quarta-feira, 18 de abril de 2012

Batman/Espantalho: o gás do medo



No filme Batman Begins tem uma cena, bastante ilustrativa, que me servirá de esteio ficcional para este post. É uma cena que só vim me ater na terceira vez que via o filme, nas anteriores, ela me passou completamente desapercebida. Pelo menos naquilo que eu vou explorar agora. A cena em questão se dá nas aparições do médico psiquiatra (ou será psicólogo?) Jonathan Crane. Este Dr se faz instrumento voluntário dos trabalhadores das sombras e escuridão. Na verdade, ele é o mentor intelectual da criação de um psicoativo capaz de produzir fobia nas pessoas. Inicialmente, este experimento é levado a cabo em uma população controlada, mas o objetivo é liberar o tal gás do medo em toda população de Gothan seja pela contaminação da água ou do ar. Fato é que por uma via ou por outra a pessoa entrava em um surto, em pânico.

Utilizo a ilustração do filme, porque ela é o que melhor me possibilita pensar e discutir desdobramentos de uma psicografia que realizei década passada. Estas cenas me permitem estreitar um diálogo de caráter ficcional mediante uma pergunta: e se isso fosse realmente possível?

E se de fato houvesse uma rede de cientistas, estadistas, soldados, simpatizantes que desejassem e criassem formas de alardear o pânico e o pavor nas pessoas? E se essas pessoas tivessem tecnologia suficiente para fabricar, implementar e distribuir em massa esses medicamentos? Se ao invés de desejar produzir o caos e a anomia, como se faz na linha do filme Batman, haja vista mais tarde o Coringa, desejasse uma contaminação lenta, continua, exponencial, que fosse aumentando aos poucos, que fossem dopando aos poucos, mas que nunca abandonasse o caráter salvifico da ciência, que jamais perdesse a dimensão de cura, mesmo que essa cura implicasse em efeitos colaterais danosos?

É então pensando tudo isso como ficção, sem nenhuma relação com a realidade no mundo astral ou material, que vamos dar luz ao escrevinhado abaixo. Por favor, não percam de vista de que tudo isso é apenas ficção e que qualquer relação com a realidade é mera coincidência.


Década passada, dando finalização a uma trilogia, fui levado em desdobramento para prostíbulos, alguns centros religiosos, presídios e manicômios. Numa visão linear são pontos completamente distintos e separados, sem relação aparente entre si. Afinal, o que pode haver em comum entre uma igreja e um prostíbulo? Entre esse e uma casa de magia? Mas, sobre determinado prisma da espiritualidade, todos formam e compõem um mesmo quadro, um mesmo cenário, a saber, todos estão inseridos na rede do tráfico, similar a uma divisão internacional do trabalho.



O trafico que nos referimos não é apenas o de drogas que assola o mundo como uma praga do apocalipse, mas o verdadeiro tráfico que se da no plano astral, mediante a manipulação de ectoplasma, especialmente de encarnados para desencarnados. Nessa concepção a moeda do mundo energético é o ectoplasma, a partir dele tudo é negociado, barganhado, conseguido mediante o tráfico de ectoplasma. Alguns lugares como prostíbulos o recolhe e o seleciona diretamente, outros lugares como centros de magia perniciosa, cuida, manipula e armazena. As configurações disso são assustadoras, porque o resultado final é a loucura para alguns, presídio para outros, em ambos os casos, esboça-se manifestações fragrantes de mediunidade, num sentido muito fora do controle e da posse de si mesmo.

II

É dentro dessa rede ectoplasmatica que igualmente se insere os antidepressivos e os antipsicóticos. Nunca vi a fabricação de nenhum que não fosse energeticamente idêntico a fabricação utilizada pelos alquimistas das sombras no trato das drogas. Desconheço. No mundo físico se abrirmos a caixa branca e formos ver a movimentação dessa rede, verificaremos que o dinheiro gasto na fabricação de remédios rivaliza com o das drogas. E eles (drogas e remédios) pouco têm de diferente, a não ser a legalidade para algumas, por ser um pharmaco positivo. No entanto, não me será novidade nenhuma se liberarem comprimidos de cocaína. Aliás, essa idéia quando foi pensada na década de 2000 deu origem ao que denominamos hoje de crack.

Quero apenas mostrar que dentro deste cenário de ficção, porque volto a insistir, isso não é real, nem dólar, nem coca (moeda do submundo do crime), que a lógica dos antidepressivos e antipsicóticos passam muito longe da cura. A lógica astral desta modalidade de medicação é a dopagem e o vício. E esta lógica esta contaminando sim a formação médica em grande parte do mundo. As associações entre médicos e empresas farmacêuticas num mundo psicótico seria considerado tráfico de influência, tráfico de drogas, formação de quadrilha. Neste mundo que vivemos tudo isso é ficção. Mas, há leis que estão tentando regulamentar o lob médico, isto é, o médico passa a ter o dever moral de avisar aos seus pacientes que recebe incentivo, de grandes empresas farmacêuticas todas as vezes que receita um medicamento. Nessa mesma linha de raciocínio fica notório como que o lançamento de medicamentos atrela-se a novos diagnósticos, o caso mais clássico é o do Viagra.  

De forma ainda mais assustadora, vale o registro que grande parte da indústria farmacêutica nasce, expande na primeira e segunda guerra mundial e no pós guerra. Sendo que as imagens clean desses lugares, com seus cientistas e pesquisadores vestidos de branco são idênticos, na verdade, são os mesmos locais nos quais os alquimistas das sombras manipulam suas fórmulas, com as mesmas vestimentas,  aparelhagem e instrumentalização que cada vez mais se aproximam e se afinizam. Cada vez mais o que denominávamos umbral vai se aproximando e fazendo uma faixa única no que chamamos de mundo físico.

Ainda quanto a isso, é incrível como que algumas pessoas em surto, especialmente, por falta de medicação, fazem o relato exato das imagens que são implantadas na fabricação desses medicamentos no plano astral: os dragões, os monstros, as perseguições, todo cenário de horror que a pessoa avista. Curioso que é uma avistagem que videntes não vêem, não acessam. Por que não é de algo fora, não é uma visão, ou um cenário externo, que possa ser compartilhado e acessado. É uma composição de fantasmas internos que deformam a percepção de quem esta vendo. Como se a imagem familiar, cotidiana fosse alterada, distorcida, deformada, produzindo sinapses fantasmagóricas, aterrorizantes, amedrontadoras.  De forma que a coisa não é a coisa mesma. O que esta se vendo não é o que esta se vendo- delírio, alucinação. Ambos cenários são mais facilmente produzidos em pessoas que já fizeram uso de antipsicóticos, não sei especificar como, mas eles ajudam a criar conexões neurais, sinapses que geram independente da consciência do surtado estados anímicos de pânico e pavor. O mais inusitado é que esses cenários são intrínsecos, inerentes a pessoa. Os fantasmas não vêm de fora, eles nascem de dentro, numa manipulação muito refinada do inconsciente, como que trazendo do seu mais profundo padrões pontuais de medo, raiva.

III

A imagem passada é a de um quebra-cabeça. As idéias, as emoções, os sentimentos fossem pinçados. E nesse pinçar por exemplo uma idéia fosse bloqueado todo o contexto dela. Como se eu pegasse a foto de sua casa da infância, mas bloqueasse o entendimento de que lá se foi feliz, teve alegria e até mesmo que aquela foi a sua casa. Num outro momento, eu pegaria uma outra peça desse quebra-cabeça, por exemplo uma emoção. Bloquearia essa emoção a retirando do contexto. Em determinado momento, um rosto, um cheiro, uma voz, uma imagem, uma lembrança, acionaria um estado de pavor. Não sei descrever com mais clareza e de forma mais direta o que eles fazem, mas é uma remodelagem cerebral. Eles mexem em cada neurônio e nas conexões que eles realizam. Todavia, eles sabem que esses feixes de impressões não são resultantes apenas de apelos neurais e neuroquímicos. Assim, eles fazem mais o entorpecimento dessas redes, dessas conexões. Como se eles soubessem que existe uma relação entre a vontade, a consciência dos sujeitos com o seu campo neuro-morfológico, todavia, não sabem como se dá essa passagem. Dessa maneira utilizam de mecanismos bloqueadores, porque sabem que dá certo, embora não saibam explicar como. O que dá certo? 

A separação entre o individuo e a sua consciência. Poderíamos chamar de espírito. O que quero dizer é que eles aumentam a separação e a distancia entre a alma e o corpo. Eles desligam a pessoa de sua rede de abastecimento. Se essa percepção é evidente no crack, levando muitos a os chamarem de zumbis, quero enfatizar que o mesmo desligamento, em proporção menos visível é realizada com os anti-depressivos e psicóticos. A pessoa é privada dela mesma, desconectada de suas memórias, de sua alma. As vezes o aceso só se dá e se faz mediante cenas repetitivas, imagens distorcidas que provocam culpa, ira, vergonha. É um processo sofisticado de obsessão em muitos casos. 

Assim, em nossa observação comum, física, é como se em algum nível, eles alterassem as sinapses das pessoas, que dão toda a prova e mostras de se tratar de surto e delírio. É de fato loucura. Mas, muito longe de ser algo causado subitamente e naturalmente, são loucuras artificiais. São loucuras implantadas, fabricadas e medicamentosas. A melhor ilustração visual que consigo disso é mostrada no filme Batman Begins no qual o Espantalho sopra algo na face das pessoas e elas entram num estado de terror, surto mesmo, tendo uma visão completamente distorcida da realidade. Uma sensação de pânico, de pavor, de medo, especialmente no que tange a figuras familiares. O pai, a mãe, o cônjuge, os filhos se transformam em outros seres, são eles e não são mais. A eles junta-se uma imagem monstruosa, digna de pavor que alardeia a sensação persecutória.

Mas, tudo isso é delírio mediúnico.

quinta-feira, 5 de abril de 2012


Mandalas e composições neurais





A psicologia de forma geral apresenta técnicas temporais, dimensionais, que funcionam sobremaneira em pessoas lineares. São pessoas lineares aqueles que no outro post retratamos como tendo um funcionamento cerebral sem fissuras, que conseguem ter um ordenamento seqüencial, esquematizado, causal. Entendam que a linearidade pode ser profunda (vertical), mas não deixa de ser linear. Os junguiano são profundos, mas são lineares. Realiza-se um bom trabalho com eles ajustando o tamanho da escada.
Todavia, quer me parecer que os esquizofrenicos não são lineares. Na verdade, eles trazem outras tessituras. Eles têm outras Mandalas. As aranhas deles fabricam outras redes e conexões, criam novos caminhos e parâmetros, deslocam a temporalidade e a dimensionalidade, co-criam uma outra realidade, porque as mandalas são antes de tudo um grande sistema de captação das ondas. Uma antena parabólica. De maneira que as tessituras deles são diferentes. São loucas. Tecem e rearranjam sua aparelhagem psíquica de uma forma não habitual, convencional e não estamos preparados para isso.



Hoje a gente diagnostica e cura a maioria das doenças corporais. O que a gente consegue fazer com o corpo físico é fantástico e sobrenatural. Damos uma sobrevida a milhares de seres que sem os avanços tecnológicos não seriam capazes de continuar vivendo por três segundos. Dentro dos avanços médicos temos observado a quantidade de relatos que retratam que alguns corpos físicos são diferentes dos outros, diferentes demais; não na sua forma externa e sim no funcionamento sistêmico. Os super humanos de Stan Lee têm exposto isso. Na literatura espiritualista fala-se e descreve-se crianças índigos, cristais, ressaltando e revelando que elas possuem uma nova aparelhagem genética. Ainda dentro dessa temática o ponto mais intrigante são os das Quimeras (pessoas que se caracterizam por terem em si mesmas dois DNA).
Sabemos de tudo isso, mas ainda, a psicologia de forma geral, assim como filósofos e educadores acreditam na modalidade cartesiana de mente, eles acreditam na categoria kantiana de razão e sensibilidade. Modelos que caíram com Einstein, com a relatividade. Acreditam que todos nós temos a mesma estrutura psíquica. Acreditam que a partir da demarcação de normalidade, isto é, de racionalidade definida por Kant, mais tarde apropriada por Freud podemos definir o que seja loucura, perversão e outros. Novamente, quer me parecer que esse modelo deveria ser atualizado, colocado frente a novas teorias da física que serviram de esteio ao modelo kantiano de razão e racionalidade. Faço toda essa explanação para levantar a hipótese razoável de que alguns entre nós possuem uma estrutura psíquica diferente, com um rearranjo muito diferenciado.
Se não levarmos isso em consideração vamos continuar sem entender nada da esfera psíquica, vamos continuar no caminho louco de medicar com lítio e outros antipsicóticos as pessoas, inclusive, crianças. Vamos continuar acreditando que podemos mensurar o espaço mental com uma régua e com um compasso, mensurando desvios e trazendo cérebros normais, mas com um fuincionamento diverso a um funcionamento que não é o dele, praticamente o adoecendo.
Muito da doença psíquica vem do não entendimento de que talvez a apreensão de realidade não seja tão universal quanto desejamos e queremos. Do não entendimento de que assim como temos pessoas com aptidões e corpos físicos diferenciados é uma hipótese razoável conjecturarmos que algo similar, no que tange as cognições neurais, sinápticas, na sua forma de capturar e compreender a realidade pode estar se dando com outras pessoas. Um exemplo significativo dessa hipótese pode ser dada a partir do conceito de inteligência. Por milênios acreditou-se que havia apenas um tipo de inteligência e hoje (década de 1980) Howard Gardner fala de 9 tipos, sem contar as badaladas inteligência emocional, espiritual e outras. Não podemos continuar acreditando que o espaço mental abriga apenas o que a consciência coloca e que o inconsciente pode ser traduzido por uma linguagem racional e estruturada.

Assim como Kant, o tutor filosófico deste modelo, realizou a revolução copernicana ao retirar os objetos do centro do universo e colocar o sujeito. Talvez seja hora de considerarmos a possibilidade de convertermos o consciente ao inconsciente e não o inverso. Talvez seja o momento de realizarmos a revolução einsteniana na qual pensemos não em centro e sim em centros, ou ousarmos ainda mais e realizarmos a revolução quântica, na qual a consciência seja colocada no centro do universo, o que nos forçaria a prescrutar novamente o inconsciente por um novo prisma, um novo olhar.