segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Manifesto do Arco-Iris



Boa noite, vejam vocês que esse é um assunto complexo, importante. É um assunto que precisamos tocar, precisamos mexer, precisamos discutir, mas tendo como foco e entendimento não meramente a questão da homossexualidade, mas a questão da sexualidade e da manifestação amorosa.

Enquanto estivermos por aqui falando, nosso pano de fundo, nosso rasgar de véus é tocar a liberdade amorosa e a capacidade de amar. É disso que estaremos falando. É sobre isso que estaremos conversando. Como é que podemos enquanto sujeitos, enquanto grupos, aprofundarmos nossa capacidade amorosa, nossa demonstração de afeto, nossa sensibilidade.Vamos lá.

Os gays reencarnam com uma função de equilibrar uma balança energética que se encontrava completamente descompensada e desarranjada. Os gays reencarnam para auxiliar nesse processo de reequilíbrio planetário e isso não é uma tarefa fácil. De forma geral o planeta vivenciou duas polaridades a masculina e a feminina, o esquerdo e o direito, o certo e o errado, o branco e o preto, o feio e o bonito; duas polaridades que tem como meta o equilíbrio. Como se fosse dois pratos de uma balança. Acontece que de uns dois mil anos para cá foi havendo um desrespeito e uma anulação do feminino. O feminino estava prestes de ser extirpado do planeta. O feminino não tinha espaço nem entre as mulheres. Era uma energia que foi sendo deslocada, separada, apartada até quase chegar à extinção. Tudo o que se relacionava ao feminino não prestava, não era bom, não era útil, não era necessário. Os reflexos disso passam desde o êxodo rural- a terra não presta, bonita é a cidade- até o infanticídio de meninas na China e na Índia, ou as castrações do clitóris em tribos africanas.

Nesse momento, estamos pensando no final da década de 50, justamente quando o mundo discute quais rumos e caminhos vamos dar ao planeta. Logo após a explosão de duas bombas nucleares, símbolos fálicos da potencia do masculino, do poder de destruição e morte do feminino, fica claro e notório que é fundamental novos ajustes energéticos, novo equilíbrio dentro dessa dinâmica de polaridades e aí precisa-se de fazer uso de uma matriz energética, de pessoas equilibradas energeticamente que possam construir o neutro. Há o positivo, há o negativo e há a necessidade do neutro. Há o preto, há o branco e entre um e outro uma infinitude de matizes, de colorações. É dentro desse espectro, da necessidade de novas colorações, de novas representações que surge o manifesto do Arco-Iris. Um ícone belamente ilustrado e representado pela bandeira do movimento gay. De forma que o neutro possibilita uma nova equalização e harmonização energética. E é isto que os homossexuais tem feito e realizado junto ao planeta. Percebam vocês, que estamos falando de equalização energética, porque a física, de forma geral, a quantidade e a permanência de mulheres é maior do que a de homens. Mas, o ponto a ser frisado é a construção de uma interface energética.

E os homossexuais tem permitido a cada um dos habitantes do planeta reequilibrarem suas próprias dinâmicas energéticas, assim como as dinâmicas energéticas do próprio planeta. Em suma, concebemos isso como a retomada do feminino. Tanto no que tange as mulheres, quanto no que tange aos homens, nós estamos falando de um novo circuito energético em que essa busca por uma inteireza não se de exclusivamente fora, ela se realize dentro. Realize-se com cada um se percebendo inteiro e se compondo como ser inteiro. Nós voltaremos a falar disso, porque é fundamental para o entendimento da energia.

No entanto, antes de prosseguirmos como este tema, temos que colocar que o movimento gay tem uma relação histórica com o movimento pentecostal/carismatico. São movimentos da década de 60 que reinvindicam e que ancoram uma nova matriz energética, cada um segundo sua leitura. Mas ambos dizendo e inferindo que esse modelo de um Deus patriarcal, produziu e gerou um modelo de civilização muito belicosa, muito raivosa, muito irada. Tudo se dá e se resolve com a faca no dente. Aí esse povo começa a fala do retorno de Maria, que é a volta do feminino, que é o retorno do feminino sagrado e nas novenas, nos terços, nas missas isso vai sendo recuperado. As mulheres que não podiam ocupar o altar voltam a ter um papel importante enquanto missionárias, porque elas se abrem para a descida e a recepção do espírito santo. Simultaneamente, temos os gays saindo do armário, mas este sair do armário dialoga estreitamente com o significado do termo gay = alegre.

A missão e o compromisso planetário deles é o de devolver um modelo de sexualidade sem culpa. Uma sexualidade alegre. Uma sexualidade bonita. Uma sexualidade saudável. Uma sexualidade prazerosa. Os gays abrem no planeta para uma energia trancada, amordaçada, eles possibilitam novas formas de amor, novas formas de amar. Na manifestação de afeto e sexual deles, eles levam e carregam toda a pecha planetária, toda uma raiva e um desconforto planetário com a própria sexualidade. Quando vemos dois gays se relacionando dirigimos para eles toda uma carga de culpa, de vergonha. Como se disséssemos: “eu aqui fazendo sexo para reprodução e estes dois sentindo um prazer no ato sexual que nos é negado, que nos é proibido”. Mas a reflexão seguinte é mais ou menos assim: “ se eles podem, porque eu não?”

E nessa resposta abre-se os grilhões que prendem e soterram a humanidade, a sexualidade. Libera uma energia reprimida, retesada, que pode circular sem culpa, sem medo, sem castigo. Outras perguntas surgem: por que o sexo não pode ser alegre, sem culpa? Por que o sexo tem que trazer junto de si a força do pecado original? Os irmãos homossexuais auxiliam não apenas a neutralizar essa tendência demasiadamente masculina, ao ponto de mulheres ficarem anos sem usar saia, um vestido, se pintarem, sem olhar para lua. Há um sem numero de mulher que não menstruam, acham a menstruação o pior dos males, o pior dos mundos. Ficam sem andar num jardim, sem cultuar o verde. Deveríamos falar do movimento ecológico, mas fica para outra oportunidade.

O fato é que quando se pensa e se instrui o sexo como reprodução é porque estamos falando da força mais poderosa que se tem em níveis materiais, que é a força do sexo. Nada é similar a isso. Nada se compara em beleza a dois corpos, dois seres que se unindo são capazes de dar vida a um outro ser. Esta é uma marca do planeta terra, é uma dádiva divina dada ao planeta. É uma marca tão forte que produz e gera os karmas, as ligações e os grilhões que nos mantém acorrentados. No entanto, é preciso observar que outras culturas deram outras concepções ao sexo. Perceberam e entenderam o sexo não meramente como procriação, mas como mecanismo de prazer e de transcendência. Muitos povos, muitas culturas ensinavam a transcendência mediante o sexo. E sexo praticado com mais de duas pessoas, nas mais diversas posições. Tudo dependendo do que se gostaria de ser criado, de ser gerado. Esta forma de ver o sexo não lhe institui culpa, não lhe deu o peso de pecado, pelo contrário, lhe garantiu a visão de sagrado. Um sagrado que era observado na mulher, na companheira, no seu ventre, nos seus seios, nos seus quadris. Como extensão na própria terra, na colheita, na lua. E a relação com a reprodução era imanente, ao semear a terra, ela gera frutos, mais abundantes do que plantados inicialmente. Ao unir-se a mulher geramos frutos, seres, filhos, mais belos do que fomos. Quero registrar que ao rememorar isso não falo do matriarcado, mas de uma fase na qual homens e mulheres compreendiam a sua função e a sua integração para a harmonia do todo.

Tudo isso os levando a compreender que a energia sexual é uma energia sagrada. E é esta energia que os homossexuais a ancoram de novo. Eles, em sua grande maioria, vindo das altas esferas energéticas, abrem um potencial que esteve fechado por milênios, o do sexo como prazer, o do sexo como energia criativa. E mais importante do que isso, eles facultam a cada habitante do planeta a possibilidade de amar mais e de amar melhor. A possibilidade de expressarmos mais amor, de darmos mais amor.

Recordo, que eu nunca abracei meu pai. O contato físico que tive e tinha com meu pai era de lhe dar um beijo nas mãos em sinal de deferência e respeito. Estamos aí há pouco dias dessa data e hoje os pais podem abraçar seus filhos, beijar seus filhos e confundidos como um casal homossexual ser agredidos.

É isto que não podemos aceitar. A intransigência, a violência, a truculência às manifestações amorosas. Todo amor é isento de pecado. A frase é forte, mas vou repetir: todo amor é isento de pecado. As pessoas têm o direito de amarem e de expressarem esse amor a forma que melhor lhe aprouver. Isso tem de ser garantido. Não podemos discriminar pessoas por elas amarem pessoas do mesmo sexo, ou do sexo oposto. Isso é arbitrário, é escandaloso. As pessoas não deveriam ficar escandalizadas com formas diferentes de amar e sim com as forças seculares de ódio, de perseguição, de discriminação.

Já finalizo. Queria apenas dizer que o escândalo é esse. O pecado, a hamartia como denominavam os gregos é perdermos o foco do amor. E é enquanto amor que faço a reflexão final. O fato de o pai amar o filho, a filha não implica em ir para cama com eles. O fato dos amigos se amarem não implica em transar com eles. Vejam bem que até pode, não há nenhum impeditivo a não ser a consciência. Todavia, não é isso que ressaltamos. E longe de ver isso como libertinagem, o que percebemos é a dificuldade que temos de compreender o amor de estranhos como não sendo sexual. As pessoas querem fazer sexo com preto-velho. Elas não entendem que aquela candura, que aquela doçura pode ser sentida, experimentada, ela é erótica, mas ela não é sexual no sentido genital do termo. As pessoas são ainda muito genitais o que acaba fazendo com que o homem ao sentir essa amorosidade, sentir o seu feminino se revelando, ele acreditar que tenha que bater e matar um homossexual ou transar com outro homem. São possibilidades, são formas de manifestação, a última espúria que revela esse temor e uma vontade latente. Da mesma forma, quando essa energia de empoderamento feminino vai ganhando corpo, algumas mulheres acreditam que tem que sair na pancada com o namorado, o marido, ou entregar-se a outra mulher. E quero enfatizar que não necessariamente, nada obstrui o que dá ares de libertinagem, mas nada impossibilita o que assegura novas marcas de liberdade.

O ponto central é que a expansão da liberdade sexual representa e significa o empoderamento dos indivíduos. Os seres assumindo a responsabilidade pelo próprio prazer sem que este seja redistribuído pelo sistema construídos: família, Estado, Igrejas/Religiões. Os seres estão acessando seu prazer na fonte deles e esta fonte é amorosa, é prazerosa, é abundante e é infinita. É também inesgotável e aberta, sem cercas. Novas formas de captar e regular a energia sexual em si mesmo, possibilita novas formas e relações econômicas, de governo, sociais e familiares. O movimento dos quadris, o movimento dos ombros desestruturam velhos sistemas e antigos regimes. E os amigos homossexuais trazendo o neutro, garantindo formas de amar, asseguram a cada um novas possibilidades amorosas, tanto no que tange a genitalidade, quanto no que a transcende.

É isso, agradeço a paciência e a presença de todos. 
Luis Soares por Kélsen A. 

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Software livre: tecnologia espiritual



Software livre é o nome que se dá a um desenvolvimento tecnológico, informacional que se faz de forma aberta. Por aberto entenda-se que cada um pode quebrá-lo, utilizá-lo do seu jeito, melhorá-lo e liberar de novo para que ele seja novamente quebrado, re-utilizado, melhorado. Numa forma profícua e incessante.
Eu olho para a ideologia do software livre e me encanto, porque vejo nela os paradigmas de uma nova consciência, de uma nova forma de fazer e pensar o mundo, o conhecimento, a transmissão do mesmo. Mas, eu quero utilizar essa metáfora para pensar os sistemas e técnicas espirituais.
Décadas atrás em contato com Somater, um amigo sideral, eu falei para ele: “todo mundo ganha informação de ponta, tecnologia de ponta, você não me passa nada, não me dá uma informação de ponta que pode ser aplicada”. Aí ele me falou da ativação dos cristais, me falou da técnica de harmonização com rosas, mais recentemente me apontou à Magnificência Cristalina e me esclareceu que isso para eles é que era tecnologia. Tecnologia não era apenas ferramentas para alteração do mundo físico, pelo contrario, a tecnologia que mais necessitávamos era o que dizia respeito ao aprimoramento de energias internas. Ele me mostrou algumas cenas, pensei, calei, gostei.
Rememoro as técnicas passadas para pensar: quanto elas valem? Quanto se deve cobrar por ela para que outros tenham acesso? Devo patenteá-las? Posso e devo impedir que outros dêem novos usos e novas formas, inclusive melhores e mais refinadas as que eu intui? O meio termo é o melhor e este seria- a pessoa faz o curso, aprende a técnica, faz o uso que achar melhor e lhe convir. Aproveita a técnica inteira, ou apenas uma parte da mesma. Isso é livre, aberto, ou podemos restringir e nomear como ilícitas tais modalidades de pratica?
Creio que caminhamos e construímos uma nova forma de consciência. Dentro desse novo molde não podemos reputar como sendo errôneo, ou desonesto ganhar dinheiro com técnicas canalizadas sabe-se lá da onde. Todavia, dentro de um paradigma maior de ciência e de consciência não podemos limitar ou restringir as ações dos outros os condicionando a uma técnica. O software deve ser aberto, tem que ser livre. Pelo menos enquanto modelo de uma nova consciência.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Cartografia Energética.



Os hindus identificam 7 corpos. Sendo um físico e outros seis sutis. As terapêuticas energéticas do hipnotismo, passando pelo Reiki e chegando a Magnificência Cristalina incidem sobre um esses corpos, direta ou indiretamente.

Patrick Drout apresenta uma das melhores cartografia dos corpos sutis que conhecemos. Ao lado dela há de um sem número de sensitivos, paranormais que mapeiam os campos de energia das pessoas e fazem suas interpretações acertadas. Embora os sete corpos sejam uma quase unanimidade, os seus nomes e as suas localizações variam de vidente para vidente. Independente disso, cada um com seu método, cada um com sua forma de observar, tenta diminuir seus enganos e aumentar seus acertos. E para que isso se dê, a cartografia se faz importantíssima.
Afinal, o que é um problema físico e o que é uma percepção do campo emocional? Como distinguir um campo do outro? Há distinção? Sim! Porque uma manifestação no corpo emocional, a não ser que a pessoa for acometida de um sentimento intenso, implica em meses as vezes anos para que algo se manifeste no físico, e pode vir a não se manifestar. Assim, quando observamos uma ferida no campo emocional, podemos falar dos pulmões que ainda não tem nada fisicamente, podemos falar do coração que se mantém forte fisicamente, todavia a ferida esta lá. O sensitivo não errou ao diagnosticá-la, também não soube precisar em que campo ela se encontra. A cartografia avaliza a confiança. A percepção clara, avaliza a confiança, a precisão, a orientação.
Mas antes de tudo o foco do trabalho do sensitivo é que lhe possibilita compreender melhor esse mapeamento. Sabendo o sensitivo que o seu alcance é do corpo eterico e do corpo físico, ele diagnostica com mais precisão o que visualizou, afinal quase não há distinção entre um corpo e o outro. Por conseguinte, quando o sensitivo trata de feridas em corpos mais sutis e menos similares ao físico, o que nos resta é ignorar o físico, o que tende a ser um equivoco, ou aprofundar o olhar para os hormônios e os seus caminhos. Estes são os últimos vestígios, ou os primeiros, da relação entre o mais sutil e o mais fisiológico.
De todo modo conseguir falar das fissuras, rachaduras, sangramentos desses corpos, compreendendo como isso acarreta problemas vários no campo de percepção, nos órgãos e sistema fisiológico é uma arte maravilhosa, que seria mais suave se fosse trans, ou interdisciplinar.
Por isso insisto que o trabalho energético não pode ser encarado como alternativo e sim como complementar. Cada médico deveria encaminhar seus pacientes para um chek-up energético e cada sensitivo direcionar seus atendidos para um clinico. Nesse meio termo, uma terapia conjunta com a participação de um profissional da psicologia, me pareceria um processo real de cura.
“Ow Brow, acorda sangue-bão aqui é Capao Redondo não Pokemon”. Deixe-me sonhar, quem sabe uma hora não vira.
Bjs em todos.


quinta-feira, 7 de julho de 2011

OVELHA NEGRA



Toda família, sem exceção, tem a sua ovelha negra. Toda família tem o ser no qual são atribuídos e reputados, justa ou injustamente, tudo de ruim que acontece; mas para não endeusar ninguém, temos que dizer que eles também praticam e se fazem instrumentos de quase tudo de ruim. Ou seja, nessas relações não há inocentes ou culpados. Supomos que entendermos  um pouco dessa dinâmica pode de certa forma ampliar nosso grau de consciência acerca de como o aspecto detestável do outro dialoga com uma parte nossa/minha que ignoro e desconheço.
Um amigo espiritual, Luis Soares, associou a ovelha negra a Geni. “Joga pedra na Geni, Joga bosta na Geni, ela é boa de falar, ela é boa de cuspir, ela bate em qualquer, maldita Geni.” Na perspectiva dele, energeticamente, é igual. Tudo o que ocorre é a Geni. Todas as fatalidades, acidentes, incidentes, acontecimentos menos favoráveis ocorrido na estrutura do lar- a culpada é a Geni. No entanto, o interessante da imagem lançada por ele, é que em geral, Geni- é a ovelha negra- a ovelha desgarrada que retorna para casa nos braços do pastor. E dessa imagem desdobram-se, aos nossos olhos e entendimento, duas espécies de ovelhas negras:
Uma: as que são naturalmente transviadas, degeneradas, loucas, doidas, que buscam outros caminhos e outros rumos, deixam os familiares pirados, enlouquecidos. Elas parecem que têm a função de abrir novas paisagens e parâmetros para a humanidade. Duas: as que são espiritualmente equilibradas, permitam-me usar o termo, elevadas, mas que aceitam o papel e a função de auxiliar os demais membros da família a lidarem com aspectos não muito claros deles mesmos, levando-as a “criarem” (não creio na consciência dessa pratica) situações nas quais esses aspectos mais obscuros, menos cristalinos serão trabalhados coletivamente. Em ambos os casos, a função das Genis é o de causar um incomodo, um desconforto, um atrito suficiente para que os envolvidos saiam da inércia e se auto-conheçam um pouco mais.
Todavia, geralmente, a nossa escolha é culpabilizá-las por tudo o que acontece a nossa volta. E essa produção energética contribui, significativamente, para que a pessoa afunde, não tenha força de caminhar, não tenha condições de sair do lugar. É como se as energias enviadas pelos familiares fossem similares a uma ancora. Por mais que ela lute, tente mudar, ela afunda, ela afoga, ela se debate, se desespera, mas não sai do lugar. Pelo outro lado dessa dinâmica, não conseguimos perceber, que uma parcela muito grande dessa posição na qual as ovelhas se encontram, deve-se a energia que lançamos sobre elas.
E enquanto a pessoa se mantém ancorada, as dinâmicas familiares, grupais permanecem da mesma forma, do mesmo jeito, com o mesmo teor. Em suma, a ovelha negra/Geni proporciona a cada membro um confronto consigo mesmo, um voltar-se para si mesmo, de compreender em que e como contribui para que o outro permaneça afundado.
As ovelhas negras acabam sendo os receptores energéticos de todas as decepções, frustrações e especialmente, aspectos nossos que não queremos ver e muito menos resolver. Sendo que em 80% dos casos acusamos as ovelhas dos aspectos nossos que ignoramos em nós, mas que nos enfurece ao vermos-nos outros. O único lugar que a gente reconhece que algo nos chateia.

Bjs em todos.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Orgasmo


A idéia inicial desse texto era falar de sexo, sexualidade, magnetismo e espiritualidade. Fiquei duas semanas tentando, escrevi algumas coisas, mas agora, pai Jeremias pintou por aqui e disse: “fala do amor. Dá o titulo de orgasmo.” O amor é o elo entre sexo, sexualidade, magnetismo, espiritualidade e o orgasmo é onde desemboca o amor. O amor é facilmente confundido, afinal, poucos de nós estamos sem nenhuma barreira, obstáculos, amarras para que a energia amorosa seja recebida e transmitida por nós sem passar por influências. As influências e obstáculos são as nossas crenças, as nossas dores, nossos pensamentos, nossas emoções. De forma que amor/orgasmo são divididos aqui a titulo de organização.
Queremos falar do orgasmo, porque ele é um sentimento pleno de prazer, no qual o corpo se abre para dançar com o espírito. O orgasmo representa uma unidade entre corpo e alma, um trabalho conjunto e harmônico que resulta na satisfação de ambos. O orgasmo mostra que o corpo é importante, o corpo é necessário, não pode ser abandonado. No entanto, ele (orgasmo) salienta também que só o corpo não basta, porque “erótica é a alma.” E se a alma não estiver presente o orgasmo também não acontece. Perceba que queremos distinguir o gozo do orgasmo. O gozo é mecânico, é solitário. As mãos podem fazer com que o corpo ou a alma gozem. O orgasmo requer o outro. O outro é o parceiro (a) que te coloca em contato com o divino. O outro é aquele que mediante o atrito te auxilia na “renuncia”, no esquecimento de si mesmo. Alcança-se o orgasmo com a ajuda e a colaboração do outro. Sendo que o igualmente belo do orgasmo é que se chega a ele renunciando a si mesmo. E ao chegar ao estado orgástico sabe-se bem que aquele é um momento individual, mas ligado a tudo, integrado ao universo. Ao adentrar esse estado, as pessoas voltam revigoradas, voltam modificadas, voltam diferentes de como foram.
O sexo é assim uma ligação, uma chave com o divino. A busca pelo sexo é na sua essência a busca por um encontro com a divindade. Por mais egoísta que seja esta busca, o encontro com o orgasmo requer o reconhecimento do outro e aqui se desvela a face do amor. O amor tem muitas faces, muitas moradas e a maneira como cada um lida com o sexo, a forma com que cada um lida com a vida (sexualidade) dialoga como cada corpo sustenta o amor, como cada aparato cognitivo-afetivo registra o amor e comporta o amor. Não importa o que façamos, como façamos, no fundo sempre estamos expressando como amamos.
É difícil para algumas pessoas compreenderem que a energia que um preto-velho transmite, assim como outras entidades é amorosa, mas não é sexual, ou melhor, por mais que a energia seja orgástica, (pelo menos remete a um cheiro de divindade, de aconchego, de candura, repouso e doçura, que o ato sexual direciona no momento do orgasmo), isso não implica na mecânica do ato para se ter essa sensação. É igualmente difícil para lideres religiosos (padres, pastores, médiuns, gurus outros) compreenderem que no entorno deles há uma forte energia magnética, atrativa, o que não implica em transar com todos (as) paroquianas, fieis, assistência, chelas. Isso é muito sexual, mas não implica exclusivamente em sexo. Compreender e manifestar essa energia pelo prisma sexual é apenas uma das milhares de forma de manifestação e compreensão. Talvez, esta compreensão seja até a mais primária e elementar delas, o  que pode dificultar a absorção e a compreensão desse nível energético em um forma diferenciada.
O ponto é que a energia amorosa é uma energia sexual. Da mesma forma que essa mesma energia amorosa é orgástica. De forma geral, chegamos ao orgasmo mediante o sexo, daí a dificuldade de um sem número de pessoas acreditarem que a energia amorosa não implica exclusivamente em sexo/transa; que manifestações amorosas entre professores e alunos, padres e paroquianos, pastores e fies, médiuns e assistência, gurus e chelas não quer dizer que eles estejam transando, tendo um caso. Da mesma maneira, que os núcleos espirituais nos quais essa energia amorosa começa a gravitar, não implica em orgia, em suruba, na festa da uva. Tudo isso parece que a nossa primeira reação ao sentir, captar essa energia amorosa é entendê-la como sexual. Pode até ser, mas é similar a estar diante de uma grande obra e não sair do nível básico de leitura.  As faces do amor são muitas. E a nossa busca é por um fazer cada vez mais amoroso em todos os momentos da vida e não apenas no ato sexual. O encontro com o prazer, com o orgasmo é algo que não necessita ficar delimitado e restrito a atritagem do sexo. Pelo contrário, quando mais se aumenta a nossa sensação de beleza, de plenitude, mais orgásticos vamos ficando. Mais integrado vamos ficando. Menos maldosos acerca da sexualidade e das relações de carinho vamos sendo. Mais amorosos somos.
Bjs em todos.  

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sssssilêncio



Lipovtiski no seu livro “A era do vazio” nos diz que constituímos uma sociedade de surdos. Refere-se o autor a amplificação do som, seja em casa, nos bares, nos carros e acompanhado dele vem também os ruídos. Dentro dessa mesma ótica, a principio oposta, mas em sua essência correlata, utilizamos fones de ouvido, celulares, cada um como demonstração do individualismo da nossa sociedade. Demonstração de que o próximo a mim é alguém que ignoro, de que se vejo, pelo menos não escuto. Estamos cada vez mais ensimesmados. Mas a minha questão ao escrever tudo acima é me perguntar: alguém hoje sabe o que é silêncio? Acredito que muitos passam a vida inteira sem nunca terem feito silêncio.

Os meditadores têm uma máxima famosa: “antes de meditar o mundo era claro e eu escuro, depois que passei a meditar o mundo ficou escuro e eu claro.” Essa frase representa a situação de pavor que o silêncio provoca e produz. Os primeiros momentos de imersão no silêncio é similar a adentrar a escuridão. Fugimos tanto de nós, de um contato conosco mesmo, nos entorpecemos tanto com as vozes de fora, que nos ouvir é uma dor, um sofrimento, uma luta, uma batalha, um tormento. Mais do que provocar bem estar emocional, espiritual, o silêncio produz fobias, síndromes das mais variadas. Há pessoas que tendo escutado por uma única vez uma voz interna que irrompeu das suas profundezas não mais saiu de casa, nem de si mesmo, tentando impedir essa voz de voltar a falar.

Mas se falo do silêncio, preciso distingui-lo do silêncio da boca, do silêncio do corpo, até mesmo o dos pensamentos, eu quero focar é o silêncio da alma. É estranho chamar isso de silêncio, porque em verdade é a escuta de SI MESMO. Mas, para a gente se escutar, todos os canais a nossa volta precisam se silenciar. É como se fosse um comando no qual desativássemos nossos controles autômatos e abríssemos para um comando instintivo, natural, espontâneo. Igual quando se pisa no espinho e recolhe-se o pé e grita-se ai. Ações imediatas. O silêncio aproxima e conecta o pensar-falar-agir como uma única função, um único estado e não três distintos e antagônicos. Pensa-se uma coisa, fala-se outra coisa e age de uma forma que nem se pensou e nem se falou.

Diante de tudo isso, os amigos me passaram a orientação de me silenciar por um minuto antes de iniciar qualquer atividade. Ou seja, antes de iniciar qualquer ação, parar um minuto e fazer silêncio. Antes de dirigir: um minuto de silêncio. Antes de comer: um minuto de silêncio. Antes de iniciar as aulas: um minuto de silêncio. E como é difícil. Como que em trinta segundos temos a impressão de que seremos engolidos pelo mundo, de que tudo esta andando, correndo e você parado. De forma que essa prática eu não consegui levá-la adiante, não consegui incorporá-la a minha rotina e ao meu cotidiano. De todo modo ela me ajudou a refletir o quanto a nossa pressa, a nossa busca é sem sentido. Por isso ela é cada vez mais célere. Quanto menos sentido tem nossa vida, mais rápido precisamos ser. Porque se houver um minuto de intervalo, esse non sense se volta sobre nós na mesma velocidade que fugimos dele. É uma energia paradoxal, porque se corre dela para que ela não nos alcance, mas é justamente por correr que ela nos alcança. Se estivéssemos calmos, tranqüilos, na nossa, esse nada que funga nossos cangotes, passaria. Como estamos a mil por hora a gente o gera, o produz e conseqüentemente, somos engolidos por ele.

Que tal um dose de silencio, uma vez por dia?

Bjs em todos. Eu vou tentar voltar para a prática. 

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Engenharia Energética

Da série Engenharia Energética

Este post abre a série sobre Engenharia Energética. Mas afinal, o que é isso?

As engenharias são muitas. Recordo que em minha infância havia apenas a mecânica, a civil, a elétrica. Depois surgiu a aeronáutica, a naval, a mecatrônica e hoje temos de telecomunicações, de alimentos, de produção, de automação e outras tantas. Recebendo passe e conversando com as entidades que auxiliavam na emissão dos mesmos, percebi que o trabalho desenvolvido por eles é um misto da atividade dos engenheiros, com uma parte de medicina, adentrando o ramo da psicologia e se completando na atividade dos acumpunturistas. A soma dessas atividades proporciona uma forma bem diferenciada de observar os corpos biológicos, a isto denominei Engenharia Energética.

Ela já engatinha em nossa dimensão e diz respeito a profissionais que começam a perceber o corpo humano como uma aparelhagem bio-energética. Profissionais que olham para o nosso combinado de carbono e enxergam mais do que um corpo biológico, mais do que um corpo físico em seus desdobramentos mecânicos e funcionais. Profissionais que começam a perceber que por detrás dessa visão mecânica há um ordenamento sistêmico, de ampla regulagem energética, que dialoga de forma estreita com toda a fisiologia mecânica do corpo. Sendo que, aprender a observar essa nova mecânica, possibilita uma nova forma de se entender como o corpo humano e os aparelhos orgânicos situam-se dentro da diversidade do macrocosmo. De forma que acreditamos, que o estreitamento dessas relações, possibilitará em um futuro próximo a criação de um curso denominado Engenharia Energética. Um saber, provavelmente, de pós-graduação voltado aos profissionais das áreas médicas e da saúde que pretendem observar e compreender melhor o sistema humano e a sua circuitação energética. Um saber que teria como objetivo proporcionar aos profissionais encarnados visualizarem o corpo humano, de forma similar, a maneira que os engenheiros espaciais o visualizam e o concebem. A saber, eles visualizam o corpo humano, no que se refere ao seu aspecto externo, como um sistema eletromagnético, com ampla amplitude, dimensionando outros corpos além do físico. Já no que se refere à visão de nossos órgãos internos, eles percebem o corpo humano como uma hidrelétrica acesa em pleno funcionamento. Isto é, cada veia, artéria, vaso sangüíneo é uma corrente luminosa na qual eles conseguem de forma magistral acender, aumentar a voltagem, impedir blecautes, desviar excesso de correntes. Enfim, eles conseguem uma regulagem que garante condições de melhora do mecanicismo fisiológico do corpo humano.

Nesta série pretendemos falar um pouco dessas abordagens, dessas visões e concepções que tendem mais para a ficção cientifica do que para uma realidade imediata. Todavia, nos parece que falar disso, comentar sobre isso, auxilia na ancoragem e na materialização dessa concepção de forma mais rápida entre nós.

Bjs em todos.