Gosto de dar nome para os anos e suas vibrações. Depois que os amigos me ajudaram a compreender 2024 acabei o denominando de EQUILÍBRIO DINÂMICO e neste post tentaremos mostrar o pq.
Como
a maioria já sabe, 2024 é um ano 8. Número relacionado ao poder, a justiça, ao
controle, a organização. Características que estarão no ar. Não obstante, o 8
de 2024 vem tanto da soma 2 + 2 + 4, quanto e especialmente e magicamente da
soma 20 + 24 = 44/8.
O bonito
desta somatória é tanto o espelhamento que adentramos a partir de dois mil e
vinte 20 20, quanto desse espelhamento via número mestre 44. Entendam por
espelhamento a ideia mesmo de um espelho na frente do outro e os desdobramentos
mágicos, ilusórios, sobrepostos que essas imagens produzem.
É assim
2020 nos lança a um espelhamento que vai se desdobrando, mas que se mantem com
outras variações. 2024 guarda, tacitamente, o espelhamento 44.
Nesse
ano universal 8 destaco a importância de compreender dois pontos opostos e
complementares que acabam sendo respaldados e clarificados pelos trânsitos
astrológicos e o orixá regente do ano.
A saber,
em 2024 teremos a entrada permanente de Plutão em Aquário por 20 anos. Trânsito
que esteve presente na humanidade nas revoluções francesa, americana,
conjuração mineira e diversos outros processos de emancipação dos sujeitos a um
grau e entendimento de liberdade, igualdade, fraternidade é direito universal e
não privilégio de alguns. Esse trânsito dará o tom e reflete em muito o ponto
de catalisação para entrada na era de Aquário. Os outros dois trânsitos são Júpiter
em Touro e depois em Gêmeos e Júpiter em Peixes.
Elucidando
um pouco mais:
A
vibração 8 evoca controle, poder. Esse 8 de um lado vem desse 4 4
(espelhamento) nos trazendo em direção a base, a solidez, a estrutura, implicando
em desejo de posse, manutenção, conservadorismo podendo chegar a reacionarismos.
Estas características podem relacionar tanto a touro quanto com aspectos de
Saturno.
No
entanto, embora isso reflita características tácitas do 8, não podemos perder de
vista a parte dinâmica, fluida, serpentina de se chegar e obter esse controle. Movimentos
dinâmicos que relacionam com Plutão, Júpiter. Relaciona-se a capacidade de sacudir,
expandir, retirar as pessoas, as coisas, as situações do repouso, da estagnação
em certa medida até mesmo em acelerar, revolucionar a inércia. Em outros termos
flertaremos entre aquilo que desejamos manter e as mudanças e transformações
que realizaremos e/ou que serão realizadas a revelia da nossa vontade e querer.
Os trânsitos dialogam com a dinâmica de resistir e mudar, preservar x transformar, mas deixando claro e certo que Plutão em Aquário ira promover um novo entendimento e significado de coletivo, um novo entendimento de individuo e individualidade.
É na
tensão indivíduo-coletivo e/ou coletivo x indivíduo que o entendimento via
tradições primitivas pode auxiliar, demasiadamente. Nestas matrizes o indivíduo
é a tribo, a aldeia. Os dois se misturam, se fundem, se com-fundem, se
interrelacionam, mas são ao mesmo tempo 1 e todo(s). Esse entendimento para nós
que nos valemos de uma estrutura mais cartesiana de eu/ego é muito difícil de
compreender e dimensionar. Mas, todo o trânsito de Plutão em Aquário revela
essa tentativa de transitarmos, de sairmos do eu e compreendermos o nós.
A
entrada de Plutão em Aquário é um catalisador desse entendimento que temos sido
preparados há milênios e a maioria de nós escolheu estar aqui nessa transição. Uma
transição que acontecerá seja por via consciente, atenta, respeitosa, ou a
despeito do nosso querer, da nossa vontade, dilacerando nosso pseudo controle e
posses.
É nesse
sentido que trazemos Obaluae e a dimensão espiritual desse entendimento.
Em
parte, essa compreensão espiritual pode ser alcançada quando subimos algumas
oitavas (2³), que acabam indicando a capacidade de acessarmos potenciais mais
elevados e compreensões mais refinadas a partir do cotidiano mais ordinário.
Obaluae
como médico dos orixás, senhor da cura e das doenças simboliza essa vida-morte,
essa doença-cura; esse imponderável diante do inusitado que quebra as
tentativas de controle mediante o medo e a paralisia.
Finalizando,
seja pelo viés numerológico, astrológico ou do candomblé há um EQUILIBRIO
DINÂMICO que todos seremos convidados a exercer. O que me traz a imagem do
aprender a andar de bicicleta. Nada dificulta mais o equilíbrio do que a imobilidade.
Por mais insano que pareça, a melhor forma de se equilibrar é em movimento. E é
esse o equilíbrio dinâmico. Nossos medos, nossas posses, nossos controles serão
mexidos, aqueles que tentarem se agarrar a eles ficarão paralisados e
consumidos. Nossa melhor alternativa é cada um ao seu ritmo, ao seu modo, no
seu processo, pedalar.