Mandalas e
composições neurais
A psicologia de forma
geral apresenta técnicas temporais, dimensionais, que funcionam sobremaneira em
pessoas lineares. São pessoas lineares aqueles que no outro post retratamos
como tendo um funcionamento cerebral sem fissuras, que conseguem ter um
ordenamento seqüencial, esquematizado, causal. Entendam que a linearidade pode
ser profunda (vertical), mas não deixa de ser linear. Os junguiano são
profundos, mas são lineares. Realiza-se um bom trabalho com eles ajustando o
tamanho da escada.
Todavia, quer me
parecer que os esquizofrenicos não são lineares. Na verdade, eles trazem outras
tessituras. Eles têm outras Mandalas. As aranhas deles fabricam outras redes e
conexões, criam novos caminhos e parâmetros, deslocam a temporalidade e a
dimensionalidade, co-criam uma outra realidade, porque as mandalas são antes de
tudo um grande sistema de captação das ondas. Uma antena parabólica. De maneira
que as tessituras deles são diferentes. São loucas. Tecem e rearranjam sua
aparelhagem psíquica de uma forma não habitual, convencional e não estamos
preparados para isso.
Hoje a gente
diagnostica e cura a maioria das doenças corporais. O que a gente consegue
fazer com o corpo físico é fantástico e sobrenatural. Damos uma sobrevida a
milhares de seres que sem os avanços tecnológicos não seriam capazes de
continuar vivendo por três segundos. Dentro dos avanços médicos temos observado a quantidade de
relatos que retratam que alguns corpos físicos são diferentes dos outros,
diferentes demais; não na sua forma externa e sim no funcionamento sistêmico.
Os super humanos de Stan Lee têm exposto isso. Na literatura espiritualista
fala-se e descreve-se crianças índigos, cristais, ressaltando e revelando que
elas possuem uma nova aparelhagem genética. Ainda dentro dessa temática o ponto
mais intrigante são os das Quimeras (pessoas que se caracterizam por terem em si mesmas dois DNA).
Sabemos de tudo isso,
mas ainda, a psicologia de forma geral, assim como filósofos e educadores
acreditam na modalidade cartesiana de mente, eles acreditam na categoria
kantiana de razão e sensibilidade. Modelos que caíram com Einstein, com a
relatividade. Acreditam que todos nós temos a mesma estrutura psíquica.
Acreditam que a partir da demarcação de normalidade, isto é, de racionalidade
definida por Kant, mais tarde apropriada por Freud podemos definir o que seja
loucura, perversão e outros. Novamente, quer me parecer que esse modelo deveria
ser atualizado, colocado frente a novas teorias da física que serviram de
esteio ao modelo kantiano de razão e racionalidade. Faço toda essa explanação
para levantar a hipótese razoável de que alguns entre nós possuem uma estrutura psíquica
diferente, com um rearranjo muito diferenciado.
Se não levarmos isso
em consideração vamos continuar sem entender nada da esfera psíquica, vamos
continuar no caminho louco de medicar com lítio e outros antipsicóticos as
pessoas, inclusive, crianças. Vamos continuar acreditando que podemos mensurar
o espaço mental com uma régua e com um compasso, mensurando desvios e trazendo
cérebros normais, mas com um fuincionamento diverso a um funcionamento que não
é o dele, praticamente o adoecendo.
Muito da doença
psíquica vem do não entendimento de que talvez a apreensão de realidade não
seja tão universal quanto desejamos e queremos. Do não entendimento de que
assim como temos pessoas com aptidões e corpos físicos diferenciados é uma
hipótese razoável conjecturarmos que algo similar, no que tange as cognições
neurais, sinápticas, na sua forma de capturar e compreender a realidade pode
estar se dando com outras pessoas. Um exemplo significativo dessa hipótese pode
ser dada a partir do conceito de inteligência. Por milênios acreditou-se que
havia apenas um tipo de inteligência e hoje (década de 1980) Howard Gardner
fala de 9 tipos, sem contar as badaladas inteligência emocional, espiritual e
outras. Não podemos continuar acreditando que o espaço mental abriga apenas o
que a consciência coloca e que o inconsciente pode ser traduzido por uma
linguagem racional e estruturada.
Assim como Kant, o
tutor filosófico deste modelo, realizou a revolução copernicana ao retirar os
objetos do centro do universo e colocar o sujeito. Talvez seja hora de
considerarmos a possibilidade de convertermos o consciente ao inconsciente e
não o inverso. Talvez seja o momento de realizarmos a revolução einsteniana na
qual pensemos não em centro e sim em centros, ou ousarmos ainda mais e
realizarmos a revolução quântica, na qual a consciência seja colocada no centro
do universo, o que nos forçaria a prescrutar novamente o inconsciente por um
novo prisma, um novo olhar.
Doido!!! Inusitado!
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