terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

O BALDE: UMA METÁFORA PARA NOSSOS DRAMAS E TRANSFORMAÇÕES.




Começo com o poema de Gilberto Gil, denominado Metáfora:

Uma lata existe para conter algo
Mas quando o poeta diz: lata
Pode estar querendo dizer o incontível

Uma meta existe para ser um alvo
Mas quando o poeta diz: meta
Pode estar querendo dizer o inatingível

Por isso, não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudo, nada cabe
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha a caber o incabível

Deixe a meta do poeta, não discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora

Uma lata existe para conter algo
Mas quando o poeta diz: lata
Pode estar querendo dizer o incontível

Uma meta existe para ser um alvo
Mas quando o poeta diz: meta
Pode estar querendo dizer o inatingível

Por isso, não se meta a exigir do poeta
Que determine o conteúdo em sua lata
Na lata do poeta tudo, nada cabe
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha a caber o incabível

Deixe a meta do poeta, não discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metáfora

 

A partir do poema fica mais tranquilo retornarmos os conteúdos do balde que cada um de nós colocamos.


O Balde é uma metáfora para muitas coisas. Serve de expressão a outras inúmeras: fulano chutou o balde! A vaca deu 20 litros de leite e um coice no balde. O balde por vezes dialoga com o saco cheio, algo que esgota a paciência e de repente transborda. 

Nós nos valemos de uma cena vivenciada por uma partilhante que num ritual de Consagração da Ayahuasca nos contava semanas depois, uma cena em que um cuidador passava para limpar o balde dela. Foi o suficiente para ela se agarrar ao balde e vivenciar uma situação altamente ilustrativa que nos serviu de mote para discutirmos algumas questões desse psíquico que transborda, que comunica. Nas reflexões que ela fazia, ela percebeu o se agarrar ao balde como sendo uma dificuldade de largar seus conteúdos, no caso, cuspe, vômitos.


Ela foi explorando como que precisamos de um balde para chamar de nosso e assim dramatizarmos, vitimizarmos, manipularmos,

chantagearmos os outros, a vida, a nós mesmos.

É nesse sentido que produzo o vídeo: qual é o seu drama? Qual é o seu balde?


No final, mas não por último deixo o link do vídeo para verem no canal do Youtube.