sábado, 12 de dezembro de 2020

24 HORAS. 5o RELATO: Alícia

 

Alícia trabalha com padres, pastores, umbandistas, budistas, muçulmanos, ateus, pois há em comum em todos eles a mediunidade. Não no sentido de estarem abertos à comunicação com os espíritos, mas a de estarem abertos, esteticamente, a compreenderem o Belo como luz, amor, sabedoria, independente de quaisquer juízos valorativos que possamos estabelecer. Na Cidade de Cristal filósofos, cientistas são denominados artistas. Vivem juntos, pensam e sentem juntos. Trabalham juntos os conceitos estéticos-filosóficos-científicos. Demonstram que tudo é um, que todos os saberes estão inseridos na busca da compreensão da verdade. Vários seres se deslocam para lá para ‘ter’ aulas com esses amigos. Embora a maioria esqueça ao acordar, o fato é que estão tendo a sua mente-coração burilados por um esmeril de grande crédito e maestria. Nada passivo, pois todos são responsáveis pelo seu conhecimento.

(O vídeo com a leitura comentada encontra ao final do post). 

Esse trabalho de seleção dos cursos, muito similar a uma Universidade Sideral na qual se trocam experiências de vidas e de conhecimentos sobre modelos artísticos buscando sempre aquilo que brota do seu ser, de sua verdade interior. Essa é a obra de arte almejada e sonhada. Nessa seleção dos cursos a serem oferecidos, onde e para quem será oferecido se encontra o trabalho de Alícia que opera como uma reitora. Na verdade, preferimos chamá-las de Musas, mas a função é de reitoras. Um grupo de mulheres sensíveis e notáveis orientam, supervisionam, inter-relacionam espaços, estudos, alunos entre si para que produzam, resolvam, apresentem, seus trabalhos. São, invariavelmente equipes inter e transdisciplinares nas quais se busca resolver e equalizar processos de áreas dispares. Um problema matemático sendo pensado artisticamente. Uma questão artística sendo pensado fisicamente. Uma questão física sendo pensada corporalmente e assim sucessivamente até que todos tenham a possibilidade de aplicar fisicamente, existencialmente. 

Finalmente, na região da crosta. Alícia se apresenta como uma cigana de 14 anos. É dessa forma perispiritual que ela desenvolve a magia nossa de todos os dias. Ensinando de forma direta a mulheres e homens a magia da vida. A magia de enxergar a vida em todos os seus aspectos mais sublimes e desconcertantes. Ela ensina a magia da celebração da vida e do viver, do doar, do receber, do amor, do servir. Esse é o trabalho que mais desgasta, mas que ela tanto gosta, muito embora esteja trabalhando mais no plano etérico do que no material. No etérico ela dá cursos de magia, isto é, de capacidade de se realizar esteticamente, de materializar fisicamente os símbolos da alma, as forças e movimentos do espirito.

(Livro a venda. Entre em contato). 

Esse curso, esses moldes de estruturação no astral é mesmo uma forma cigana de enxergar a vida com amor, alegria, coragem para a solução das adversidades. Parte desses cursos serviu e suas realizações no plano astral serviram de inspiração para se pensar os trabalhos sobre o Feminino tão em voga em nossos dias. Porém não podemos pensar o feminino como sendo da mulher e o masculino dos homens. Feminino e masculino são polaridades que coexistem em todos os seres nas mais diversas proporções. É importante a capacitação de todos para o feminino. É o feminino o novo dial energético da Terra até que se acomode a integração, a harmonia dessas duas polaridades. Os trabalhos energéticos de cunho cigano, envolvendo as forças naturais, os elementos, eu gosto muito de realiza-los, porque recuperam a sensibilidade feminina, a religa a sua ancestralidade e de posse dessa força interna e da nova vibração externa, elas podem resignificar a história de seus pais, dos seus ancestrais, e principalmente, a própria história da linhagem que carregamos, tanto do agora em direção ao passado, quanto do agora em direção ao futuro.

 


 Júlio falou do trabalho de entidade cigana. Um trabalho de proteção, de cuidado, de negociação de karma, de possibilidades, de equilíbrio energético para estar em condições propicias de se receber o que se deseja e o que lhe é merecido. Basicamente, esse é o trabalho cigano, porém quando os ciganos não são um alter-ego da própria pessoa, abrimos para uma inovação de realizarmos um duplo, triplo, trabalho de remissão e resgate karmico. Abrimos para a possibilidade de trabalharmos incorporada com um antigo desafeto para juntas resgatarmos um padrão de amor, amizade, cumplicidade que nos unia e nos fortalecia e que por motivos de ciúmes, de inveja, de disputa e rivalidade perdemos. Perdemos e nos faz falta, perdemos e debilita nossa alma, porque podemos ser mais plenas, harmônicas se encaixarmos isso dentro de nós. Ela tinha uma caminhada no mundo católico, com realizações de pregações, mas, sobretudo de cura pela graça do Espirito Santo. A sua aproximação desperta a possibilidade do espirito santo ser desvelado, se mostrar, ter nome, cara, estamos falando do kardecismo e das amigas espirituais que a ajudam no processo de cura desde o nascimento. Cura emocional, cura de feridas da alma. Curas que precisam realizar um com o outro e um no outro para recuperarem a integridade que se deram e compartilharam.

Eu sou a responsável pela abertura de uma nova trilha de vivência e experiência para ela. Responsável por apresentar e não por vocês terem escolhido. Mas, naquele momento era uma chave de abertura para novos horizontes para vocês dois. Uma vida na qual o sentido estaria mais perto. Não apostávamos que o grude entre vocês seria tão forte. Acreditávamos que realizado o encontro, encontrado a harmonia que um proporcionava ao outro seguiriam os seus próprios caminhos, ela o mundo da canção nova, você o mundo da bola. Porém havia outras conjecturas no céu. E dezenas de possibilidades na Terra, os caminhos anteriormente traçados antes do nascimento começavam a ser reformulados em vida. Seres como vocês e tantos outros começavam a ter as condições de mudarem o próprio destino, a própria sorte. Aqueles caminhos certeiros e unívocos que eram tracejados nas estrelas e formatados no suor da vida, lá nos idos de 1974/5 começavam a ganhar mais horizontes nos idos dos anos de 1992/3. E essas aberturas, essas conjecturas se fizeram exponenciais. Aquilo que era um caminho, desdobrava-se em dois, que se desdobrava em 4, que passava a ser 16, que se multiplicava por 16 até que o infinito se faz material e tangível. As vidas formam se tornando uma nova fronteira para a manifestação palpável do invisível. Vocês na força de dois, na coletividade de outros, co-criaram e construíram futuros possíveis e improváveis para vocês. Estávamos diante de uma nova história e uma nova forma de vivê-la, uma tendência que igualmente foi se alastrando entre os seres, entre os indivíduos e de repente estávamos na Terra com um processo de aceleração na qual um individuo poderia viver três, quatro vidas em apenas uma. Isso era impensável antes do século XX e inviável antes da Convergência Harmônica de 1987.

Alguns seres que estavam alinhados consciencialmente a esse movimento, que nasceram para auxiliar numa transição da Terra, receberam esse potencial, herdaram esse potencial e o que fizeram em menos de dez anos, praticamente em cinco foi ampliar a rede de possibilidades de vocês para horizontes não sonhados e nem projetados anteriormente. Você que seria um jogador de futebol profissional foi levado para os campos do saber, da sabedoria onde professava e resgatava uma consciência filosófica esquecida, abandonada. Então não se surpreenda por não estar na cátedra acadêmica, o trabalho é outro, é o de conscientização, sensibilidade consciencial como chamamos. 

Nesses portais criados, realizados, vocês abriram para a chegada de dois seres que simbolizam uma nova Terra (Victhor) e a nova Terra da Terra (Yasmin). Por vezes o ser encarnado não compreende o que isso implica. Muitos de vocês que tiveram o curso da vida alterado, mudado, não conseguem visualizar o impacto que é de uma criança índigo, de uma criança cristal, de um ser hibrido no meio de vocês fisicamente, mas isso é revolucionário. Encarnados, vocês não conseguem ver que habitam uma nova Terra, um novo lugar e isso só é possível primeiro porque vocês catalisaram um processo de transformação de mil anos em dez e depois germinaram as sementes para que essa energia fosse ancorada. Cada um de vocês que trouxe um novo ser, um destes seres para a seara da Terra fez uma aposta no futuro. Fez uma aposta na vida, no amor, na esperança. E, você sabe o que isso representa e simboliza para você. Você sabe que o seu niilismo é então vazio, porque você apostou no amor, no educar. Você como milhares de outros, frente à oportunidade infinita de brilhar sozinho, ter um gozo de alma pleno e individual, chamou e abriu as portas para um gozo coletivo.

 

E é desse gozo que faço parte. É nesse gozo que mais uma vez nos unimos e nos fortalecemos, nos aproximamos. O século XIX e XX não foi fácil para ninguém. A arrogância tinha alcançado um nível de materialismo nunca observado. Esse peso esteve nas relações e a nossa, por mais amorosa que tenha sido, carregou o ressentimento da solidão, da individualidade. Tivemos que caminhar sozinhos, com outros parceiros, para podermos chegar a um mesmo lugar e darmos um novo impulso.

Mais do que um trabalho espiritual foi um trabalho psíquico no qual os símbolos, os desejos, o amor foram se mostrando cada vez mais ricos, propícios a partilhas cada vez mais salutares. Esse universo simbólico abriu as portas para o meu trabalho no campo da psicanálise e das artes. Um trabalho que tenta ver o artista no seu dito e no seu não dito. Um trabalho que busca recuperar os aspectos mágicos, singulares, simbólico, dos artistas, dos seres, nos seus mais diversos afazeres. Um trabalho sensível que auxilia a cada um entrar no seu campo psíquico, na sua esfera mental (simbólica) e esse campo acaba por desvelar a dimensão coletiva dessa criação. Que os pensamentos, os sentimentos, que acreditávamos ser criação individual, aspecto autoral eram na verdade um sentimento, um pensamento que pertencia uma vasta vizinhança de seres, pessoas. Nesse novo formato de arte, nossas simpatias, antipatias, empatias foram ficando mais visíveis. Nossas construções antes compreendidas como individuais ganharam uma composição coletiva, e tudo isso é muito cigano.

Nosso povo, nossa cultura sempre pensou os elementos culturais como sendo coletivos. A ideia de autoria é estranha ao nosso povo, já que a música surge e nasce da inter-relação com a fogueira, as chispas, as labaredas, as lembranças imemoriais, o rodopio das saias, o vento das arvores. Nessa combinação a música é de quem? De quem dança? De quem canta? De quem conta a história em torno da fogueira? De quem toca? De quem é a autoria? Do vento que assobia? Do lobo que uiva? Do cachorro que late? De quem é a música se toda essa sonoridade é coletiva. Se toda essa sonoridade marca o compasso de cada mente e coração. Para nós isso nunca teve sentido, por isso compomos uma tradição folclórica que enriqueceu toda Europa nos seus aspectos estéticos e econômicos. O trabalho de muitos artistas como ciganos proporcionou esse entendimento muito claro de que estávamos diante de uma energia muito livre, solta, libertária, incontrolável, por isso cigana. E foi na abertura dessas possibilidades, vendo recursos infindáveis sendo gerada a partir da vida de cada um, de cada dois, de cada família, de cada coletivo que descortinamos também essa mesma abertura para as searas espirituais, compreendido agora como psíquico, como simbólico. 

A ADAGA FLAMEJANTE.

Assim recuperávamos símbolos que estão desde a mais longínqua estória de nosso povo, de nossa origem. Um conceito que percebe e compreende a vida como sendo arte e o da Arte como Magia. Arte como sinônimo direto de espiritualidade. Arte como passaporte para o intimo e o universo. Arte como expressão singular-coletiva do simbólico, isto é, o mundo psíquico que habitamos. Para tanto fizemos uma releitura das nossas construções, das nossas criações, dos nossos empreendimentos existenciais. E em cada uma delas fica notório a força e a presença da magia, do invisível desvelado em mil faces, milhares de pedaços. Em cada obra de arte há uma senha para à espiritualidade. Há muito mais nelas que estamos e a maioria das pessoas conseguem ver, sentir e perceber. Somente com os olhos amplificados por outra voltagem percebemos o universo que eles retratam a nossa volta. A força coletiva que ela aponta.

 

Quando da primeira psicografia dessas informações, as minhas 24 horas eram inicialmente, realizar o trabalho de atração dos espectros de possibilidade. Possibilidades que eram bem únicas, quando muito, duais. A partir de mudanças conscienciais começamos a monitorar como alguns seres em relação um com outro produziam e criavam padrões que desafiavam as expectativas e especulações, e prognósticos que tínhamos até então. Isso nos provocou uma nova forma de observação e vigilância na qual nosso trabalho passou a ser estritamente vibracional. Alterar a vibração dos seres repercutia significativamente nas mudanças materiais a ocorrerem. Isso acarreta uma nova dimensão das informações disponibilizadas, das psicografias realizadas, das canalizações proferidas, em comum, todas elas falam do imponderável, de uma nova ordem. No geral, elas marcam a aproximação de mentores e guias espirituais que não mais ditam caminhos e sim honram ainda mais o caminhar de cada irmão. 

Nessa abordagem desenvolvemos uma forma de trabalhar, pensar e conceber a mediunidade não mais como um fator moral, mental e sim numa abordagem estética e científica. Ou seja, pensar e auxiliar o médium em seu desenvolvimento nos valendo mais da Arte e da Ciência do que dos discursos morais. Tratar a mediunidade como uma habilidade técnica na qual o médium deve se responsabilizar não por temor a Deus, ou medo do inferno, ou culpa; mas por orientação clara de embelezamento existencial tanto de si mesmo, quanto de todos os que estão a sua volta. Essa unificação entre arte-ciência-filosofia é o conceito de religare, de nova voltagem; para que não caiamos nos tropeços religiosos de sempre. É uma fuga dos proselitismos seja ele católico, protestante, espirita ou outros e uma maneira de engajar todos os seres que despertaram no afazer consciencial, da sensibilidade por um mundo melhor independente de sexo, religião, nacionalidade, orientação sexual. Está sensibilizado, faça o trabalho de despertar-despertando-si. 

Essa busca pela unificação é também parte cara do meu trabalho, pois é junto a ele que se desdobra o Simbólico. É no viés do simbólico, na compreensão profunda do símbolo que se recupera toda sacralidade, toda espiritualidade, até mesmo no que quer se convencionar chamar de profano.

Não deu para ser cronológico como os dos amigos que fizeram antes, porque cada vez mais o tempo subjetivo no qual habito se perde e se desfaz no tinir das horas. O tempo, como irão vendo de agora em diante é uma grandeza relativa, consciencial. No primeiro momento da psicografia, anos atrás, minhas 24 horas eram equivalente, proporcionalmente a uma semana de vocês. Hoje, não saberia lhe dizer o que me representa 24 horas, talvez um ou dois meses de vocês. Nesse espaço cochilo por 15 minutos, o que daria uma equivalência de 8 horas de sono.

Basicamente é isso. Um forte abraço em vocês e que a força da natureza, símbolo puro do amor de Deus esteja em vossos corações.

31/8/2017

 É isso! Essas são as 24 horas de Alícia.

14/05/2003

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário