domingo, 29 de setembro de 2013

Sombra Espiritualista (3a parte)-




Como tentei mostrar nos dois textos anteriores, espiritualistas se ocupam, demasiadamente, com a luz. E a luz afasta as pessoas da vida, da Terra, do chão, da cidade dos homens. Numa outra direção, mas ainda refletindo sobre a luz, algumas religiões dão demasiada força e atenção ao ADVERSÁRIO, ao Cramunhão. Em muitos desses lugares tenho uma convicção interna de que adora-se, cultua-se mais ao diabo pelo medo que ele provoca do que a Deus e a Jesus pelo amor que eles transmitem. Nos dois casos temos a cegueira interna que insufla os fieis a se tornarem guerreiros. De modo que nossa reflexão final é percebermos que falamos da luz, nos ocupamos com as trevas, mas é a sombra que nos traz respostas. Falamos de Deus, do criador, discutimos sobre a ação dos seus filhos, mas nos esquecemos da mãe. De modo geral, espiritualistas são órfãos de mãe, desconhecemos suas qualidades e nem percebemos que muitas vezes o que se deseja despertar são essas mesmas qualidades, princípios. Nesse texto colocamos algumas reflexões da mãe como que tentando equilibrar a balança. 

Se seu pai lhe disse que você é filho da luz, peça para ele lhe apresentar a sua mãe. Verá que as mulheres, o feminino, o corpo, o prazer sempre foram tratados como o caminho para a perdição do mundo, mas, em parte, tudo isso é calúnia. E, por sermos ainda filhos sem mãe, nos falta a candura e o acolhimento de quem nada tem que provar para ninguém. Nessa orfandade que estamos inseridos proibiram-nos, justamente, os caminhos que nos levariam a ascender sem ajuda do ritual tabajara. A criação masculina que nós recebemos ocultou o aprendizado do carinho e doçura da mãe.

Assim, se você é guerreiro da luz, abaixe suas armas. Descanse um pouco. Nesse universo inteiro só uma coisa morre: a ignorância. Se você não matar a sua, você gera todos os outros nascimentos, principalmente, o das trevas que guerreia.

Se você é trabalhador da luz, aceite o ócio. Até Jeová, que se proclamou Deus único, apos seis dias de trabalho, descansou e se recolheu no colo da sua consorte.

Finalmente, respirem fundo!! Acalmem-se. Desconfie um pouco da própria luz. Acolham mais a sua sombra. Ria das suas trevas e vamos ser vela humana. Uma por metro quadrado. É pouco, é nada, mas é suficiente para acabar com a escuridão de todos os túneis que habitamos e cavernas que construímos. Tem energia em cada vela humana acesa, suficiente para que a gente ilumine todo túnel e ainda movimente-se por eles e por outros buracos de minhocas do universo.

Há luz suficiente em cada vela humana para acender todo universo, porque no final, não é a iluminação do túnel que importa e sim a nossa. E de todo modo, não há diferença entre o interno e o externo, o evangélico e o candomblecista, o masculino e o feminino, o dentro e o fora, o eu e o outro; a luz e a sombra.

sábado, 21 de setembro de 2013

Sombra Espiritualista (2a parte): O Túnel Escuro

Esse texto continua a falar das sombras, do medo dos espiritualistas de lidarem com isso e, por conseguinte o campo de batalha que eles acabam criando em todos os lugares que frequentam e estão: família, trabalho, listas de discussão, encontros, seminários. Na percepção deles o universo os persegue por eles serem luminosos, as pessoas não os entendem por eles serem muito evoluídos. O que eles têm dificuldade de perceber é que espiritualistas ao combater as sombras, alimentam as trevas. As sombras internas ou dos outros não são oponentes a serem destruídos. Assim, dando prosseguimento a essa argumentação apresento O TUNEL ESCURO.


A PARABOLA

Imagine um túnel escuro com 1 km de comprimento. La dentro tem um breu no qual você não vê a um palmo de distância. Esse túnel são as trevas.
Com a finalidade de dissipá-la foram colocadas 1000 velas humanas para iluminar todo o túnel. Uma vela humana por metro. O túnel sabe que se todas elas acenderem, ou parte delas acenderem, acabou a escuridão. Assim, a única possibilidade de vitória das trevas é uma artimanha, a saber: combater toda vela humana que acenda.
A luz tem milhares de possibilidade, inclusive a de lutar contra si mesma. Pode, inclusive, combater a sua própria sombra. Quantos de nós, velas humanas acesas, não ficamos esmurrando as paredes? Dando cabeçada, socos, murros... nos machucando, enquanto acreditamos estar servindo à luz? Podem responder sinceramente. Só você esta lendo esse texto. Não somos nós mesmos que nos combatemos? Que nos difamamos e nos destruímos?
As trevas têm apenas uma possibilidade: impedir as velas humanas de se acenderem e de se integrarem, de se fazerem lux. Vamos entender por luz a chama que é a um só tempo interna e externa. Farol para muitos e despertar interno para si mesmo. De forma que quando a gente compreende que o sentido é acender a luz no túnel, você passa a agradecer quem esta com a luz acesa. E às vezes pedir ajuda: tem jeito de você me ajudar aqui?

Eis a parábola, mas ela encerra muitas outras questões e considerações.

Primeiras Considerações:

Nós sabemos que o escuro evoca os medos mais recônditos do inconsciente. Nesse escuro, seja ele fora, ou dentro de nós, qualquer barulho é um estrondo. Tudo amplia. Os mundos internos são atraídos à escuridão externa de tal sorte que em pouco tempo toda escuridão é medo. Um medo imaginário que se faz concreto, palpável. 
Assim, nesse breu, o primeiro inimigo é a vela humana que acende, porque, ela se faz perceptível. A nossa primeira ameaça é o medo da luz. Tanto tempo na escuridão, que a luz é uma ameaça, um crime, uma afronta. No nosso imaginário não temos outra solução a não ser atacá-la.



Segundas Considerações:

Somos treinados, religiosamente adestrados para combater velas humanas. De forma equivocada, somos convencidos por mentores espirituais, que o caminho da luz é o ataque ao ego e as sombras. E acredito que as trevas se divertem demais com isso, porque elas estão usando a sua única bala e possibilidade de impedirem a manifestação luminosa. Tento explicar:

Um ditado ioruba diz que nenhuma escuridão resiste a um palito de fósforo. Esse é o assombro das trevas, um simples palito de fósforo a dissipa. A escuridão é capaz de muitas coisas, mas não resistem a essa simplicidade do pequeno iluminar, do simples acender. Isso me recorda outro ditado, agora budista que explana algo assim: quando o mal combate o mal temos um bem, mas quando o bem combate o bem temos dois males.

A força das trevas é essa: nunca permitir que o mal se oponha ao mal e colocar o bem para combater o bem. Essa é a tática perfeita. Já fizemos guerra santa, fazemos jihad, hoje, em pleno século XXI esta ficando cada vez mais habitual pastores fazerem cruzadas contra as religiões afro-brasileiras. Alguém em sã consciência pode afirmar que isso é trabalho da luz?

Terceiras Considerações:

Fico imaginando a situação dentro do túnel. As 1000 velas humanas ajudariam milhares a realizar a travessia de forma mais segura. Fico imaginando também que o objetivo seria e deveria ser a solidariedade, algo como, quando uma vela humana estivesse apagando, outra a socorreria de pronto para que a chama continuasse acesa; mas, pelo contrário, uma briga na tentativa de ofuscar a luz da outra. Como se tal desiderato fosse possível. Não bastasse essa sandice eles criam as tochas humanas, se juntam, se reúnem, se condensam e se aprisionam em uma construção cuja luz se mantém apenas num ponto, precisa-se de um número muito maior de velas humanas para iluminar o mesmo espaço de 1 km.

Quartas Considerações:

Outro perigo ofuscante é que a vela humana acendida por outra chama fica eternamente grata àqueles que lhes deram a luz. Ficam cegos de gratidão por eles. E, gratos, eles se agrupam, não para iluminar o túnel, e sim, se tornarem tochas humanas. Cada tocha é convencida de que não é vela humana. De que as velas humanas devem obediência ao pastor do rebanho. Que as velas humanas não suportam a escuridão da existência sozinhas precisam estarem juntas, reunidas. Assim, constroem igrejas e mantém afastado deles toda escuridão.

Aumentando a intensidade da luz, aumenta-se o tamanho e a projeção das sombras. Foi assim que se inventou o diabo- da soma de muitos medos e de muitas tochas desconhecedoras de suas sombras. Foi assim também que se criou os inimigos, os oponentes a serem destruídos. É por essas vias que quando recebem o pedido de ajuda de outra vela humana respondem, não sem muita ira e indignação: “não tenho pacto com candomblecistas? Vai procurar ajuda em outro lugar.” Para não ficar para trás e nem deixar barato, a outra vela humana responde: “Sou kardecista de mesa branca, nada tenho a ver com vocês umbandistas!!” Quando é a vez do kardecista pedir ajuda, o outro grupo de velas humanas responde assim: "Não compactuo com você sou evangélico". E creio que as trevas devam gargalhar disso tudo, porque de fato seria muito engraçado não fosse trágico.

Quintas Considerações:

De forma geral as tochas humanas dentro do túnel, trancados em suas construções tem dois tipos de comportamento:
a-   apagar todas as velas humanas que não foram acesas por eles.
b-  queimar em nome de Jesus, ou desobsediar em nome dos espíritos superiores, ou se implodir, em nome de Ala, todos os que não concordam com o livro que julgam sagrado.

O que poucos observam é que Luz demais concentrada agrada tanto as trevas quanto a escuridão, em verdade, não há diferença, pois ambas cegam e mantém as pessoas cegas.

Minha diversão, disse-me certa vez um ser trevoso, é observar túneis e seres iluminados dentro deles. E em verdade vos digo, me falou ele querendo se passar por religioso: “nunca as trevas se ri tanto, quanto da estultice dos crentes e dos pios. Para começar, pelo fato de eles terem nos dado a segunda possibilidade que não tínhamos: a de administrar as velas humanas a serem acesas.

Referia-se a série de rituais criados para se acender.
Dizem eles no Manual pirotécnico das velas humanas, que contem 10 mandamentos da fundação Tabajara.

1-  nunca faça sozinho, pode ser perigoso.
2-  sempre tenha alguém por perto nesse momento, para evitar o perigo.
3-  procure um lugar sagrado, mas dê alguns milhões, ou realize algumas campanhas para que ele seja erigido.
4-  você precisa se purificar, mas antes tem que encontrar o seu purificador na Terra.
5-  você não pode se purificar sozinho, necessita de um papa, um guia, um bispo.
6-  Não se esqueça que nosso deus é o capital.
7-  Não se esqueça de que precisa dar condições para o deus reinar, isto é, honrarão o mercado, como sendo o filho prodígio de deus.
8-  Não se submetera a nenhuma outra seita que não a nossa religião única e verdadeira.


Considerações Finais:

E o manual segue sem que as velas humanas percebam que elas nasceram acesas e foram se deluzindo, se apagando até deixarem de ser luz. E de maneira obnubilada não percebem que levados a negarem a própria sombra e a combater outras luzes apiam mais as trevas do que a luz.

Nesse breu a regra no túnel, estipulado pelas trevas e seguido pelos filhos-guerreiros-trabalhadores da luz é a de que a escuridão deve permanecer. Afinal, o que essa gente vai fazer quando não tiver mais sombra e luz para eles guerrearem? Será que eles já podem amar? São maduros o suficiente para amar o inimigo? Cresceram o bastante para saber que por amor ao seu inimigo pode-se matá-lo de forma mais dura e cruel? Estão prontos para aceitarem que não há nenhum Deus a lhes castigar e lhes culpar? Já suportam um universo no qual não tenha mentor espiritual, arruda, guine, papa, bispos, preto-velhos a lhes dizer sobre o que somente eles podem fazer? Estão prontos para ajoelharem-se diante da própria consciência e assumir quem são? Como que dizendo: “Saio da minha ilusão!!”

As religiões estão aí organizadas para impedirem as velas humanas de acenderem-se e dissipar com as trevas. Por isso ela as fomenta. Não sabem viver de outra coisa e já nem conseguem mais ser outra coisa. Nada mais brilhante do que o padre de Dostoievski reconhecendo Jesus na praça de Moscou, prendendo-o como impostor em meio da turba. E em diálogo fraterno com o herdeiro do trono já na cadeia, o reconhecer e lhe explica, que ele não tem mais lugar entre os humanos e nem diante da igreja que ele fundou.

Desconfio que se Jesus voltasse homossexual não poderia entrar em nenhuma Igreja que fala em seu nome. Se Jesus voltasse mulher não poderia celebrar a eucaristia na maioria das religiões que foi fundada em honra a ele. Se Jesus voltasse Umbandista teria seu terreno apedrejado e o seu nome difamado por aqueles que pregam suas palavras. Enfim, estamos servindo a cegueira e não a luz.




sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Sombra Espiritualista (1a) parte




O contato com a luz produz sombras. O contato com as sombras gera luz.
Sombra é uma coisa que nós espiritualistas corremos e não gostamos. Sombra, ego são palavrões que a gente acha que não podemos ter. No imaginário dos espiritualistas cada um é um ser de luz imenso, grandioso, radiante e muitas vezes se comportam para que sejam assim e muitos até são. No entanto, poucos percebem que quanto maior a luz, maior a sombra. E como a sombra entre nós é algo terrível, nós passamos a combatê-la.

Como a maioria dos espiritualistas se vê, se entendem, se projetam como sendo um mestre ascencionado, um anjo humano, um espírito humilde, endividado, mas devotado ao mestre Jesus, combate-se aos outros. Na verdade, massacra-se o outro. As listas de discussão dos espiritualistas é um campo de batalha na qual os cegos (eu inclusive), se digladiam para destruir o outro. Essa percepção quem me passou foi mestre Yub- a de que espiritualistas não lidam com sombras e aspectos sombrios da própria psique. Tentar aplicar esse mesmo universo no mundo virtual foi um pulo para que eu entendesse como que pessoas que falam de seres arque angelicais, não humanos, intergalácticos, superiores tinham comportamento acerca do outro tão bestial e brutal. (Volto a insistir que não estou me excluindo disso). É que as listas virtuais, os pontos de encontros físicos dessas pessoas se transformam no campo projetivo. Eu não vejo em mim, cego que sou, reconheço no outro, monstro que ele é.

Talvez isso seja benéfico, mas um pouco mais de conhecimento acerca de nós mesmos, um tanto mais de tolerância por nós mesmos, resultaria em coisas diferentes e num crescimento menos doloroso para todos.

DISTINÇÃO ENTRE TREVAS E SOMBRAS

Eu gosto de trabalhar com o que as pessoas denominam trevas, sombras. E quero salientar uma distinção entre uma e outra a partir de conversas com mestra Elo. A sombra é refrescante (pensando em uma árvore) agradável, assustadora, mas não faz mal, não prejudica. A sombra é parte integrante da luz. Um professor da federal em suas aulas sobre Habermas e a filosofia da linguagem gostava de nos lembrar que "ninguém pode desgrudar de sua sombra." Isso para mim é um koan e fiquei pensando em inúmeras situações e possibilidades em se romper com a própria sombra. Não as encontrei.

Fala-se de ascensão, de caminho espiritual, ignorando o ego e as sombras, mas não há possibilidade de ascensão sem sua sombra. E não existe iluminação de sombra. Existe aceitação da sombra. Aceitar a sombra implica que a luz incomoda, cega e é chata demais. Seres luminosos na Terra são pessoas chatas. A Terra física não é lugar para seres iluminados. Imagina o sol a noite, durante todo tempo? Uma hora alguém suplica: "Filho, eu quero dormir!" E Apolo (sol) diz todo portentoso: "minha missão na vida é te iluminar, esclarecer!" Tem sentido isso? Para mim quem faz isso é um chato. Lembra-me uma situação inversa, mas idêntica. Alexandre passando pela Grécia foi procurar Dionísio, o cão. Este, como de costume estava dentro do seu barril. Alexandre na sua magnificência o chama e estreitando conversa diz: “grande filósofo! Peça qualquer coisa que eu te darei.” Todos, inclusive Alexandre, esperavam que Dionísio pediria algo grandioso, mas o cão, na sua forma cínica de ser, apenas disse: “saia da frente do meu sol.”

Um homem que se contenta com o sol, que tem o sol e a natureza não tem nada que possa fazer com que outros o bajulem. E isso me remete aos mestres do espaço, que nos chegam escondendo sua luz. Eles ficam até mesmo dentro do barril. Todas as vezes que falo disso a imagem que me vem a mente é o arcano IX do Tarot de Marselha.



O ermitão, assim como os mestres sabem que a luz fere, machuca, cega, tonteia. Ter a medida correta da iluminação é sabedoria. E a justa medida é a capacidade de dar a intensidade correta, mediante a necessidade do outro. O respeito ao outro garante a luminosidade, porque o importante não é a luz. Acender luz é simples. Ate meus amigos trevosos sabem acender luz. E nunca na história da humanidade se achou tão luminoso quanto na idade média no período da inquisição. Acender luz é fácil, mas não é isso que os mestres consideram relevante, porque a luz não pode ser acesa de qualquer jeito. A relevância esta no respeito incondicional do outro permanecer no escuro. Está na aceitação plena de que mesmo podendo mais, você assegura ao outro, apenas o que ele pleiteia. E o mais louco disso tudo é que você está lá por si mesmo, assim não lhe cabe mandar, apenas servir. Se você é um ser iluminado que saiu de outra galáxia e veio aqui para Terra, problema é seu, escolha é sua, não venha acusar os humanos de ingrato. E nem esperar que se reconheça a sua luminosidade intergaláctica. Enfim, deixe de ser chato.

Mas a distinção a ser feita é que a sombra é parte da luz. E quanto maior a clareza e aceitação tivermos dela, mais reconfortante ela é para o outro. As pessoas não chegam aos mestres devido a sua luz. Geralmente, a gente nem consegue aquilatar a luz deles. Quando um Buda, um Krishna, um Jesus, um Sai Baba esta entre nós, poucos chegam até ele para obter conhecimento. As pessoas chegam até eles para serem consoladas, compreendidas, aceitas, amadas. É a sombra delas que acolhe, que recebe as pessoas. A luz delas é o que faz com que as tema. A luz deles é o farol que nos assinala a sua localização, mas é a sombra deles que nos reconforta, que nos acomoda em nós mesmos, que nos coloca em direção a nossa própria luz. Talvez essa seja a grande distinção entre o verdadeiro mestre e os falsos profetas. Aqueles salientam que a luz que eles vêem no mestre é reflexo da luz deles. Estes vivem de cegar os outros com a sua luz.

Então, finalizando. Atualmente, ser guerreiro esta em moda de novo. Mas é preciso frisar que ser guerreiro da luz não é combater sombras em si ou dos outros. Ser guerreiro da luz é combater as trevas. Coisa completamente diferente de sombras. As trevas é a cegueira da luz diante de sua sombra. É a intransigência da sua sombra, perante sua luz. Essa tensão, esse nível de desgaste é o que vou chamar de trevas. Isto é, a luz impedida de iluminar e a sombra impedida de confortar. O acumulo disso por anos, séculos, milênios são as trevas, que a gente guerreia.

O pedido a ser feito é: não guerreia não. Combata, com elegância, com destreza, mas sem fazer dela sua inimiga. Ela pode ser a sua inimiga, mas você não precisa ser o dela. E isso não implica em concordar, acatar, temer. As trevas devem ser respeitadas, mas nunca temidas. Eles ainda não conseguiram armas contra a iluminação. E não há nenhuma treva que resista a iluminação; em qualquer lugar, em qualquer tempo, um pau de fósforo derrota as trevas. E é essa premissa que por ignorância nossa acaba alimentando e fortalecendo as trevas.