quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O Haiti é aqui

Salve a todos,

Desde o terremoto tenho lido muita coisa na internet sobre o Haiti, umas coerentes, outras nem tanto, mas as que mais têm me dado náuseas são as religiosas. O Haiti entra na minha esfera mental quando, creio que em 1992, Caetano e Gil, cantam este hino denuncia.

http://www.youtube.com/watch?v=M2mqbCNAugk&feature=related

Eu vou pegar carona no hit para ficar pensando uma série de coisas, de questões que foram levantadas, que foram abafadas na grande mídia. Nesta se da destaque as atividades sociais, aos salvamentos, as doações e as ações humanitárias. Na mídia on line, informal, o destaque é um informe religioso. Tentaremos unificar esses dois discursos em uma análise FiHOLOSofica.

Os informes religiosos têm em comum transformar a Bíblia em arma e Deus em carrasco, vingador, sanguinário que não pode tolerar, em absoluto, nenhuma manifestação religiosa contrária a que se interpretou no seu livro sagrado judaico-cristão, mais cristão do que judaico, se bem que... Todavia, eu queria retomar e pensar o Haiti no seu passado, antes do acontecido, antes desse momento desolador e aterrorizador. E o fato é que o Haiti encontra-se na situação de caos desde... desde.... desde que resolveu dar seu grito de independência contra a colonização francesa. Foi o primeiro país independente das Américas, para tanto fizeram nada mais e nada menos do que vencer o exercito de Napoleão Bonaparte em 1803.

De forma que minha tentativa será engendrar uma visão mais complexa, que enfoque a perspectiva energética dos problemas sociais, políticos, religiosos suscitados. Infelizmente, o raciocínio mais próximo dos campos energéticos que possuímos é o religioso e foi a partir dos comentários religiosos, que começaram as minhas perturbações, provocações e outros. Assim, ficarei falando de política e dessa relação espúria com a religião. Enfim, o que se denomina desde sempre de Poder.

I


O interessante desta oratória religiosa é que ela nos remete para um antigo presidente haitiano, François Duvalier o famoso e famigerado Papa doc. Médico, homem bom, tido para os camponeses como (papai doutor). Cuidava dos pobres, dos camponeses com zelo e afinco. Não sei por quais tramites chega à presidência e aí, consegue se tornar o ditador mais temido do mundo.

Ele re-estabelece uma relação direta entre o poder político e o poder religioso, fazendo uso dos Tonton Macoutes (bichos papões). Tudo o que você conseguir pensar, supor, imaginar de tortura, de loucura, de abuso de poder, de desrespeito a vida humana, eles cometeram. E aqui se refunda a liberdade haitiana, que foi conseguida, inclusive com um pacto que os lideres fizeram com as entidades espirituais do país, quando da Independência em 1803.

E esta é uma relação pouco visível, comentada, dita, falada, publicada e por isso aterrorizadora, mas está em toda parte- magia e política.

Antes de qualquer coisa o poder político é mágico. A função que a pessoa exerce tende a ficar maior do que a pessoa. Os escribas quando fazendo uso da pena capturavam a palavra escrita, na visão da maioria dos povos apreendiam a essência das coisas. Isso era mágico. Isso aferia poder. Blavastsky revela em seus livros um poder oculto do mundo, formado por mestres, que inspiram os governantes para um bom caminho (nem sempre alcançado). O ápice dessa integração-poder invisível e poder material- se deu nas revoluções iluministas do século XVIII: Revolução Francesa, Independência Americana, Conjuração Mineira, Conjuração Baiana, Independência Haitiana e outras. O comum em todas elas é a presença da maçonaria, nos tempos em que a maçonaria tinha iniciados comprometidos com a Igualdade, a Fraternidade e a Liberdade e não com o poder pura e simplesmente.

Essas articulações sempre buscaram um norte mais humano para os seres, mas sempre tiveram forças que se alimentam da opressão, da desigualdade, do fratricídio, das torturas. Um ponto energético dessas forças localiza-se na região do Haiti. Nada tem haver com o vodu e tem também. Pensando energeticamente é um erro chamar ali de ponto, porque é um processo energético de todo planeta, de cada ser vivente, pensante deste lado ou do outro. Ali na região do Haiti essas energias mundiais se acumulam, se avolumam e teve o desfecho que vimos. Mas para percebermos isso sem cairmos em dimensões de culpa, castigo, temos que perceber um pouco do desenrolar dessa história na sua dimensão político-econômica e logo após retornamos a uma visão energética, que faz com que o Haiti seja aqui, seja em mim.

bjs em todos.

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