segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

BENTO XVI: a renúncia anunciada




Quando Jânio renunciou ao poder, ele falou de forças poderosas. Alguns não acreditam, mas há forças que se alimentam do poder. O que é o poder?

O poder é essa energia que esta incrustada em Sarney, Marcos Maciel, Renan Calheiros e tantos outros. O poder é essa energia que transfigura os seres, os come e os devora por dentro. O poder é um ente vivo que mata qualquer um que atravesse seu caminho com propostas de mudança e alteração.

As casas políticas tem essas energias incrustadas.  Entra partido, sai partido e as coisas permanecem como estão. É difícil encontrar seres contactados a fazerem a limpeza desses lugares sem ser tragados por eles. O preço da mudança é caro. Ter alguém nessa posição que não vai deixar essa força grudar é difícil. 

Brasília é um local de poucas décadas, cravada em uma localidade imersa em cristais. Imagina o Vaticano? Centrado no centro do poder antigo, com mais de mil anos de história? Alguém consegue imaginar o que é energeticamente ser coroado Papa? As forças que se encontra estacionária em cada coroa? O peso de cada brasão? A dificuldade de não sucumbir pelo peso opressor dos roedores energéticos? Há jogos, há interesses, há partidos, há disputas e há entes que querem deixar tudo do jeito que está. 

Nenhuma força, nenhum lugar foi mais corrompido do que a Igreja. Retirar essas forças desse local não é tarefa fácil, nem simples, demanda tempo, conscientização.

Num primeiro momento a renúncia de Ratzinger é ruim, mas num segundo momento podemos vislumbrá-lo levando milhares de seres para outras localidades e consciência. A renúncia do Papa sinaliza que uma parte energética da Igreja aceitou o 'colapso', aceitou largar o poder. Mas, não podemos nos iludir, essa renúncia acirra ainda mais a disputa entre aqueles que desejam a manutenção do poder a qualquer custo e aqueles que querem a mudança. A qualquer custo significa, especificamente, contrariar os ensinamentos de Jesus. De todo modo, agora há dois lados claros. Os terceiros terão que tomar partido e já tomaram. Aguardemos os próximos acontecimentos.

Talvez, as sementes plantadas por João XXIII já possa ser colhida e acolhida no seio da Igreja, em breve, uma nova Instituição. Na maneira dele, João Paulo II cuidou das sementes, do solo. Da forma dele, para nós, demasiadamente conservadora, Bento XVI compreendeu que essas forças devoram, matam, são intransigentes e não aceitam negociar para perder. Ao modo dele, ele expôs mazelas, fissuras (pedofilia, lavagem de dinheiro, corrupção) que não podem mais ser ignoradas, mas estão longe de ser solucionadas; pelo contrário. 

Ratzinger tinha tudo para ser Papa, mas descobriu que sê-lo é muito mais do que ter conhecimento teológico. Ser Papa é saber negociar com forças que devoram. Forças que tomaram conta não apenas da Igreja como das maiorias das instituições religiosas. Ser        Papa implica na compreensão de que para servir a Deus e a Jesus nenhuma negociação fora do amor pode ser realizada. 

Em tudo, parece que energeticamente, fica cada vez mais claro, que enquanto humanidade, estamos renunciando ao poder a qualquer custo. Ao poder que torna os seus mandatários servos de forças que deveriam se opor.

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