segunda-feira, 23 de maio de 2011

Agradeça e Receba

Agradeça e Receba.




Da série- Aprendizado da semana.

Todos os dias, antes de iniciar os trabalhos aqui na Iluminar, eu faço algumas movimentações energéticas. Eu gosto, fico bem, mas a minha praia é outra. Numa dessas meditações, olhei a sala e eles me mostraram como ela é no espaço. Gosto de ver como as coisas são no outro plano e o que falta para materializarmos essas coisas no nosso plano físico. Eu vi que entre as muitas coisas, na sala ainda faltava um altar.

Era um altar diferente, porque as representações e menções as entidades se faziam de forma simbólica, tácita, indireta, com um viés mais energético do que religioso. Assim, não tinha aquela quantidade de imagens, que sempre me assustou na infância, quando adentrava algumas casas de benzedeiras e cartomantes. Aquele sincretismo maravilhoso, mas que aos olhos de uma criança, que via os dois planos dimensionais, soava estranho: Jesus de braços abertos ao lado de uma imagem de uma mulher vestida de saia vermelha, com seios a mostra e rosa entre os dentes. E outras imagens mais. De modo que, fisicamente, eles me mostraram representações mais sóbrias, excluindo, parcialmente, as imagens: uma vela de 7 dias, um incenso, um cachimbo, uma rosa e outras flores, cristais. Falta ainda uma figura geométrica. Enfim, era uma configuração simbólica, uma expressividade simbólica das energias que atuam no espaço em ressonância com o nosso trabalho aqui na matéria.

E foi num desses dias no qual preparava o altar, ia colocando item a item e gostando, imensamente, de realizar cada um deles, que Oran me disse: “agradeça e receba!” E eu fiquei.... Agradeça e receba o que? A tudo! Este era um exercício que eu deveria realizar por uma semana.

Fiquei uma semana agradecendo e recebendo. Xingamento também? Tudo!

Ao final de uma semana a energia mudou. Era outra. As coisas chegavam sem tanto impacto. As coisas voltavam de mim sem tanta carga. A energia ficou mais amena, menos espinhosa e pontiaguda. Foi uma pratica que incorporei ao meu dia-a-dia cujo efeito se faz mais premente agora, quase um mês e meio depois. Recuperei uma calma, uma aceitação, uma tranqüilidade que há muito tinha perdido ou deixado de lado.

Se possivel, agradeça e receba.

Bjs em todos.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Boa Vontade e Bom Coração


Da série Aprendizado da Semana.


Logo após alugar uma sala para meus atendimentos, a dificuldade foi encontrar um profissional que instalasse uma divisória. Primeiro veio um conhecido: viu, mediu, marcou e não mais voltou. Em seguida, veio um marceneiro, que alegou que o trabalho era de serralheiro. Por seguinte, veio um serralheiro que se prontificou de imediato em ver o que eu desejava, vendo, constatou não possuir o material para realizar o trabalho. Fiquei pensado, que coisa é essa divisória? Liguei para mais dois que nunca retornaram e tampouco apareceram. Achei um quinto que viu, mediu, avaliou, disse que ficaria pronto em poucas horas, mas cobrou 480 reais. Eu já tinha a porta e três divisórias.

Nesse vai e vem consegui conversar com um senhor que trabalhou com meu tio. Marcamos. Ele veio até aqui, mediu, viu, informou que faltaria ainda mais uma parte e alguns materiais, que assim que eu realizasse a compra do material entrasse em contato com ele. Compramos o material no dia seguinte e no outro subseqüente ele realizou a instalação em 30 minutos. Fiquei vendo aquele senhor de setenta e poucos anos trabalhando. Fiquei ouvindo a sua sabedoria (não dá idade), mas pela forma de levar a vida, de vivenciar o trabalho. Cobrou 80 reais. Ao paga-lo, antes de receber a nota ele disse: “Deus abençoe!” e a nota, acredite ou não, expandiu. Aquela energia expandiu, ficou maior. Foi a segunda lição que aprendi com ele e incorporei ao meu dia-dia. Não há nenhum pagamento no qual antes de receber eu não externe: “Deus abençoe.” E ele tem abençoado.

Mas a lição máxima que ele me legou foi uma frase que ele disse mais de três vezes e é o titulo dessa mensagem: “Bom coração e Boa vontade.” Quando eu lhe explicava a dificuldade que foi encontrar um profissional da área, de como eu cheguei a pensar que colocar divisória era coisa de outro mundo, ele sempre respondia: “precisa de bom coração e de boa vontade.” E de fato a gente não necessita de mais. Tendo essas duas coisas- boa vontade e bom coração- os problemas são vivenciados de forma diferente.

Estas foram às lições que aprendi mesmo antes de começar a trabalhar.

Bjs em todos.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Rezando por Bobby


"A história verdadeira de Mary Griffith, uma ativista de direitos homossexuais cujo filho cometeu suicídio por intolerância religiosa". Uma sinopse critica do filme pode ser encontrada aqui nesse link:

Rezando por Bobby é um belo filme, porque retrata uma história real e trágica. E eu não sei até que ponto podemos retirar o caráter de tragicidade da descoberta sexual de milhares de jovens, das mais variadas orientações sexuais. Estou falando de estupro, de pedofilia, de primeiras vezes ruins. Estou falando dos milhares de crimes cometidos contra os homossexuais. Estou falando de mulheres que nunca atingiram o orgasmo no ato sexual e nunca gozaram, nem se tocando, porque isso é encarado como pecado. Estou falando de como no ocidente sexo nunca esteve atrelado a amor. E nunca houve entre nós amor sem culpa e sexo sem culpados. Desculpem-me, mas nos casamentos de contos de fada, o príncipe não transa com a princesa. Nos contos de fada, novelas da Globo, filmes de Hollywood não há espaço para a vida de casado, para os conflitos das relações amorosas e de como eles ensejam e incutem na vida sexual. Assim, nessas retratações acredita-se que o amor sem o sexo resolve tudo. 

O filme me chama atenção também pela falta de espaço para eles serem escutados. E quando digo eles, quero estender também a todos os adolescentes, jovens, eles não são ouvidos. Essas angústias mais profundas acerca do amor não são ditas, faladas, debatidas. Porque o amor é uma angústia. A possibilidade de não ser correspondido em seu afeto é uma dor de morte, um impulso terrível que te compele em direção ao outro. E se este outro, simplesmente por capricho dos deuses, não for flechado pelo cupido, a dor dilacera. O poeta já dizia: “Esta vida é uma faca de dois gumes fatais: não amar é sofrer; amar é sofrer mais”. E se isso é doloroso, angustiante para amores permitidos, o que não se sofre quando o amor não é permitido? E quem permite o amor? A Igreja? O Supremo Tribunal Federal? Tem sentido isso? De modo que se é terrível a carga pesada, doentia, que se coloca sobre as questões sexuais em nossa sociedade. E se isso é naturalmente trágico para todas as orientações sexuais, entre os homossexuais, transexuais, creio que essa carga deva chegar às raias do suicídio como se deu com Bobby. 

E suicida-se devido a forte pressão e desamor das religiões que oferecem cura para os desejos. Enquanto a Igreja está apodrecida e abarrotada de padres homossexuais, alguns pedófilos, as igrejas protestantes cheias de pastores que amam suas fieis casadas, de líderes espiritistas e espiritualistas que fazem ares de bom moço, enquanto se envolvem em corrupção de menores e outros; a sana se faz em torno dos homossexuais. Com archotes e livros sagrados nas mãos sobem no púlpito para pregar o desamor em nome de Deus. E a minha pergunta é: o Deus de Deuteronômio serve a alguém, se não a um extremista radical? A visão atribuída a Kardec, do século XIX, acerca da homossexualidade serve a alguém se não aos mesmos inquisidores reencarnados? 

A sociedade civil, laica, o Estado Democrático de Direito brasileiro, aguarda e espera que o Supremo Tribunal Federal garanta o direito a cidadania aos seus filhos e irmãos. Que lhes sejam assegurados legalmente o direito inalienável de amarem, se unirem e manifestarem esse amor e suas atividades sexuais com quem desejar, simplesmente não cabe ao Estado regular sobre isso e é uma vergonha que o tenha. Que aqueles que querem impor seu ponto de vista religioso, preconceituoso sobre a sociedade, que percebam estarmos no século XXI, ou que mudem para o Paquistão, para o sul dos EUA, para o Afeganistão, os Talibãs, a Ku Klux Klan, e os xiitas sempre precisam de mais homens bombas, de mentes raivosas e odiosas contra todas as diferenças e diferentes. 

Bjs em todos