Paulinha é uma entidade que trabalha com minha
ex-esposa. Ela se apresenta como uma menina de 3 anos de idade. A forma que ela
utiliza é a de quando fora cigana e morreu de caxumba. Nessa ocasião, eu fora
pai dela e mesmo conhecendo naquela vida muitos desagrados, dores, sofrimento,
a perda dessa menina, a perda de uma filha nessa idade foi uma dor que me
acompanhou até essa vida. O meu receio em ter filhos, o meu temor e receio do
que aconteceriam com os meus filhos aos três anos de idade me atormentaram por
várias noites e dias. Reencontrar Paulinha, assim como Ricardinho me permitiu
curar essas feridas imensas e profundas, mediante brincadeiras, doces e risadas
e a partir daqui posso falar mais do trabalho dos êres.
Erês são seres espirituais que tem a função de
alegrar, ou de nos mostrar a alegria e a simplicidade das coisas. São em geral
espíritos complexos, detentores de grandes conhecimentos que trabalham como
crianças tanto para ensinarem de forma mais simples, quanto para se curarem da
vaidade, do orgulho que algumas vezes pode ter lhes acometido. Em sua grande
maioria são seres que transportam os ensinamentos do mestre Jesus “se não
tornares criancinhas não conhecereis o reino dos céus. ” Ou seja, eles são
entidades que utilizam a forma de crianças para repassarem seu saber, seu
conhecimento. É ruim descortinar essas coisas, mas se faz importante. No geral,
em quase a sua totalidade, esses seres que se apresentam como crianças, falando
embolado, às vezes com dificuldade de se fazerem respeitados e escutados são
autoridades, profundo conhecedores de alguns assuntos, temas; seriam o que
denominamos de especialistas e algumas vezes gênios. Porém, por arrogância,
vaidade, prepotência escolhem e são preparados para trabalharem como erês. Isto
é, descer do pedestal da presunção e vir a ser motivo de riso, leveza, graça,
diversão para nós seres encarnados. Como contraponto é de bom tom nós
conseguirmos ver além da aparência, conseguirmos ver e enxergar a verdade, o
conhecimento que eles transportam para além da caracterização que se
apresentam.
Essa transformação espiritual é um processo
complexo, pois ele pode se dar de duas formas (pelo menos assim a percebo).
PRIMEIRA: no caso de Paulinha faz uso de uma forma que já fora dela em tempos
anteriores, precisando, no entanto, apenas plasmar essa forma pensamento.
SEGUNDA: o ser tem em si os atributos de criança- “inocência”, espontaneidade,
humildade. Assim, a aproximação dos humanos desencadeia essa forma que de outro
jeito não os compreenderíamos. Em uma ou em outra, esta inscrita o amor
incondicional ao saber e ao progresso dos seres.
Vamos ouvi-la.
Eu sou Paulinha, tenho três anos de
idade. Eu trabalhei com a tia Simone e o tio Kelsinho numa casa espiritualista
que eles e outros amigos criaram. Como todo erê meu trabalho era alegrar o
coração dos médiuns e puxar outros erês para a gente trabalhar juntos. Quanto
mais erês juntos, quanto mais passagem os médiuns conseguirem dar para nós,
melhor a qualidade da reunião e o fortalecimento do grupo. Falo isso tio,
porque não é todo mundo que consegue incorporar erê. Muitos médiuns sentem vergonha
de serem vistos como infantis, fazendo brincadeiras bobas. Aí eles acabam
impedindo a nossa manifestação. Ou seja, o orgulho deles não deixa a gente vir
e o orgulho deles bloqueia tudo de bom que a gente transporta para as pessoas e
para as reuniões que a gente frequenta. Estou falando que a coisa mais
importante que nós erês transportamos é a capacidade de liberar a incorporação
para as outras entidades. Nós somos enviados na frente para dar abertura
espiritual e energética para chegarem outras entidades e trazerem novos
conhecimentos; porém esse conhecimento só consegue chegar se o médium se
esvaziar de um monte de bobagens que ele tem na cabeça e no coração. É esse o
nosso trabalho levar simplicidade, descontração para tudo na vida da pessoa ficar
mais leve e mais suave.
Eu na sua reunião trabalho assim e à
medida que os médiuns e as pessoas da assistência vão amadurecendo, vão nos
respeitando, a gente vai crescendo e liberando outras informações e
conhecimentos que os tios grandes nos deixam falar.
O meu trabalho nas 24 horas da Terra
é variado, algumas vezes estou na forma de erê auxiliando as pessoas nos mais
diversos centros e lugares. Outras vezes estou em nossa colônia estudando e
preparando atividades para realizarmos com os nossos médiuns e alguns outros
núcleos no plano físico e no plano astral. Em outro momento, eu estou
trabalhando como adulta no que se refere às engenharias sociais de emancipação
das mulheres. Vou contar um pouco de cada um desses lugares, se bem que as do
centro eu já falei. O conteúdo emocional, psíquico que a gente trabalha junto
aos médiuns e a assistência é o que vai aumentando a nossa afinidade e
intimidade. Quanto mais o médium se abre e se deixa guiar pelo erê melhor fica
a relação deles e com as outras entidades. Nós somos tipo um portal, uma porta
aberta que depois que se passa por nós são criadas condições para diversas
outras entidades passarem e chegarem.
Muitas vezes, vocês são levados para
as nossas colônias, nossa casa. Lá na ‘escola’ a gente fica brincando com
vocês, soltando a criança de vocês para que o medo, a vergonha, a culpa, o
receio, o julgamento vá diminuindo. Vocês são conduzidos até lá para se
soltarem, se permitirem e se relacionarem melhor conosco e com as outras
entidades que supervisionam essa dinâmica. Vocês acreditam que o trabalho é só
receber, transmutar e ir embora, mas temos toda uma etapa de preparação, de
supervisão, de esclarecimento para que a gente aprimore e melhore nosso
atendimento, nossa convivência, nossa observação. Tio, eu estou falando que
quando o médium incorpora uma entidade, ela faz um diagnostico muito preciso de
como está o médium e de como está a comunidade que ele assiste. Todas as
entidades fazem isso, mas cada uma delas trabalha num nível diferente de
vibração e frequência. Os Exus trabalham a ambição, o desejo, nós eres
trabalhamos a desinibição e a confiança, os ciganos a confiança e a atração.
Cada entidade consegue lidar com um chacra, com um corpo sutil realizando um diagnostico,
um desbloqueio, uma limpeza. E, depois que realizamos isso temos que preparar
como que podemos ajudar nosso médium descontrair mais, se desinibir mais. Por
isso que vocês são convidados a ir a nossa colônia conversar com a gente,
discutir com a gente. Foi indo nessas conversas, foi fazendo a engenharia
reversa, que você e outros médiuns nos deram à possibilidade de ampliar ainda
mais nossos estudos, porém não são todos os médiuns que querem trabalhar o
autoconhecimento. Eles gostam de falar da vida dos outros, de ficar decifrando
os problemas dos outros, porém fogem dessas autoanálises. Eles ‘atrasam’ a
eles, a nós e a assistência, porque se ele estudasse, se nos ouvisse e
estudasse, em breve, ele aprenderia a captar a nossa energia também e a falar
de nós; de como a gente estava, onde aconteceu
uma trava, que assunto que ficamos mais a vontade, que assunto nós ficamos com
mais vergonha. Foi fazendo isso que você captou que a gente tinha mais
informações do que fornecíamos e falávamos de muitas coisas nas quais as
pessoas não ligavam, não davam importância, por achar que éramos somente
crianças, somos sim, mas também temos conhecimento e autoconhecimento. Os dois
são importantes, mas nem sempre andam juntos. Por isso que é importante testar
as entidades não no seu conhecimento, tem um monte de obsessor que sabem muito.
O diferencial da luz é o autoconhecimento. É a capacidade que vamos
aperfeiçoando de olharmos para dentro da gente mesmo. Isso só se aprende
fazendo, se testando, se autoconhecendo e se auto avaliando.
Quando eu trabalho como adulta, eu
continuo na minha linha da ciência, na busca de novas fontes renováveis de
energia, assim como na capacitação das mulheres. Nós trabalhamos desde antes de
2003, com maior visibilidade agora, com fontes e construções de energia que
empoderem as mulheres, criem renda e poder de sustentação às mulheres. A
estrutura é a mesma do processo energético que utilizamos e tentamos efetivar
ferramentas, inspiração para criação na Terra. O principio é o da autonomia
regulada, subordinada. Tudo tem um funcionamento impar, porém interconectado
com todo o resto. As células do corpo funcionam sozinhas, mas estão
interconectadas com todo um sistema vivo. O corpo humano funciona sozinho, mas
está em interação com toda uma família, uma comunidade, um país. Nós trazemos
essa concepção de interligação, de autonomia interdependente para fortalecer os
vínculos, as relações, as cooperativas e as ONGS. Movimentos individuais e
plurais que aprimoram a rede de sustentabilidade sem oprimir, sem excluir, sem
destruir, buscando a preservação e a integração.
Essa dinâmica se faz mais plausível
com o fortalecimento da consciência feminina. Com o empoderamento mediante
instrução, direção, conhecimento e autoconhecimento, emancipação da força da
mulher. Libertar as mulheres da opressão e do julgo social, político, econômico
é o mote do nosso trabalho, que se volta e se aperfeiçoa, essencialmente, no
Oriente Médio e na Índia de maneira embrionária e piloto. Sendo estendida para
todo o resto do planeta, por vias dessas conexões que o trabalho mediúnico
possibilita.
Quando estou incorporada na tia
Simone, estou repassando a ela todos os recursos, toda a energia dessa outra
mulher na África. O trabalho mediúnico consegue unir várias mulheres de
diferentes culturas, etnias, situação social, cada uma recebe resíduos da outra
e pode aplicar em si mesma, na sua assistência, na sua comunidade esses
recursos de superação, integração. Porém a maior parte dos médiuns se limita a
incorporar a entidade sem compreender que esse incorporar pode ser um baixar
cada uma dessas potencialidades, desses recursos, dessas ideias, dessas
práticas, desses contatos. É parte do que quando estão encarnados chamam de
incorporação. Na verdade, em muitos casos, são substratos de contatos
energéticos realizados e que vão sendo sedimentados até que se precipite em
atos, fatos, falas, ideias.
Isso era como estávamos em 2003, hoje
em 2017 a gente tem conseguido resultados ainda mais rápidos, porque já estamos
conseguindo acessar muitas das meninas, das mulheres que estavam fazendo o
trabalho nesse plano e renasceram com uma energia mais equilibrada, calibrada
para essa nova fase do planeta. Uma fase que percebe a Terra como Gaia, que
abriga a força do feminino e o poder do feminino em uma relação harmônica com o
masculino. Uma polaridade mais equilibrada. Eu estou preparando a minha
encarnação para os próximos anos. Da minha equipe sou uma das últimas que se encontram
ainda desencarnadas. Nosso proposito é colocar essa tecnologia que estruturamos
aqui no plano astral para rodar no plano material. Material que está bem mais
sutilizado e refinado, então é mais suave e menos dispendioso para as meninas
aplicarem esses recursos. Para vocês a batalha contra o assédio, a opressão, o
feminicidio, os trabalhos de reciclagem, a onda azul e tantos outros trabalhos
de biotecnologia, de nanotecnologia são coisas separadas e distintas. Para nós,
eles estão interligados. Somente encorajando cada mulher, somente despertando
em cada uma delas a beleza sagrada que elas são portadoras é que conseguiremos
um equilíbrio entre os opostos e a gestação sustentável de uma nova Terra, na
qual homens e mulheres, masculino e feminino se entrelaçam e se complementem
num grau de diversidade mais espelhado e afeito com uma visão profunda da
natureza. .
Bem, minhas 24 horas são essas. Em
2003 eu dormia 6 horas por dia, dentro dessa concepção de tempo de vocês. Hoje,
dormimos 2 horas. À medida que suavizamos e o tempo suaviza conseguimos nos
recompor e reestabelecermos mais rápido, circularmos mais rápido e, sobretudo
renascermos e ficarmos mais tempo encarnada e com um grau de consciência mais
apurado.
Um beijo, pai.
10/8/2017
Essa foi Paulinha. Um ser que ao longo das vidas
foi se tornando para mim, uma amiga, uma irmã, uma confidente. Batalhadora,
rompeu céus e terras para assegurar o direito das mulheres se instruírem em
plena Alemanha do século XIX. Lá ela fora um educadora com ideais feministas,
bem a frente do seu tempo que auxiliou na emancipação e autonomia de muitas
mulheres. Como ela mencionou, ela e os seus trabalham no Oriente Médio tentando
viabilizar um outro recurso natural menos poluente que o petróleo e que
minimize a ganância dos homens. Está trabalhando na reciclagem, renovação,
depuração dos lixos tóxicos, atômicos e materiais não renováveis. Está junto
aos seus propondo alternativas energéticas para o século XXI. São milhares de
seres como eles que precisam se fazer ouvir por pessoas capacitadas para
colocar os avanços tecnológicos na mesma ordem dos espirituais. Sem nos esquecermos
de que a tecnologia espiritual é o amor incondicional por tudo e por todos, sem
julgamento por tudo e todos.
Quero finalizar lançando luz a uma prática muito
comum aos médiuns da Umbanda e que na visão kardecista causa espécie, chegando
mesmo a ser tida como primitiva e contrária aos processos evolutivos que é
entidades se alimentarem, beberem, fumarem e outros. Há aqui uma distinção a
ser feita, a saber, a diferença entre uma entidade que faz uso desses recursos
para limpeza e transmutação e seres que não conseguiram se desgrudar da matéria
e sendo viciados se valem desse expediente para se locupletarem. São coisas bem
distintas e o autoconhecimento auxilia a perceber e a compreender a diferença
entre um e outro tipo de uso.
O fato de
comerem doce, de se “alimentarem” é de fato um processo complexo da fisiologia
humana. Estendendo essa fisiologia para uma percepção espiritual, quando eles
estão comendo doce, bebendo refrigerante, eles estão realizando a transmutação
do ambiente através do corpo fisiológico do médium (temporariamente
modificado). O açúcar se transforma em energia, as moléculas do açúcar passam a
desempenhar a função não de monossacarídeo e aminoácidos desoxirribonucleico, como aumentam a
circulação sanguínea e a absorção calórica do médium; primordialmente,
permitido a estruturação e a transformação de sentimentos, pensamentos e
condutas. Essa não é uma particularidade dos erês, pelo contrário, todas as
entidades que trabalham com a supervisão, orientação e permissão do alto agem
assim. A particularidade deles refere-se ao açúcar. A explicação científica
para algo corriqueiro e natural na espiritualidade seria que tudo é vibração:
pensamento, sentimento, ações. Por um dispositivo metabólico, fisiológico que
me falta clareza para descrevê-lo, a espiritualidade consegue condensar essas
vibrações tornando-as “palpáveis”. Enquanto as entidades estão lá,
aparentemente, se divertindo, esclarecendo, se embriagando, empanturrando de
doces, fumando cigarro ou cachimbo, um processo de adensamento energético está
sendo realizado. Cada sorriso, cada lágrima, cada pensamento de tristeza, de
vingança, cada sentimento negativo vai ganhando uma condensação que à medida
que a entidade come, traga, bebe, ela vai juntando, varrendo, acumulando aquilo
e gerando um campo metabólico no médium para transmutar essa energia.
O médium
atuaria como um catalisador dessa energia, transportando-a a partir de si
mesmo. A imagem que passam para isso seria percebermos o entupimento das veias
coronárias por excesso de gordura (colesterol). Os pensamentos, sentimentos da
assistência, da reunião, dos frequentadores encarnados e desencarnados vai
produzindo essa ‘gordura’. A remoção dessa passa por um filtro/raio laser,
mediante o desentupimento da artéria e o reestabelecimento da mesma. Uma
intenção concentrada, focada, dirigida sob determinado ponto com o intuito
claro de desbloquear esses pensamentos, sentimentos que congestionam a vida
daqueles indivíduos, grupos.
De maneira
que, nos torna possível vislumbrarmos o excesso de gordura, como
pensamentos/emoções deletérios do nosso ser que entopem nossas vias de
comunicabilidade. O laser seria um instrumento utilizado por um operador
inteligente para a desobstrução das cargas vasculares. No caso dos erês isso se
dá fazendo uso do doce e do açúcar. Processo simples para a espiritualidade,
mas cuja explicação tira a simplicidade com que operam e transmutam sentimentos
pesados, densos, conflituosos em alegria, ternura, confiança, esperança.
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