Espaço utilizado como amparo e reflexão da Holos Consultoria Fiholosofica/Spaço Iluminar. Este espaço se torna o lugar no qual discorremos sobre as implicações, as atividades e os serviços prestados por nós. De forma que buscamos dar uma visão unificada, integrada dos acontecimentos da existência, colorindo-os com uma visão artística, cientifica, desportista, filosófica, denominada pelos gregos de Tecnhé. Contemplando a nossa visão holística e holográfica, isto é, φholosofica.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Agradeça e Receba
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Boa Vontade e Bom Coração
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Rezando por Bobby
"A história verdadeira de Mary Griffith, uma ativista de direitos homossexuais cujo filho cometeu suicídio por intolerância religiosa". Uma sinopse critica do filme pode ser encontrada aqui nesse link:
Rezando por Bobby é um belo filme, porque retrata uma história real e trágica. E eu não sei até que ponto podemos retirar o caráter de tragicidade da descoberta sexual de milhares de jovens, das mais variadas orientações sexuais. Estou falando de estupro, de pedofilia, de primeiras vezes ruins. Estou falando dos milhares de crimes cometidos contra os homossexuais. Estou falando de mulheres que nunca atingiram o orgasmo no ato sexual e nunca gozaram, nem se tocando, porque isso é encarado como pecado. Estou falando de como no ocidente sexo nunca esteve atrelado a amor. E nunca houve entre nós amor sem culpa e sexo sem culpados. Desculpem-me, mas nos casamentos de contos de fada, o príncipe não transa com a princesa. Nos contos de fada, novelas da Globo, filmes de Hollywood não há espaço para a vida de casado, para os conflitos das relações amorosas e de como eles ensejam e incutem na vida sexual. Assim, nessas retratações acredita-se que o amor sem o sexo resolve tudo.
O filme me chama atenção também pela falta de espaço para eles serem escutados. E quando digo eles, quero estender também a todos os adolescentes, jovens, eles não são ouvidos. Essas angústias mais profundas acerca do amor não são ditas, faladas, debatidas. Porque o amor é uma angústia. A possibilidade de não ser correspondido em seu afeto é uma dor de morte, um impulso terrível que te compele em direção ao outro. E se este outro, simplesmente por capricho dos deuses, não for flechado pelo cupido, a dor dilacera. O poeta já dizia: “Esta vida é uma faca de dois gumes fatais: não amar é sofrer; amar é sofrer mais”. E se isso é doloroso, angustiante para amores permitidos, o que não se sofre quando o amor não é permitido? E quem permite o amor? A Igreja? O Supremo Tribunal Federal? Tem sentido isso? De modo que se é terrível a carga pesada, doentia, que se coloca sobre as questões sexuais em nossa sociedade. E se isso é naturalmente trágico para todas as orientações sexuais, entre os homossexuais, transexuais, creio que essa carga deva chegar às raias do suicídio como se deu com Bobby.
E suicida-se devido a forte pressão e desamor das religiões que oferecem cura para os desejos. Enquanto a Igreja está apodrecida e abarrotada de padres homossexuais, alguns pedófilos, as igrejas protestantes cheias de pastores que amam suas fieis casadas, de líderes espiritistas e espiritualistas que fazem ares de bom moço, enquanto se envolvem em corrupção de menores e outros; a sana se faz em torno dos homossexuais. Com archotes e livros sagrados nas mãos sobem no púlpito para pregar o desamor em nome de Deus. E a minha pergunta é: o Deus de Deuteronômio serve a alguém, se não a um extremista radical? A visão atribuída a Kardec, do século XIX, acerca da homossexualidade serve a alguém se não aos mesmos inquisidores reencarnados?
A sociedade
civil, laica, o Estado Democrático de Direito brasileiro, aguarda e espera que
o Supremo Tribunal Federal garanta o direito a cidadania aos seus filhos e
irmãos. Que lhes sejam assegurados legalmente o direito inalienável de amarem,
se unirem e manifestarem esse amor e suas atividades sexuais com quem desejar,
simplesmente não cabe ao Estado regular sobre isso e é uma vergonha que o
tenha. Que aqueles que querem impor seu ponto de vista religioso,
preconceituoso sobre a sociedade, que percebam estarmos no século XXI, ou que
mudem para o Paquistão, para o sul dos EUA, para o Afeganistão, os Talibãs, a
Ku Klux Klan, e os xiitas sempre precisam de mais homens bombas, de mentes
raivosas e odiosas contra todas as diferenças e diferentes.
Bjs em todos
segunda-feira, 18 de abril de 2011
O Solista
domingo, 13 de março de 2011
O Assentamento do feminino
2011: O ano da Delicadeza
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Pãnico dos deuses a bestialidade televisiva 2a parte.
III
De todo modo, embora pudesse acompanhar essa mudança de humor e de comportamento nos meus alunos, eu nao conseguia registrá-lo de onde ele procedia. E comecei a estabelecer uma relação a partir da ansiedade de meu filho de 11 anos em querer me mostrar um vídeo do Pânico no youtube. Vídeo que a mãe dele lhe apresentou. Segundo meu filho era uma sátira a Amy Winehouse. Pensei em mil possibilidades engraçadas de satirizar a moça, mas o que eu vi foi algo que eu olhava para meu filho, querendo compreender o que era engraçado, o que tinha de engraçado. Sabe aquela situação constrangedora de não entender a piada. Mas o caso é que não havia piada, não havia humor, porque para se ter humor é necessário inteligência. E para se ter inteligência humorística é preciso delicadeza, finesse e lá, não se encontrava nada, nem ser humano se encontrava. O que tinha era um bicho, um animal, um ser grosseiro e repugnante. Um ser que deveria ser enjaulado, enclausurado, ou quem sabe morto a pauladas. Todavia, diante dele reinou o medo, o susto. Ele adentrava lojas quebrando, gritando e as pessoas se afastavam com medo. E, infelizmente, nenhum transeunte tinha reação exteriorizada diante do que o rapaz provocava. O medo das pessoas as paralisavam e ele não recebeu um xingamento, uma agressão, nada. Não foi lhe dada nem voz de prisão. A cena era de uma impunidade que me fervia o sangue, eu teria cometido um crime. Quando ele pega um cabo de vassoura e coloca nos aros de um senhor andando de bicicleta, eu pensei: alguém vai brincar de Bope, mas nada... a reação das pessoas era de acovardamento, como se dissessem: “ a propriedade não é minha. O prejuízo não é meu. E saiam de perto.”
Foram cenas de desrespeito, de desamor,
de cafajestagem que ultrapassa tudo o que eu tinha visto até então. E eu pensei
que já tinha visto tudo, em especial, quando na casa de um amigo, assistia ao mesmo
programa de televisão com todos dando risada e eu querendo dizer: “ vocês são
pais de família. Vocês não podem achar isso engraçado e rirem disso na frente e
junto com os filhos de vocês.” EU SOU CARETA. Desta feita, quando pensei isso,
eles (pânico) sabotavam o casamento de uma componente de programa. Já é
ultrajante pensar em sabotar um casamento, uma data especial para aquela pessoa
em questão. Mas ali, mais uma vez, eles se superavam: cortaram o vestido da
noiva, pagaram o motorista para não chegar a igreja. Tudo isso filmado e
exposto no ar como se estivessem mandando flores e doces. Os convidados
esperando.... o noivo esperando, a noiva... nada disso era levado em
consideração, era caso de sociopatia total, completa, exibicionista, canhestra
e cínica mostrada em rede nacional, sem ninguém tecer um comentário moralista,
sem ninguém advertir que aquelas práticas eram erradas. Não! Tudo possível,
tudo filmado, editado, com closes e tomadas especiais.
IV
Meu ponto é: em outro momento do nosso
país isso seria tratado como crime, como violência, como molecagem. Hoje é
campeão de audiência em horário dito nobre. O que mais me choca é a insistência
em denominar isso de humor e o mais lamentável é ter aqueles que de fato achem
graça em humilhar, inferiorizar, retirar do outro sua condição de sujeito. O
mais grave, ninguém responde por nada. O cara com o mesmo cabo de vassoura que
derruba gratuitamente um ciclista, arrebenta o para-brisa e a lataria de um
carro adiante. Depois, creio eu, deve ir a equipe de reportagem e explicar que
eles são da televisão e arcarão com o prejuízo. Essa parte eu não vi indo ao
ar. E, me repugna saber, ou pensar, que ninguém processe essa gente, que
ninguém também brinque de lhes disparar agressões físicas e simbólicas. Me causa
profundo desgosto saber que pelo fato de se estar sendo filmado, pode-se tudo,
paga-se tudo, compra-se tudo; de que estamos a venda por tão pouco, por tão
barato. Mesmo um milhão e meio de reais como paga o BBB é pouco.
V
Hoje eu não tenho dúvidas em apontar e
afirmar que o rapaz que agrediu com lâmpada florescente outro jovem que andava
na ruas de São Paulo é telespectador do Pânico. Assim, como o é também, aqueles
que atearam fogo no mendigo. Como são, igualmente, aqueles que agrediram, mesmo
depois de desmaiado, e semimorto, o componente de uma torcida organizada rival.
São telespectadores do Pânico os alunos que praticam Bullying e que não tem
limite e respeito ao outro. Mas escrevo tudo isso, porque ao voltar mês passado
de Caeté, cidade da região metropolitana de Bh, fui fechado em um movimento
irresponsável de um tratorista. O rapaz deveria ter em torno de 21, 22 anos.
Estava com meus pais e meus filhos. Minha mãe fez a observação de que
possivelmente fora assim que o Shaolin do Pânico ficara em estado terminal (foi
somente aí que eu soube do caso desse moço). Mas a reflexão que me ocorreu era
a de que o motorista do carro que o fechou era fã dele e do programa que ele
apresentava, isto é, era alguém que não tem limites e acha que tudo é engraçado,
até mesmo colocar a vida do outro em risco. Aposto que o moço foi dar
gargalhadas depois do acidente e não me causara estranheza se os pais dele
tiverem ido se responsabilizar pela ação que ele cometeu, igual a produção do
programa faz ou deve fazer por eles. São frutos de uma mesma temeridade, de uma
mesma irresponsabilidade, de um mesmo descompromisso com a vida e com o outro.
VI
Isso tudo me faz pensar que Pã ficaria assustado se andando pelo século XXI visitasse a programação brasileira, porque quando acaba o Pânico em um canal, começa o BBB em outro. Nunca ouvi falar que a situação de pânico fosse engraçada. Esta é uma sensação moderna, atual, contemporânea. E, temo isso, porque no século V ac crianças espartanas matarem escravos era tido como engraçado. No século III dc era engraçado ver cristãos serem devorados na arena por leões. No século XVI era motivo de monta lançar negros ao mar acorrentados com bolas de ferro. Práticas que aprenderam na idade média ao submeterem as mulheres, ditas bruxas. No mesmo século XVI era motivo de aposta saber se as mulheres incas estavam grávidas de machos ou femeas e com faca em riste, abrir-lhes a barriga e retirar o feto para constatação. Isso tudo feito com muita risada e galhofa, daqueles que perdiam a aposta. No século XX matar judeus foi divertido. Agora no século XXI a televisão brasileira comete grosserias menos sangrentas, nem por isso, menos aviltantes. Igualmente espantoso é saber que causa risadas em adolescentes, jovens e adultos.
VII
Em qualquer sociedade democrática, que
existisse liberdade de imprensa verdadeira, esses programas seriam naturalmente
censurados, porque a liberdade de imprensa não pode estar acima da dignidade
humana, ao respeito à cidadania. Mas pensar em regular a programação é censura.
Que ninguém então se incomode quando homossexuais forem agredidos na rua e
mendigos forem queimados sobre a defesa cínica de que se estava apenas
brincando. Problema é de quem não achar graça, porque a des-graça e o Pânico
estão na tv, na sala de aula, na sala de estar, na vida. A qualquer momento
você pode se deparar de cara com Pan, mas não mais aquele que apenas nos
causava susto, os de agora tentam, como a própria representação do demo
(chifres e patas de bode) causar dor para ver se conseguem rir, praticar o mal
para se tornarem mais felizes. Tudo isso sob o olhar temeroso e vacilante dos
bons.