domingo, 27 de dezembro de 2020

SORTEIO PARA OS SEGUIDORES

 

Olá vocês.

O blog tem 12 seguidores. Alguns de vocês estão aqui há anos e tomara que estejam seguindo ainda, porque farei um sorteio de agradecimento a presença e a força de vocês.

 

Sortearei três prêmios para vocês:

PRIMEIRO: um livro- Caravana Cigana: a viagem de um povo.

SEGUNDO: uma Leitura Energética.

TERCEIRO: como eu posso te ajudar?

É uma pergunta aberta para quem desejar algum tipo de ajuda, de auxílio dentro das nossas possibilidades.

 

O sorteio é válido para os seguidores até o dia 27/12/2020 às 22:22.

 

Os três primeiros a comentarem entre os seguidores do blog escolhe o prêmio.

Bjs!

Ps: válida até 17 de janeiro de 2021

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

7º RELATO- ORAN

Aqui contamos o último relato das 24 horas. Mestre Oran nos brindou com sua presença. 

Os vídeos se encontram no final do texto. Ele foi dividido em duas partes. Vale a pena conferir. 

Oran é o nome que dou a entidade consciencial que acompanha e organiza todo meu desenvolvimento. Calmo, profundo, silencioso, Oran praticamente não fala, ele se comunica valendo-se de mudras e pensamentos. Na concepção dele, gastamos muita energia falando. É um dispêndio de energia imenso o falar. Oran estabelece a vida como um fluxo energético e nessa perspectiva ele postula absurda a forma como desperdiçamos energia: falando coisas absolutamente dispensáveis, alimentando-se de produtos que gastam mais tempo sendo eliminados do que processados. A energia para ele seria um alimento e segundo ele nos alimentaríamos nos envenenando com raiva, emoções e sentimentos negativos, filmes, vídeos, músicas altamente deletérias, enfim desperdiçamos prana. Devido a toda suavidade que esse ser tem e promove a nossa volta eu o denomino de a brisa do deserto.

 

Oran é o que denominamos mestre ascensos, seres que não mais precisam reencarnar, alguns até que nunca reencarnaram e esse é um dos pontos nos quais vamos falar nesse relato de hoje. Oran habita o não tempo, o não lugar. Oran é. E é difícil definir esse ser, explicar esse é.

 

Oran habita o alto de uma caverna na região do Himalaia. Sua gruta tem um tapete persa circular que praticamente toma todo o espaço. Invariavelmente, ele fica sentado no fundo da gruta, lateralmente a porta de abertura, com uma pequena tigela a sua frente, uma citara ao seu lado. Dali ele observa as muitas coisas ao mesmo tempo. Num sopro de ar, ele percorre os tempos, os espaços e aqui estamos falando de coisas surreais. Por exemplo o tempo para ele é agora, porém esse agora comporta o passado, o futuro, o que pode ser e o que poderia ter sido. Há uma simultaneidade nessas observações. O espaço não se desgruda muito do tempo, é um continuum, de forma que nosso universo mental, emocional, sexual é para ele espaço interno. Mundo interno que dialoga intrinsicamente com nossas escolhas, com as nossas tomadas de decisões, com os nossos tempos.

Na gruta de Oran tudo é! As tessituras do tapete persa são vivas e contam tudo o que fizemos, fazemos e faremos. As tessituras vão se alterando na medida em que conversamos, ou melhor, lá estamos. Oran não fala, apenas aponta para cenários no tapete e aquilo decalca, desloca alguma coisa em nós, que rapidamente compreendemos. Fecha uma Gestalt.

As 24 horas de Oran é assim um não tempo. Em qualquer lugar, em qualquer momento, ele está presente. Ele está presente no nosso tempo objetivo, em nosso tempo onírico, em nosso universo privado. Ele é a presença EU SOU. Mesmo quando não temos consciência, não colocamos atenção, ele está presente. Ele é a força que nos direciona, nos orienta, especialmente quando permitimos que ela esteja conosco e em nós. Nem sempre permitimos. Nem sempre deixamos que essa presença se manifeste em nossas vidas, faça o que ela tem que fazer por nós, conosco, pelos outros, para o mundo. Grande parte dos conflitos vivenciados é o receio em permitir a manifestação dessa presença em nossas vidas. Como suportar? Como lidar? Muitos de nós quando manifestamos esses atributos solares, cristicos fomos queimados, perseguidos, abandonados, ridicularizados, explorados. A manifestação da luz cegou os homens e crucificaram o justo. Com muitos de nós não foi diferente, seja sendo a luz que buscaram tampar, seja sendo aqueles que tampam, oprimem a luz por medo.

Outras vezes que fizemos uso dessas habilidades com intenções mais materialistas, nós exploramos, abandonamos, perseguimos. Essas habilidades de amor, pureza, sensitividade, mediunidade assustam seja pelo seu lado amoroso, seja pelo medo de prejudicarmos outras pessoas, perdermos o controle dessa força e ela servir de uso a escuridão. Diante do impasse somos devorados pela nossa própria fome e ignorância. Impedimos a aproximação mais luminosa dos nossos eu superior, dos nossos mestres ascensos. Oran é um dos muitos que lançam luz para trilharmos o caminho da consciência. Novamente, ele nos fala;

Eles são a representação do nosso EU SUPERIOR. Aquela parte que reúne, concentra, aglutina o melhor de nós, o melhor que fizemos em cada vida, o melhor que obtemos em cada existência, o sumo residual de cada experiência que tivemos independente do corpo, da forma, do estado, da localidade e da dimensionalidade. Esses seres então são estados destilados de luz, pureza, claridade, assertividade, disciplina, amorosidade. Eles são a luz refletida do Criador e o reflexo do Criador para nós. Eles são aqueles que em nenhum momento se deixaram, ou se iludiram com as teias de Maya. Sempre atentos, sempre despertos, sempre souberam que são luz, caminho e verdade. E isso é difícil de imaginar, de compreender. De modo geral, a gente acaba se iludindo quanto a quem somos e aceitar que há partes nossas que nunca se perderam, nunca se desviaram, nunca se iludiram é complicado. O mais fácil e acessível seria dizer que há nesses seres um padrão vibracional tão elevado, que nada, absolutamente nada que não seja a verdade é capaz de se aproximar e se reunir a eles.

 

Por isso que é injustificável falar destes seres e tantos outros, principalmente, na fase atual da Terra, sem mencionarmos a Convergência Harmônica de 1987.

Hoje é tranquilo falarmos de grades cristalinas, magnéticas, conscienciais, mas em 1987 não tínhamos nem internet, poucos falavam de fibras óticas, cabeamentos que simulam com bastante precisão as grades da Terra. Em 1987 havia o medo de uma guerra nuclear, uma destruição atômica pairava sobre todos e cada um dos filhos da Terra e de outras localidades tiveram ali um aporte de luz. Aporte de luz que poderia ter ocasionado curto-circuito no sistema, ou aberto para matizes, desenvolvimentos nunca antes vislumbrados. E, a força da abertura venceu. Oran prossegue:

 

Escolheram o horizonte luminoso e poucos anos depois a cortina de ferro cai, a abertura se dá e o desenvolvimento humano, consciencial vai ganhando uma força escalar sem precedente. Toda energia estagnada, ou colocada em conflito, em desgaste se faz potencial evolutivo. Cada um de vocês terráqueos, humanos se abriram para a chegada de seres como Oran e milhares de mestres ascensos. A distância infinita que impossibilitava a aproximação destes seres com os encarnados foi se diluindo até que pudemos chegar, nos aproximar, nos fazer visíveis, nos tornar potencializadores e catalizadores das tecnologias, dos conhecimentos que abrigamos em nós, portamos em nós e não nos era possível transmitir devido as toxinas plasmadas, emitidas, criadas por cada um de vocês. Foi na escolha pela luz que nós nos fizemos possível, viável. E, é nessa escolha diária, permanente, que vamos consolidando, estruturando a presença de muitos seres como nós, que não tinham as mínimas condições de viver na Terra fisicamente, que tem nascido, permanecido, ampliando e consolidando as conexões, as expansões, as sustentações e fortalecimentos das malhas cristalinas e conscienciais. De tal sorte que nos parece irreversível o caminho consolidado por cada um de vocês.

Em 1987 você tinha treze anos e em 1997 vinte e três anos. Em 2007 você contava com trinta e três anos e agora em 2017 realizara 43 anos e espero que isso fique claro para vocês o período de dez anos e não de sete.

1987 foi um ano (7) assinalando um período de transformação karmica, genética, coletiva, centrada na individualidade. Era uma convergência que chamava os seres para uma revolução interna e a partir disso explorar as transformações sociais, econômicas, políticas, conscienciais.

1997 foi um ano (8). Um período de empoderamento pessoal. O acumulo dos conhecimentos, das informações pediam agora uma realização, uma manifestação. Você conhece a Fraternal, funda o grupo Espiritualista Flor do Amanhecer,

Em 2007 estamos num ano (9). Um ano de avaliação, de reestruturação. Um ano de deixar para trás todas as ilusões, todas as inutilidades. Um momento de aceitar a realidade, de saber o que funciona, o que é verdadeiro e o que não é. Um ano para compreender o sentido do sacrifício, do amor, da renuncia.

Ano que está novamente na academia e afastado das questões espirituais. Está realizando uma aglutinação científica para que seja consolidada uma estrutura uníssona entre ciência, filosofia e arte- Teknhe. A espiritualidade é a resultante dessas forças e variantes. 

Agora em 2017 estamos em um ano (1). Ano de recomeço. Ano de lançar as novas sementes no solo. Ano de confiar que 1987 é ainda agora, que o tempo é. O ser é. Vocês olham tudo isso como sendo 40 anos, nós olhamos como sendo, AGORA. Cada um desses desdobramentos foi aberto em 1987 quando disseram sim à luz. Quando a aceitaram dentro de vocês e em vocês. Quando se predispuseram a trabalhar por ela e aceitá-la e agora precisamos e podemos falar de portais.

UM PORTAL não é um fenômeno astronômico, astrológico. Um portal não é apenas uma decisão e uma escolha do desejo. Um portal é a convergência harmônica de ciclos planetários com o despertar consciencial dos seres. Esses são os componentes, os fatores que possibilitam a abertura de portais. Um portal não é uma criação. Pelo menos não como os de 1987. Ele não é uma criação da vontade humana, longe disso, ele é um horizonte de possibilidade que se abre aos humanos e aos mais diversos seres da galáxia de se afinarem e se harmonizarem com os preceitos siderais emitidos a milhares de anos. Muitos de vocês escolheram estar encarnados, onde estão, para quando esse ciclo chegasse, o visse in loco, o sentisse em pele e osso. Vocês planejaram estar vivos, encarnados, do outro lado da malha para nos receber, nos ver e nos refletir simultaneamente. E, alguns de vocês diante disso temem, correm, pedem para não estar, desejam ir embora, porque esse contato, essa força vos apavora. Afinal, o que fazer com todo o seu potencial luminoso? Como colocar essa energia em desenvolvimento se até agora, nós fizemos uso da sombra e da escuridão? Como posso utilizar meu amor, meu conhecimento?

Esse é o desafio de vocês. Vocês não podem mais não ser luz. Não lhes é mais possível esconder-se debaixo da mesa. E, acostumados a lutarem, querem combater a própria luz de vocês. Vocês atualmente têm criado lutas, brigas contra a própria luz. É assim que vemos a depressão, a síndrome de pânico e tantas outras dores da alma. Uma luta entre o que não quer mudar, o que teme mudanças contra esse novo, essa abertura, esse desconhecido que se aproxima e somos nós. É importante ensinar as pessoas a não temerem elas mesmas. É importante ensinar as pessoas a compreenderem que da mesma forma que há nelas o que denominam eu superior, mestres ascensos. Há também forças recalcitrantes, resolutas, condensadas no mal, no poder, no domínio do outro, na exploração das coisas e dos seres. Essas condensações necessitam de muito amor, de muita aceitação para dissiparem.

Perceba-os como escuridão sombria, espessa, densa, profunda, congelante. Nesses estados noturnos toda presença, até mesmo a nossa sombra, ou figura mais luminosa causa medo, temor. E o temor, o medo nos conduz ao ataque. Por favor, não combatam essas forças escuras valendo-se dos mesmos expedientes. Não se combate à luz vendando os olhos, ficando-se irado de dor e sofrimento. Combatem-se as escuridões acendem luz. Um palito de fósforo, uma fogueira, uma luz e a escuridão simplesmente desaparece. A escuridão vos chama para o combate, para a briga e acabam alimentando essas forças. Quando combatem as drogas, os roubos, a prostituição, o tráfico, vocês estão ampliando cada um deles. O trabalho da escuridão é sempre o de gerar trevas, mas o trabalho da luz é sempre o de ampliar a consciência. E a consciência se expande, se aprimora, quando é libertada do medo, do receio. E, a forma de se perder o receio é deixar claro que quando se acende a luz interna, todo aquele espaço de solidão, de tristeza, de revolta, passa a ser espaço de aceitação, entendimento, aprimoramento. A luz não escraviza, não humilha, não tripudia; ama, serve, acolhe, expande. Luz é consciência. E é essa consciência que foi aberta em 1987. Lá fizeram e tornaram tudo isso possível, o Armagedon. O mundo que seria destruído por misseis, flagelos, fome, flagelações abriu-se para universos internos, portais internos nos quais essas disputas se fazem ainda hoje e agora. Cada qual está travando sua batalha sem dar aporte e acesso a nós, a parte ascencionadas de vocês, ou de dar acolhidas as partes sofridas, entristecidas, amarguradas também de vocês. No final que é o inicio e o durante é cada um de você que decide qual universo habita, que portal você abre. São vocês encarnados que decidem quais universos dimensionais vocês habitam e ajudam a co-construir. A somatória desses espaços, dessas reflexões, dessas ações materializa aspectos e tipos de vida a ser vivido por cada um de vocês enquanto família, grupo social, município, estado, país, continente, humanidade. É a consciência de cada um multiplicada por cada outro que gera o substrato do que denominam realidade. Acreditar na própria luz, ser a própria luz que se acredita é o caminho do despertar.

 

As minhas vinte e quatro horas não tem tempo, não tem lugar, não tem espaço, pelo menos não dentro da concepção desenhada por vocês. Todo o tempo é tomado pelo processo de desabrochar e florescer. Ocupo-me em auxiliar as pessoas serem aquelas que elas são. E isso se faz em todos os lugares, em todos os corpos, em todos os níveis, em todas as dimensões, em todos os tempos, em todas as horas. Penso e sinto de forma simultânea. Por isso falo pouco. O falar é um fazer, um manifestar, um ser. A voz é atributo sagrado, verbo que edifica toda criação. OM! Som originário e original que impulsiona o universo em direção ao seu reencontro, a sua origem. Parte para retornar. Parte-se sem ter saído. É complexo explicar que a semente já é árvore, já é fruto. Há uma continuidade tempo-espacial no ser. De onde estão ela é semente, que irá crescer, desenvolver até chegar a ser árvore. De onde sou, a semente já é fruto, isto é, milhares de outras sementes, porque o universo é abundância em movimento. Então dentro da perspectiva das 24 horas, eu não acordo, porque estou sempre desperto. Não acordo, porque não durmo, sendo assim, compreendo os nossos pontos cegos e posso caminhar pelos intervalos da consciência de muitos seres, os auxiliando a despertar.

Esse é o meu trabalho, a minha jornada e a de milhares de outros mestres ascensos, especialmente, no que se refere à instrução dos nossos chelas, das nossas partes, dos nossos eus que estão em processo de nos receber, nos ouvir, nos conectar para o desenvolvimento dos nossos trabalhos e atividades. Quanto mais conectados estiverem com o eu superior de vocês mais simples, diretos tendera a ser a existência de vocês. Faremos nosso trabalho e quando finalizar nos fundiremos como reflexo e espelho que somos do Criador.

Sendo assim, nós pedimos que às 24 horas de cada um de vocês seja um tempo de aprimoramento. Não um aprimoramento que se faça longe dos seus irmãos, como se fossem melhor que qualquer outro ser do universo, não se é. Todos somos frutos e filhos da centelha divina que alimenta e nos dá vida. A mesma essência que habita um verme, um vírus, uma bactéria, uma supernova, uma nebulosa, um planeta, um humano, um vegetal, um animal, um mineral, todos os reinos conhecidos e observados por vocês e desconhecidos e inobservados. Todos exalam o sopro do Criador e sendo assim guardam e merecem respeito. Que as 24 horas de vocês seja imbuída desse respeito por si mesmos, pelo outro, pela vida. Que sejam capazes de amar, de si amar e acolher em si mesmo toda sua ternura, delicadeza, força.

Que nas suas 24 horas tenham alguns minutos para nos contactar, nos perceber e sentir a nossa presença, fazendo-se um com ela.

Que Krishna vos proteja e vos ilumine!

EU SOU!

14/9/2017

 




domingo, 20 de dezembro de 2020

24 HORAS: 6º RELATO- PAI JEREMIAS

 

Salve nosso Senhor Jesus Cristo e a santíssima Virgem Maria. Deus seja convosco e em vossos lares e corações.

Quis nosso Senhor Jesus Cristo que eu viesse por parte de Pai Oxalá mandar uns recados aos irmãos de caminhada.

Andem na luz, pois ela não tem contramão.

Distribua o bem, porque ele é o eterno pão.

Viva com amor, eterna gratidão.

Jesus vos abençoe.

 

Pai Jeremias trabalha como preto-velho. Aparece-nos com um cachimbo de pau na boca, o cabelo grisalho em meio aos poucos fios pretos que restam, o olhar translucido de quem vai engolir o mundo pelos olhos. O coração sereno daquele que a todos amam e amparam. Vinte e quatro horas com Pai Jeremias é conversa de fôlego, de presença de disposição.

Responsável por ele mesmo auxilia a todos onde precisa de cuidados e orientação. O trabalho dele é um tanto diferente de todos os que lemos até agora. Ele está em vários lugares e ao mesmo tempo não está. Essa diferença eram mais sintomáticas há dez, treze anos atrás quando realizamos essas psicografias, hoje como podemos verificar muitas delas conseguem o mesmo nível de deslocamento tempo-espacial que nos serve de parâmetros para assinalarmos uma evolução consciencial deles e nossa. Hoje tentaremos atualizar o que são e como são 24 horas na vida de Pai Jeremias.

Pai Jeremias é uma entidade familiar. Até onde temos registro, ele trabalhou com minha avô, com minha mãe e acho que trabalhou também com meu bisavô. Ele acompanha o desenvolvimento da minha família, especialmente, por parte de mãe há no mínimo três gerações. E isso é bastante curioso, muito embora, eu não faça uso consciente dessas informações, desse histórico familiar que está de ‘posse’ dele. Entre aspas, porque o termo posse não se aplica as entidades que trabalham como preto-velhos, eles além da própria sabedoria não detém nada. Assim, o termo posse não diz respeito a eles. Eles são todo doação, entrega, partilha. Não tem a ver com renuncia, porque eles trabalham numa matriz oposta a do sofrimento, da expiação. A leveza deles pertence a um entendimento muito sábio e leve da vida de tal modo que a renuncia trás um peso, uma dor, que eles também não portam, nem carregam. Um ponto digno de nota é como que uma mesma entidade é entendida, recebida, vivida diferentemente por cada médium.

Minha vó tinha uma ligação mais umbilical com pai Jeremias. A ligação entre ambos era mais simbiótica, mais natural. Mina vó era e estava mais afeita as falas, costumes, trejeitos, daquela personagem/entidade. Ela o captava, o aprendia num grau mais primário de força, vitalidade, vibração, conhecimento. Por minha vó ele benzia, tirava mal olhado, cantava aquelas canções lindas e belas do cancioneiro popular. Canções que como mantras iam imantando e alterando a vibração dos lugares, das pessoas. Por intermédio da minha vó, ele conseguia ser um curador fazendo uso de raízes, ervas, mãos e tudo o que a gente compreende como sendo típico e afeito a um preto-velho.

Com minha mãe essa ligação se fazia pelo corpo emocional, via chacra cardíaco. Aquela força de terra que subia pela coluna vertebral, acendia todos os chacras, dava uma visceralidade gigantesca, minha mãe não tinha. Porém, eles acendiam uma doçura, uma compreensão do universo do outro que acalentava, curava, serenava. Pai Jeremias no trabalho com minha mãe era quase uma vó Conga e por vezes o é. É uma energia muito sutil, muito feminina, de muita doçura, leveza, AMOR. Com ela, ele não benze, não ativa muitas canções do cancioneiro, mas alcança um nível de cura profunda. Promove cura emocional de dores profundas.

Comigo pai Jeremias ativa o timo e o laríngeo. No timo a gente consegue buscar um equilíbrio entre a visceralidade da minha vó (incomparável) com a emotividade de minha mãe (inimitável). Para mim foi uma honra e um desafio trabalhar com ele, justamente pelo histórico. Não conseguiria por meu intermédio realizar metade das coisas que ambas realizaram nas poucas vezes que o manifestaram fisicamente. Ele me explicou que a gente ganharia em tempo de contato, em trabalho realizado e também no fato dele saber que cada um é um e esperava de mim a descoberta de como desenvolveríamos o nosso trabalho. E, de fato, quando abre a minha mediunidade, ele é a entidade que se faz responsável até o aparecimento de Oran (mentor espiritual). Mas, foi ele que durante muito tempo coordenou essa minha apreensão mediúnica. Pois bem, comigo pai Jeremias é um esclarecedor. Ele esclarece, lança luz as questões, situações, as desembaraçando com muito carinho, amor, porém sempre ressaltando o componente mental das nossas ações, dos nossos pensamentos, das nossas atitudes.

Assim, caracterizar o modo que cada entidade se faz diferente em contato conosco e com outras pessoas, nos leva a perceber aquilo que é nosso e aquilo que é dela. Nos mostra também o entendimento mais ou menos seguro de como o trabalho se desenvolve e se faz de forma diferente, mas igual. Realizadas essas pequenas digressões podemos voltar às 24 horas de Pai Jeremias.

Na maioria das vezes que vamos ao encontro ou somos levados ao encontro de pai Jeremias nós o encontramos em um regaço de campina muito verde, lembrando um campo, com uma casa ao fundo, na verdade, um casebre de palha e de pedra. Uma esteira, um fogão de lenha e uma cozinha bem rustica e rupestre. Legal perceber anos depois que isso é uma representação minha. Isso é mais a forma com a qual eu via e ‘construía’ o lugar, do que necessariamente onde ele fica mesmo. Quero dizer, que por exemplo, a minha mãe tivesse uma outra representação do lugar, e minha vó uma terceira. E isso é porque o lugar que um preto-velho ocupa é um espaço interno. Ele habita, ou ele adentra a nossa morada psíquica, emocional, mental, o que Alícia nos ensina a chamar de símbolos.

É nesse local que Pai Jeremias nos recepciona e nos cicerona quando o visitamos. Basicamente é esse o trabalho dele: a ele são enviados pessoas precisando de aconselhamento, esclarecimentos. Nós somos convidados a achar que na relação com o preto-velho tudo é um fora, um externo, mas no caso dos médiuns que trabalham com eles, acontece um trabalho intersubjetivo. O atendimento que ele faz com outros e para outros é na verdade para nós. Tem como entender? Mais na frente isso ficará mais claro, pelo menos esperamos.

Quando uma pessoa chega a Pai Jeremias, ele encontra-se sentado em um pequeno banco de madeira- toco. Ele coloca as pessoas sentadas ou deitadas na relva e lhes conta estórias, histórias. Para cada pergunta que lhe é feita, ele conta uma história da malha da própria pessoa, utilizando-se os recursos do astral superior de plasmar formas-pensamentos. As histórias são um misto de verdade interior dos seres e de modelos vivenciados por ele através da vida. O fato é que ninguém sai sem consolo e apaziguamento. Hoje observando esse modelo, eu diria que ele adentra nessa historicidade cósmica da pessoa e fala com essa pessoa diretamente. Porém nós vamos criar aqui uma singularidade. Vamos criar um acontecimento tempo-espacial no qual o que acontece no plano físico desdobra-se no mundo astral e vice-versa. Sendo assim, imagine que o médium do terreiro X recebeu uma pessoa para uma consulta com um preto-velho. No plano físico o preto-velho se manifesta por intermédio do médium e manda um recado, dá uma resposta. No plano astral, esse encontro entre médium-buscadora-entidade é um acontecimento que se processa dentro do campo mental do médium. Aquele aconselhamento era mais para o médium do que para a buscadora. Aquelas palavras, aqueles conselhos, aquele carinho, aquela resposta era a forma utilizada pelo preto-velho para resolver, auxiliar alguma demanda interna que o médium estava passando ou iria passar, sem que por muitas vezes, isso requeira materialidade.

Ou seja, aquilo que Júlio veio falando e que Alícia em certo sentido reforçou de que podemos viver diversa situações em uma vida, as temo vivenciando e muitas vezes isso não precisa ser físico. Algumas negociações kármicas que são realizadas são possíveis ser ‘roteirizadas’ e assimiladas sem que se faça material, física. No caso de nós médiuns isso se dá com maior frequência, sobretudo quando estamos atentos a ouvir o que se fala por nosso intermédio. Nossos aconselhamentos em última instância não são para o outro e sim para nós. Não no sentido de que tenhamos realizado as mesmas coisas, pelo contrário, no sentido de que aquela energia pode nos assegurar um aprendizado e uma oportunidade de crescimento que nos retira da dor, do sofrimento.

Sendo assim, as orientações mediúnicas que ele realiza se dão dessa forma e desse jeito. Na verdade, 99% de todos os que vão a casa no campo são médiuns necessitados de esclarecimentos e através das conversas com pai Jeremias são inseridos modelos de ação e conduta que mais tarde será utilizada pelos mentores espirituais. E por mediúnicas compreende-se a relação entre dois planos e não necessariamente apenas kardecistas, umbandistas. Ele entende como médium todos os seres e pessoas que em maior ou menor grau vislumbra o intercambio entre o visível e o invisível. 10% desses casos são relacionados ao que eu vou chamar de estudo de caso. Pessoas que tem casos simbólicos, icônicos que servirão de experiência para cada um de nós que lá vamos. Mas, de modo geral faz parte da atuação dos preto-velhos o tratamento psíquico dos seus médiuns, daqueles que cuidamos e a supervisão dos nossos cuidados. Um preto-velho é um terapeuta na melhor acepção do termo e do método. É difícil pensar um consultório que não prime pela companhia, a orientação e a supervisão desses amigos que conhecem a estrutura da alma, as dores da alma, as relações de complexidade da alma como poucos. Grandes estudiosos que foram de magia, por vezes manipuladores de ectoplasma de seres e pessoas, hoje eles tem o compromisso moral com o planeta de limparem o máximo possível os seres das vibrações mentais pesadas, tristes, sedutoras, manipulativas que eles ajudaram a instaurar em nossa psique. Diríamos que eles fazem uma ação reversa.  

As mudanças de sintonia mediúnica assim como o aumento de sua capacitação se fazem mediante a técnica salutar que em tudo lembra os divãs psicanalistas: a forma de se deitar, o recanto sossegado, a elaboração metódica. Se podemos definir um preto-velho os definiríamos como terapeutas/psicólogos, acariciadores da alma. São conhecedores profundos da psique humana, mais do que isso, conseguem sondar o intimo dos seres sem nos percebermos sondados, invadidos. Seres lindos com uma evolução refinadíssima, eles primam pelo respeito ao próximo e a humildade no serviço a Cristo. Por escolha deliberada que fizeram em ‘mudar’ de lado e virem para o lado do Cordeiro e não dos dragões. Nessa perspectiva, não há nenhum exagero em pontuar que os pretos-velhos são os que rivalizam com os magos negros. Muitos dos pretos-velhos foram seres que manipularam energia, pessoas, situações e em determinado momento fizeram a escolha de limpar essa energia, de não mais continuar com essas ações e atitudes. Fazem isso sem condenação, sem julgamento, amparando e aproximando a todos os que estão em dificuldade.

 Outro ponto salutar das 24 horas de Pai Jeremias na figura de preto-velho é o de que todo trabalho de desenvolvimento mediúnico inicia-se e desenvolve-se sob a tutela de um preto-velho. Numa ‘pajelança xamanica’ amorosa e revigorante. Ainda que inúmeros médiuns e dirigentes virem a cara para esses grandes conhecedores do espirito são eles que supervisionam o nosso aparato psíquico para que ele não dê pau, entre em curto circuito, ou surto. É de fundamental importância a todo cuidador a recepção do seu preto-velho. É por intermédio das orientações deles que encontramos apaziguamento, esclarecimento, florescimento interno para lidarmos com nossos trabalhos. Nesse período de depressão, estres, cansaço físico e mental os conselhos desses seres nos direcionam para o caminho da saúde interna.

 Enquanto estive lá, pai Jeremias atendeu de três a cinco irmãos que lidam nos trabalhos espirituais: um padre, um pastor, um médium de desobsessão, um casal. Os resultados práticos, cotidianos da conversa por ele desencadeados variam de grau para grau de evolução e de urgência. É como se ele colocasse conhecimentos específicos que seriam abertos em determinados momentos. Um programa de computador ou algo similar seria a ideia que apresento. Hoje em 2017 podemos dizer que seriam comandos apometricos, associados com PNL, algo que coachs tem utilizado em suas abordagens. No momento especifico, esse programa abre e a pessoa tem as condições de optar pela resolução do problema.

Observando dentro desse novo cenário de entendimento, diretamente, nenhum dos casos me dizem respeito, porem cada um deles se tivesse passado pelo meu consultório, por um atendimento, aconselhamento, diriam respeito a mim também, simbolicamente, indiretamente.

OS RELATOS:

O padre estava vivendo as dificuldades do celibato, espirito viciado nas experiências sexuais descontroladas, era assediado física e espiritualmente por imagens de mulheres e cenas de orgias do passado remoto. Fora auxiliado por pai Jeremias a enxergar o outro lado da busca sexual: o amor. Não sei se o padre resistiu ou resiste à tentação, todavia ficou claro que as lições foram de grande ajuda, pois os problemas de irritação e descontrole manifestado diminuíram e muito. Outro aspecto salutar é o entendimento de que o programa instalado por pai Jeremias desencadeia ações responsáveis e amorosas, longe da culpa e do julgamento. Ainda que o padre venha a cair na quebra do celibato, pai Jeremias deixa subtendido que ele haja por amor, faça sexo com amor e caso não venha a cair, que amplie sua capacidade amorosa valendo-se da conscientização dessa energia.

O pastor vivia um problema de ordem prática: enxergava e ouvia espíritos. Tendo sido esclarecido da normalidade desses fatos, dormiu melhor, voltou às lidas evangélicas e ficou menos irritadiço com as correntes religiosas diferentes da sua, que combatia com ira, num caso típico de projeção.  

O médium passou a ser assediado pelos assediadores dos outros. Recebeu esclarecimentos sobre o seu passado faltoso, não de forma direta, mas simbólica e passou a vigiar o seu interior e não apenas pregar e esclarecer o outro, mas primordialmente, a si próprio. Compreendeu que o processo de desobsessão que ele praticava, mais do que para os outros era para ele mesmo.

Nos três casos de conversa com pai Jeremias a tomada de consciência se faz gradual, mas constante. Despertam com um sentimento de paz interior, de que sonharam com uma fazenda, ou que estiveram em uma plantação e cultivaram a terra. Outros que sonhava com um homem mau, mas que enfim conseguiu ajuda-lo a se recuperar. É como ao acordar os símbolos dos sonhos passarem a ser percebido por nossas roupagens, nossos entendimentos, nosso grau de clareza. A gente só enxerga aquilo que conseguimos ver e interpretar. Ninguém vê antes do conceito, ou da incrustação do símbolo em si mesmo.

Cada uma dessas práticas realizadas por nossos amigos espirituais na figura de preto-velho tem como compromisso o resgate de conhecimentos perdidos e deixados para trás na Atlântida. Como vemos registrando muitos preto-velhos eram sacerdotes desses templos e depois ao se perderem passaram a realizar rituais de sangue, de sacrifícios humanos por estarem conectados a seres perversos, manipuladores. O trabalho dos preto-velhos, antigos sacerdotes atlantes é revigorar o surgimento desse conhecimento que alia amor-respeito-humildade; sabedoria-amor-poder; ciência-filosofia-religião; em uma unidade. Em um conhecimento de que tudo e todos são um. A integração de tudo no todo. Esse processo inicia-se com a perda do preconceito racial, social, econômico, cultural para o entendimento de que tudo e todos são um.

E, agora podemos então pontuar com mais clareza o que são as 24 horas de Pai Jeremias um preto-velho. Assim ele nos conta:

Minhas 24 horas se perdem, porque não temos mais esse modelo de tempo. O tempo nosso agora é coletivo e podemos caminhar e coabitar vários seres ao mesmo tempo, o que denominamos de família. Quando menciona o trabalho dedicado ao longo do tempo com seu bisavô, avó, mãe, você e seus filhos estamos falando de um trabalho ancestral de mudança de DNA numa perspectiva consciencial, simbólica. Enquanto nossos amigos-irmãos trabalham em naves com a mudança genética propriamente dita, nós outros utilizamos as mais diversas formas: preto-velhos na cultura de matriz africana, xamãs nas culturas de matriz indígenas, gurus nas de matriz asiáticas para irmos acompanhando e implementando mudanças simbólicas, conscienciais na estrutura psíquica de grupos terráqueos.

Todo nosso trabalho é o de acompanhar ciclicamente como estão sendo utilizados os mapeadores genéticos, conscienciais que estamos implementando para a ativação de uma cultura mais harmônica, menos bélica, mais fraterna, mais humilde. Se forem capaz então de ouvir a fala de uma criança, de um preto-velho, de um índio são capazes ou se aproximam da essência do evangelho, da essência dos semeadores da Vinha, que é o de conhecer as pessoas pela essência e não pela aparência, de valorizar o conteúdo e não a superficialidade. Essas são as pegadas dos ensinamentos espirituais em todo o orbe terrestre e vamos contatctando os seres até que eles possam compreender que podemos fazer uso das mais diversas formas, imagens, para que divulguemos e realizemos nosso trabalho de amor e esperança.

Nesses moldes minhas 24 horas se confundem e se interpenetram com esses tempos familiares, coletivos nos quais podemos ativar alguns padrões e retirar alguns comandos viciados e viciosos da psique de vocês. Cada vez mais o conceito de tempo vai se fazendo e adentrando no de espaço, causando uma integração consciencial que é a busca de todos os orbes, o nascimento de seres que consigam trazer no corpo físico suas lembranças astrais. Nosso trabalho de desenvolvimento junto às famílias, aos terreiros é sermos o aporte dessas energias, sermos a central de distribuição que mantem a memoria coletiva acessa, ativa, pronta para ser acionada quando necessário, por quem se fizer de direito. Todo o trabalho da tradição é esse, o ensinamento para que as pessoas consultem essa memória, ativem essa memoria, façam uso dessa memoria coletiva ampliando cada vez mais e auxiliando a dar suporte individual para que cada um a use com mais consciência, sabendo que é possível acessar essas informações, esse conhecimentos tanto individual, quanto familiar.

Sobre essa integração do tempo-espaço num processo de individuação, individualização, conexão, Oran irá falar melhor. Ele e Somater irão fazer o arremate dessa perspectiva, mas ressalto que trabalhar como preto-velho junto a você e a sua família é resgatar a memória lemuriana dos povos de cor preta. É ativar toda uma herança de conhecimentos siderais, de poderes extrassensoriais que assustaram os nativos dessa localidade e os viram como seres demoníacos, deuses, por não saberem como tinham a capacidade telepática, empática de se comunicarem com as folhas, as ervas, as plantas, os animais, os elementos e todo o sagrado, todo o natural. Cada incorporação é a ativação dessa e outras capacidades, é o empoderamento de um individuo e de todos os outros do nosso compromisso com o planeta, com o sistema, com o cosmos.

Não se pode perder isso de vista, que somos todos um. Que pertencemos a mesma raiz fundante das estrelas e que caminhamos para voltar para elas.

Que Oxalá vos proteja e vos guie.



8/9/2017

Como amor e luz

Kélsen A e Pai Jeremias. 22/05/03

 

sábado, 12 de dezembro de 2020

24 HORAS. 5o RELATO: Alícia

 

Alícia trabalha com padres, pastores, umbandistas, budistas, muçulmanos, ateus, pois há em comum em todos eles a mediunidade. Não no sentido de estarem abertos à comunicação com os espíritos, mas a de estarem abertos, esteticamente, a compreenderem o Belo como luz, amor, sabedoria, independente de quaisquer juízos valorativos que possamos estabelecer. Na Cidade de Cristal filósofos, cientistas são denominados artistas. Vivem juntos, pensam e sentem juntos. Trabalham juntos os conceitos estéticos-filosóficos-científicos. Demonstram que tudo é um, que todos os saberes estão inseridos na busca da compreensão da verdade. Vários seres se deslocam para lá para ‘ter’ aulas com esses amigos. Embora a maioria esqueça ao acordar, o fato é que estão tendo a sua mente-coração burilados por um esmeril de grande crédito e maestria. Nada passivo, pois todos são responsáveis pelo seu conhecimento.

(O vídeo com a leitura comentada encontra ao final do post). 

Esse trabalho de seleção dos cursos, muito similar a uma Universidade Sideral na qual se trocam experiências de vidas e de conhecimentos sobre modelos artísticos buscando sempre aquilo que brota do seu ser, de sua verdade interior. Essa é a obra de arte almejada e sonhada. Nessa seleção dos cursos a serem oferecidos, onde e para quem será oferecido se encontra o trabalho de Alícia que opera como uma reitora. Na verdade, preferimos chamá-las de Musas, mas a função é de reitoras. Um grupo de mulheres sensíveis e notáveis orientam, supervisionam, inter-relacionam espaços, estudos, alunos entre si para que produzam, resolvam, apresentem, seus trabalhos. São, invariavelmente equipes inter e transdisciplinares nas quais se busca resolver e equalizar processos de áreas dispares. Um problema matemático sendo pensado artisticamente. Uma questão artística sendo pensado fisicamente. Uma questão física sendo pensada corporalmente e assim sucessivamente até que todos tenham a possibilidade de aplicar fisicamente, existencialmente. 

Finalmente, na região da crosta. Alícia se apresenta como uma cigana de 14 anos. É dessa forma perispiritual que ela desenvolve a magia nossa de todos os dias. Ensinando de forma direta a mulheres e homens a magia da vida. A magia de enxergar a vida em todos os seus aspectos mais sublimes e desconcertantes. Ela ensina a magia da celebração da vida e do viver, do doar, do receber, do amor, do servir. Esse é o trabalho que mais desgasta, mas que ela tanto gosta, muito embora esteja trabalhando mais no plano etérico do que no material. No etérico ela dá cursos de magia, isto é, de capacidade de se realizar esteticamente, de materializar fisicamente os símbolos da alma, as forças e movimentos do espirito.

(Livro a venda. Entre em contato). 

Esse curso, esses moldes de estruturação no astral é mesmo uma forma cigana de enxergar a vida com amor, alegria, coragem para a solução das adversidades. Parte desses cursos serviu e suas realizações no plano astral serviram de inspiração para se pensar os trabalhos sobre o Feminino tão em voga em nossos dias. Porém não podemos pensar o feminino como sendo da mulher e o masculino dos homens. Feminino e masculino são polaridades que coexistem em todos os seres nas mais diversas proporções. É importante a capacitação de todos para o feminino. É o feminino o novo dial energético da Terra até que se acomode a integração, a harmonia dessas duas polaridades. Os trabalhos energéticos de cunho cigano, envolvendo as forças naturais, os elementos, eu gosto muito de realiza-los, porque recuperam a sensibilidade feminina, a religa a sua ancestralidade e de posse dessa força interna e da nova vibração externa, elas podem resignificar a história de seus pais, dos seus ancestrais, e principalmente, a própria história da linhagem que carregamos, tanto do agora em direção ao passado, quanto do agora em direção ao futuro.

 


 Júlio falou do trabalho de entidade cigana. Um trabalho de proteção, de cuidado, de negociação de karma, de possibilidades, de equilíbrio energético para estar em condições propicias de se receber o que se deseja e o que lhe é merecido. Basicamente, esse é o trabalho cigano, porém quando os ciganos não são um alter-ego da própria pessoa, abrimos para uma inovação de realizarmos um duplo, triplo, trabalho de remissão e resgate karmico. Abrimos para a possibilidade de trabalharmos incorporada com um antigo desafeto para juntas resgatarmos um padrão de amor, amizade, cumplicidade que nos unia e nos fortalecia e que por motivos de ciúmes, de inveja, de disputa e rivalidade perdemos. Perdemos e nos faz falta, perdemos e debilita nossa alma, porque podemos ser mais plenas, harmônicas se encaixarmos isso dentro de nós. Ela tinha uma caminhada no mundo católico, com realizações de pregações, mas, sobretudo de cura pela graça do Espirito Santo. A sua aproximação desperta a possibilidade do espirito santo ser desvelado, se mostrar, ter nome, cara, estamos falando do kardecismo e das amigas espirituais que a ajudam no processo de cura desde o nascimento. Cura emocional, cura de feridas da alma. Curas que precisam realizar um com o outro e um no outro para recuperarem a integridade que se deram e compartilharam.

Eu sou a responsável pela abertura de uma nova trilha de vivência e experiência para ela. Responsável por apresentar e não por vocês terem escolhido. Mas, naquele momento era uma chave de abertura para novos horizontes para vocês dois. Uma vida na qual o sentido estaria mais perto. Não apostávamos que o grude entre vocês seria tão forte. Acreditávamos que realizado o encontro, encontrado a harmonia que um proporcionava ao outro seguiriam os seus próprios caminhos, ela o mundo da canção nova, você o mundo da bola. Porém havia outras conjecturas no céu. E dezenas de possibilidades na Terra, os caminhos anteriormente traçados antes do nascimento começavam a ser reformulados em vida. Seres como vocês e tantos outros começavam a ter as condições de mudarem o próprio destino, a própria sorte. Aqueles caminhos certeiros e unívocos que eram tracejados nas estrelas e formatados no suor da vida, lá nos idos de 1974/5 começavam a ganhar mais horizontes nos idos dos anos de 1992/3. E essas aberturas, essas conjecturas se fizeram exponenciais. Aquilo que era um caminho, desdobrava-se em dois, que se desdobrava em 4, que passava a ser 16, que se multiplicava por 16 até que o infinito se faz material e tangível. As vidas formam se tornando uma nova fronteira para a manifestação palpável do invisível. Vocês na força de dois, na coletividade de outros, co-criaram e construíram futuros possíveis e improváveis para vocês. Estávamos diante de uma nova história e uma nova forma de vivê-la, uma tendência que igualmente foi se alastrando entre os seres, entre os indivíduos e de repente estávamos na Terra com um processo de aceleração na qual um individuo poderia viver três, quatro vidas em apenas uma. Isso era impensável antes do século XX e inviável antes da Convergência Harmônica de 1987.

Alguns seres que estavam alinhados consciencialmente a esse movimento, que nasceram para auxiliar numa transição da Terra, receberam esse potencial, herdaram esse potencial e o que fizeram em menos de dez anos, praticamente em cinco foi ampliar a rede de possibilidades de vocês para horizontes não sonhados e nem projetados anteriormente. Você que seria um jogador de futebol profissional foi levado para os campos do saber, da sabedoria onde professava e resgatava uma consciência filosófica esquecida, abandonada. Então não se surpreenda por não estar na cátedra acadêmica, o trabalho é outro, é o de conscientização, sensibilidade consciencial como chamamos. 

Nesses portais criados, realizados, vocês abriram para a chegada de dois seres que simbolizam uma nova Terra (Victhor) e a nova Terra da Terra (Yasmin). Por vezes o ser encarnado não compreende o que isso implica. Muitos de vocês que tiveram o curso da vida alterado, mudado, não conseguem visualizar o impacto que é de uma criança índigo, de uma criança cristal, de um ser hibrido no meio de vocês fisicamente, mas isso é revolucionário. Encarnados, vocês não conseguem ver que habitam uma nova Terra, um novo lugar e isso só é possível primeiro porque vocês catalisaram um processo de transformação de mil anos em dez e depois germinaram as sementes para que essa energia fosse ancorada. Cada um de vocês que trouxe um novo ser, um destes seres para a seara da Terra fez uma aposta no futuro. Fez uma aposta na vida, no amor, na esperança. E, você sabe o que isso representa e simboliza para você. Você sabe que o seu niilismo é então vazio, porque você apostou no amor, no educar. Você como milhares de outros, frente à oportunidade infinita de brilhar sozinho, ter um gozo de alma pleno e individual, chamou e abriu as portas para um gozo coletivo.

 

E é desse gozo que faço parte. É nesse gozo que mais uma vez nos unimos e nos fortalecemos, nos aproximamos. O século XIX e XX não foi fácil para ninguém. A arrogância tinha alcançado um nível de materialismo nunca observado. Esse peso esteve nas relações e a nossa, por mais amorosa que tenha sido, carregou o ressentimento da solidão, da individualidade. Tivemos que caminhar sozinhos, com outros parceiros, para podermos chegar a um mesmo lugar e darmos um novo impulso.

Mais do que um trabalho espiritual foi um trabalho psíquico no qual os símbolos, os desejos, o amor foram se mostrando cada vez mais ricos, propícios a partilhas cada vez mais salutares. Esse universo simbólico abriu as portas para o meu trabalho no campo da psicanálise e das artes. Um trabalho que tenta ver o artista no seu dito e no seu não dito. Um trabalho que busca recuperar os aspectos mágicos, singulares, simbólico, dos artistas, dos seres, nos seus mais diversos afazeres. Um trabalho sensível que auxilia a cada um entrar no seu campo psíquico, na sua esfera mental (simbólica) e esse campo acaba por desvelar a dimensão coletiva dessa criação. Que os pensamentos, os sentimentos, que acreditávamos ser criação individual, aspecto autoral eram na verdade um sentimento, um pensamento que pertencia uma vasta vizinhança de seres, pessoas. Nesse novo formato de arte, nossas simpatias, antipatias, empatias foram ficando mais visíveis. Nossas construções antes compreendidas como individuais ganharam uma composição coletiva, e tudo isso é muito cigano.

Nosso povo, nossa cultura sempre pensou os elementos culturais como sendo coletivos. A ideia de autoria é estranha ao nosso povo, já que a música surge e nasce da inter-relação com a fogueira, as chispas, as labaredas, as lembranças imemoriais, o rodopio das saias, o vento das arvores. Nessa combinação a música é de quem? De quem dança? De quem canta? De quem conta a história em torno da fogueira? De quem toca? De quem é a autoria? Do vento que assobia? Do lobo que uiva? Do cachorro que late? De quem é a música se toda essa sonoridade é coletiva. Se toda essa sonoridade marca o compasso de cada mente e coração. Para nós isso nunca teve sentido, por isso compomos uma tradição folclórica que enriqueceu toda Europa nos seus aspectos estéticos e econômicos. O trabalho de muitos artistas como ciganos proporcionou esse entendimento muito claro de que estávamos diante de uma energia muito livre, solta, libertária, incontrolável, por isso cigana. E foi na abertura dessas possibilidades, vendo recursos infindáveis sendo gerada a partir da vida de cada um, de cada dois, de cada família, de cada coletivo que descortinamos também essa mesma abertura para as searas espirituais, compreendido agora como psíquico, como simbólico. 

A ADAGA FLAMEJANTE.

Assim recuperávamos símbolos que estão desde a mais longínqua estória de nosso povo, de nossa origem. Um conceito que percebe e compreende a vida como sendo arte e o da Arte como Magia. Arte como sinônimo direto de espiritualidade. Arte como passaporte para o intimo e o universo. Arte como expressão singular-coletiva do simbólico, isto é, o mundo psíquico que habitamos. Para tanto fizemos uma releitura das nossas construções, das nossas criações, dos nossos empreendimentos existenciais. E em cada uma delas fica notório a força e a presença da magia, do invisível desvelado em mil faces, milhares de pedaços. Em cada obra de arte há uma senha para à espiritualidade. Há muito mais nelas que estamos e a maioria das pessoas conseguem ver, sentir e perceber. Somente com os olhos amplificados por outra voltagem percebemos o universo que eles retratam a nossa volta. A força coletiva que ela aponta.

 

Quando da primeira psicografia dessas informações, as minhas 24 horas eram inicialmente, realizar o trabalho de atração dos espectros de possibilidade. Possibilidades que eram bem únicas, quando muito, duais. A partir de mudanças conscienciais começamos a monitorar como alguns seres em relação um com outro produziam e criavam padrões que desafiavam as expectativas e especulações, e prognósticos que tínhamos até então. Isso nos provocou uma nova forma de observação e vigilância na qual nosso trabalho passou a ser estritamente vibracional. Alterar a vibração dos seres repercutia significativamente nas mudanças materiais a ocorrerem. Isso acarreta uma nova dimensão das informações disponibilizadas, das psicografias realizadas, das canalizações proferidas, em comum, todas elas falam do imponderável, de uma nova ordem. No geral, elas marcam a aproximação de mentores e guias espirituais que não mais ditam caminhos e sim honram ainda mais o caminhar de cada irmão. 

Nessa abordagem desenvolvemos uma forma de trabalhar, pensar e conceber a mediunidade não mais como um fator moral, mental e sim numa abordagem estética e científica. Ou seja, pensar e auxiliar o médium em seu desenvolvimento nos valendo mais da Arte e da Ciência do que dos discursos morais. Tratar a mediunidade como uma habilidade técnica na qual o médium deve se responsabilizar não por temor a Deus, ou medo do inferno, ou culpa; mas por orientação clara de embelezamento existencial tanto de si mesmo, quanto de todos os que estão a sua volta. Essa unificação entre arte-ciência-filosofia é o conceito de religare, de nova voltagem; para que não caiamos nos tropeços religiosos de sempre. É uma fuga dos proselitismos seja ele católico, protestante, espirita ou outros e uma maneira de engajar todos os seres que despertaram no afazer consciencial, da sensibilidade por um mundo melhor independente de sexo, religião, nacionalidade, orientação sexual. Está sensibilizado, faça o trabalho de despertar-despertando-si. 

Essa busca pela unificação é também parte cara do meu trabalho, pois é junto a ele que se desdobra o Simbólico. É no viés do simbólico, na compreensão profunda do símbolo que se recupera toda sacralidade, toda espiritualidade, até mesmo no que quer se convencionar chamar de profano.

Não deu para ser cronológico como os dos amigos que fizeram antes, porque cada vez mais o tempo subjetivo no qual habito se perde e se desfaz no tinir das horas. O tempo, como irão vendo de agora em diante é uma grandeza relativa, consciencial. No primeiro momento da psicografia, anos atrás, minhas 24 horas eram equivalente, proporcionalmente a uma semana de vocês. Hoje, não saberia lhe dizer o que me representa 24 horas, talvez um ou dois meses de vocês. Nesse espaço cochilo por 15 minutos, o que daria uma equivalência de 8 horas de sono.

Basicamente é isso. Um forte abraço em vocês e que a força da natureza, símbolo puro do amor de Deus esteja em vossos corações.

31/8/2017

 É isso! Essas são as 24 horas de Alícia.

14/05/2003