Os patrões da Metrópole.
Nós todos sabemos o
que é cracolândia. Seja de perto, seja por ouvir falar, seja por ter um conhecido,
um parente por lá. A cracolândia é a concentração do descaso social em todas as
suas formas e esferas: política, administrativa, penal, médica. A cracolândia é
para qualquer governo, mesmo o holandês onde se é liberado e permitido o uso de
entorpecentes a céu aberto, a prova de um fracasso estrondoso e retumbante.
Patrão do morro é
como denomina-se, atualmente, o traficante que manda na comunidade. São eles
que diante da inoperância e inobservância do Estado ocupam as favelas dando a
elas uma lei própria, baseando-se na própria vontade e querer, repleta de medidas
de exceção.
O inusitado
atualmente é que o governo PSDB tem se tornado e se constituído em um governo
de exceção. Longe de ser ação esporádica de algum governante, veremos tratar-se
de uma ação que possui uma linha partidária. São os patrões da metrópole. De
forma asquerosa e revoltante eles têm feito política pública ferindo o Estado
Democrático de Direito. Tem realizado política pública como os traficantes
realizam a política de exceção e, diga-se de passagem, que os patrões do morro
realizam a inclusão social com mais dignidade do que os estados tucanos. Os patrões
do morro se não primam por seguir a lei do Estado, se dignam ao menos a seguir
os demarcadores da justiça, ainda que por meios tortos, o governo do PSDB
abandonou a lei, a justiça, fazem o que acham certo, isto é, favorecem os seus
e a si mesmo. Esta aí a Privataria Tucana que não me deixa mentir.
I-
Serra x Nordestinos
Quando vimos as
“rampas antimendigo” criadas no governo Serra, acompanhada da retirada dos
moradores de rua da região luxuosa de Sampa, eu quis ver uma ação tresloucada
de um sujeito e não uma política higienista partidária. Quando ouvi os ataques
aos nordestinos após o resultado das eleições, quis ver naquilo uma
manifestação enraivecida, embrutecida de algumas pessoas e não o pensamento
manifesto dos eleitores de Serra. Quando, novamente, diante da doença do
ex-presidente Lula, eles se manifestaram, eu quis pensar que eram os mesmos
eleitores de Serra. No entanto, quando a gente vê Lacerda e Anastasia aqui em
Minas e a forma que dispensam as reivindicações comunitárias, às ocupações
urbanas e rurais. Quando a gente vê a política dispensada por Alckimin, o
alquimista que tenta transformar bomba de efeito moral em voto, somos OBRIGADOS
a concluir que isso é uma política HIGIENISTA PARTIDÁRIA. O PSDB ganha status
do novo partido NAZI-FACISTA da atualidade. Se não é precisa refazer sua ações,
no caso, sua política.
II-
Usp x Tropa de Choque
É publico e notório
que uma universidade não pode ser uma cracolândia em que jovens ricos, ou não,
façam uso da erva maldita ou de outros entorpecentes, como se lá não houvesse
lei e fosse um país fora do país. É hipócrita e foi assim que soou para nós que
acompanhávamos de longe, querer e solicitar a polícia no campus para proteger a
propriedade privada (carros, celulares, notebooks e outros), mas que ela seja
conivente com o tráfico e o uso de maconha.
O contra-senso é
dentro da maior universidade do país, reitor (PSDB) chamar a polícia para
resolver uma questão de esfera pedagógica, dialógica. Fazer uso da força,
trazendo de fora do mundo acadêmico, todo um símbolo que gerações inteira
construíram em oposição ao regime de força e de exceção. O reitor coloca o
choque para dentro da universidade para que seus alunos sejam presos?? Tem
sentido isso??? Por si só é uma vergonha. Por si só isso seria caso de
destituição. Em qualquer lugar no Brasil, quiçá no mundo, um reitor que
praticasse tal ato seria condenado até mesmo por aliados. Não foi o que vimos,
o reitor saiu prestigiado, sem nenhum arranhão.
A vergonha aumenta e
amplifica quando praticamente não se encontra nenhuma manifestação ruidosa dos professores,
intelectuais. O choque invade a universidade e o silêncio impera. Silêncio que
não se fez nem no período de ditadura e exceção. Essa covardia também deveria
ter um preço, o da desmoralização. Entretanto, o que se aclara é que a moeda é
a mesma, merecem o reitor que tem.
Chama atenção, diante
do silêncio covarde, que intelectuais podem pertencer a partidos políticos, mas
não deveriam se calar diante das injustiças, a não ser que...
O silêncio dos
educadores, a falta deles ao lado dos alunos, até mesmo para estar contra eles
e lhes explicar o equivoco é a prova de que uma política fascista já esta entre
nós. Será a nova USP bastião do novo fascismo, do novo integralismo???
III-
Choque na Cracolândia
Quando eu vi as
imagens não dei atenção. Depois fiquei sabendo que o Estado mais rico do
Brasil, uma das cidades mais prosperas do mundo tinha se prontificado a pegar a
sua elite intelectual, para criar uma estratégia militar de combate contra
dependentes químicos!!!!
Gente!!!! Eles
utilizaram o que havia de melhor, eles disparam bomba de efeito moral, balas de
borrachas em direção de centenas de pessoas que custam a ficar em pé. O
resultado foi que ao invés de uma cracolândia agora tem umas cinco ou sete.
Trataram dependente
químico, necessitado de ajuda (compulsória ou não) como traficante peliculosos.
Não eram. Não são. E depois do livro Privataria Tucana sempre vai me parecer
que esse tipo de ação é uma cortina de fumaça para não irem aos locais certos,
as pessoas certas. Ou o problema da Daslu esta solucionado?
IV O Massacre de Pinheirinho.
Antes de
contabilizarmos o estrago da inépcia de uma ação brutal e equivocada, esse mesmo
governo consegue invadir uma comunidade, com a mesma truculência, mas agora não
apenas com o aparato militar, “intelectual”, conseguem o legal. É O FACISMO não
podemos ter mais dúvida.
Tornou-se
irrefutável que a política tucana se faz sob os coturnos e bomba de efeito
moral da policia. É lamentável a política social ser feita com essa
truculência. É lastimável que em pleno Estado Democrático de Direito a policia
cidadã se preste a esse papel repugnante de realizar controle social.
V
O lamentável de tudo
isso é que os verdadeiros traficantes continuam soltos financiando campanha. Os
grandes esquemas continuam esquematizados, volto a insistir na Privataria
Tucana.
O lastimável é que
essa polícia capaz de feitos e ações como matar 174 presos no Carandiru,
invadir universidade e algemar estudantes como presos políticos, colocar para
correr drogados, viciados, pequenos traficantes; expulsar de casa, durante a
madrugada, pais de família, mulheres e crianças assustados; são os que
congelaram quando o PCC instaurou o terror por 3 dias. São os que congelam
quando aparece o nome de um ou outro diretor na lista negra. Contra eles a
inteligência da polícia, dos intelectuais, não diz nada, não faz nada.
Marcola continua
mandando. E se o PCC são patrões do morro, o governo de Serra, Kassab, Alkimin,
Anastasia e uma corja de outros é igual, são os PATROES DA METROPOLE. Transformaram
o estado de direito em estado de exceção. Canalhas!!!