segunda-feira, 30 de setembro de 2019

SISTEMA NERVOSO: onde fica a mente?




Onde fica a mente?



Onde mora o sistema nervoso?



 Oficialmente, não temos dúvida em responder que no cérebro. Afinal, onde mais?



Embora tenhamos vários fenômenos que coloquem em xeque essa abordagem, há uma tendência descomunal em resistirmos a eles. Mesmo porque para quebra-los seria importante nos abrirmos para um paradigma não materialista que impera em nossa cosmovisão. Sendo bem mais tranquilo isolarmos, desacreditarmos em outras possibilidades e caminharmos com nossas construções que nos acalmam. 

Os estudos sobre a mente avançaram muito da década de 1980 para hoje, ainda assim, parte do modelo continua sendo mecanicista. Se o século 19 carregava uma forte concepção fisiológica na qual a mente era reduzida a um produto do cérebro tal qual a bílis, a urina, o suor eram, são de outros órgãos do corpo. Hoje no século XXI não há ninguém capaz de tal materialismo fisiológico, não obstante, continuam a reduzir diversas atividades sensórias ao cérebro. Temos pesquisas avançadas insinuando que neurônios teriam memórias. E essas teorias retomam, justamente, quando achamos que as descobertas neurais iriam quebrar essa concepção cristalizada. Pelo contrário, ela vai ganhando sobrevida.



Sabemos hoje que os olhos não veem, os ouvidos não ouvem, o nariz não cheira. Tudo isso são inputs que precisam ser levados ao cérebro para que ele faça a leitura desses qualias e assim nos permita ver, ouvir, cheirar, sentir. Em outros termos sem a concatenação neural, ainda que tenhamos todos os sentidos aptos para suas finalidades, se o cérebro não for capaz dessa decodificação, nada feito. Essas informações deveriam nos levar em direção a uma percepção de que há, ou parece existir, um princípio regulador, sistematizador, que transcende a fisiologia do corpo. No entanto, não foi isso que acabou acontecendo. A mente, seja lá o que é isso, ficou confinada, reduzida ao cérebro. Os sentidos estão sendo confinados nas sinapses, nos neurônios. Avançamos milhares de quilômetros para novamente instaurarmos uma análise materialista. Ainda nessa direção, quando avançamos muito, reduzimos a consciência a mente. Por vezes, nem distinguimos uma coisa da outra. Se é que de fato não são a mesma coisa.



Enfim, essas discussões são empolgantes, interessantes, mas não é o sentido do post. Pelo contrário, o sentido do mesmo é que em nossos encontros mensais temos trabalhado os SISTEMAS do nosso corpo físico. Cada mês realizamos o estudo de um deles. Começamos com o digestório, falamos já do circulatório, do Respiratório, Esquelético, Muscular e neste mês de setembro, o NERVOSO. Em cada um desses sistemas o percebemos em nós e buscamos relacionar com o planeta Terra. Em verdade, a própria visão sistêmica veio da necessidade dos Espaciais e amigos mostrarem as conexões existentes entre nós e a Terra, para eles, antes de tudo um ser vivo que abriga diversas outras formas de vida. São estudos, dinâmicas das mais interessantes nas quais temos aprendido muito e em momento oportuno espero abrir para mais pessoas. Disponibilizar para mais pessoas.








No encontro desse mês trabalhamos com o SISTEMA NERVOSO. E junto a ele trouxemos todas as dificuldades que é lidar com esse sistema por tudo o que ele implica, por tudo o que ele envolve. A saber, o sistema nervoso é a parte mais complexa e elegante (até onde conhecemos) do nosso sistema operacional. É a partir dele e com ele que percebemos, significamos, compreendemos, lidamos com o mundo, quiçá, somos quem somos, manifestamos nosso ser no mundo. Sendo assim, lidar com esse sistema específico requer um cuidado ainda maior. Principalmente, porque os Engenheiros Energéticos têm como premissa básica e salutar, que embora se tratando do termo sistema nervoso, ainda que ele seja composto em sua estrutura por um cérebro e uma espinha vertebral; ele é diferente de pessoa para pessoa. Mas, como respaldar isso?  



Aqui temos bilhões de questões que retomam um paradigma normativo, cartesiano, que submetem todos os cérebros, todas as funções sinápticas como iguais. Rigorosamente, não são.



Não são? Haveria uma outra fisiologia para dor? Haveria uma outra fisiologia para os traumas? No campo biológico era absurdo dizer isso décadas atrás e soa estranho falar isso ainda hoje. Por mais que tenhamos milhares de lesões cerebrais, motoras, que nos indique isso. Acreditamos que neurônio tem memória, dor. Há pesquisas que estão mencionando esses aspectos que aos nossos olhos é uma nova redução materialista. Noutra linguagem, mas dentro de um paradigma que não consegue responder ao momento de crise, anomalia (Kuhn) tais reduções são parecidas em acreditar que ouvido tem som, olhos tem imagens. Custamos a aceitar que quem vê, ouve, cheira, sente não são os olhos, o ouvido, o nariz, a pele/mãos e sim o cérebro. Quando a gente descobre isso voltamos a fazer um baita esforço para precisar que são os neurônios, as sinapses que produzem esses qualias. Como dizer que não?



Praticamente não há como. Essas relações passam por cada um desses processos. Talvez a dicotomia seja um erro imenso para compreendermos a maravilha desse processo. Busco uma analogia.

Já que estamos falando de sistema nervoso então vou para fiação elétrica de nossas casas. Como desconsiderar que a energia passe pelos fios, cabos, painéis? Mas, reputamos um equívoco acreditar que saber sobre fiação, mexer na fiação seja ou esteja perto de compreender o que é luz elétrica. É uma redução perigosa que causa curtos, blecautes, explosões, falta de energia temporária ou permanente. Um fio, um transistor por maior que seja a sua sofisticação, sua capacidade de condução e coordenação não é  gerador de luz. Com os neurônios, as sinapses não consigo pensar diferente, explorar de outro modo.



E é com essa metáfora que adentro o processo energético. Quando observamos os caras trabalhando, o desenvolvimento se dá em sincronia e relação, se faz de forma sistêmica. O entendimento se dá no todo, no emaranhado, nas relações. O que nos direciona para duas perspectivas. Primeira quando envolve questões de ordem 'simples'. Segunda quando toca questões de ordens compostas. Nas duas perspectivas a complexidade é imensa. No primeiro caso podemos pensar uma dor de cabeça. Acontece de as vezes eles tocarem o dedão do pés, a parte de dentro dos joelhos, os pulsos. Toca-se vários lugares menos o da dor mesmo. O que assinala que a dor vem de outro lugar, apresenta outras causas. Já quando desejam explorar um único ponto, mediante um toque específico, a complexidade é absurda, descomunal, quase nunca realizam. Estou pensando e me referindo as técnicas de Alinhamento Cristalino no qual cada toque é aplicado em conjunto. Quanto mais isolado for um toque, mais complexo ele é. Por exemplo, tocar só o timo é desbloquear, liberar estados mentais, emocionais, endócrinos dos mais variados. Dá para inventar a técnica liberação de timo? Claro que sim e óbvio que não. Claro que sim, porque é possível universalizar. Óbvio que não, porque dependendo de como a pessoa estiver no dia, esse toque a implode, a derrete. Em uma pessoa esse toque vai nos remeter a um bloqueio emocional aos 7 anos. Em outra, em algo que aconteceu na semana passada e se juntou a um fato da gestação que está aglutinado a possíveis outras vidas. Rigorosamente, não são iguais. A nossa aparelhagem energética e consequentemente fisiológica varia de indivíduo para indivíduo. 



Não sei se temos pesquisas e descobertas nesse campo, mas na área da clínica isso é altamente perceptível. A sinapses da dor em uma pessoa é completamente diferente dos caminhos que se faz em outra. Os circuitos, as relações, as interações, as significações são diversas e variáveis de pessoa para pessoa. E essas relações traz novamente a pergunta: onde fica a mente?




Claro que a resposta é no cérebro. Mas, temos visto que não. Há uma consciência que habita 'fora' do cérebro. Há um sistema nervoso que atua quebrando a fronteira tempo-espacial do corpo. Pelo menos quando pensamos corpo só como ente biológico de carbono. Parece que para falarmos de mente precisamos ampliar o conceito de corpo. E em tal ampliação o dualismo cartesiano perde lugar. Corpo é mente, mente é corpo. Porém, há situações nas quais corpo-mente é mais, muito mais do que carbono. Há corpos que estão tão expandidos para fora de sua estrutura, que a pessoa sente o toque no corpo de um ente amado como sendo em seu próprio corpo. Há mentes tão conscientes de seu corpo, que sabem descrever a posição que se encontra o dedinho do pé, alguns conseguem controlar as batidas do coração.

Nessa direção e inúmeras outras, fico pensando e estou insinuando a mãe que sente em seu corpo a dor do filho dela. Uma dor que ela pode estar vendo in loco, ou ela pode estar apenas sentindo, sem saber. E temos casos como esses, aos milhares, nos quais elas chegam ao pediatra e explicam ao médico onde dói na criança, até o que é. Não sabem o nome da doença, da virose, do abatimento, mas os médicos que se deixavam seguir por essa ligação intuitiva, chegavam a um diagnóstico mais preciso.

  




Ontem na reunião os caras exteriorizaram o sistema nervoso. Aquilo que era percebido só como meu, em mim, de repente se ligava, se interconectava ao de outros participantes. Junto a essa engrenagem física, fisiológica de cada um de nós, outros impulsos eram formados, concatenados, formando uma rede sináptica que ia se ligando, acendendo caminhos e estruturas não mais fisiológicas e sim planetárias. Eles foram nos deixando falar, foram nos deixando conversar. As conversas pareciam desencontradas, sem muita relação com a reunião. Falávamos de atrasos, de imprevistos. Falávamos de apresentações. Falávamos de cada um, ainda que, brevemente. Nesse falar de cada um, tecia-se uma relação de encontros, de similaridades, de complementaridades, de antagonismos. Os estímulos que nos trouxeram até ali. Os estímulos que precisavam ser arrefecidos para que continuássemos juntos sem darmos choques uns nos outros. Essa harmonização tão natural e cotidiana ia sendo feita, mas tendo como ingrediente a visualização dessa regulagem, dessa amperagem. Estávamos ali, podendo observar esses movimentos que se fazem naturalmente, em qualquer encontro de cunho energético. Qualquer lugar que um ou dois se detenha por um segundo a fazer silêncio e rogar harmonia, essas ativações começam a ser realizadas. O que acontecia de interessante e fantástico era podermos ver essa regulação.  
Assim, eles iam ativando pontos coletivos. Marcações conjuntas, plurais. Num dos momentos, eles excitaram nosso sistema nervoso num processo de cinestesia saboroso, impactante. Aquilo era mais do que cérebro, medula espinhal, encéfalos. Aquilo era uma rede elétrica, sistêmica que interligava cada um de nós. Nos interconectava a pessoas, lugares, seres e essa ligação ultrapassava a distância, o tempo. Trazíamos para o centro da sala imagens, seres, lugares, pensamentos. Agora mais equalizados, destilados, selecionados e cada um desses marcadores coletivos iam se conectando formando redes, relações, situações. Recordou-me as fogueiras e os rituais ciganos.

Feito esse movimento de excitação e provocação por um artista, ele sai de cena. Não sem antes nos deixar claro que o nosso sistema nervoso não estava contido numa aparelhagem fisiológica de carbono. Ela fora expandida para algo atemporal, imaterial, não local. As holografias compunham e desenhavam novas paragens, novas estabilizações. Nossos sistemas nervosos não voltariam a ser os mesmos.


É nesse compasso que assume outro maestro, que nos coloca dentro do nosso próprio sistema nervoso. Se o primeiro movimento foi o de uma exteriorização, uma projeção e projetar-se, agora o movimento era, igualmente, fascinante. Adentrávamos nosso próprio sistema nervoso. O maestro pede a proteção dos nossos guias internos e nos coloca dentro da gente mesmo. Abrindo as portas para podermos ver como a gente funciona, a que e a quem estamos interconectados, como que nos excitamos. É divino e esplendoroso como que nosso aparato fisiológico não registra nem 1/100 desses acontecimentos. Nosso sistema nervoso só acessa o que nossas crenças permitem. Só conseguimos decodificar cheiros, sons, sabores, imagens que temos condições teóricas de compreender, de suportar. Naturalizar a mente é um processo de aprendizagem continua. 



Certa vez, Somater (um amigo sideral) nos disse que se andasse pela praça 7 ao meio dia, a maioria das pessoas não o veriam. Não temos registros sinápticos para decodificar essa e tantas outras qualias que nos visitam, que acessamos. No entanto, o registro existe. Algo fica marcado nesse sistema nervoso e um dia, uma hora, ele exterioriza. 


Fomos conduzidos a uma jornada interior que uns entraram pela visão, outros pela pele, outros pelo aroma, outros pelo som. Cada um percorrendo caminhos tão próprios, tão individuais que não deixava dúvidas que embora tudo fosse sistema nervoso, estávamos falando de coisas distintas. Para um, sistema nervoso era audição, para outra sensação, para outro, combinações, para outro olfato. E aqui chego no ponto que reputo importante e é  o OBJETIVO desse post.



Desenvolvimento mediúnico, despertar da sensitividade, educação formal se faz mediante estímulos ao sistema nervoso. Acreditar que os sistemas são iguais é cada vez mais uma temeridade, o que nos pede atenção mais individualizada a cada um dos seres que está diante de nós. Aqui estou pensando em Inteligências Múltiplas e como seria importante uma mesma abordagem nos remeter a essas idiossincrasias. O que quero dizer é que para uma pessoa, a vidência pode ser olfativa, para outra táctil. Cada uma vê de forma diferente, por processos diferentes. Estimular a vidência em grupo então passa por respeitar o que é ver para esse sistema nervoso. Não há uma vidência certa, um padrão normativo a ser seguido. Isso me traz um caso e finalizo.



É comum pessoas assombradas com as próprias faculdades procurarem casas espirituais, psiquiatras, para solucionarem seus problemas. As casas, os médicos variam na forma desse atendimento. Algumas receitam estudos de 10 anos, 5 anos. Outras receitam práticas imediatas. Outras nada receitam. Outras fazem diagnósticos como esquizofrenia. Algumas casas baseando-se na vontade e dor da pessoa resolvem fechar a mediunidade, a sensitividade. Ninguém sabe abrir, mas alguns querem fechar.

O arriscado do ato é o não entendimento de que primeiro, isso tende a ser uma habilidade, uma faculdade da pessoa. E, consequentemente, envolve muito mais do que um ver paisagens, espíritos, defuntos.
Imagine que um sujeito que mora próximo ao lixão- vê rato, barata, pessoas comendo lixo, procure um oftalmologista para que o mesmo o cegue, ou o deixe míope. Tem sentido atender a esse pedido? Creio que não, mas quando falamos de percepção extra-sensorial muitos são encorajados a realizar essas bizarrices. 

O mais interessante seria ensinar ao moço que existe outras paisagens, que ele pode ou não as acessar. Nessa lógica é importante a gente buscar compreender que por vezes ver barata, rato, lixão é muito mais tranquilo do que ficar com essa paisagem dentro de si mesmo. Fechar essa forma de exteriorizar pode levar a pessoa a ter que lidar com tudo isso internamente e ela não tem a menor condição de compreender e/ou reciclar essa tonelada em sua aparelhagem psíquica. De modo que o ver, o ouvir, o cheirar, o sentir é o menor dos problemas. A questão é essa educação. Esse aprender a lidar consigo mesmx. Um lidar consigo mesmx que não se prende ao fenômeno, não se limita a ele. O fenômeno é sempre o mais simples e o mais básico. A complexidade está em sermos pessoas melhores, em compreendermos nosso papel e nossa função no todo. 

De modo que quando lidamos com o nosso sistema nervoso, aprendemos a captar quais são os estímulos que recebemos, a que estamos conectados, associados. Como que esses outros lugares, seres nos movimentam. Continuaremos os desdobramentos dessas relações em dois outros posts. Um que vamos tratar da MAGIA. Outro no qual falaremos de ONDE O OUTRO NOS HABITA?
















sábado, 20 de julho de 2019

DATA LIMITE: uma reconstrução imagética.






Hoje é o tão famigerado dia 20 de julho. A data limite que nos foi dada como uma promissória. Para muitos jovens e até mesmo adultos- a data, a fala, a quase histeria não faz e não tem sentido. Por que teria? rsrs 
Sem compreendermos a complexidade da guerra fria, da iminência de uma guerra nuclear que batia a porta, a gente não consegue visualizar o desafio de não sucumbir a uma 3a guerra mundial, ou qualquer outra que se fizesse por ataque nuclear. Foi nessa tensão de um planeta dividido entre blocos comunistas x capitalistas que a reunião ocorre, que Chico fala com Geraldo Lemos. 



A preocupação, o desencanto dos amigos espirituais, dos observadores espaciais é que as cenas do nazi-fascismo evocavam memórias, atos de perseguição, extermínio já realizados com outros povos e culturas. A ideia de uma raça superior não é uma ideia recente. Tem toda uma ontologia que remete a atavismos extraterrestres. De uma pretensa superioridade de uma raça sobre outra, de um povo sobre outro. 

O que mais assustava é que essas pulsões começam a eclodir, justamente, quando avançamos cientificamente. O século 19 nos permite alcançar a era das Luzes desenhada e planejada séculos atrás. Ninguém em sã consciência acreditava que faríamos uso de uma razão instrumental, higienista, racista, capaz de justificar o ódio racionalmente. As cenas dos campos de concentração assustam. Mais do que assustar, elas estremecem e apavoram. Esses acontecimentos factuais eram vistos pelos amigos espirituais com imensa perplexidade, causando as mais diversas reações.


No Caravana Cigana,[1] logo nas páginas iniciais, Somater começa nos falando das vidas nômades, dos povos nômades, mas numa perspectiva sideral. Os famosos exilados de lares felizes vindo a habitar outros mundos em formação. Já nas Considerações Finais, Alicia (a autora espiritual) e o pessoal da Caravana passa dizendo que eles foram exilados de outros orbes. Lá em 1999/2001, quando da psicografia da obra, apesar deles falarem do nazismo, da perseguição aos ciganos e judeus. No livro, a autora mostra como são um só povo, eles não nos deixam ver esse cenário que descortina e apavora. Ou melhor, eles não nos deixam ver e concatenar aquelas cenas para fora da Terra. Nosso olhar se fixa na SS alemã, na vestimenta dos padres da Inquisição, nas falanges que comandavam o interrogatório do Sinédrio. Numa sobreposição de fatos que revelavam uma única força. 

Hoje esse cenário de perseguição que apavorou bilhões de seres é mais evidente, claro. Estávamos repetindo acontecimentos, como um disco arranhado. Em solo terráqueo já houvera a criação de seres humanos com a finalidade única de servidão. Aqui de novo poderíamos retornar o pensamento da liberdade, da autonomia, do livre-arbítrio que temos discutido no grupo e de como tudo isso fica obnubilado para nós. Como tudo isso nos falta clareza, inteireza para compreendermos que muitos dos caminhos que tomamos foram atalhos, desvios. Quase uma rota de fuga de uma essência mais conectada a divindade. Uma rota que vem apresentando dois caminhos colocados como antagônicos desde Atlântida. De um lado um grupo que acredita que o desenvolvimento tecno-científico legitima a dominação de outros seres. De outro um grupo que postula que esse desenvolvimento amplia nosso grau de responsabilidade. Em ambos os grupos há cientistas e religiosos, por isso a tentativa de dizer que uns são cientistas e consequentemente progressistas e do outro há religiosos, automaticamente, conservadores não correspondem ao que norteia essa tensão. Temos um grupo no qual a vontade de poder legitima a dominação e outro grupo que acredita no desenvolvimento em consonância e harmonia com o todo. É a síntese de um esboço, bem mais complexo, que resume por hora o contexto de uma 'previsão'.

Assim, quando a gente fala de 1945 estamos falando de tudo isso. Toda essa simultaneidade de tempos e espaços, conceitos e consciências coexistindo.




Olhando para os anos pós 1945 temos e sabemos que os guardiões desses ranços, dessas moralidades escravizadoras e limitantes estruturam-se no fundamentalismo seja ele filosófico, religioso, cientifico. Elxs em sua maioria, ou quase totalidade, impregnam nossos sistemas de crenças com um material altamente tóxico. Pois bem. Depois da 2a guerra mundial, a quase totalidade de conflitos em nosso planeta são de cunho religioso. No Brasil de uma maneira muito velada, como quase tudo por aqui, temos uma ofensiva contra as religiões de matrizes africanas. Na década de 1980/90 parte dessa ofensiva se voltou contra as religiões evangélicas, mais tarde pentecostais.


Nessa reunião de 1949 estava todo mundo chocado. Doído. Dolorido. As armas nucleares são um capítulo à parte dentro desse contexto, porque é um uso altamente destrutivo. Os recursos energéticos usados pelos caras são aqueles nos quais eles conseguem reverter. É uma tecnologia dentro do que conceituamos reciclável com pouca ou nenhuma dissipação de energia. Muitas das tecnologias deles funcionam quase que em moto-perpetuo. Em outros termos, a questão tecnológica para eles não está no controle da técnica e sim na reversibilidade do uso. Controle da energia nuclear nós temos, mas se der errado, não temos condições de reverter. Não sabemos dissipar, não sabemos conter. A maioria dos recursos que utilizamos energeticamente, ou não, a gente não sabe o que fazer com eles depois de utilizado. Essa concepção técnica que acredita só no uso, na instrumentalidade é o que eles concebem como destrutiva. É uma lógica de Intoxicação Planetária. Intoxicação, porque eles concebem Gaia como um ser vivo e observam nossa alimentação e produção de alimentos seja para os corpos físicos e/ou sutis como não tendo nenhuma responsabilidade sobre os dejetos produzidos. O que se faz depois do consumo? Para onde se vai depois da produção? Essa lógica é para os amigos espaciais suicida.

 Por essas vias, a energia nuclear fica sendo proibitiva. Não dá para usar nem  em modo restritivo, pq é mesmo uma proibição clara e taxativa passada por eles dentro desse contexto que expusemos brevemente.  Principalmente, porque destrói vidas. Os pulsos radioativos, os campos formados pós explosão nuclear destrói e altera sistemas vivos que não vemos, desconhecemos, mas que existem e também são filhos de Gaia. A nenhuma espécie é dado esse direito e poucas têm essa arrogância que temos.

Sendo assim, em troca da não utilização da energia nuclear,  ensina-se a utilizar outras energias, ecologicamente mais viável em todos os sentidos e para todos os reinos de Gaia. Até mesmo algumas energias que não sabemos ser energia, como a sexual, tem ensinamentos para um uso mais consciente. Na concepção deles, a energia sexual é muito mais poderosa do que a nuclear. Em verdade, para eles, ambas são nucleares. Ambas operam a partir da fissão, da fricção. No entanto, por questões altamente restritivas por parte dos fundamentalistas, que nesse ponto se alicerça nos fundamentos religiosos mais ortodoxos, a movimentação dessa energia é tida como demoníaca.


 É bom percebermos essa movimentação psíquica para irmos dando conta dos diversos cenários apocalípticos todos relacionados a  destruição pelo fogo, a explosões, transmutações que guardam uma carga altamente sexual. Sexual nessa perspectiva energética, vital. Sendo assim, por uma via factual temos a HISTÓRIA transcorrendo em sua ‘linearidade’. Abaixo dessa camada factual temos a memória, a lembrança, o imaginário, o inconsciente coletivo no qual há toda uma existência acontecendo, simultaneamente, mas não no mesmo tempo cronológico. A data factual de 1945 é ao mesmo tempo século XIII para uns, século I para outros, Atlântida para outros, vida fora da Terra para .tantos. Todos esses cenários coexistem nessa temporalidade subjetiva que transcorre em todas as direções: para a frente, para trás, para os lados, para cima, para baixo. E tudo isso é HISTÓRIA. Uma história que deixa de ser só fatos e passa a ser mentalidade, imaginário. Essa história que estamos tracejando aqui é uma arqueologia psíquica. E nessa arqueologia o observador, altera o cenário da coleta de dados. Nessa compreensão histórica há saltos, rupturas, circularidades, loops que nos deixam tontos, aéreos, alienados, desvinculados. Bauman mapeia parte disso com o conceito de 'sociedade, relações liquidas'. 



 Percorrendo esse imaginário, essa história das mentalidades, 'independentes' dos factos pontuais na linearidade do tempo, praticamente, não há sexo na literatura cristã. Da concepção de Jesus a ressureição tudo é imaculado. Para muitos interpretes e defensores dessa posição o sexo macula. É sujo. É demasiadamente carnal. Sendo assim, busca-se uma dimensão higienista, limpa, clara, alva. Esses são espectros muito forte do racismo, do eugenismo. É uma obstinação imagética tanto de uma maneira de se fazer ciência como de se praticar religião- sem mistura, sem fusão, sem integração. Mantendo e distinguindo tudo. Classificando e especificando tudo.

 Os reflexos disso em nossa psique são devastadores, porque nos forçou um acesso de expressão da nossa própria natureza que não é natural. Pelo menos não a maioria da população. Francisco de Assis pode ser celibatário, mas o Joaquim tende ao não dar vazão a essa força, comer criancinha. Em todos os sentidos e a maioria deles vai fazer menção mesmo ao corpo de cristo. A eucaristia. A maior prova de sublimação, magia, química já expressa. Seja no seu primeiro movimento de dar corpo à luz. Seja no seu ‘último’ movimento de fazer luz aos corpos. A imagem química, física, mágica disso é espetacular. Realizar isso é a OBRA alquímica. No entanto é importante avisar e discutir como essas linhas do imaginário, das mentalidades e dos factos se movimentaram para que isso ocorresse. Essa integração não brota de um desejo, de uma renúncia, de um dizer não como pode ser visto e foi interpretado. Nasce de uma integração do homem com a sua divindade, alicerçado em sua ancestralidade, mas se abrindo para além dela, mediante o amor a outros seres, reinos e sua companheira, Maria de Magdala. A supressão de um desses componentes altera todo o sentido e proposito.

 Diante desse cenário de destruição física, factual e interna, como lidar com tudo isso? A maioria não tem dúvidas: põe fogo no cabaré e acaba com isso aí. 




Outros não aceitam essa visão. Remonta de novo Shamballa. Tudo outra vez. E aí começa a operação salva o Cabaré, rsrs. Todo mundo reencarnando em massa para alterar o cenário de destruição que era iminente, em todos os cenários. Em todos os imaginários e factos não passaríamos de 1999. Mas, em 1987 acontece a tal da Convergência Harmônica. Aquilo mudou o planeta. Ali de fato nós mudamos um cenário de destruição evidente, notório, esperado, claro, previsível e para todos DETERMINADO. Aquilo foi defesa de Vitor contra Tijuana. Foi gol de Leonardo Silva contra Olímpia. Foi gol de Adriano contra Argentina. Foi cesta de Oscar contra os EUA em Los Angeles. Não estava no roteiro. Foi vitória de Obama. Não existia no cenário da história factual. Aquilo só existia enquanto desejo, esperança, FÉ. E aconteceu. Como vimos nos Vingadores, em todos os cenários possíveis do tempo-espaço só tinha uma chance em trilhões. E fomos campeões da Libertadores!!!! É TETRA!! É TETRA!!! 
Pode comemorar, porque o mundo de fato acabou e estamos vivendo em outra Terra desde fins de 1999. Tentem olhar para trás e desenhar uma linha histórica. Pega por exemplo seu smartfone e vai repaginando. Vai contanto essa história para você até a hora que você percebe o salto. Isso não foi linear. Nós saltamos da história factual para a do imaginário. Fizemos uma costura e continuamos. Só que tem partes nossas que não conseguem realizar esses movimentos de tessitura. Tem partes nossas que não aceitam essas costuras. E aí eles ficam rasgando o tecido social, as teias de Maya. Alguns de nós não damos conta. Tem coisas que nos desafiam. E se não nos abrirmos, a gente assume o lugar dos fundamentalistas. Nós saímos queimando pessoas. E espero que a essa altura do texto, vocês já tenham compreendido como que o metafórico é concreto e substancial. Como que o imagético tem coabitado o factual. 



Mas, a operação Cabaré encontrava como obstáculo, a impregnação da psicosfera do nosso planeta. Antes de 00 era muito raro um mestre Ascenso ter permissão de voltar a renascer fisicamente. A carga vibracional desses seres e outros que tentaram nascer desde 49/50 não encontrava campo de expressão nas fisiológicas ovulares das mães. As células mitocondriais não conseguiam receber toda carga vibracional para suportar as demandas de uma nova existência.

Nessa linearidade temos o advento da pílula do dia seguinte, os métodos abortivos, as experiências psicodélicas que estão dentro desse processo de abertura. Esses seres para se fixarem e desenvolverem a gestação necessitavam da vontade da mãe. Sem isso era impraticável a modulação morfogenetica. Sem isso não havia compatibilidade. Os abortos aconteciam espontaneamente. A repulsão era clara, afinal, como um ser consciente pode impor sua presença a outro ser? Isso tem que ser consentido e é um consentimento num grau e numa profundidade que precisamos discutir e debater em outros lugares. É receber um ser da estrela. É gestar no seu intimo e no seu universo uma alma cuja aproximação vai reconfigurar todo cenário psíquico, imagético, ancestral da família, da sociedade. E tudo isso é feito de forma escalonada. Vem um primeiro, constrói condições para outro, que já fizeram uma limpeza para mais 4, que se transformam em 16 e assim até que a rede vai se estruturando. É um trabalho silencioso. A maioria desses seres impactou só a vida de uma mãe, mas isso mudou tudo antes dela e tudo depois dela. Creio que um dia a gente vai ver essas histórias e agradecer a esses seres. Nos emocionaremos ao ouvi-los contar e narrar essa viagem literalmente, inter-galáctica. 


Nesses processos de renascimento muitos desses amigos acabam nascendo com síndrome de Down. Há processos imaginários, mentais, familiares, coletivos, que o grau de amorosidade, de acolhimento precisa ser grande. É  fácil para nós amarmos os seres que reputa-se normais. Amar um ser que é todo beleza internamente, mas portador de síndromes, doenças, que a gente desconhece, ignora o sentido força mais a complexidade. É isso que muitos desses amigos fazem. A gente não vê o orgulho, a arrogância, a prepotência como doença. Poderíamos ver como ‘átomos’ concentrados, reunidos, formando blocos impenetráveis. Se fizemos assim, perceberíamos como que alguns seres só com amorosidade, ao se aproximar de nós, criam uma instabilidade em nossa vaidade, em nossa presunção, em nossa arrogância e aí um abraço, num olhar, num gesto, eles nos ajudam a implodir esse fundamentalismo que nos aprisiona. Ajudam famílias, comunidades, países, planeta se libertar de prisões conceituais, armadilhas morais que são carregadas e repassadas geneticamente, culturalmente, epigeneticamente. E isso me suscita uma pergunta: a gente pode aprender com os DIFERENTES? Podemos aceitar às diferenças? 
Esse o limiar da discussão na atualidade. Temos seres muito diferentes entre nós. E como todo ser biológico eles vão expressar o ser deles. Essa expressividade é no reino humano, sexual. Sempre no sentido energético, mas igualmente físico. Porém, diante da expressividade desses seres, nós não temos dado conta. Pensando no movimento LGBT e as mortes e agressões que elxs recebem. Pensando no extermínio da juventude negra no Brasil e no mundo. Pensando nos ataques as populações indígenas e autóctones de outros países. Pensando na forma de tratamento que dispensamos as mulheres. Todas essas diferenças trazem um colorido e uma expressividade que uma parte de nós e partes nossas não tem dado conta. E aí não vale torcer para os X Men e insultar gay, discriminar negros, agredir namorada. 

Em suma, a trissomia do cromossomo 21 é apenas uma de muitas mutações que alguns seres tem trazido, semeado e implementado em nosso planeta. 



Dentro desse mapeamento e milhares de outros, fazia-se necessário todo um melhoramento genético, karmico, social, econômico, político, espiritual. A formação de médiuns, os centros espiritas, espiritualistas, religiosos de uma forma geral, tiveram um papel fundamental nesse processo de melhoramento das condições para que os seres pudessem habitar entre nós. Foram abrindo clarões para que seres de outros orbes conseguissem chegar, obter um corpo em condições melhores para expressar suas capacidades. Os irmãos com síndrome de Down funcionavam e operavam/operam como dínamos, catalisadores. Atuam no cardíaco. Abrindo, limpando, ampliando nossa capacidade amorosa.


Algumas literaturas falam e percebem os autistas como que passando por esse mesmo processo de dificuldade. Seres da 5ª dimensão que ficariam ‘travados’ na nossa. Tem tudo isso mesmo, mas, no caso dos autistas o que muitas vezes a gente mapeia são os processos de intoxicação que uma ala fundamentalista tem feito para dificultar e impossibilitar a manifestação dessa luz. De todo modo, eles são uma fase bem mais adiantada do processo de emanação de acolhimento que estamos potencializando em nós mesmos. Esses seres nos ajudam a ampliarmos nossa capacidade amorosa. E acolher, respeitar o outro, a alteridade é esse exercício que num planeta narcísico e egoísta doi e machuca. Tendemos a achar que somos nós que estamos sendo benevolentes e generosos, talvez a história seja completamente outra. 



É a partir desse contexto que a data limite faz sentido e hoje se torna um dia dos mais especiais. Porque de fato nós mudamos de fase e mudamos muito antes de hoje. Mudamos de fase várias vezes. Mudamos em 99/00. Mudamos em 2012. Estamos mudando de novo. E, claro que amanhã tem Galo. Não terá abdução na praça 7, mas eles já estão sendo vistos. Uma aparição para eles não é algo estritamente físico como pensamos e associamos. Ver para eles é essa atitude mental de visualizar um objeto. Por isso que a discussão é no campo do imaginário. E, novamente, poderíamos fazer essa reconstrução histórica, desde os seres metalizados e robotizados dos filmes da década de 1950, passando para os marcianos verdes da década seguinte, chegando aos grays da década de 70 e com isso um divisor de águas. Contatos Imediatos do 3° Grau e ET. Daí em diante a ficção, a realidade e o imaginário se interpenetram o tempo inteiro. 


Sobretudo porque para eles sonhos, fantasias, desejos, imaginação é real. Eles operam como sendo realidade. Eles não as distingue. Magnetismo, eletromagnetismo, fluidos, plasmas tudo isso é real para eles. Tão real, tangível, como a tela do nosso celular, note, esse texto que está lendo. Ou a realidade física de um texto é o papel? No entendimento deles, a impressão desse texto não o torna mais real do que ele na tela do seu smart. No entanto, independente da plataforma todas essas ideias, todo esse sentimento, todo esse desejo é texto, imagem, realidade. 
Assim, se estamos falando deles hoje, eles apareceram. Se vamos ao cinema e vemos, eles apareceram. Eles estão povoando nosso imaginário. Se lemos textos sobre eles, eles apareceram. Se sonhamos, nos desdobramos e não nos assustamos com a presença deles em nossos ambientes astrais, já estão entre nós. Se ao dormirmos, nos vemos com outras formas e estamos integrados a isso, já estamos abduzidos.

E, essencialmente, se estamos amando, relacionando, transando, diminuindo a culpa de sermos. Se estamos desconstruindo as imagens de que para ser mestre espiritual temos que abandonar o mundo... já estamos tornando a Terra um planeta de Regeneração.

Nada mudou, mas tudo foi e está sendo alterado. Olha pra dentro de si mesmo e nos conta. 




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terça-feira, 18 de junho de 2019

MORREMOS!



Deveria ter um jeito fácil, quiçá simples de escrever sobre isso, mas não tem. A morte nos ronda, nos persegue, caminha sob nosso encalço. Morremos! E qual o problema disso?

Criamos muitos problemas devido ao medo da morte, sofremos com boa parte deles. Uma das representações mais sintomáticas a morte é a perda do nosso controle. Controle do que? Da nossa crença que controlamos a vida, de que ela só faz aquilo que desejamos, quando queremos. Sabemos que não, mas enquanto não morremos, não perdermos a esperança de tomar o controle remoto das mãos da vida e ditarmos nosso ritmo. 
Fico imaginando uma peça teatral que não finda? Uma peça teatral sem fim. Eternamente se repetindo. As mesmas falas, os mesmos desfechos, as mesmas conclusões? Ou, por outra; uma peça na qual se tem novas falas, novas conclusões, novos papéis, mas irremediavelmente, o mesmo desfecho: MORREMOS!
Em parte é isso o trágico, como sempre nos lembra o sátiro Sileno ao ser perseguido por Midas: "O melhor de tudo era não ter nascido." Como nascemos... vai concluir o sátiro nos remetendo ao trágico: "O melhor é morrer depressa." 

Contrariamos os sátiros. Queremos viver. Mais do que viver queremos expurgar a morte de nossos olhos e convívio. Queremos uma vida sem dor, sofrimento, velhice, doença ao mesmo tempo em que desejamos todas as vicissitudes da existência. Poucos de nós busca o 'caminho do meio' que evita a mortificação do corpo e preguiça insana da alma. Poucos de nós usa o remédio dado por Buda para vencermos a ignorância, nos prepararmos para o desconhecido. Desconhecido? 

Morrer é do desconhecimento de alguém? Preparar-se para morte não deveria ser o sentido primeiro de nossas atividades? Ensinar a morrer não deveria ser a preparação para uma vida melhor? Temos lidado pouco com essas perguntas. Nos anestesiamos para não lidarmos com a morte. 

Deveríamos lidar melhor com isso. Com uma maturidade psíquica, emocional, mental maior. A morte não deveria nos assombrar tanto, nos paralisar tanto. Mesmo porque essa paralisia indica uma dificuldade em lidarmos com a VIDA. Afinal, como separar vida de morte? Como viver melhor sem concebermos a morte como uma parte intrínseca e inerente do viver? Essa separação, essa distinção nos aparta de nós mesmos, dos outros, de um sentido mais amplo e profundo da existência. Essa separação nos mutila. Ora nos faz só mente, ora só corpos e quase nunca unidades psicobiológicas em busca de integração e sentido. 

Isso, novamente, me trás a imagem do teatro. O teatro como espaço do trágico, das representações existenciais. O locus no qual encenamos, in-cena-mos o nosso viver. Por essa temática, a morte é um enredo teatral de monta. Mas, as pessoas só prestam atenção no final. E o final é sempre o mesmo: MORREMOS. Não tem o que fazer. Não há nada a ser feito. Em determinado momento, em alguma hora, MORREREMOS. Assim, o foco não deveria estar na morte e sim na vida. O foco deveria estar no processo que nos conduz ao desfecho. O foco deveria estar na construção dessa nova personagem que tem hora marcada, não sabida, de quando morreremos. E nesse intercurso significar a existência. Enriquecer a existência para poder ao final da peça estar pleno.


Mas, como é sabido, não é isso que acontece. Queremos ser eternos, achamos que escaparemos da morte, mas como? Ela é inevitável. Viver deveria ser, aprender a morrer. Cada dia, cada ato, cada momento, aprendermos a abrir mão, desapegarmos e nos nutrirmos. Desapegarmos das muitas inutilidades que carregamos e nos nutrirmos daquilo que é essencial. Mas, o que é essencial?

O essencial é que morremos! É que não temos todo o tempo do mundo. O essencial é que somos finitos e a finitude dói e alivia. É por sermos finitos que cada momento é importante, derradeiro, único e último. É pelo fato da peça acabar que o teatro faz sentido. É por não sabermos quando ela (vida) vai terminar, que cada segundo, minuto, sopro, encontro é derradeiro e final. Colore a nossa existência. 

Em outros termos é no diálogo com a finitude que nos humanizamos. E é justamente, no silenciamento dessa reflexão que nos desumanizamos. É por nos colocarmos na posição de plateia da peça da nossa existência que a perdemos. É por estarmos na posição de plateia na vida das pessoas que contracenamos é que entendemos pouco da trama existencial que estamos inseridos. É por não travarmos uma batalha contra a nossa ignorância que esse desconhecimento ganha o mundo em práticas individuais, sociais, coletivas. E ao tocar essas ignorâncias não podemos deixar de mencionar o tema da sexualidade e Freud que a melhor a compreendeu. 

Para Freud nossa trava está no campo da sexualidade. Uma visão que nos abre para os campos dos contatos, da afetividade, as trocas que efetuamos ao longo da vida. Desde a maneira como somos conduzidos à existência (o ato sexual) e por toda ela mediante nossas trocas, parcerias, relações. Por esse prisma não há dúvidas da importância da sexualidade em nossas vidas. Somos seres cuja sexualidade está em cada toque, olhar, fazer, deixar de fazer. Tudo é uma maneira de tocarmos o universo do outro e sermos tocado por outros universos. E perceber esse ato, localizar esse movimento, pode auxiliar no enriquecimento da nossa vida. 


Mas, se psiquicamente, esse relacionar-se com o outro e com o mundo é estrutural e fundamental. O relacionar-se consigo mesmo, o conhecer a si mesmo e as formas com que adentra e interage com outros mundos e consigo é essencial. Uma essência que novamente, nos remete em direção a morte- a matéria prima da Filosofia, de toda nossa busca e procura. MORREMOS e desejamos dar um sentido a nossa peça existencial.

Cada um de nós vivencia a morte como sendo algo inesperado, abrupto. (Vivenciamos a morte como se as despedidas, os orgasmos, o sono, não fossem preparação para o fim corporal). Vivenciamos a morte sem nos tocarmos que ela é esse algo mais esperado, rotineiro da jornada: somos finitos.

Sabemos disso. Não deveríamos fugir disso. Mas, infelizmente, nunca estamos prontos. Sempre temos desculpas. Jamais nos conformamos quando ela chega, inexoravelmente nos chega.

E o ponto que desejo tocar é justamente esse da eterna justificativa que damos seja para não re-conhecermos a cena que estamos, seja para tentarmos justificar nossa completa infantilidade diante da morte, como criança pela 1ª vez diante da ausência da mãe. Estamos no século XXI. Não há um único ser vivo que tenha durado para sempre. Não há um único ser entre nós que não tenha perdido alguém ou que não perderá e continuamos vivendo a peça como se ela não tivesse desfecho, fim. Como se o fim fosse de fato surpreendente. Não é isso um DRAMALHÃO?

Não é isso uma atuação capenga? Não é isso um ato formado e composto por um bando de canastrão?

Saindo da seara estética e retornando a epistemológica, ainda se deseja utilizar como prerrogativa argumentos como: “ninguém voltou para contar! Ninguém sabe ou pode dizer o que acontece!” Isso não é verdadeiro. A bem da verdade é que reconhecer a finitude do corpo e a ‘imortalidade’ da alma, implica em assumir para si atos, afetos, escolhas, responsabilidades que não queremos, não desejamos. Ignorar a morte é permanecer numa infância infinita, constante, segura.

As pessoas no século 21 colocam essa temática no espectro da CRENÇA, e temos conhecimento suficiente em diversas vertentes e ordens para tratarmos desse assunto com mais propriedade, rigor, segurança, sem recorrermos a crença. Não é mais questão de eu acredito, ou não acredito. É questão de ter a maturidade suficiente para ler, ouvir, pesquisar, desejar encontrar respostas. Respostas que não precisam ser direcionadas para o além, para o depois do amanhã. Respostas que podem configurar e revelar um viver melhor, uma vida melhor.

Num passeio rápido, temos no campo filosófico-religioso o KARDECISMO e fenômenos correlatos que dialogam com essa transcendência desde o final do século XIX. Passando por mesas girantes e indo até fenômenos de materialização, sem contar as psicofonias, psicografias. O fenômeno da vida pos morte existe e não nos faltam relatos em nenhuma cultura. Ninguém mais pode afirmar com seriedade que o fenômeno é um embuste, que não há um princípio inteligente que o rege, o regula.




Temos no campo da empiria a PROJECIOLOGIA que ensina pessoas a deixarem os próprios corpos e assim constatar a existência de algo que sobrevive além do corpo físico. Há experimentos dos mais variados, assim como relatos dos mais improváveis. Mas, todos levando a uma conclusão que a consciência não está restrita ao corpo físico e que ela tem uma independência em relação ao corpo físico. 



No campo da medicina temos os estudos de EQM (EXPERIÊNCIA DE QUASE MORTE). Com milhares de relatos que corroboram as informações dos projeciologistas e dos espiritualistas. Há uma outra dimensão que voltamos quando deixamos nosso corpo físico. Que podemos acessar se não formos tão reducionistas, materialistas. 


No campo da ciência temos a TRANSCOMUNICAÇÃO INSTRUMENTAL. Ciência? Talvez não nos moldes do paradigma atual, mas há gravações por áudio e vídeo de seres que se encontram mortos falando por gravadores e sendo vistos por televisores. 


o Tudo isso e muito mais é real, verdadeiro. Deveríamos estar nos ocupando para qualificarmos mais a nossa existência. Afinal, se tudo não acaba com a morte, qual é o sentido? 

Se já temos respostas a essas perguntas, porque as ignoramos? Lidar com a morte é aprender a viver melhor, mais, com mais plenitude e integração. Honrar o corpo físico, honrar a vida na matéria. Honrar a vida!!