terça-feira, 26 de dezembro de 2023

2024: O EQUÍLIBRIO DINÂMICO

 

Gosto de dar nome para os anos e suas vibrações. Depois que os amigos me ajudaram a compreender 2024 acabei o denominando de EQUILÍBRIO DINÂMICO e neste post tentaremos mostrar o pq.

 

Como a maioria já sabe, 2024 é um ano 8. Número relacionado ao poder, a justiça, ao controle, a organização. Características que estarão no ar. Não obstante, o 8 de 2024 vem tanto da soma 2 + 2 + 4, quanto e especialmente e magicamente da soma 20 + 24 = 44/8.

O bonito desta somatória é tanto o espelhamento que adentramos a partir de dois mil e vinte 20 20, quanto desse espelhamento via número mestre 44. Entendam por espelhamento a ideia mesmo de um espelho na frente do outro e os desdobramentos mágicos, ilusórios, sobrepostos que essas imagens produzem.

É assim 2020 nos lança a um espelhamento que vai se desdobrando, mas que se mantem com outras variações. 2024 guarda, tacitamente, o espelhamento 44.

O espelhamento de 2020 acirra as dicotomias, as disputas, os contrastes tendo como mote enquadramentos, encaixotamentos em busca de certezas e estruturações (4). Há desejos de se compreender a base da realidade, mas quanto mais se busca essa fundamentação, mais espelhos, reflexos, ilusões são criadas e construídos.


 

Nesse ano universal 8 destaco a importância de compreender dois pontos opostos e complementares que acabam sendo respaldados e clarificados pelos trânsitos astrológicos e o orixá regente do ano.

A saber, em 2024 teremos a entrada permanente de Plutão em Aquário por 20 anos. Trânsito que esteve presente na humanidade nas revoluções francesa, americana, conjuração mineira e diversos outros processos de emancipação dos sujeitos a um grau e entendimento de liberdade, igualdade, fraternidade é direito universal e não privilégio de alguns. Esse trânsito dará o tom e reflete em muito o ponto de catalisação para entrada na era de Aquário. Os outros dois trânsitos são Júpiter em Touro e depois em Gêmeos e Júpiter em Peixes.

Elucidando um pouco mais:

A vibração 8 evoca controle, poder. Esse 8 de um lado vem desse 4 4 (espelhamento) nos trazendo em direção a base, a solidez, a estrutura, implicando em desejo de posse, manutenção, conservadorismo podendo chegar a reacionarismos. Estas características podem relacionar tanto a touro quanto com aspectos de Saturno.

No entanto, embora isso reflita características tácitas do 8, não podemos perder de vista a parte dinâmica, fluida, serpentina de se chegar e obter esse controle. Movimentos dinâmicos que relacionam com Plutão, Júpiter. Relaciona-se a capacidade de sacudir, expandir, retirar as pessoas, as coisas, as situações do repouso, da estagnação em certa medida até mesmo em acelerar, revolucionar a inércia. Em outros termos flertaremos entre aquilo que desejamos manter e as mudanças e transformações que realizaremos e/ou que serão realizadas a revelia da nossa vontade e querer.


Os trânsitos dialogam com a dinâmica de resistir e mudar, preservar x transformar, mas deixando claro e certo que Plutão em Aquário ira promover um novo entendimento e significado de coletivo, um novo entendimento de individuo e individualidade.

É na tensão indivíduo-coletivo e/ou coletivo x indivíduo que o entendimento via tradições primitivas pode auxiliar, demasiadamente. Nestas matrizes o indivíduo é a tribo, a aldeia. Os dois se misturam, se fundem, se com-fundem, se interrelacionam, mas são ao mesmo tempo 1 e todo(s). Esse entendimento para nós que nos valemos de uma estrutura mais cartesiana de eu/ego é muito difícil de compreender e dimensionar. Mas, todo o trânsito de Plutão em Aquário revela essa tentativa de transitarmos, de sairmos do eu e compreendermos o nós.

A entrada de Plutão em Aquário é um catalisador desse entendimento que temos sido preparados há milênios e a maioria de nós escolheu estar aqui nessa transição. Uma transição que acontecerá seja por via consciente, atenta, respeitosa, ou a despeito do nosso querer, da nossa vontade, dilacerando nosso pseudo controle e posses.

É nesse sentido que trazemos Obaluae e a dimensão espiritual desse entendimento.

Em parte, essa compreensão espiritual pode ser alcançada quando subimos algumas oitavas (2³), que acabam indicando a capacidade de acessarmos potenciais mais elevados e compreensões mais refinadas a partir do cotidiano mais ordinário.  

Obaluae como médico dos orixás, senhor da cura e das doenças simboliza essa vida-morte, essa doença-cura; esse imponderável diante do inusitado que quebra as tentativas de controle mediante o medo e a paralisia.

 

Finalizando, seja pelo viés numerológico, astrológico ou do candomblé há um EQUILIBRIO DINÂMICO que todos seremos convidados a exercer. O que me traz a imagem do aprender a andar de bicicleta. Nada dificulta mais o equilíbrio do que a imobilidade. Por mais insano que pareça, a melhor forma de se equilibrar é em movimento. E é esse o equilíbrio dinâmico. Nossos medos, nossas posses, nossos controles serão mexidos, aqueles que tentarem se agarrar a eles ficarão paralisados e consumidos. Nossa melhor alternativa é cada um ao seu ritmo, ao seu modo, no seu processo, pedalar.

Um Feliz 2024 a todos nós. 

Para consultas entre em contato:

e-mail: kelsenfilos@yahoo.com.br



quarta-feira, 31 de maio de 2023

COMO FICAR RICO OU MELHOR- QUAL É A SUA VIDA RICA?

 

  

O título não é bom. Na verdade, é bom para quem gosta dessa temática e aposta no non sense dessas práticas que são uma febre na internet. Numa busca rápida pela busca do trailer do documentário voltaram centenas de pessoas mostrando, ensinando, explicando como ficar ricas. 99,8% mostrando como ficar rico num entendimento precário, escasso, mesquinho, torpe, vil, isto é, reduzir a riqueza a ficar milionário.

A proposta do analista financeiro Ramit Sethi é diferente. Ele alarga o conceito de riqueza, ou melhor, ele ao singularizar o conceito de riqueza a expande, a universaliza, a amplia, a retira da miserabilidade com a qual ela é pensada, justamente, para concentrar renda, criando grupos seletos de colecionadores de dinheiro (Ferrez) e dos explorados.

Ramit nos ensina a valorizar nosso trabalho e a partir dele compreendermos a nossa saúde financeira. Na verdade, Ramit adentra um campo existencial, terapêutico que poucos se atrevem a olhar, a entrar, a debater seja como terapeuta, seja como partilhantes. Sem colocarmos atenção nesse campo nos permitirmos sermos movidos por instintos, desejos, que herdamos, recebemos, compramos, vivenciamos, mas que não nos são escolhas conscientes e atentas.

Quem está no consultório tem recebido cada vez mais pessoas com compulsão por compras. E quem lida nos atendimentos energéticos e espirituais sabe como as dívidas, a questão financeira, econômica é o motivo da busca de mais de 80% dos homens.

Muitas mulheres sentem a relação no emocional e muitos homens no financeiro. Uma das intercessões de mundo dos casais é o sexual. Enquanto muitas mulheres desenvolvem a compulsão por compras para saciar uma falta amorosa, um problema na relação, maioria dos homens desenvolvem a impotência quando o financeiro é afetado.

No sexual os casais encontram um termômetro, um parâmetro de avaliação de como as coisas estão entre ambos: quente, frio, próximo, distante? Íntimo?

Interliguei todos esses campos, porque ele é casa de Esú. Os Esus na Umbanda lidam, trabalham, movimentam, justamente esse tema do maldito, do tabu, do não observado, falado, comentado: sexo, dinheiro para ficar nos dois.

Os pastores evangélicos da antiga também adentravam essa temática, hj os pastores se voltam também, mas numa roupagem à teologia da prosperidade que é o anti-Jesus. De modo geral, poucos toca o tema, ninguém fala do assunto. Como transamos, o que fazemos, o que gostamos, essa casa do prazer é um segredo que muitas vezes fica restrito a própria intimidade ou a confissão. Fala-se disso a padres, a entidades, as vezes para alguns terapeutas. No mais reina o silêncio.

O documentário é muito ilustrativo. Quando consegui superar meus preconceitos e cliquei no vídeo, logo de cara aparecia um casal no qual o cara tinha deixado o emprego para ficar tomando conta das filhas. A mulher era a chefa da casa e controlava o dinheiro nos mesmos moldes dos chefões e o cara trazia nas suas falas as queixas que ouvimos nas mulheres: o não reconhecimento do trabalho doméstico, a dependência econômica, o sacrifício de ter aberto mão da carreira. 

A esposa que faz 4 dígitos por mês, trabalha fora enquanto o marido, engenheiro fica em casa cuidando das crianças e reclama da forma com que é tratado por ela. Aquilo subverte toda concepção tradicional elaborada. Estampa-se de forma clara e definitiva como o poder econômico oprime. Mas, não é essa análise que me interessa. O maravilhoso é ela dizer que mesmo ele sendo o pai de dois filhos dela, ela o amar, ela NÃO CONFIA NELE no quesito dinheiro.

 


Isso me fez ver a série e indicar para muitas partilhantes. Assista e vamos prosear em seguida. 

E ver as dinâmicas dos casais nesse enriquecimento é muito interessante. Observar a dinâmica com o dinheiro dos solteiros é sensacional. E o documentário nos proporciona uma visão clara, direta, intimista, subjetiva, de que não estamos falando só de dinheiro. Os gastos, as compras, a poupança, a forma de lidar com o dinheiro reflete mais do que aparece. 

Indo em direção ao outro casal, a esposa explana a mesma queixa, a mesma desconfiança, no caso de terem uma conta conjunta. 

A medida que o documentário vai desenvolvendo vamos vendo as feridas de cada um. Como que a forma com a qual fomos criados define a maneira com que vemos e lidamos com o dinheiro.

A moça que faz 4 dígitos e não confia no marido explica como é ser filha de mãe solteira, as exigências feitas por ela e a gravação implícita de que ela não pode CONFIAR nos homens. Essa gravação ecoa na relação dela. A autonomia financeira que ela desenvolve é ao mesmo tempo uma couraça, uma proteção para não depender de ninguém, de nenhum homem.  

O outro marido, cuja esposa descarta completamente a conta conjunta, explica que foi criado numa família pobre. Via os colegas tendo tênis, calças jeans e outros e ele não podia. Hoje, ele gasta todo o dinheiro com isso, jogos de videogame e outros produtos que ele compra sem saber o motivo.

O documentário é muito mais do que análise financeira. A análise financeira é uma porta de acesso a saúde econômica. Uma saúde que é vislumbrada a partir de duas perguntas lindas:  

primeira- qual é a sua vida rica? 

segunda- qual é a sua psicologia do dinheiro? 


A primeira quebra essa visão capenga, universal, grotesca de que e na qual ser rico é ter um milhão de dólares. Pode ser, mas há pessoas que tem dez milhões e são pobres, miseráveis.

Então, qual é o seu modelo de riqueza? Singularizar essa pergunta é o diferencial de Ramit que o torna um best-seller.

Enquanto casal, qual é o nosso modelo de riqueza? O que é ser rico para nós? Responder essa pergunta, dialogar com essas questões nos aproxima da nossa vida rica. Na verdade, nos aproxima daquilo que nos mobiliza a trabalhar. 

A segunda agudiza a primeira. E me levou a entrada muito profunda, que me trouxe a associação com Esú. Eles sempre nos falam, nos mostram, nos apontam essa dinâmica, mas perceber o quanto o dinheiro está incrustado e em diálogo com a nossa forma de ver o mundo, de pensar o mundo, em especial, com a nossa fragilidade tocou pontos mais fortes.

O documentário vale a pena ser visto.