isso sob o olhar temeroso e vacilante dos bons.

 

 


PÃNICO dos deuses a bestialidade televisiva: 1a parte

PÂNICO

A palavra tem origem grega e relaciona-se ao deus grego Pã de onde deriva a palavra pânico, o termo pânico, o programa pânico e as síndromes do pânico. Empregos do conceito, atualmente, muito em voga, o que acaba nos remetendo a um segundo significado do termo Pã, que se associa a tudo e a todos (panteísmo, pandemônio, pan-sexualismo, etc...) De todo modo, Pã era representado na mitologia com orelhas, chifres e pernas de bode. Dizem que era tão feio, que causava pavor e temor nos viajantes que atravessavam a floresta durante a noite. Fala-se outras tantas coisas dele, mas estas para mim são as importantes para refletir sobre um fenômeno contemporâneo, associado e atrelado a juventude: o escárnio como forma de humor.

I

Estes programas de “humor” começaram na minha adolescência. Eram programas de rádio, creio que da própria jovem Pan, que fizeram sucesso entre os meus contemporâneos por distratarem ao vivo e em rede nacional os seus ouvintes. Aquilo era um fenômeno diferente, já que, se poderia ler uma relação tácita de sadomasoquismo entre apresentadores e ouvintes. Naquela época era curioso os ouvintes ligarem para serem distratados, era um acontecimento muito diferente e muito fora do padrão do que fora o rádio até então. Anos depois apareceria a Tiazinha que praticava tortura em rede nacional e havia fila de espera e de fetiche para ser torturado pela moça de chicote, bota, roupa de couro preta grudado ao corpo. O que se iniciou como um programa de rádio se multiplicou e toda rádio que se preze, atualmente, parece ter um programa como esse: no qual o destrato ao outro é fonte de riso para quem apresenta, para quem escuta e para quem recebe.

 

II

O meu ponto de tensão é que há anos tenho observado e acompanhado uma forma muito diferente de fazer graça, de ser engraçado dentro das salas de aula. É uma forma que espezinha, humilha, achincalha. É um humor que desfaz e reduz o outro, inferioriza o outro. Em sala de aula os professores tem passado por isso. São expostos no youtube, nas redes sociais, assim como alunos espezinham os próprios colegas de uma forma tão deselegante, tão desrespeitosa, que fico me perguntando: éramos assim? E não éramos. Óbvio que o humor sempre riu do ridículo, do grotesco, mas de forma geral, eram os humoristas que se colocavam nessa condição de inferioridade. O riso era da plateia, do público e não do comediante. Este durante a cena não se dava bem, pelo contrário. Costinha (que nunca gostei) fazia troça da sua voz, da sua opção sexual. Não me recordo, talvez exceção ao Didi, de comediante que satirizava aqueles que lhe aplaudiam. Não havia esse tapa na boca de quem te beija, esse escarro na mão de quem lhe aplaude. Essa é uma forma de humor nova cuja uma vertente segue a Tv Pirata-Casseta e Planeta-CQC; e outra vertente dá em Pegadinha do Malandro, Pânico na Tv e outras atrocidades que ignoro, esqueço ou desconheço.

  


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

GRUPON

Eu gosto das dinâmicas de grupo, das dinâmicas energéticas. Gosto de perceber o fluxo dessa energia nas falas, nos posicionamentos, de como a mesma energia entra e sai naqueles participantes. Gosto dessa interação e quem me ensinou a observá-la foi uma entidade. Ela fechava meus olhos e me conduzia por esse emaranhado energético, mostrando os campos que eram formados, os bloqueios e os sugadouros individuais que produzíamos, as limpezas e os desbloqueios conseguidos, às vezes por uma palavra.

Eu estava diante de uma dinâmica energética muito inusitada, diferente, nova. Igual em muitas coisas, mas nova em outras tantas. Aquele era um encontro de lideranças. Lideranças que não pensavam, necessariamente, iguais. Uníamos e nos reuníamos em torno de uma força energética mais forte, mais planetária e mais cósmica. Eu tentei escrever sobre isso nos mais diversos enfoques, mas preferi o astrológico, tentando demarcar a passagem da era de peixes para a de aquário. Tentei situar essa dinâmica nesse nível de tensão entre o coletivo e o individual. A representação foi boa, mas agora era pode ser melhor elucidada, eu estava falando era do GRUPON.

Tal modalidade de compra sempre existiu, mas estava associado a conhecidos, a pessoas que mantinham um contato mínimo entre elas. E, embora, sempre tenha existido tal modalidade de compra, ela era reservada a algumas pessoas, do campo empresarial, que compravam juntas para baratear o preço. A extensão dessa mesma lógica para a população comum de forma geral é inusitado. Mas ela reflete muito uma dinâmica energética bem diferente, bem inabitual. A de que se muitos reunirem pode-se obter o resultado e a meta individual mais tranquilamente.

Não ha duvida de que podemos alcançar nossos sonhos ou realizar nossos desejos, sejam eles quais forem. Ir a Cancun, se hospedar em um hotel cinco estrelas, viajar de iate, participar de rodízio de sushi, comprar um Channel numero cinco, enfim.... Individualmente pode-se encontrar e realizar esses sonhos, todavia quando muitos se reúnem ele fica mais próximo.

Naquela nossa conversa, eu esclarecia para eles, que eu conseguiria realizar as mesmas coisas que faríamos em grupo: palestras, divulgação, exposição, mas seria em um tempo maior, provavelmente, muito maior. Tentava explicar que os interesses individuais, minhas metas individuais seriam alcançadas, assim como a de todos, mas que em grupo elas poderiam ser mais rápidas. Naquele momento era o máximo que eu poderia dizer e disse. Não sei até que ponto foi claro para os demais.

Nesse ínterim eu fiquei vislumbrando cada um dando vôos solos. Eram vôos solos alcançados mediante energia do grupo. É uma dinâmica energética de difícil captação e entendimento. Ninguém estava pegando nada de ninguém, nem dando algo ao outro, mas ao mesmo tempo estávamos.

Imaginem que os amigos reunidos encontrassem e formassem um circulo. Entre eles gravitava e circulava uma dinâmica energética, padrões eram acesos em um, padrões eram alterados em outro, tudo de forma silenciosa e energética. O que um tinha em excesso era trocado com o que o outro tinha em falta, criando um novo rearranjo em todos os presentes. De forma que a presença de cada um ativava chaves que eram pessoais, mas deixavam de ser. Eram pessoais porque saia de nós, deixava de ser, porque quando se juntava a dos outros era uma coisa que não era mais eu. E isso é observado quando olhamos para o centro do circulo e visualizamos um ponto fulcral no qual converge toda a energia do grupo.

Essa energia é cada um dos participantes e outros tantos. Ela é cada um de nós, mas não é ninguém. Esta energia não é pessoal. Ela é GRUPON, vou chamá-la assim. Mas se eu meto a mão diretamente nela, eu enfraqueço o grupo, a dinâmica do grupo. Ao mesmo tempo não há como não entender que cada um se fortaleceu e se fortalece individualmente permanecendo junto ao grupo. E esse fortalecimento se dá justamente porque ele faz parte do grupo e é o grupo. É uma interação dinâmica muito rápida, muito direta, com um fluxo de informação difícil de assimilar. E esta movimentação energética produz abertura de novos espaços e de novas possibilidades. Novos caminhos são construídos para que esse novo quantum de energia jorre, passe, siga o fluxo. E é da individualidade de cada um a forma com que se abrira o fluxo dessa energia, ou melhor, que dará vazão a esta energia.

Nós vivenciamos tudo isso. Em menos de dois meses as possibilidades individuais se multiplicaram e não tínhamos a percepção de que se multiplicava, obviamente, por méritos próprios, mas que sem duvida devido à dinâmica do GRUPON. Sem a mesma estes resultados só seriam colhidos anos, meses depois. No entanto, acredito que são poucos de nós (mundialmente) que sabem lidar com essa nova forma de energia. Embora ela seja nova, a nossa forma de trabalhá-la e utilizá-la são velhos. Mais precisamente, indefinida, talvez pelo momento de transição que ela anuncia e traz. Sendo mais claro:

Retomo a dinâmica das eras, transição de peixes para aquário. Em peixes a consciência grupal, coletiva pode ser simbolizada pela perda da individualidade. O grupo, as instituições, a família são maiores do que os indivíduos, em verdade, não existem os indivíduos e sim os grupos. É uma dinâmica gostosa para muitos, mas sufocante para uma parte da população. No compasso geral, ela acaba levando a criação de subgrupos dentro dos grupos a cada esboço de novas individualidades, elas simplesmente não conseguem co-habitar o mesmo espaço e o mesmo grupo. Fazia parte da dinâmica. Podemos pensar nas ramificações das igrejas e como que na década de 80 há um aumento das seitas. Podemos visualizar a mesma dinâmica no final do século XIX com o movimento psicanalítico e as suas correntes criadas a partir da individualidade de cada um deles.

Se por um lado na era de peixes o grupo é ou era maior do que os indivíduos, na era de aquário há um desfacelamento dos grupos. Ou melhor, os grupos devem se adaptar a individualidade de cada participante. Os sociólogos clássicos não vêem isso como grupos, eles tentam dar novas classificações, GRUPON parece ser uma boa ilustração. O ponto que quero chegar é que ainda não alcançamos o meio termo. Na percepção de como que o grupo é maior do que o individuo e de como os indivíduos, cada um deles é que formam o grupo, acarretando um COMPROMISSO e uma RESPONSABILIDADE que não era necessária na era de peixes, porque o grupo vivia sem o individuo, ele era apenas mais um nessa dinâmica. E na era de aquário a fluidez da individualidade inviabiliza um comprometimento com os grupos.

O meio termo é uma construção a ser realizada. E esta é uma dinâmica que o GRUPON parece indicar o caminho de sucesso para todos os envolvidos e participantes. Ou seja, quebra a lógica de que para alguém ganhar outro, ou outros tem que perder. Na dinâmica GRUPON todos ganham. É um novo formato energético.