A candidatura de Marina Silva é super
emblemática. Primeiro porque ela se apresenta como líder de uma “nova
política”. Segundo pela relação que lhe foi atrelada entre política e religião.
Terceiro pela combinação desses dois fatores que escamoteia o que há de mais
velho e perverso ao longo da história.
PRIMEIRO:
Cada vez me convenço que a nova política
é feita fora dos espaços partidários e eleitorais. A nova política parece ser
uma ação de rede, suprapartidária construída muito mais por laços de
consciência do que por questões ideológicas. A dificuldade de clareza do que
seja essa nova política é que mesmo sendo uma música que muitos já dançam é difícil
definir se estamos falando de um novo modismo? Um novo conjunto musical? Uma
nova ideologia mundial? Uma nova religião? Um novo partido? Uma nova ideologia
global? Não sabemos, não temos clareza e essa confusão, indecisão serve de base
e proliferação para remendos velhos, ou para não perder o tom, vinho novo em
odres velhos. De toda forma, Marina ficou confusa quanto ao que é essa nova política, lhe faltou consistência, experiência, maturidade para expressar esse algo ainda opaco, difuso.
Posto isto, poderia falar de como vejo na beleza da
Luciana Genro os germens dessa nova política. Todavia, ela não consegue dar a essa nova política uma nova ideologia. Se
o PSOL abandonasse o discurso Lenista, stalinista seria uma 3ªvia altamente ilibada.
Personagens como Fidelis (candidato a governador em MG), Marcelo Freixo,
Luciana, Heloisa Helena e tantos outros não me deixam mentir, a partir do
momento em que romperam com o próprio PT para levantar bandeiras da ordem do
dia: união homoafetiva, aborto, legalização da maconha, política LGBT, fim da
corrupção e tantos outros temas, que Luciana encontrou como debatedores apenas
os candidatos de orientação religiosa. Era o velho e o novo frente a frente, pouquíssimos de nós compreendeu e percebeu isso.
SEGUNDO:
Foi perante essas temáticas que Marina
escorregou, derrapou, caiu, deixando claro que a nova política não tem como estar atrelada a velha religião. Não se pode falar de nova política sem abolir o
discurso religioso. Quero distinguir o religioso do espiritual. O religioso se
apega a letra, a palavra morta. O espiritual transita por entre elas e por
dentro dela. O espiritual vivifica a palavra e o falante. Marina esteve muito
longe disso e digo mais, ela não é essa figura, pelo contrário. Não que ela não
seja ética, não que ela não seja briosa, não que ela não seja orgulhosa; é
justamente por ser tudo isso que ela não é. Há nessa nova política uma completa
desmesura sobre a autoria. Não importa de quem seja a idéia, se boa, ela é
utilizável. Isso é impessoal, sem vaidade, sem estrelismo. É o que vimos na Primavera árabe, é o que vimos no Ocuppy Wall Street, o que vimos nas ruas da França. É o que vimos nos não são por 0,25 centavos no Brasil. Não há uma liderança, uma voz única, há várias lideranças, muitas vozes.
Poucos personagens políticos mostram tanta vaidade quanto Marina. Ela no PT rompeu e foi para o PV ao perder espaço para uma desconhecida chamada Dilma. Neste após se lançar como candidata a presidenta e não lograr êxito rompeu e criou a REDE, sendo boicotada pelo PT, foi acolhida pelo PSB, no seio do PSB ampliou um racha que desmoronou o partido. Vaidade. Vaidade, tudo é vaidade. Mas, o ponto que desejo estabelecer é que mais do que vaidade são as convicções austeras, seguras que ela tem de política, que dificultam o novo. Afinal, como religiosamente aceitar o aborto? Como religiosamente, aceitar o casamento gay? Como, religiosamente, debater sobre a legalização da maconha? Religiosamente, seja evangélico, espírita, católico, umbandista, budista não é possível; mas espiritualmente é e deve ser. Jesus símbolo de parte dessas religiões discutiu assuntos que escribas e fariseus (Malafaias, Felicianos, Fidelix e Bolsanaros) reputavam tabus. E pôde assim fazer, porque não estava atrelado a uma antiga religião. Entendam, que ele é judeu, nasceu, cresceu, morreu judeu, mas nunca foi escriba ou fariseu. Fez uma nova política, que se tornou uma nova religião.
Poucos personagens políticos mostram tanta vaidade quanto Marina. Ela no PT rompeu e foi para o PV ao perder espaço para uma desconhecida chamada Dilma. Neste após se lançar como candidata a presidenta e não lograr êxito rompeu e criou a REDE, sendo boicotada pelo PT, foi acolhida pelo PSB, no seio do PSB ampliou um racha que desmoronou o partido. Vaidade. Vaidade, tudo é vaidade. Mas, o ponto que desejo estabelecer é que mais do que vaidade são as convicções austeras, seguras que ela tem de política, que dificultam o novo. Afinal, como religiosamente aceitar o aborto? Como religiosamente, aceitar o casamento gay? Como, religiosamente, debater sobre a legalização da maconha? Religiosamente, seja evangélico, espírita, católico, umbandista, budista não é possível; mas espiritualmente é e deve ser. Jesus símbolo de parte dessas religiões discutiu assuntos que escribas e fariseus (Malafaias, Felicianos, Fidelix e Bolsanaros) reputavam tabus. E pôde assim fazer, porque não estava atrelado a uma antiga religião. Entendam, que ele é judeu, nasceu, cresceu, morreu judeu, mas nunca foi escriba ou fariseu. Fez uma nova política, que se tornou uma nova religião.
E é nesse ponto que caminho para a
terceira intervenção, mas não sem antes ressaltar que a pureza e a santidade
que estão buscando nos meios políticos, não se encontra hoje, nem na religião. No
entanto, se há um lugar no qual dever-se-ia ser santo e puro era no altar. No
entanto, historicamente, estamos muito longe disso. As religioe$ sempre
estiveram atreladas ao que há de mais podre, nefasto no poder. Hoje não é
diferente, nem mesmo a hipocrisia. Roubam dos fiéis, fazem mal política, e, pior, péssima
religião, porque dominam pela oratória falsa, vazia, repleta de medo e
intransigência. São os lobos nas peles de cordeiro. E olhando para Marina as
vezes não sei as quais interesse ela atende. Nem sei se ela sabe, que política é interesse. Fato é que ela não sabe que na
política é dever sentar-se com todos, ouvir todos e atender as prioridades. Política
é interesse e deve se buscar o bem comum, seja lá o que for isso. Tal posicionamento é diferente do pensamento religioso. Na religião
não há negociação. O certo é certo, o errado é errado. Há céu e inferno. É um
mundo preto e branco com matizes de escolhas acinzentadas. Na política o mundo
é um arco-íris, todas as tonalidades tem que ser vistas, ouvidas. Marina como
uma vestal buscou apenas os puros, acabou abrindo espaço para o espúrio, aécio no
2º turno. Ela acreditou que seria possível gestar apenas com os bons, os puros, mas esses, diga-se de passagem, raramente se aproximam da política e da religião.
TERCEIRA:
Existem movimentos que são realizados a vista de todos, sem que todos vejam por ser tão óbvio. A tal da geração Brasil tem os caracteres 45. Em ano de eleição isso não é por acaso. Mais, é uma ação indutiva, manipuladora, desonesta. No entanto, essa ação é a ponta de um iceberg. É a ponta de medidas, ações, atitudes daqueles que querem uma mudança no poder e o poder é deles, não nos enganemos. Nada mais solitário, mais ilusório, mais insignificante para quem busca mudar alguma coisa do que a presidência da república. Não se chega a ela sem negociar com o diabo. E, as vezes que se chegou, numa dessas canalizações do povo, num desses raros momentos em que a vontade popular foi mais forte que a indução (Lula, Getúlio) criou-se várias formas de derrubá-los. O poder precisa de ser alimentado e felicidade, bem estar não é essa moeda de troca que o diabo pede.
O que estou chamando de diabo não é
apenas uma figura satânica, o que estou nominando diabo são grupos organizados
que movimentam a economia mundial. E esse dinheiro não vem do trabalho, não vem
do cuidar da saúde, do policiar fronteiras, do lecionar, esse dinheiro vem dos
temas que os candidatos não tocam, não falam, não mencionam como se não
existisse: tráfico de drogas, de pessoas, de armas, prostituição, ou mais
precisamente industria pornográfica, aborto. Temas e assuntos que passam longe,
muito longe das discussões presidenciais em qualquer parte do mundo. Da-se as
discussões econômicas uma importância sui generis, mas não se menciona que a
economia oficial é serva da leniência e da lavagem de dinheiro desse mercado da exploração mundial. E,
desculpa, o poder é deles e eles querem aécio na presidência.
Por que Aécio? Por que ele já esta
sentado no balcão de negócios. Ele já negociou. Fará de tudo para ser
presidente. De tudo. O que ele oferece em troca não é a própria alma e sim um
povo todo, ou quase todo.
Finalizando, precisamos de uma nova
politica. E essa tem que ser clara, não há nenhum ser humano capaz de lidar com
essa engrenagem sozinho. Ela é corruptora por natureza. A nova política tem que
ser uma nova consciência de que não aceitamos nem salvadores da pátria, nem
vendedores dela, que no fim é a mesma coisa e o mesmo jogo. Nesse tabuleiro
somos todos peças, quem ganha é um grupo que não quer ver seus interesses
comprometidos. Peço, então que observem se houve queda não da inflação, ou do
IPCA, ou do índice Bovespa, tudo isso é fachada. Observem essa movimentação pelo número de chacinas, guerras, assassinatos, preço da cocaína, o ouro branco do mercado negro. Observem pela especulação imobiliária, pela venda do crak de futebol, enfim pelas negociatas que são feitas na nossa cara, a nossa frente; como o lucro liquido dos bancos.
Volto a afirmar, politica e religião se
atrelam, porque dizem respeito ao poder. Não há poder maior na sociedade atual
do que o tráfico de drogas, de armas, de pessoas. não há nenhum candidato no
mundo, não é só no Brasil, que irá fazer frente a esse comércio sem que a sua
cabeça rode. Falar então de nova politica é falar de uma base de discussão
social, mundial que discuta quais interesses estão em jogo na nossa sociedade.
O ponto que quero destacar é que
candidatos que se intitulam vestais, são os mais perigosos dentro dessa rede.
Seja, Marina, seja aécio, especialmente esse. Quero destacar, igualmente, que é
ingenuidade acreditar que isso é problema de um partido. O que vejo em parte do
PT é algo similar ao que vejo quando uma facção criminosa derruba o grupo
rival: inaptidão para lidar com o novo posto, vacilo em deixar as coisas
descobertas, falta de tato para negociar com antigos parceiros, falta de senso
para escolher quem será o novo inimigo e quem será alçado ao posto de
confiança. Eles não sabem negociar com o submundo, acredito até que deixaram
muitas pessoas magoadas (DEM, PSDB) por negociarem com eles como se eles fossem
nanicos, ou melhor, traficantes de esquina. Estivesse dando a eles por debaixo
dos panos como sempre foi feito nos órgãos estatais e tudo estaria bem.
Mas, longe de defender,
queria destacar que nesse período de eleições as portas do inferno se abrem.
Todo mundo negocia e isso não é ruim. Mas, até nas negociações do umbral há
limites éticos que se espera que se tenha. O olhar do Aécio, assim como o do
Collor em 89 é de quem pelo poder e para estar no poder vende muito mais do que a
alma, vende todo um povo, toda uma nação. Eles não têm freio, não tem limite,
não tem anteparo. E quem acredita que podem pará-los, não se iludam. Em Minas, ele fez o que quis, porque a irmã que segundo ele trabalhava de graça em causas
sociais, tratava da distribuição da verba pública, ou seja, um cala boca para
os órgãos da imprensa e um canal de lavagem de dinheiro de todos os outros
meios e fontes. Não tenho como provar nada disso, mas se quiserem investigar
estejam a vontade, vão encontrar nomes, postos, pessoas, envolvidas com
atividades de aborto, tráfico de pessoas, entorpecentes e armas, tudo aquilo
que não se pode discutir politicamente.
É incrível como que em meio a ataques pesadíssimos
no 2º turno, os candidatos não se perguntaram sobre união homoafetiva e drogas. Não falaram. Não
entraram. Não tocaram. E se tudo correr bem, não falarão.
Parei aqui. Mais do que a forma temos
que ver o conteúdo. Sou parcial, porque sou anti-psdb, os vi vendendo o Brasil.
Os vi, energeticamente, fazendo negociatas com o que há de pior no cenário
internacional. Sou parcial, mas não estou fabulando. Quem está disposto a tudo
para um cargo, uma função é alguém que deveríamos ter receio. aécio
fará de tudo para ser presidente. Tudo mesmo. aliás já esta fazendo.
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