domingo, 3 de julho de 2016

EDUCADORES CONSCIENCIAIS: o conhecimento é luz.


Antes de qualquer coisa: eu adoro esse conceito. Mas, o que seria um educador consciencial? Toda educação não busca e não prima educar a consciência? 

Antes das tentativas de respostas, algumas divagações.

Esse texto é na verdade uma retomada de interações realizadas com amigos queridos, que cada um no seu campo busca em si e ao seu redor, educar a consciência. Eu ouvi o termo anos atrás da boca de Júlio Sacrassenda, um educador consciencial no melhor sentido socrático.
Recentemente, em conversa fraterna, eles reacenderam em mim essa certeza de que é isso que eu faço, porque em suma é isso que eu sou- um educador consciencial. Donde poderíamos buscar uma primeira definição: o educador consciencial é aquele cujo fazer relaciona-se harmonicamente com o seu ser. Faz o que se é. Expressa-se em seu fazer aquilo que se é, está sendo, vai se desvelando.


O termo pode soar presunçoso, mas ele é simples, e verdadeiro, como uma identificação. Um olhar sincero diante do espelho e enxergar-se naquilo que fez, que faz, que pretende fazer. Em suma, todos os meus atos tiveram como intencionalidade a educação consciencial, se não do outro, sobretudo, a minha mesma.



Antes de interagir com as perguntas acima, suscitaremos outras, tais como: o que é consciência? Animais têm consciência? Máquinas inteligentes poderiam ter consciência? Computadores possuem consciência? Seria possível a criação não de uma inteligência artificial, mas de uma consciência artificial? Inteligência é diferente de consciência? Afinal, a consciência pode ser educada? Haveria forma e metodologia de se educar a consciência?


As perguntas, interações, discussões são muitas. De modo geral, não temos essa conceituação do que seja consciência. Há várias discussões, mas o conceito continua intrigando filósofos, psicólogos, pedagogos, neurocirurgiões, programadores, espiritualistas e tantos outros  que buscam uma definição.  
Sendo assim, não me proponho e nem me atrevo a definir consciência, mas quero falar dela. Porque, se ela é difícil de classificar, de conceituar, ela não é difícil de apontar. Embora não saibamos conceitualmente o que seja consciência todos somos capazes de identificar uma quando a vemos e quando a perdemos, quando ela se esvai.
A risada de uma criança, o olhar de um recém nascido demonstram a presença de uma consciência. As ações de uma pessoa em surto demonstram a perda momentânea dessa mesma consciência, assim como, o olhar do paciente de Alzheimer assinala uma consciência que vai se esvaindo e como processo derradeiro temos algo que escapa do corpo físico deixando-o inerte e sem vida. Por falar nele, o corpo teria consciência, ou essa se restringe a mente? A mente seria um sistema, uma parte da engrenagem metabólica e fisiológica do corpo ou um ente em si, similar ao fantasma da máquina, que a coloca em movimento?



Como mencionamos, as perguntas são muitas e as respostas poucas. Não que não as tenhamos, mas é que em sua grande totalidade, elas envolvem um rito de fé, uma crença, seja científica, seja psíquica, seja espiritual. Todas tentando serem lógicas, ordenadas, coerentes, mas quase todas apostando numa necessidade de crer para ver.

Muitos neurologistas e teóricos da filosofia da mente são unanimes em dizer, no melhor modelo fisiologista, que seja o que for essa tal consciência, ela é uma derivação sináptica das funções mentais. Num outro escopo há físicos, espiritualistas, filósofos da mente mostrando que seria a consciência a criadora de todas as coisas, inclusive da experiência mental-humana em um corpo físico. Todas tem grandes e belos embasamentos teóricos que não deixam de ser questionados pelos opositores, e nas objeções de lado a lado aproxima-se e afasta-se desse ente que ora é sujeito, ora é observador, ora é sujeito-observador-participante; ora é participante-sujeito-observado; ora é só coisa, um mero objeto; ora é totalidade de todas as coisas, de todos os objetos, de todos os sujeitos, em posição silenciosa de observador e co-participante essa totalidade.



Por esse caminho, retoma-se a perspectiva de que é mais fácil experienciar estados alterados de consciência, saber demarcar subjetivamente se algo ou não tem consciência do que defini-la por si e em si.

Nessa direção podemos dizer que há caminhando sob o solo físico do planeta Terra seres com uma consciência moral, ética, política, social, artística diferente das dos padrões que fomos educados e condicionados. Uma parte considerável desses seres nós só os víamos em mundos intraterrenos ou em dimensões mais elevadas e extraterrenas. 
Todavia, agora esses seres estão aqui, mas a pergunta que se apresenta é: como educa-los? Como não perdê-los? Como permitir e aceitar todo o melhor que eles têm para nos oferecer? E, será que com nossos modelos sucateados, esses seres conseguirão mostrar-se, revelar-se? Ou os escombros morais de uma tradição caduca irá os paralisar, os bloquear, os impedir, em suma os soterrar? É uma aposta difícil.


O que percebo é que a tarefa não é simples como pensei, pelo contrário, a tarefa envolve mudanças de percepção, de entendimento, de paradigmas que em parte estão dadas, mas numa outra parte, altamente significativa, precisamos construir e realizar. Essa outra parte envolve um novo modelo educacional. Talvez não em grande escala, embora alguns países do mundo já estejam aplicando, mas em pequena escala, numa concepção micro, individual, pessoal. Uma educação que traga à baila o aprimoramento e o desenvolvimento da consciência. E aqui retomamos os nossos primeiros parágrafos: é possível educar a consciência? A consciência necessita ser educada?




Como educador atrevo-me a dizer, que educar a consciência é em suma e em síntese contrariar um modelo de educação que se faz para o mercado e para o con$umo. Uma educação que embora fale de felicidade e prazer, na verdade, não consegue nada além de frustração, angústia, descrença, estados psíquicos muito distante do prazer. A lógica do $uce$$o que conduz as escolhas individuais e os sistemas educacionais resultaram nisso que vivenciamos- uma ilusão cretina de que conquistar posses materiais preenche o vazio consciencial.
Assim, nosso modelo educacional, não apenas brasileiro, como mundial, apostou numa educação para o mercado. Mas, o mercado é o anti-homem. O mercado é a anti-natureza. O mercado é a anti-vida. O mercado acredita e segue o seu caminho para o $uce$$o como profissão de fé. Alardeiam que ser bem sucedido é ter carro, casa, dinheiro, fama. E, não obstante, tudo isso pode ser alcançado valendo-se de quaisquer fins e meios.




Os sistemas educacionais compactuam com a ideologia do Mercado e nem cogitam a possibilidade da consciência ser eterna. Nem cogitam a possibilidade de que o preço cobrado pelo deus Mercado, ou seja, exclusão, insatisfação e frustração da maioria, a troco de nada, ou por nada é um preço muito caro. Caro demais não enquanto experiência, porque se a consciência é eterna, tudo vale; mas cara demais no sentido egoico no qual o sucesso de um representa e significa a frustração de milhares. É um jogo muito tolo e infantil para satisfazer apenas uma parcela muito reduzida dos seres, sejam eles físicos ou não, humanos ou não. A desproporcionalidade não paga os parcos satisfeitos e tidos como bem sucedidos, mesmo porque, relatos desses seres após a perda do corpo físico revela o vazio existencial, consciencial que os devora por dentro.


Uma pausa mediada por um parêntese. Não estamos e nem faremos ode à pobreza. Pelo contrário, o universo é prospero e abundante e caminha de mãos dadas com a natureza. A natureza é diversificada, prospera e repleta de possibilidades. O que estamos tentando mostrar é a falácia e a ruína de um sistema educacional falido, que nem adestra mais como antes e muito menos educa no sentido de tirar de dentro de cada um dos seres o melhor deles. O que eles são.

Façamos o exercício de imaginar, nem que seja por um segundo, que há existência fora da lógica materialista do mercado. Que é possível ter carro, dinheiro, casa, manifestando-se o melhor de si mesmo e não negando ou sufocando esse ser. Que é possível a afirmação de toda a materialidade do mundo sem com isso negar aquela parte da consciência que desponta para fora do iceberg. Sendo assim, por que ficamos reproduzindo o flagelo e o açoite? Por que não encorajamos as pessoas a manifestarem o seu ser? Por que não encorajamos medidas e atitudes coletivas de empoderamento e realização na qual o individuo se faça melhor? 


Estampado tudo isso, podemos responder com mais propriedade, que é claro que a consciência pode ser educada, mas é notório perceber e compreender que a melhor forma de educação consciencial é a que permite, possibilita e a encoraja ser ela mesma. Mas, afinal como ser ela mesma? Se não nos conhecemos, se nos ignoramos e somos ensinados a nos ignorar, a nos iludir?

É aqui que entram as metodologias e as tecnologias em prol do crescimento consciencial dos seres. Tecnologias capacitadoras que trazem como cerne o reequilíbrio do homem com a natureza, a integração do ser com a vida, o entendimento divino da existência. Não divino no sentido religioso do termo, mas divino no sentido de compreender a vida como um Maravilhamento, Thauma/Espanto como chamavam os gregos. Um estado de atenção no qual possibilite vislumbrar, entusiasmar, ficar pleno ao observar a vida e a existência ao nosso redor. Percebendo-se como parte integrada desse todo, no qual nossas ações afetam o ordenamento dessa totalidade. De tal forma que o certo, o errado, o bem e o mal mais seriam mediados por um processo intersubjetivo de ações e intenções.



Em cada uma delas nós co-criaríamos o ordenamento do Cosmos. Seríamos e somos responsáveis por nossas ações e nessa responsabilidade Deus, Deusas e o diabo não teriam maiores poderes do que nossa consciência, ou inconsciência de existir.




Há também no plano físico do planeta, depois de muitos experimentos e feitos nos planos mais sutis, tecnologias conscienciais cuja essência aproxima-se muito desse modelo que rascunhamos. Muitas tecnologias conscienciais são captadas, ofertadas aos indivíduos, aos grupos como forma de empoderamento e abertura para uma nova compreensão da realidade. Uma compreensão que em seu cerne tangencia as normatizações voltadas para o $uce$$o, embora acredite e não abra mão da PROSPERIDADE. Em suma essas tecnologias em maior ou em menor amplitude proporcionam uma conexão do ser com o todo. Um reequilíbrio do ser com a natureza interna, externa, intersubjetiva. São tecnologias que disponibiliza aos seus buscadores acessos a si mesmo, acessos aos outros, acessos a universos intersubjetivos, interdimensionais. E creio ser o meu dever informar que esses procedimentos estão aí. Assim, como um dever em dizer que o vazio que você sente, a falta que você sente, a dor e a angústia que você sente não vão passar com conquistas materiais, nem com pílulas mágicas, nem com amores de uma noite, nem com os efeitos etílicos. Esse vazio irá passar quando encontrarem-se naquilo que são, realizando aquilo que são. Nessa expressão e expressividade o vazio desaparece.




Então, ouse seu sonho, porque ele é uma melodia indispensável na sinfonia do universo. Mas, não acredite que você é a própria sinfonia, mas não acredite que você também não é a sinfonia, rsrsrs. Ou seja, a sinfonia é tocada sem você, mas se você afinar o seu instrumento e ocupar o seu lugar, a sinfonia alcança notas, variações, vibrações que não seria possível sem você. E essa é a sua importância. Ser aquele(a) que ninguém mais pode ser. Mas, essa escolha é sua e de ninguém mais.

Finalizando, não dá para falar de todas as tecnologias conscienciais que estão rodando por aí, tocando por aí; mesmo porque, eu não conheço nem 1/1000 delas. Mas, dá com toda segurança sumarizar o que elas têm em comum:


  • ·       a capacitação para autonomia. Ela busca desenvolver a independência e a individualidade, mas numa perspectiva engajada como nos ensinou Sartre.

  • ·        o respeito à diversidade e à pluralidade dos pensares e dos existires. Todos compõem o todo e o todo só se faz com a participação de cada um. Todos são importantes e insubstituíveis.

  • ·        a busca para um voltar-se a si mesmo, compreendendo-se e responsabilizando-se por si mesmo e o coletivo. Elas ensinam e capacitam para o autoconhecimento.

  • ·        o empoderamento e o respeito a essa emancipação do sujeito. Não se aceita a submissão de terceiros, o olhar de que o diferente é inferior a você por ser diferente de você.



Mas, escrevo tudo isso só para dizer: ESTAMOS AQUI. Estamos aqui preparados para acolher aos que estão perdidos. Preparados para auxiliar aqueles que honram o planeta com a sua presença e consciência. Aqueles que por virem de onde vêm e serem o que são manifestam o amor e não compreendem a nossa obtusidade em acreditar que haja outra coisa mais importante a se fazer no universo que não ser mais amoroso. De modo que ESTAMOS AQUI!! 
Nós existimos à margem dos sistemas e também dentro deles, os alterando até onde eles podem ser modificados sem necessitar ser implodidos e reconstruir de novo.



Terapias como a FILOSOFIA CLÍNICA, MAGNIFICÊNCIA CRISTALINA, EMF, YOGROUND e tantas outras estão aí para auxiliar cada ser em sua descoberta, no seu desvelar e manifestar. EDUCADORES CONSCIENCIAIS estão aí nos mais diversos ramos e setores proporcionando um grau maior de liberdade e entendimento por onde passam. Proporcionar informações sobre a transcendência é a nossa maneira de ser no mundo. 

Se seu filho é diferente, se você quer uma educação diferente para seu filho, nos procure. Os educadores conscienciais vão apenas facilitar que a essência de cada um deles se manifeste. E nessa manifestação,ela nos auxiliem a manifestar a nossa. 

No final todos libertos para serem aquilo que somos- luz e consciência. 



Um bj amoroso em todos.

domingo, 19 de junho de 2016

Criança Índigo de 8 anos: a cura pelos campos cristalinos





INTRODUÇÃO: compartilhando com a rede. 

Olá a todos!!! Aos poucos vamos ficando mais exotéricos dando publicidade as práticas e as experiências que realizamos por muitos anos de forma mais fechada, esotérica.

 

Nossa experiência com cura iniciou fazendo visitações aos hospitais. Nosso grupo encontrava-se aos sábados na rua da Bahia ou alguns iam diretamente para o hospital. Nessas visitas surgiu a necessidade de após o término, realizarmos um ato energético. Foi a partir desse ato que íamos entronizando estados de cura em nosso campo, íamos aumentando a percepção sensorial e consequentemente possibilitando uma aproximação mais consciente e refinada dos amigos curadores.

Nós que íamos até lá achando que estávamos doando, na verdade, estávamos recebendo. Estávamos nos curando de nossa arrogância, de nosso orgulho, de nossa prepotência, de nossa vaidade, vibrações responsáveis por 98% das doenças nos mais diversos níveis. Concomitantemente, íamos aprendendo, sem saber que apreendíamos, a metodologia utilizada pelos curadores do espaço: a fala, o carinho, a escuta, o amor, o respeito, a tolerância. No final do tratamento é isso que faz toda a diferença. O que cura é a presença, é a atitude vibracional do ser e não a posologia em si mesma. Há médicos que aceleram o processo de cura do paciente receitando água com açúcar e há aqueles que não obtém o mesmo resultado com a medicação mais adequada.

 



No entanto, paramos com as visitações, porque acabou produzindo um desnível imenso no grupo entre aqueles que as faziam e os que não, e achamos melhor dar condições de pareamento. Constatamos que um minuto de prática vale mais do que cem horas de estudo. Um minuto de prática vale uma existência, enquanto que uma vida de teoria as vezes não altera um nascimento.

Anos mais tarde, nos foi sugerido realizarmos uma reunião de cura. Foi quando estreitamos relação com os curadores do espaço: caboclos, xamas, mestres ascensos, espaciais, pretos-velhos, engenheiros energéticos e toda sorte de seres que se propunha auxiliar os outros. Aprendemos muito.



Desde o início desse ano de 2016 voltamos a realizar trabalhos de cura. E, no últimos sábados a partir de um vídeo postado e compartilhado por uma companheira de grupo, realizamos nossa reunião. E vamos compartilhar um pouco do que aconteceu por lá. 


Vocês puderam ver o vídeo do garoto e as explicações que ele fez. Ele desenhou com muita precisão aquilo que eu demoro anos para explicar e quase ninguém entendia. Mas, foi o que a espiritualidade nos ensinou.

Por diversas vezes, eles determinavam os lugares dos médiuns na mesa e a mostravam como um circuito eletromagnético. Veem-se de fato as interações energéticas acontecendo. A energia circulando. Mais tarde, eles me ensinaram a ver as imagens desses canais, entrar dimensionalmente nas imagens que são formadas nessas trocas e nos campos que são formados, criados. 

 


Eu classifiquei isso de universo holográfico. Porque estávamos ali na rua da Bahia e de repente aquele cenário transformava-se num castelo medieval, ou numa floresta europeia, ou numa savana africana, ou outras paisagens e espaços. Daquele espaço físico e presencial co-existiam simultaneamente várias realidades, vários seres que muitas vezes não se viam. Cabia aos médiuns sentados em suas cadeiras, com suas vibrações peculiares, re-transmitir vibracionalmente para sua faixa holográfica informações que possibilitasse o despertar consciencial dos mais diversos seres, nas mais diversas localidades.


Porém, a manutenção e a fixação vibracional nessas faixas não são fáceis. Dispersamo-nos com facilidade e por mais que os amigos criem mecanismos energéticos para mantermos nossa vibração numa faixa, ela oscila, o que pode comprometer os trabalhos. Foi quando eles nos pediram para colocar alguns cristais.


Os cristais realizavam a mesma equalização, mas sutilizava demasiadamente a energia de cada um. A atuação mediúnica que acontecia digamos numa relação magnética sutilizava para uma eletromagnética (por exemplo). Os que trabalhavam numa faixa eletromagnética iam para uma molecular, quântica (por exemplo). O esforço era menor, o dispêndio de energia infinitamente menor e a sutileza e alcance, imensamente maior.




A utilização dos cristais ampliavam também esse raio de comunicação. As linhas holográficas engrossavam, ficavam mais nítidas, robustas e criavam uma malha, uma teia que alguns videntes da mesa viam pegando toda Terra. Estávamos falando do que Kryon mais tarde chamou de grade cristalina. E todo o nosso trabalho de cura, todo nosso trabalho consciencial consiste na utilização dessa grade, desse espectro, desse campo. E foi isso que realizamos sábado. Destacando, que a medida em que fomos observando os campos que eram criados pelos cristais, percebíamos que eles não se fechavam ali, eles estavam conectados com outros cristais da casa e fora dela. Percebemos também, que todos os presentes, nos mais diversos níveis, passavam a vibrar como se fossem cristais também. As redes criadas formavam equalizações que buscavam e desenvolviam padrões harmônicos em tudo a volta, de modo que o sentido dos campos eletromagnéticos que nos fora pedido lá atrás cumpriam a função de perceber cada ser humano como possuindo um corpo cristalino, que se conectava a uma grade cristalina que permeia todo planeta. Essa grade cristalina é responsável por um processo de sutilização, de refinamento das energias, assim como por um despertar de que estamos interligados, conectados. Essa rede, essa teia se espalha por meios físicos, mediante aparatos tecnológicos que respaldam e alicerçam, ancoram a energia sutil de planos mais sutis. Há uma nova geometria da Terra, assim como há uma nova geometria dos corpos biológicos. 






OS TRABALHOS:

Convidamos todos para participarem, mas estivemos fisicamente com seis pessoas (eu e mais cinco. Sendo três mulheres e dois homens). Pedimos que cada um trouxesse um quartzo. Uma companheira que não pôde estar conosco fisicamente no sábado nos deixou sua Crizocola. E, ela teve um papel centralizador nos trabalhos ao representar geometricamente (é esférica) o globo terrestre e dimensionalmente um trabalho muito sutil de cura interna, de acesso a registros internos devido ao uso que essa pedra faz nos trabalhos Xamânicos. 





Cheguei um pouco antes para ‘construir’ os campos, as teias, que chamo de fibras óticas. Colocamos um quartzo logo na entrada da porta.

 A direita mais outros quartzos com as cartas da Pegg, que nos auxiliaria a visualizar o que estaria sendo trabalhado. As cartas dariam as pistas simbólicas sobre a força do inefável e do inexprimível. 

 



No chão formando um quadrado, com um cristal em cada lado tendo como convergência uma ametista embaixo da mesa e a Crizocola representando o globo, a própria Terra como já salientamos. Estavamos criando uma circuitação que alimentasse o ponto crucial que falo abaixo e a energia de cura de todo planeta, especialmente, do nosso país. 

 

Foi pedido, e isso foi a 1ª vez que realizo nessa existência, a criação de um ponto no qual cada um de nós se posicionaria e pediria a cura. Em verdade, toda a energia da sala tinha sido concentrada, gerada para carregar esse ponto, esse espaço e possibilitar a cura. Uma cura que era individual-coletiva como abordaremos abaixo.

 

 

Um parênteses:

 

O conceito de cura, assim como todo trabalho da espiritualidade é complexo. Quando se pensa em cura, pensa-se nos milagres físicos- o cego enxergar, o paralitico andar, o leproso ser limpado de suas chagas. Todavia, além dessas curas de caráter físico há outras em níveis mais sutis, em camadas mais profundas que muitas vezes nos cura daquilo que ainda não manifestamos e de doenças que provavelmente não viremos ter. Em síntese e resumo, cura para os amigos espirituais é outra coisa e uma coisa tão outra, que eles inúmeras vezes nos mostram como que a doença que temos é a nossa cura. Como que a doença é nossa mestra. Como que a partir dela e devido a ela alcança-se estados de consciência que não aprendemos sem ela. Longe de considerarem a doença ou o sofrimento como sendo a nossa única forma de expansão e crescimento, pelo contrário, é justamente essa nossa insistência na dor e no sofrimento como única possibilidade de aprendizagem que eles buscam alterar e nós também. 

 

Diferentemente, dos moldes mais tradicionais, não tinha um curador para sarar os doentes. Tinham buscadores com suas intenções e amigos aptos a proporcionarem uma alteração vibracional, consciencial em cada um dos presentes que lá estavam, independente do plano e da dimensão. A proposta era a de que os que ali estavam presentes, em quaisquer nível que estivesse, auxiliaria e seria auxiliado. Daria e receberia. É nessa energia de compartilhamento, de troca, de interação, que realizamos a reunião. 

 

E foi assim que fizemos. Primeiramente, foi pedido a cada um pegar uma das cartas da Pegg e saíram os seguintes atributos por ordem de chegada/tiragem: Neutralidade, Criatividade, Coragem, Gratidão, Paciência e Iniciação. 

Num segundo momento vimos o vídeo postado. Conversamos sobre o mesmo, e falei um pouco do que escrevi acima. 


Num terceiro momento, foi pedido que cada um dos participantes fechasse os olhos e fosse acalmando a respiração. Fossem sentido a respiração cada vez mais profunda e suave. Pedimos que focassem no coração e aos poucos fossem ouvindo as batidas. A partir desse momento foi pedido o acompanhamento dos guias internos de cada um. Foi pedido que eles ouvissem o som de um tambor e acompanhassem, cada vez chegando mais perto desse som. Ao encontrar com esse ser lhes acompanhasse e recebesse o presente que ele teria para lhes dar. Ficamos nesse estado alguns minutos até que fizemos o retorno, nos afastando do barulho do tambor, recordando da função e do proposito do presente recebido, fossemos escutando as batidas do coração, ouvindo o ambiente ao redor, sentido a respiração mais curta, mais breve, movimentando pés, mãos, quadris, ombro, nuca, e suavemente abrindo os olhos. 

A partir disso entramos em outro momento que foi o de cada um contar o que vivenciou. 

 

 

J viu um gladiador enorme tocando tambor e a acompanhando pelo caminho. Sentiu a presença dele. A carta dela tinha sido a Coragem. 
A figura do gladiador é expressiva e significativa, porque ele constrata com o que acreditamos ser espiritualidade. Afinal, como alguém que luta contra o outro pode ser um guia interno? Justamente, para nos ensinar a lutar por nós mesmos. J- menciona a sensação de proteção ao lado do gladiador e eu capto a ternura e a docilidade dele pelo presente que ele entrega a ela. Ele é um ser de quase dois metros, forte, com traços duros e fortes, mas a sua força está na ternura, na meiguice, na docilidade. E, a gente perde isso. Em verdade, não acreditamos muito nisso. 

 

M- viu um índio que lhe deu um cachimbo. Ela relutou, porque achou que era invenção dela, que não era aquilo que o cara queria lhe dar. No final ela recebe, mas quando está indo embora, ele passa a mão e o cachimbo fica invisível. A carta dela tinha sido a Neutralidade.
O cachimbo é um símbolo muito caro na cultura xamanica. Ele faz a conexão do masculino com o feminino, possibilita a integração e a abertura de novos portais, de novos horizontes. Ele apazígua, acalma, acalenta, sereniza e eleva nossos pensamentos, nossas orações, nossas intenções. 

 

H- também viu um índio, assim como P e assim como S. No caso de S, o índio era velho, muito velho com os rostos enrugados. Esses índios representam o Conselho dos anciões e são os responsáveis pela iniciação e transmissão de conhecimento para outros xamas. Eles guiam as jornadas dos mesmos nos planos dimensionais. S recebeu uma colher como presente. A carta dela foi Paciência.
A colher era diferente, com um formato diferente. Mas, o símbolo no que ele tem de universal é igual. Já no que ele tem de específico e diz somente a ela e para ela só pode ser dito por ela. Não cabe interpretação. É algo a ser desvelado e compreendido pelo próprio buscador no seu tempo, no seu ritmo, no seu caminho. Mas, de modo geral a colher é o acolhimento, é o feminino, é a mistura. É a magia e a tradição da força, a tradição da Terra e da terra. É o modelar, o modular, o cozinhar. 

 

Voltando a H, nesse momento a narrativa dele, de P e de se misturam e se interpenetram, porque estavam no mesmo lugar, ouviram o mesmo som do tambor, o mesmo canto. reproduziu o canto e teve a confirmação dos outros dois de se tratar da mesma entonação. P fez o som do tambor e deixou claro que fora o mesmo ritmo que haviam escutado. Eles estavam no Grande Canyon. M chega lá a noite e depois vai amanhecendo e os outros dois já estão no cenário durante o dia. Ambos ganham uma águia como presente. A carta de H tinha sido criatividade e a do gratidão.
A águia é um animal de poder. Com os mais diversos usos. É uma protetora e como ela os protege, como ela dialoga com cada um deles se eles ainda não sabem vão descobrindo aos poucos. A águia me é um animal caro, sempre foi desde menino, desde sempre. Enfim... 

C- disse não ter captado muita coisa. A mente estava ocupada com uma situação que ocorrera. Não dando para se concentrar muito. 

As cartas dialogam muito com que cada um foi buscar. Relaciona-se com situações que cada um estava passando e vivendo. O estado interno também.

 


As cartas nos ajudam a visualizar o que estava sendo trabalhado e por vezes não temos nem nome e nem alcance para buscarmos. Cada um com sua vivência e com sua experiência trabalhou a si mesmo e ao grupo. O que é grupo? Todos nós que estavámos lá fisicamente e todos os outros que estavam conectados por estados vibracionais, mentais, emocionais. Essa é a rede e por isso a importância de mais pessoas. 

CONCLUSÃO: dando chaves de entendimento


Primeiramente, a entrada na grade cristalina passa pelo espectro emocional. Passa pela sintonia mais fina e refinada do que a Pegg chama de pensar com o coração e sentir com a mente. Os trabalhos com a grade evocam essa harmonia e integração. Não obstante, há limites e restrições a esse acesso. Ele não se faz de forma individual. O que Solano nos informa é que colocamos vários conhecimentos, informações nessas grades, mas o acesso é coletivo.

http://universofiholosofico.blogspot.com.br/2013/04/dentro-do-cristal.html

Para acessar é necessário que o outro passe a senha. Cada um tem um código de acesso que libera e disponibiliza as informações. Realizamos isso para proteger conhecimentos de usos catastróficos, nefastos. Agora temos um potencial maior de abertura desses recursos que passam diretamente pela descoberta do quartzo e a sua utilização em longa escala, assim como a chegada de seres que trazem em si essa harmonização interna. Esses seres, naturalmente, destravam e ativam estados alterados de consciência só com a presença. Uma hora fico contando casos desses seres. 
O imprescindível de tudo é a compreensão de: 


Um- esse é um processo coletivo. Assim como ao ativarmos um cristal, ele ativa centenas de outros, milhares de outros, independente da distância, o que estamos fazendo é similar, quando nos ativamos, ativamos dezenas de outros em nosso campo vibracional. 


Dois- quando falamos de grades cristalinas, de campos cristalinos não podemos perder de vista que nosso corpo biológico tem uma estrutura cristalina que está sendo ativada. E, tal ativação se faz em rede, de forma sistêmica, coletiva, plural, como se fossemos uma drusa. 

 

Ao final, cada um foi ao portal da cura e sintonizou com tudo o que gostaria que fosse curado. Solano passou e re-distribuiu essa energia. Falou algumas palavras mostrando que o trabalho era coletivo e que a tônica do mesmo era o local que me aparecia, sempre me aparece nesses trabalhos.

 

O local é uma caverna de cristal. Os cristais estão vivos. Eles lembram muito a base do Superman e ficção ou não, hoje sei que não é, eles guardam as memórias, as estórias, as tradições, os conhecimentos e as informações de tudo que pudermos decodificar. Tanto pessoal, quanto individual. Esse acesso está em nossas grades cristalinas, em nossos corpos e algumas técnicas como a Magnificência Cristalina facilitam esse acesso, essa recordação. 

Enquanto, eu ia conduzindo o processo, com a turma toda bem a frente como eles vieram me dizer depois, rsrsrs, eu escutava uma batida quase inaudível do tambor. Seguia o caminho acompanhado de um beija-flor que virou uma águia. Quando a águia pousa, ela se transforma naquilo que elas são e eu o sigo até uma gruta, uma caverna. Há uma descida, com uma inclinação e no seu centro tem uma drusa imensa, soltando raios de luz coloridos em todas as direções. Eu me aproximo e vejo pessoas em volta. Elas me olham, eu as conheço, mas eu sempre volto daí. Conscientemente não avanço. Sei e escuto que já estamos mais afinados. Percebo que há mais vozes e mais instrumentos ocupando seu lugar, mas eu ainda tenho dificuldade de dar a partitura, de ocupar meu lugar, de tocar a sinfonia. Repito e ressalto que a música é cada vez mais bela, mais linda. Uma beleza que literalmente faz a terra tremer, o céu celebrar, os anjos honrarem a aposta do Criador e de Jesus. São seres que eu reverencio com todo amor, com todo sentimento que eu não sei dizer, chamo de beleza. É algo belo. Tenho todo cuidado, todo zelo, mas não nos vejo pronto. Ou todos já estão menos eu; enfim...


Solano faz a distribuição dessa energia, desse lugar. Ele compartilha um tanto daquilo que nós damos uns aos outros e recebemos uns dos outros.

 

Foi assim....

 



sexta-feira, 27 de maio de 2016

CORPUS CHRISTIS: e o estupro da menina.


4É que, como num só corpo, temos muitos membros, mas os membros não têm todos a mesma função, 5assim acontece conosco: os muitos que somos formamos um só corpo em Cristo, mas, individualmente, somos membros que pertencem uns aos outros. Rm 12
A imagem do corpo de Cristo é aos meus sentidos a mais significativa da mensagem do evangelho. A exortação paulina de que somos um só corpo é bela e sábia.
Bela por ser mística e transcender o tempo, o espaço. Sábia por ser temporal e propor uma reflexão edificadora. Nela o apostolo tardio pede para que imaginemos o corpo, com seus pés, mãos, rosto, cabeça e todas as partes. Qual a mais importante? Nenhuma, o corpo só é corpo na integração.

Nenhum corpo pode ser todo perna, ou todo olho, ou todo boca, ou todo cabeça, a não ser que se faça monstro. A beleza do corpo e a sua razão de existir está que cada parte se completa, se complementa. Invariavelmente, são sempre aos pares, mas mesmo sendo duplo (mãos, olhos, rins) é singular.



O corpo é então a melhor mensagem para nos compreendermos e para convivermos com os outros. Paulo fala do corpo de Cristo nos chamando para refletir sobre o corpo da igreja. Nós queremos refletir sobre o corpo de Cristo e a estrutura social.

Desse modo, esse texto vai para amigos(as), inimigos, afetos, desafetos que sofrem, que tem sofrido.

Esse texto tem o sentido de ser um conforto, um abraço, um balsamo, um copo de água, uma roupa de frio, um prato de sopa para quem está sentido o clima gélido e estéril dos acontecimentos recentes.
Esse texto é uma pena (diria uma Primavera xamanica) para alguns que acreditam que entraram em outra dimensão e que quando acordar o mundo vai estar no lugar.

Enfim, esse texto é para quem ainda sente, e alguns sentem tanto, que a alma está doendo, sofrendo.

Tentem ler com o coração, porque é tempo partido, tempo de homens partidos, divididos, cindidos, fragmentados. Tempo de cacos e espelhos quebrados. Em vão tua imagem fragmentada servirá para construir o todo que perdeu, que escapou de ti, que foge na medida em que tocas, que escoa quando tenta reter. Nesse tempo, nesses tempos é preciso cor+ação. Sentimento que transborda de si em direção ao outro e se unifica no abraço. Se funde nesse encontro do eu, do outro, que não é mais nem outro, nem você. É um novo corpo que estamos construindo. E, como todo novo corpo, como toda troca de corpo têm dores, gritos, gemidos. Mas, ainda não é o fim.


II

É loucura falarmos da construção de um novo corpo, mas é a imagem que me salta aos olhos quando os amigos me mostram e nos levam a observar os acontecimentos que vem visitando cada parte do planeta. Mencionando apenas os mais recentes: os atentados em Paris, na Somália. O caso da Valle em Mariana, Trump nos EUA, o golpe no Brasil, para falar de uns.

A gente quer chamar de bem e mal, de certo e errado, mas eles nos pedem mais distanciamento, menos julgamento para compreendermos uma nova lógica, uma nova forma de conceber e entender o universo.



Essa nova lógica é orgânica, sistêmica, neural. A Terra não pode ser mais concebida como uma massa inerte e sim como um ser vivo que regula toda vida planetária, com implicações cósmicas. Essa rede interliga os seres, as pessoas. Muitos de nós nascemos desconectados, mas muitos estão plugados nessa rede. Eles estão ligados uns aos outros, uns com outros de uma forma muito harmônica, criando e produzindo alterações mentais, perceptivas pelo simples fato de estarem juntos. Esse campo de ativação está se espalhando, está crescendo. Esse cabeamento ótico conecta a Terra ao universo. Ela se faz um ser vivo, com linguagem própria, vontade própria e muitos conseguem ouvi-la, outros vê-la, outros cheirá-la, outros a decifrarem e a decodificarem. Eles formam um corpo, um novo corpo tanto no seu estado material como no seu estado não físico e não local. É então algo físico, molecular, biológico, químico, orgânico, celestial, interdimensional, produzindo mudanças, alterações em nossa forma de estar no mundo.

Por milhares de anos a capacidade de pensar, de manipular símbolos, de operar signos abstratos dentro da mente nos fez humanos. Deu-nos a capacidade de dominar a natureza, de subjuga-la, de submetê-la aos nossos desejos, caprichos e vontades. Nós dominamos a natureza e acreditamos que isso não teria preço, consequência.

Dentro dessa lógica de domínio e subjugação há a exploração, a escravidão, a opressão. O pênis se tornou símbolo dessa força.

Acreditamos que poder é ter essa força, esse pênis, essa capacidade de dominar e oprimir, subjugar e vencer. Essa lógica é forte na dimensão do capital e maneira de lidar com o mundo, com o outro.

Mas, o problema não é o capital.  A questão é a crença de que o lucro pertence a apenas alguns. A questão é a miséria do pensamento capitalista que acredita que a riqueza é bem individual e não coletivo, que acha que todo corpo é lucro e não prazer, festa, troca, dádiva. A tristeza é a difusão, até mesmo dentro da igreja de Cristo, que os 10% de cada um pertence a apenas um e não ao todo e a todos. E, não há outro nome para quem se apropria daquilo que é de todos, sem restituir e compartilhar novamente com o todo, senão ladrão.

Numa nova lógica orgânica, sistêmica, neural como estamos vivenciando, não mais se permite isso como natural. Não mais se tolera os monopólios, os oligopólios como vontade divina. Já não se aceita as normas do mercado como sendo uma voz sobrenatural. Embora a ambição, a vaidade, o orgulho tenham impulsionado a humanidade até aqui, foi ela também que manteve a roda girando, criando a expectativa de que o explorado pode ser o próximo explorador. Mas, essa sedução já não funciona mais. Eles estão brigando entre eles, querendo os restos dessa lógica miserável que acredita na exclusão.

Nessa nova lógica não estamos falando mais de esquerda e direita, coxinhas e mortadelas, estamos falando de seres humanos que despertam para além do pensar e apreendem uma linguagem amorosa de compaixão e outros que presos ao pensamento não conseguem ver, entender, compreender, respeitar a alteridade. Çeres que veem apenas os iguais e combatem com ódio os diferentes. E, é um engano acreditar que essa lógica da fagocitose vai parar em algum momento. A lógica é que ao final reste apenas ele mesmo se observando diante do espelho. Nenhum diferente, nenhuma diferença, tudo igual a ele. Vimos isso no nazismo, no fascismo, nas ditaduras. Vimos a intolerância diante do outro, do diferente. Vimos que essa massificação passa pela militarização, nada contra os militares, desde que compreendam que a ordem do dia é para os quarteis e não para as escolas, para os quartéis e não para as praças, para os quarteis e não para as casas. Desde que entendam que o corpo social tem atletas, militares, artistas, políticos e nenhum deles tem o direito de reduzir o outro a sua imagem e semelhança. Nenhum corpo pode ser reduzido a uma única parte.
Essa redução é o que denominaríamos de câncer social. Um processo doentio no qual a parte deixa de sentir parte do todo e assume funções que não lhe compete. Algo como Alexandre Frota, Revoltados online e companhia darem sugestões para educação.

O Frota e seus companheiros que estão orgulhosos de terem sido recebidos pelo ministro da educação/cultura tem que compreender qual parte do corpo eles pertencem- são um pênis. Mas, recebe-los não faz mal, ouvi-los também não, acreditar que eles podem direcionar todo o corpo.... é disfunção erétil.

II

Ontem essa tristeza que tem levado muitas amigas as lágrimas me invadiu. Não consegui identificar de onde ela vinha, o que ela queria, o que ela dizia. Na verdade, só fui compreender como tristeza mais tarde, já era madrugada.

Nesse momento, eu vejo como de fato os çeres se separam e se distinguem. Não é por pensarem ou deixarem de pensar, não é por ser coxinha, ou por ser mortadela; separam-se por sentirem ou não. E há um fosso que aumenta, um abismo que racha tudo ao meio. E, como isso é cansativo, desgastante, porque não importa os fatos, não interessa os acontecimentos, não interessa as intenções, menos ainda as razões; estamos mostrando quem somos pela vibração.

Não é questão partidária, religiosa, embora tudo isso possa camuflar o verdadeiro motivo. Há pessoas que pensam e não conseguem ir além da lógica. E a racionalidade está em colapso. Poderia dar milhões de exemplos, mas me contentarei em dizer que diante de um estupro coletivo há quem culpe a moça. No entanto, eles não apenas a culpam, eles ofendem, eles seguram o pênis dos agressores nas mãos e os carregam como troféu. São quase heróis. A moça com sua vagina dilacerada é mais uma, como tantas outras, que cumprem a sua sina de mulher. Esse posicionamento machista é encontrado entre homens e mulheres, de todas as idades, de todos os meios.

Assim, o que chocou não foi apenas a brutalidade do ato, mas nenhum (eram 30) broxar diante da violência. Pelo contrário, isso era mais excitante. E, a excitação prosseguiu, porque colocaram as cenas nas mídias sociais. Mas, aí é que a brutalidade se torna banalidade, porque os indignados veem até o fim e passam para frente até o último contato. A menina será estuprada por mais 10/15 anos todos os dias.


Choca ainda mais saber que a cada dez bailes funks, ou a cada dez Raves, ou a cada cinquenta calouradas há nó mínimo dois, a três casos como esses. Não com 30 homens, mas três, cinco. E, que muitas meninas não relatam, porque tem medo e outras por não verem o ato como violência. É mais maluco ainda o fato de que na busca pelas novinhas, a maioria esmagadora de gravidas na adolescência o são de homens na faixa dos 25/30 anos, mas sempre condenamos as grávidas na adolescência.

Tudo isso ontem causou tristeza, mas, a dor não terminou aí. A dor ficou maior porque colegas de grupo virtual, lindas, belas, pensantes, independentes, nos impediam de abraçá-las. A dor era tanta, a revolta era tamanha que cada homem era visto como um inimigo, cada homem era um estuprador. E, não somos? Claro que sim!! Como não seriamos!
O discurso dessa moça/mulher dizia isso, deixava claro: ser homem era ser opressor. Eu quis levantar a mão e dizer: sou negro, sei o que é isso!! Sei o que é sentir o mundo contra, mas fiquei quieto. Com uma vontade de gritar. Foi quando compreendi que minha vontade era novamente, outra forma de estupro, outra forma de violência. Assim, eu esperei.



As imagens do corpo de Cristo foi vindo. A imagem de um novo corpo foi desenhando. A violência e a associação entre o corpo da mina estuprada, o corpo do travesti crucificado, o corpo das mulheres agredidas, o atentado contra a atriz famosa por um fã, as agressões sexistas a Dilma, todos corpos violados.

Corpos que não reconhecemos como sendo de Cristo, nem delas. Corpo que cada homem de maneira congênita tende a achar que é seu, feito para ele. Corpo que enseja e traduz toda opressão que relatamos do capital na sua busca pelo lucro. O corpo da mulher é tido, antropologicamente, como a 1ª e talvez única propriedade privada de cada homem. O corpo da mulher é tido como um objeto.



A mulher não é vista como uma igual e nisso vem a razão do texto- aprendermos a conviver com a alteridade, com a diversidade. Odeiam-se tanto as mulheres, porque elas são a expressão máxima da diversidade. 


Não se pode transformar uma mulher em homem, um homem em mulher e isso provoca todos os tipos de agressões, desencadeia todas as formas de violência.






Caminho para o final, mas entrando na parte mais complexa de tudo isso, que é sermos capazes de sair das nossas dores individuais, de nossos guetos e nos abraçarmos. Abraçarmos todos aqueles que independente de idade, cor, gênero, opção sexual, condição social é capaz de se reconhecer no outro ou não.



No depoimento doido da maioria das mulheres que amo e respeito percebi que precisamos ser capazes de ultrapassar e transcender nossos limites, nossas diferenças, ou estamos imersos à barbárie. Estamos fadado a sociedade narcísica de que não há face além da nossa, ser além de nós, corpo além do próprio, gozo fora o masturbatório. Porque numa ato em que 30 homens se deitam sobre um ser desacordado, fora violência, houve apenas masturbação.

De forma que, ou conseguimos ir além do ato de pensar e com isso sentir as injustiças do mundo e nos fazermos fraternos, ou de fato estamos fadados a guerra absoluta contra o outro, até que só reste nós e a nossa imagem no espelho, se é que a suportaremos.


Precisamos do outro. Precisamos de cada parte. Precisamos compreender que somos um corpo. Precisamos compreender que mulher é mais que vulva e vagina e homens podem ser mais do que pênis. Podemos começar a descobrir o coração.