Júlio Soares é trabalhador nas searas do eterno.
Irmão distinto e resoluto pelo seu senso de coragem, retidão e justiça, nos
prima pela sua presença na exemplificação dos seus atos e ideais. Naquele tempo
de 2003 Júlio se apresentava para nós como cigano. Homem bonito, louro, alto,
olhos verdes quase chegando ao azul. Uma cor de pele morena, bronzeada. Um
homem bonito em todos os sentidos e nessa beleza estava colocada uma grande
força de sedução nos mais diversos campos e níveis.
(O vídeo encontra-se no final do texto)
Trabalhei com Júlio em inúmeras festas ciganas nas
quais ele conduzia o ritual no plano físico. Porém, ele não era o que na
Umbanda chamam de meu cigano. Ele estava apenas de passagem para a chegada de
um amigo, irmão, denominado Solano. Aqui é importante nos atermos um pouco
mais.
Solano é um homem alto, mais de 1,80 de altura.
Magro. Deve pesar na casa dos 77/74 kg, um tipo de corpo esbelto, longilíneo,
similar a corredores de maratona. Olhos pretos. Naqueles tempos se vestia
impreterivelmente de preto e era chamado por todos de El Bruxo! Os trajes em
conjunto com o apelido e a forma de ser me eram suficientes para simplesmente
ignorá-lo, mais do que ignorá-lo, discriminá-lo mesmo. Não gosto de bruxos, não
tenho simpatia por esse universo e o achava muito ‘tirado’ mesmo nunca tendo a
paciência e a humildade de conversar com ele. Esses meus preconceitos astrais
são inúmeros, tive o mesmo com Luís Soares que se apresentava para mim de
batina e eu me julgava no direito de não conversar com padres. Pois bem, Solano
ficou na dele esperando. Com a paciência e a orientação de Oran, ele sabia que
na hora certa haveria a nossa aproximação. Enquanto isso eu ia trabalhando com
Júlio. E, esses trabalhos com Júlio mais do que processos de transmutação, de
negociação de karmas que realizávamos em cada ritual, estávamos acertando as
nossas diferenças sem que eu soubesse, ou desconfiasse.
Sei que em determinado momento, poucos anos após minha separação, Júlio disse que o nosso contrato tinha chegado ao fim, que aquele seria o último encontro que ele faria comigo. Chorei. Achei uma sacanagem, especialmente, porque Solano assumiria essa nova fase em diante. Eu não tinha ideia do que estava sendo realizado, do que estava acontecendo. Ano depois psicografando a mensagem de um músico alemão, eu tenho a certeza que reconheço a energia. Nesse reconhecimento se desvela toda uma explicação dele ter trabalhado comigo enquanto cigano. Falava ele que se apresentasse na forma dele de músico, eu não iria trabalhar com ele pelos mesmos motivos que fiz com Solano e Luís Soares.
Trabalhar como uma entidade cigana lhe possibilitou
reestabelecer os vínculos afetivos, de amizade, de respeito e, sobretudo
confiança que eu havia perdido nele, e assim se deu. O inusitado de tudo isso é
que ao recuperar a confiança nele, na vida, no Pai, na eternidade; eu recupero
a confiança em mim. E é essa confiança que permite a aproximação e a atuação de
Solano. Se com Júlio a gente realizava encontros, festas ciganas que
trabalhavam esses aspectos que a gente nem imagina e sonha, com Solano a gente
de fato trabalha com rituais e magia. Abrimos portais, conexões com tempos e
espaços interdimensionais que há muitos estavam trancados. O retorno de Solano,
a aproximação energética de seres como ele representa a decodificação, a
abertura de estruturas cristalinas nas quais depositamos muitos conhecimentos e
informações. Solano é um desses seres que possuem as senhas desses universos,
desses encontros, porém a abertura é coletiva. Individual-coletiva. É um
sistema de rede criptografada na qual a ativação de um libera o outro e assim
sucessivamente. Milhares de seres que eu não conheço, que não encontrei
fisicamente, tornaram possível o retorno e aparição de Solano e com ele a nossa
responsabilidade e compromisso de liberar os campos cristalinos para os mais
diversos processos de cura e transformação consciencial, em todos os planos e
níveis.
Foi então dentro desse cenário que àquela altura me
era invisível e impenetrável que Júlio nos contou das suas 24 horas e é para lá
que nos deslocaremos.
Júlio como havia exposto acima é obreiro das searas
eternas, tendo a sua frente espíritos devotados que primam pelo mesmo
sentimento de justiça e retidão. A sua lida espiritual se faz em um educandário
no qual buscam auxiliar os irmãos transviados das leis da vida a compreenderem
o que nos regula. Eles estão lá não por ser melhores do que eles, mas por terem
passado exatamente pelos mesmos dissabores, imposturas, enganos. Assim, ele e a
equipe na qual faz parte regula leis e tarefas, práticas e vivências,
meditações e posturas que conduziria os irmãos desditosos à reabilitação de sua
consciência e da sua dignidade existencial.
Denominar o trabalho dessa atividade é um tanto
problemático, na falta por hora de uma ideia melhor a veremos a de um advogado
(conhecedor das leis) e a de um professor (cumpridor das mesmas em si para
exemplificar ao outro). Seria então um espirito que faz do sentimento de
justiça a sua taça de realização. Algo perto da magistratura sem que se entenda
que eles julgam. Não, eles não julgam, apenas acolhem e nesse acolhimento
auxiliam cada um no seu processo reflexivo de encontrar em si mesmo (maiêutica)
leis e regras claras para o seu próprio reestabelecimento. Esse grupo de
trabalho influencia, inspira o mundo da justiça, da política, da economia e da
arte. Hoje, anos depois, a identificação fica mais clara, eles estavam falando
no que tange a magistratura de penas alternativas. No que se refere ao ensino,
de uma educação focada na forma de aprendizagem do aluno. Eles estavam falando
de uma perspectiva na qual se consiga mostrar para o individuo como ele se
situa dentro do todo e como ele pode sentir-se acolhido por esse todo sem
necessitar se anular ou violentar o outro. Sendo assim, o trabalho dele é o de
ensinar as leis da vida. Coisa aparentemente óbvia em todos os seres
espirituais, mas que, no entanto, no caso em questão ganha contornos
diferenciados por lidar com irmãos que no gozo das atribuições materiais
fizeram mal uso do poder.
Aqui é um recorte muito caro ao trabalho dele(s),
lidar com pessoas desencarnadas e muitas ainda encarnadas que tem uma visão
orgulhosa e vaidosa do poder. Seja artista, seja jurista, sejam empresários,
sejam políticos, seja quem for que considera o poder um manejo, uma arma de
manipulação para satisfação das suas ambições e desejos pessoais. Não, o poder
é visto por eles como sendo um atributo de responsabilidade para ampliar a
autonomia, a disciplina, a liberdade dos outros seres. Estar em um posto de
comando é aprender a lidar com a estrutura interna de ambição, de desejo. É compreender
a duplicidade desse atributo. De um lado há o poder pessoal e de outro há o
poder da função. Em ambos se pede uma atenção para aprender a lidar e a tratar
a si mesmo e os outros, por conseguinte, o mundo. Assim, se pudermos denominar,
no que tange as lides desses trabalhadores do bem, diríamos e salientaríamos
que eles ensinam as leis do poder espiritual (verdadeiro) e não do ilusório
poder material.
No re-eduncandário: amor e justiça, Zelo e
Perseverança, um recanto/repasso calmo e tranquilo. Longe de toda agitação e de
toda ostentação ‘material’ é que se dá a reeducação dos amigos espirituais que
fizeram mal uso do poder sobre a Terra. Seja o poder espiritual/religioso,
material-financeiro-econômico; político-social; ou até mesmo carismático. No re-educandário
lidamos e esbarramos com criaturas/seres que na Terra tiveram grande
proeminência. Grandes políticos, juízes, bacharéis, acadêmicos, formadores de
opinião que trabalham na reeducação de si mesmos. São irmãos queridos que
imersos no mundo da bajulação, da vaidade e do interesse perderam o propósito
maior de suas vidas que era o de servir ao próximo.
As 24 horas do nosso amigo é atribulada, cheia,
tendo sempre, a todo instante, o servir ao próximo como lema e ideal. Elas se
iniciam quando os amigos encarnados estão dormindo e são conduzidos ao
re-educandário para ouvirem palestras, trocarem informações, fazerem ajustes,
abrirem novos leques de possibilidades sem acusações, julgamentos. É uma
prática espontânea de troca de experiência entre iguais. Essa é a parte
constante, rotineira do trabalho, pois diariamente são conduzidos uma leva de
seres até lá, ficando outra grande parte impedida de chegar devido as
influências espirituais que sofrem na matéria. Essa é uma grande dificuldade,
nos livrarmos das vibrações mais densas, mais pesadas que nos envolvem,
especialmente, pessoas que são responsáveis diretamente e indiretamente por
centenas, milhares de vidas. Júlio nos explica assim:
Imagine
as vibrações que são enviadas para um chefe de Estado? Para um empresário? Para
um juiz? Para um médico? Para um professor? Citando alguns exemplos. Por
diversas vezes a carga de raiva, de ódio é tamanha que dificulta e
impossibilita a nós mentores espirituais e obreiros da vida eterna
influenciarmos. Cada vez mais, eles vão ficando suscetíveis às ideias
perversas, desconectadas do alto. Há uma gama de seres que se alimentam do
poder, ou melhor, da ilusão que ele garante. Esses seres impedem,
impossibilitam, fecham as portas de acesso de percepção, de entendimento a
searas mais altruístas, renovadas, esperançosas.
Talvez
seja difícil imaginar as correntes magnéticas que chegam a um patrão que tenha
200 funcionários? Ou a um comunicador/formador de opinião visto ou lido por
milhares de pessoas? A do presidente de uma grande corporação ou ainda o chefe
de Estado de um país, de um bairro? Todos nós estamos inseridos em uma corrente
inequívoca de atos-ações-pensamentos. A ação que tenho com uma pessoa
influencia todo o sistema, tudo em volta. Se das minhas ações dependem milhares
de seres direta ou indiretamente, essa corrente energética chega de forma muito
mais forte e impactante quando conseguimos acionar um elo direto da corrente e
é esse o nosso trabalho, retirar as pessoas do corpo, durante o seu processo de
sono e lhes darmos inspiração para encontrar alternativas menos barbaras,
violentas, possessivas e destrutivas contra terceiros. Nossa tentativa é a de
ensejar em cada um que a humanidade é a nossa família e não apenas alguns.
Libertar os seres do egoísmo é a nossa árdua tarefa e é somente se libertando
do egoísmo, do egocentrismo, das identificações egoicas que começamos a fazer
com que nosso trabalho surta efeito pessoal, social, coletivo, familiar.
Basicamente é assim que ele nos explica e
é através dessa corrente de unidade que se dá a 2ª parte do trabalho de Júlio e
dos seus: a proteção dos seres. Eles seriam filtros da espiritualidade que
equalizam as energias que nos são direcionadas. Exemplo: se toda insatisfação
das pessoas chegarem até o prefeito, se toda insatisfação do trabalhador chegar
diretamente ao patrão, ou vice-versa, estariam arruinados, destruídos. (E,
diga-se de passagem, que energeticamente, moralmente é assim que muitos se
encontram, apesar de apresentarem um ganho material elevado, essa é uma das
ilusões que os amigos tentam lhes fazer enxergar). Tentam mostrar que o poder
temporal é ilusório. A fortuna, a riqueza alimenta o corpo, seduz a alma,
arrasta bajuladores, mas não preenche o sentimento de miséria interna que vai
aumentando cada vez mais. Novamente, Júlio nos esclarece:
Conseguir
aplacar esse sentimento de vazio interno é o sentido da nossa proteção, das
nossas orientações, não apenas a eles como a todos os seres. Nós atuamos como
ciganos tendo como compromisso essa orientação, essa negociação, essa clareza
do que é passível de se ganhar, o que é justo que se ganhe, e o que é extorsão,
roubo, miséria milionária que fica muito caro. Custa caro, porque não se pode
apropriar da energia coletiva sem retribuir a cada um, ao todo, o que é de
todos e não apenas de um.
Essa
é uma engrenagem complexa para se explicar, mas ainda assim tentaremos. Para um
Jesus reencarnar e se iluminar é fundamental muitos aportes luminosos, muitas
bases de luz que lhe darão apoio e estrutura energética ainda que tantos nem o
soubessem, porém é assim que funciona. Imaginem então que nos 40 dias no
deserto Jesus descesse e resolvesse destronar Pilatos e conseguindo esse feito,
ele ficasse de posse de toda riqueza, todo ouro, todo trabalho e suor do povo
de Israel e Judá, quando ele desencarnasse, ele prestaria ou não contas?
Prestaria contas, não por ter tido poder político, ter virado político, ter
conseguido ouro, vinho e mirra. Prestaria, porque não compartilhou, não
retribuiu com quem lhe dera sustentação. Diferentemente, quando o ser faz uso
dessa energia de sustentação e deixa para todos um caminho no qual podemos
atravessar em seguida, ele cumpre o compromisso. Ele possibilita que após dele milhares
de outros seres se iluminem. A porta depois dele é aberta e a travessia é
segura. O valor disso é incalculável e damos o nome de Graça. É essa graça o
preço, o valor que buscamos em nossas ações e atitudes, pois é uma das únicas
que retribui ao universo, a vida, o que ela nos dá- o dom de existir. Isso não
se paga a não ser ofertando a outros a retribuição de se construir caminhos
para todos, para outros, para sentirmos gratos e agraciados pela Vida.
Outro
exemplo seria quando vocês veem o ancora do jornal feliz e sorridente diante da
câmera, o telespectador pode não saber da importância do cameraman, da
maquiadora, da equipe de produção, do jornalista de rua, de toda rede e cadeia
que é necessária e fundamental para que se veja a cara e a voz dele; porém, ele
tem que saber e reconhecer que é apenas o porta-voz de uma equipe. A parte
visível dela. Um personagem superimportante, mas cujas regalias e privilégios
precisam ser compartilhados e distribuídos com todos.
Assim sendo, esses amigos trabalham como filtros.
Trabalham em um processo de sondagem no qual só passara aquilo que corresponde
a um aprendizado karmico, programado e dentro do estabelecido pelo mais alto.
Aprendizado este que a todo instante, eles só não podem decidir se será pelo
amor ou pela dor, porém quando entram em nosso caminho dizem respeito a nossa
malha, a nossa aprendizagem humana. Eles tentam nos incutir a necessidade do
amor, de como podemos nos estruturar para aprendermos e ensinarmos de forma
mais amorosa, tenra, terna, contudo a grande maioria começa a aprender quando
está na iminência da perda material, da derrocada financeira, emocional,
sexual. Somente aí começam a se atentar para o ensinamento do invisível, se dão
abertura e passagem para a chegada de novas perspectivas, alternativas.
O fato a ser registrado é que é difícil proteger o ímpio quando o justo clama por justiça. Sem fazer alarde e alarido, pois não é isso que se quer, mas pudesse ver e ter a consciência, cada patrão, da chaga moral incrustada no seu ser quando da fome ou necessidade que passa o filho do seu funcionário para financiarem a sua distração esdruxula, não praticariam tal insanidade. Pudesse ter a mesma consciência o político e de como lhes chega a dor e a energia do desamparo dos pequeninos, serviria de ‘graça’ para ter a ira aplacada e a justiça saciada. Pudesse ver e saber o que produz as mensagens proferidas pelo formador de opinião aos pequeninos se habilitaria a trazer para si as chagas que provocou em outras pessoas. Longe de ser castigo, resgaste, é compromisso de um entendimento que fica cada vez maior- estamos todos conectados, interconectados. Somos todos um e não podemos acreditar que se pode ser feliz sozinho, cercado por injustiça, que se pode achar rico materialmente sendo indiferente a fome, a miséria dos seus compatriotas, dos seus irmãos de humanidade. Assumir essa lógica de vergonha, de opressão, de dor e miséria é fardo que todos nós trazemos, porque fomos iludidos na crença de que o poder é concentrar, é juntar, é segurar nas mãos e ter o controle de se dar na hora que se quer e para quem se deseja. Mudanças consciências alcançadas devido a mudanças internas de cada um de nós tem permitido a Solano e outros seres interdimensionais liberarem informações, conhecimentos que foram bloqueados, obstruídos por seres que implementaram a escassez, a miséria, a fome, a opressão como forma de poder. Hoje quando falamos de poder estamos falando de recursos renováveis, de materiais recicláveis, de formas de energia limpa e não poluente, de modos de cooperação e de sustentabilidade na qual todos possam ganhar, todos possam lucrar, todos possam contribuir. Essa liberação é dentro-fora, interna-externa, subjetiva-objetiva. São nesses espaços intersubjetivos que novas mentalidades brotam, crescem, expandem, ganham frutos e mostram que há solução e ela não se faz na guerra, na luta, no controle, na perversidade. Ela se faz no amor, na solidariedade, não na caridade, na solidariedade, na fraternidade.
Adicionar legenda |
No entanto, aqui se inicia a outra atividade
àqueles que tomaram consciência da sua função e responsabilidade planetária e
sistêmica. É a criação e elaboração de alternativas a prática desditosas do
poder. As empresas juniores seriam uma ilustração para os ideais por eles
praticados. Ideias que vão desde a alternativa renovada para lidar com um
problema de três pessoas até o de toda população planetária, assim vejamos:
A proliferação do 3º setor é uma das propostas geridas a muito por esses seres. A ideia de um banco para crédito popular o é também. A ideia da educação como alicerce e alavanca de transformação, idem. Em todos esses pontos e outros há a primazia de que não haveria mudança de cima para baixo como sonhou as utopias de esquerda e de direita. A realização da transformação do homem não viria de um modelo econômico-social-político seja ele de esquerda capitalista ou de direita comunista. A mudança só se realizaria individualmente, mediante gestões alternativas de mudanças locais, em sua distribuição de poder. Ou mais substancialmente, no entendimento do que é poder e como se faz o exercício disso. Poder para todos. Dividido para que cada um assuma a sua cota de responsabilidade e faça uso coletivo desse acesso. A descentralização do poder amplia o surgimento de novos caminhos, novas lideranças, novas situações. Cotas de acesso e representação de poder para todos auxiliam no desenvolvimento de alternativas ainda não pensadas, não situadas, não elaboradas, não colocadas em prática devido às obstruções materialistas, egoicas que postula e compreende o poder como conquista individual.
Isso só se torna viável quando os que detêm materialmente iniciam
um processo de divisão através da distribuição de atividades e
responsabilidades. O empresário cria uma creche para os filhos dos
funcionários. Essa prática corriqueira viabiliza um padrão vibratório-energético
satisfatório para o crescimento moral, social e espiritual do mesmo. Assim
como, movimenta uma energia capaz de transformar outros setores e lugares. É a
prática dessa mudança estrutural, material que são o foco das ações do re-educandário.
Ensinar-nos a lidarmos melhor com o poder, seja ele sexual,
financeiro-econômico. E nessa parte trazemos Júlio para falar conosco:
Já
não atuo mais como Júlio, os tempos são outros. Eu aproveito o ensejo para
falar então desses novos tempos, como eles se deram na dinâmica física e
material de vocês e como eles se deram extra fisicamente e
interdimensionalmente conosco aqui fora desse campo material denso que se
encontram.
Era
ainda o ano de 1997, dez anos da Convergência Harmônica que abriu as portas
para vários acessos. Quando a gente fala de portais, vocês automaticamente
visualizam campos luminosos no céu, poucos se dão conta de que um portal solar
só se abre quando corações, mentes, chacras sexuais foram abertos interna e
pessoalmente. Seja individualmente, seja por casal, seja por coletividades. São
esses mecanismos de junção, de atuação, de confraternização que abrem os
portais e nos permitem passar.
Foi
assim que eu chego até você. Estávamos separados por anos luz de orgulho e
vaidade. O amor que tínhamos um pelo outro não conseguia espaço para a
desilusão que nos causamos, a frustração que nos causamos. Em outros tempos o
destino atrativo para esse mote de energia era eu renascer como seu filho, ou
encontra-lo como amigo para resgatarmos esse amor. Porém, eu você e milhares de
outros podemos contar com uma alternativa que estava se abrindo naquela época
de forma sistemática, mas pioneira, o trabalho interdimensional. Eu iria
assumir as característica de uma antiga vida, para seguir um roteiro criado por
Oran afim de conseguirmos reativar nosso amor e confiança. Eu seria de novo um
cigano, um andarilho, um criador de cavalos, nascido na Andaluzia, em terras
espanholas e nisso eu resgataria todo um lado de magia, de sedução, de
erotismo, de atração. Juntos iriamos construir etapas, níveis, situações das
mais diferentes e inusitadas, como fases de um jogo que iria permitindo e dando
novos acessos a novas fases e entendimentos (portais) no seu sentido mais
pleno. Portais seriam e são fases e etapas de um jogo que não tinha, não
existia, não estava preparada antes de terminarmos a anterior. Assim, ela era
apenas uma possibilidade remota, muitas vezes nem vislumbrada, imaginada, porém
fomos re-aprendendo a movimentar esse universo cristalino, a abrir conexões
internas, externas, inter e multidimensionais. Fomos conseguindo vislumbrar o
universo como cascas de cebolas, como seres dentro de seres formando uma
estrutura conectiva que se comunica das mais diversas formas e com linguagens
que começamos a entender. Cada trabalhador da luz, no seu espaço, com as suas
habilidades co-criou e co-cria esses recursos e essas dinâmicas luminosas.
Nesse
trabalho, você abriu as portas do seu universo para mim e pude estar diante de
um dos mais belos mundos que vi. Um mundo não apenas mental, um mundo que você
construiu, erigiu com muito amor, dedicação, sofrimento, sublimação. Um mundo
no qual eu fazia parte, eu era parte, eu me encontrava e pude dar colorido,
sentido a ele e consequentemente ao meu. Quando nessas reconstruções nós superamos
o século XX já não era mais possível continuar como sendo Júlio, eu precisava
me valer do personagem que fora, mas agora não mais apegado a vaidade da boina,
da imagem. Não mais amargurado por ver a esposa, a amada, se apaixonando por um
jovem talento. Agora maduro para compreender que não posso controlar as
vontades, os desejos e os quereres de outros, tampouco devo controlar os meus.
Nesse
cenário, eu não me despeço de Júlio eu o integro. Trabalhando como entidade, eu
pude realizar a integração de muitas vidas, de muitos aspectos e era a sua hora
de realizar o mesmo, a integração de quem é você. Para isso, Solano é parte
essencial. Ele é a porta interdimensional que permite vasculhar caminhos,
rumos, estradas desabilitadas. Ele é a representação de milhares de seres que
segundo os relatos históricos, materiais, desapareceram, sumiram sem deixar
vestígios. Esses seres mudaram de estado vibracional. Como ele lhe disse e você
não acreditou e ainda não acredita, ele foi morar dentro de um CRISTAL. Sim, nos
cristais há seres consciências que demarcam espaços, portais, caminhos,
informações, conhecimentos que eles vendo os riscos que correriam, os
aprisionou. Combinaram entre si que esses conhecimentos só seriam liberados
coletivamente, quando a humanidade alcançasse um nível de maturidade espiritual
que permitisse a circulação dessas informações de novo.
Solano,
o Brujo trás isso para você e é compromisso seu com o planeta devolver isso
para todos. Auxiliar a cada um acessar a malha cristalina e retirar o acesso
consciencial que lhe é próprio. São mediante esses nadis gigantescos que os
espaciais caminham, se mostram, aportam. É por intermédio desses portais
internos que entidades e médiuns vão se alinhando produzindo um novo tipo de
relação e intercambio.
Pois
bem, eu relato o restante desse processo no Sensibilidade Consciencial. Lá
explico o que nós músicos do espaço temos feito e como que esses trabalhos no
re-eduncandário nos mostrou que em sua maioria éramos músicos e produzíamos uma
regência, uma cadência nesses encontros por vezes complexos, perigosos,
pesados, densos. Como o de discutir energia alternativa no Oriente Médio,
propor novas fontes e recursos energéticos nessas e outras localidades. E isso
foi fundamental para estarmos aqui, para termos a liberdade de falarmos de
integração consciencial. Para podermos falar de terapia, para podermos abrir um
espaço que é na verdade um laboratório para colocarmos em prática ideias
pilotos que vamos estudando no plano astral e necessita de implementação no físico.
A
implementação é a parte que lhe cabe, assim como a supervisão, os ajustes
dessas e outras medidas que vamos fazendo em conjunto. As 24 horas então de
Júlio adentram universos variados, especialmente os nossos. Não desassociamos o
tempo de nosso mundo subjetivo. E duas décadas depois de trabalho podemos falar
com muita segurança que uma nova forma de trabalho, uma nova concepção e
abordagem terapêutica, social, está apenas começando. Vocês estão no horizonte
dessa nova criação. Um mundo no qual as distinções entre eu e outro, aqui e lá,
dento e fora se perdem e se integram, se interpenetram.
Minhas
24 horas mudaram significativamente. Antes era imprescindível que eu estivesse
lá, hoje eu sintonizo o lá dentro de mim e atuo, estou. É uma nova forma de
escalonar o tempo e vivenciar os espaços. É uma nova maneira de situar no
espaço e compreender o tempo. Mas, essa conversa já está registrada e
atualizada.
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