segunda-feira, 30 de setembro de 2019

SISTEMA NERVOSO: onde fica a mente?




Onde fica a mente?



Onde mora o sistema nervoso?



 Oficialmente, não temos dúvida em responder que no cérebro. Afinal, onde mais?



Embora tenhamos vários fenômenos que coloquem em xeque essa abordagem, há uma tendência descomunal em resistirmos a eles. Mesmo porque para quebra-los seria importante nos abrirmos para um paradigma não materialista que impera em nossa cosmovisão. Sendo bem mais tranquilo isolarmos, desacreditarmos em outras possibilidades e caminharmos com nossas construções que nos acalmam. 

Os estudos sobre a mente avançaram muito da década de 1980 para hoje, ainda assim, parte do modelo continua sendo mecanicista. Se o século 19 carregava uma forte concepção fisiológica na qual a mente era reduzida a um produto do cérebro tal qual a bílis, a urina, o suor eram, são de outros órgãos do corpo. Hoje no século XXI não há ninguém capaz de tal materialismo fisiológico, não obstante, continuam a reduzir diversas atividades sensórias ao cérebro. Temos pesquisas avançadas insinuando que neurônios teriam memórias. E essas teorias retomam, justamente, quando achamos que as descobertas neurais iriam quebrar essa concepção cristalizada. Pelo contrário, ela vai ganhando sobrevida.



Sabemos hoje que os olhos não veem, os ouvidos não ouvem, o nariz não cheira. Tudo isso são inputs que precisam ser levados ao cérebro para que ele faça a leitura desses qualias e assim nos permita ver, ouvir, cheirar, sentir. Em outros termos sem a concatenação neural, ainda que tenhamos todos os sentidos aptos para suas finalidades, se o cérebro não for capaz dessa decodificação, nada feito. Essas informações deveriam nos levar em direção a uma percepção de que há, ou parece existir, um princípio regulador, sistematizador, que transcende a fisiologia do corpo. No entanto, não foi isso que acabou acontecendo. A mente, seja lá o que é isso, ficou confinada, reduzida ao cérebro. Os sentidos estão sendo confinados nas sinapses, nos neurônios. Avançamos milhares de quilômetros para novamente instaurarmos uma análise materialista. Ainda nessa direção, quando avançamos muito, reduzimos a consciência a mente. Por vezes, nem distinguimos uma coisa da outra. Se é que de fato não são a mesma coisa.



Enfim, essas discussões são empolgantes, interessantes, mas não é o sentido do post. Pelo contrário, o sentido do mesmo é que em nossos encontros mensais temos trabalhado os SISTEMAS do nosso corpo físico. Cada mês realizamos o estudo de um deles. Começamos com o digestório, falamos já do circulatório, do Respiratório, Esquelético, Muscular e neste mês de setembro, o NERVOSO. Em cada um desses sistemas o percebemos em nós e buscamos relacionar com o planeta Terra. Em verdade, a própria visão sistêmica veio da necessidade dos Espaciais e amigos mostrarem as conexões existentes entre nós e a Terra, para eles, antes de tudo um ser vivo que abriga diversas outras formas de vida. São estudos, dinâmicas das mais interessantes nas quais temos aprendido muito e em momento oportuno espero abrir para mais pessoas. Disponibilizar para mais pessoas.








No encontro desse mês trabalhamos com o SISTEMA NERVOSO. E junto a ele trouxemos todas as dificuldades que é lidar com esse sistema por tudo o que ele implica, por tudo o que ele envolve. A saber, o sistema nervoso é a parte mais complexa e elegante (até onde conhecemos) do nosso sistema operacional. É a partir dele e com ele que percebemos, significamos, compreendemos, lidamos com o mundo, quiçá, somos quem somos, manifestamos nosso ser no mundo. Sendo assim, lidar com esse sistema específico requer um cuidado ainda maior. Principalmente, porque os Engenheiros Energéticos têm como premissa básica e salutar, que embora se tratando do termo sistema nervoso, ainda que ele seja composto em sua estrutura por um cérebro e uma espinha vertebral; ele é diferente de pessoa para pessoa. Mas, como respaldar isso?  



Aqui temos bilhões de questões que retomam um paradigma normativo, cartesiano, que submetem todos os cérebros, todas as funções sinápticas como iguais. Rigorosamente, não são.



Não são? Haveria uma outra fisiologia para dor? Haveria uma outra fisiologia para os traumas? No campo biológico era absurdo dizer isso décadas atrás e soa estranho falar isso ainda hoje. Por mais que tenhamos milhares de lesões cerebrais, motoras, que nos indique isso. Acreditamos que neurônio tem memória, dor. Há pesquisas que estão mencionando esses aspectos que aos nossos olhos é uma nova redução materialista. Noutra linguagem, mas dentro de um paradigma que não consegue responder ao momento de crise, anomalia (Kuhn) tais reduções são parecidas em acreditar que ouvido tem som, olhos tem imagens. Custamos a aceitar que quem vê, ouve, cheira, sente não são os olhos, o ouvido, o nariz, a pele/mãos e sim o cérebro. Quando a gente descobre isso voltamos a fazer um baita esforço para precisar que são os neurônios, as sinapses que produzem esses qualias. Como dizer que não?



Praticamente não há como. Essas relações passam por cada um desses processos. Talvez a dicotomia seja um erro imenso para compreendermos a maravilha desse processo. Busco uma analogia.

Já que estamos falando de sistema nervoso então vou para fiação elétrica de nossas casas. Como desconsiderar que a energia passe pelos fios, cabos, painéis? Mas, reputamos um equívoco acreditar que saber sobre fiação, mexer na fiação seja ou esteja perto de compreender o que é luz elétrica. É uma redução perigosa que causa curtos, blecautes, explosões, falta de energia temporária ou permanente. Um fio, um transistor por maior que seja a sua sofisticação, sua capacidade de condução e coordenação não é  gerador de luz. Com os neurônios, as sinapses não consigo pensar diferente, explorar de outro modo.



E é com essa metáfora que adentro o processo energético. Quando observamos os caras trabalhando, o desenvolvimento se dá em sincronia e relação, se faz de forma sistêmica. O entendimento se dá no todo, no emaranhado, nas relações. O que nos direciona para duas perspectivas. Primeira quando envolve questões de ordem 'simples'. Segunda quando toca questões de ordens compostas. Nas duas perspectivas a complexidade é imensa. No primeiro caso podemos pensar uma dor de cabeça. Acontece de as vezes eles tocarem o dedão do pés, a parte de dentro dos joelhos, os pulsos. Toca-se vários lugares menos o da dor mesmo. O que assinala que a dor vem de outro lugar, apresenta outras causas. Já quando desejam explorar um único ponto, mediante um toque específico, a complexidade é absurda, descomunal, quase nunca realizam. Estou pensando e me referindo as técnicas de Alinhamento Cristalino no qual cada toque é aplicado em conjunto. Quanto mais isolado for um toque, mais complexo ele é. Por exemplo, tocar só o timo é desbloquear, liberar estados mentais, emocionais, endócrinos dos mais variados. Dá para inventar a técnica liberação de timo? Claro que sim e óbvio que não. Claro que sim, porque é possível universalizar. Óbvio que não, porque dependendo de como a pessoa estiver no dia, esse toque a implode, a derrete. Em uma pessoa esse toque vai nos remeter a um bloqueio emocional aos 7 anos. Em outra, em algo que aconteceu na semana passada e se juntou a um fato da gestação que está aglutinado a possíveis outras vidas. Rigorosamente, não são iguais. A nossa aparelhagem energética e consequentemente fisiológica varia de indivíduo para indivíduo. 



Não sei se temos pesquisas e descobertas nesse campo, mas na área da clínica isso é altamente perceptível. A sinapses da dor em uma pessoa é completamente diferente dos caminhos que se faz em outra. Os circuitos, as relações, as interações, as significações são diversas e variáveis de pessoa para pessoa. E essas relações traz novamente a pergunta: onde fica a mente?




Claro que a resposta é no cérebro. Mas, temos visto que não. Há uma consciência que habita 'fora' do cérebro. Há um sistema nervoso que atua quebrando a fronteira tempo-espacial do corpo. Pelo menos quando pensamos corpo só como ente biológico de carbono. Parece que para falarmos de mente precisamos ampliar o conceito de corpo. E em tal ampliação o dualismo cartesiano perde lugar. Corpo é mente, mente é corpo. Porém, há situações nas quais corpo-mente é mais, muito mais do que carbono. Há corpos que estão tão expandidos para fora de sua estrutura, que a pessoa sente o toque no corpo de um ente amado como sendo em seu próprio corpo. Há mentes tão conscientes de seu corpo, que sabem descrever a posição que se encontra o dedinho do pé, alguns conseguem controlar as batidas do coração.

Nessa direção e inúmeras outras, fico pensando e estou insinuando a mãe que sente em seu corpo a dor do filho dela. Uma dor que ela pode estar vendo in loco, ou ela pode estar apenas sentindo, sem saber. E temos casos como esses, aos milhares, nos quais elas chegam ao pediatra e explicam ao médico onde dói na criança, até o que é. Não sabem o nome da doença, da virose, do abatimento, mas os médicos que se deixavam seguir por essa ligação intuitiva, chegavam a um diagnóstico mais preciso.

  




Ontem na reunião os caras exteriorizaram o sistema nervoso. Aquilo que era percebido só como meu, em mim, de repente se ligava, se interconectava ao de outros participantes. Junto a essa engrenagem física, fisiológica de cada um de nós, outros impulsos eram formados, concatenados, formando uma rede sináptica que ia se ligando, acendendo caminhos e estruturas não mais fisiológicas e sim planetárias. Eles foram nos deixando falar, foram nos deixando conversar. As conversas pareciam desencontradas, sem muita relação com a reunião. Falávamos de atrasos, de imprevistos. Falávamos de apresentações. Falávamos de cada um, ainda que, brevemente. Nesse falar de cada um, tecia-se uma relação de encontros, de similaridades, de complementaridades, de antagonismos. Os estímulos que nos trouxeram até ali. Os estímulos que precisavam ser arrefecidos para que continuássemos juntos sem darmos choques uns nos outros. Essa harmonização tão natural e cotidiana ia sendo feita, mas tendo como ingrediente a visualização dessa regulagem, dessa amperagem. Estávamos ali, podendo observar esses movimentos que se fazem naturalmente, em qualquer encontro de cunho energético. Qualquer lugar que um ou dois se detenha por um segundo a fazer silêncio e rogar harmonia, essas ativações começam a ser realizadas. O que acontecia de interessante e fantástico era podermos ver essa regulação.  
Assim, eles iam ativando pontos coletivos. Marcações conjuntas, plurais. Num dos momentos, eles excitaram nosso sistema nervoso num processo de cinestesia saboroso, impactante. Aquilo era mais do que cérebro, medula espinhal, encéfalos. Aquilo era uma rede elétrica, sistêmica que interligava cada um de nós. Nos interconectava a pessoas, lugares, seres e essa ligação ultrapassava a distância, o tempo. Trazíamos para o centro da sala imagens, seres, lugares, pensamentos. Agora mais equalizados, destilados, selecionados e cada um desses marcadores coletivos iam se conectando formando redes, relações, situações. Recordou-me as fogueiras e os rituais ciganos.

Feito esse movimento de excitação e provocação por um artista, ele sai de cena. Não sem antes nos deixar claro que o nosso sistema nervoso não estava contido numa aparelhagem fisiológica de carbono. Ela fora expandida para algo atemporal, imaterial, não local. As holografias compunham e desenhavam novas paragens, novas estabilizações. Nossos sistemas nervosos não voltariam a ser os mesmos.


É nesse compasso que assume outro maestro, que nos coloca dentro do nosso próprio sistema nervoso. Se o primeiro movimento foi o de uma exteriorização, uma projeção e projetar-se, agora o movimento era, igualmente, fascinante. Adentrávamos nosso próprio sistema nervoso. O maestro pede a proteção dos nossos guias internos e nos coloca dentro da gente mesmo. Abrindo as portas para podermos ver como a gente funciona, a que e a quem estamos interconectados, como que nos excitamos. É divino e esplendoroso como que nosso aparato fisiológico não registra nem 1/100 desses acontecimentos. Nosso sistema nervoso só acessa o que nossas crenças permitem. Só conseguimos decodificar cheiros, sons, sabores, imagens que temos condições teóricas de compreender, de suportar. Naturalizar a mente é um processo de aprendizagem continua. 



Certa vez, Somater (um amigo sideral) nos disse que se andasse pela praça 7 ao meio dia, a maioria das pessoas não o veriam. Não temos registros sinápticos para decodificar essa e tantas outras qualias que nos visitam, que acessamos. No entanto, o registro existe. Algo fica marcado nesse sistema nervoso e um dia, uma hora, ele exterioriza. 


Fomos conduzidos a uma jornada interior que uns entraram pela visão, outros pela pele, outros pelo aroma, outros pelo som. Cada um percorrendo caminhos tão próprios, tão individuais que não deixava dúvidas que embora tudo fosse sistema nervoso, estávamos falando de coisas distintas. Para um, sistema nervoso era audição, para outra sensação, para outro, combinações, para outro olfato. E aqui chego no ponto que reputo importante e é  o OBJETIVO desse post.



Desenvolvimento mediúnico, despertar da sensitividade, educação formal se faz mediante estímulos ao sistema nervoso. Acreditar que os sistemas são iguais é cada vez mais uma temeridade, o que nos pede atenção mais individualizada a cada um dos seres que está diante de nós. Aqui estou pensando em Inteligências Múltiplas e como seria importante uma mesma abordagem nos remeter a essas idiossincrasias. O que quero dizer é que para uma pessoa, a vidência pode ser olfativa, para outra táctil. Cada uma vê de forma diferente, por processos diferentes. Estimular a vidência em grupo então passa por respeitar o que é ver para esse sistema nervoso. Não há uma vidência certa, um padrão normativo a ser seguido. Isso me traz um caso e finalizo.



É comum pessoas assombradas com as próprias faculdades procurarem casas espirituais, psiquiatras, para solucionarem seus problemas. As casas, os médicos variam na forma desse atendimento. Algumas receitam estudos de 10 anos, 5 anos. Outras receitam práticas imediatas. Outras nada receitam. Outras fazem diagnósticos como esquizofrenia. Algumas casas baseando-se na vontade e dor da pessoa resolvem fechar a mediunidade, a sensitividade. Ninguém sabe abrir, mas alguns querem fechar.

O arriscado do ato é o não entendimento de que primeiro, isso tende a ser uma habilidade, uma faculdade da pessoa. E, consequentemente, envolve muito mais do que um ver paisagens, espíritos, defuntos.
Imagine que um sujeito que mora próximo ao lixão- vê rato, barata, pessoas comendo lixo, procure um oftalmologista para que o mesmo o cegue, ou o deixe míope. Tem sentido atender a esse pedido? Creio que não, mas quando falamos de percepção extra-sensorial muitos são encorajados a realizar essas bizarrices. 

O mais interessante seria ensinar ao moço que existe outras paisagens, que ele pode ou não as acessar. Nessa lógica é importante a gente buscar compreender que por vezes ver barata, rato, lixão é muito mais tranquilo do que ficar com essa paisagem dentro de si mesmo. Fechar essa forma de exteriorizar pode levar a pessoa a ter que lidar com tudo isso internamente e ela não tem a menor condição de compreender e/ou reciclar essa tonelada em sua aparelhagem psíquica. De modo que o ver, o ouvir, o cheirar, o sentir é o menor dos problemas. A questão é essa educação. Esse aprender a lidar consigo mesmx. Um lidar consigo mesmx que não se prende ao fenômeno, não se limita a ele. O fenômeno é sempre o mais simples e o mais básico. A complexidade está em sermos pessoas melhores, em compreendermos nosso papel e nossa função no todo. 

De modo que quando lidamos com o nosso sistema nervoso, aprendemos a captar quais são os estímulos que recebemos, a que estamos conectados, associados. Como que esses outros lugares, seres nos movimentam. Continuaremos os desdobramentos dessas relações em dois outros posts. Um que vamos tratar da MAGIA. Outro no qual falaremos de ONDE O OUTRO NOS HABITA?