quinta-feira, 5 de abril de 2012


Mandalas e composições neurais





A psicologia de forma geral apresenta técnicas temporais, dimensionais, que funcionam sobremaneira em pessoas lineares. São pessoas lineares aqueles que no outro post retratamos como tendo um funcionamento cerebral sem fissuras, que conseguem ter um ordenamento seqüencial, esquematizado, causal. Entendam que a linearidade pode ser profunda (vertical), mas não deixa de ser linear. Os junguiano são profundos, mas são lineares. Realiza-se um bom trabalho com eles ajustando o tamanho da escada.
Todavia, quer me parecer que os esquizofrenicos não são lineares. Na verdade, eles trazem outras tessituras. Eles têm outras Mandalas. As aranhas deles fabricam outras redes e conexões, criam novos caminhos e parâmetros, deslocam a temporalidade e a dimensionalidade, co-criam uma outra realidade, porque as mandalas são antes de tudo um grande sistema de captação das ondas. Uma antena parabólica. De maneira que as tessituras deles são diferentes. São loucas. Tecem e rearranjam sua aparelhagem psíquica de uma forma não habitual, convencional e não estamos preparados para isso.



Hoje a gente diagnostica e cura a maioria das doenças corporais. O que a gente consegue fazer com o corpo físico é fantástico e sobrenatural. Damos uma sobrevida a milhares de seres que sem os avanços tecnológicos não seriam capazes de continuar vivendo por três segundos. Dentro dos avanços médicos temos observado a quantidade de relatos que retratam que alguns corpos físicos são diferentes dos outros, diferentes demais; não na sua forma externa e sim no funcionamento sistêmico. Os super humanos de Stan Lee têm exposto isso. Na literatura espiritualista fala-se e descreve-se crianças índigos, cristais, ressaltando e revelando que elas possuem uma nova aparelhagem genética. Ainda dentro dessa temática o ponto mais intrigante são os das Quimeras (pessoas que se caracterizam por terem em si mesmas dois DNA).
Sabemos de tudo isso, mas ainda, a psicologia de forma geral, assim como filósofos e educadores acreditam na modalidade cartesiana de mente, eles acreditam na categoria kantiana de razão e sensibilidade. Modelos que caíram com Einstein, com a relatividade. Acreditam que todos nós temos a mesma estrutura psíquica. Acreditam que a partir da demarcação de normalidade, isto é, de racionalidade definida por Kant, mais tarde apropriada por Freud podemos definir o que seja loucura, perversão e outros. Novamente, quer me parecer que esse modelo deveria ser atualizado, colocado frente a novas teorias da física que serviram de esteio ao modelo kantiano de razão e racionalidade. Faço toda essa explanação para levantar a hipótese razoável de que alguns entre nós possuem uma estrutura psíquica diferente, com um rearranjo muito diferenciado.
Se não levarmos isso em consideração vamos continuar sem entender nada da esfera psíquica, vamos continuar no caminho louco de medicar com lítio e outros antipsicóticos as pessoas, inclusive, crianças. Vamos continuar acreditando que podemos mensurar o espaço mental com uma régua e com um compasso, mensurando desvios e trazendo cérebros normais, mas com um fuincionamento diverso a um funcionamento que não é o dele, praticamente o adoecendo.
Muito da doença psíquica vem do não entendimento de que talvez a apreensão de realidade não seja tão universal quanto desejamos e queremos. Do não entendimento de que assim como temos pessoas com aptidões e corpos físicos diferenciados é uma hipótese razoável conjecturarmos que algo similar, no que tange as cognições neurais, sinápticas, na sua forma de capturar e compreender a realidade pode estar se dando com outras pessoas. Um exemplo significativo dessa hipótese pode ser dada a partir do conceito de inteligência. Por milênios acreditou-se que havia apenas um tipo de inteligência e hoje (década de 1980) Howard Gardner fala de 9 tipos, sem contar as badaladas inteligência emocional, espiritual e outras. Não podemos continuar acreditando que o espaço mental abriga apenas o que a consciência coloca e que o inconsciente pode ser traduzido por uma linguagem racional e estruturada.

Assim como Kant, o tutor filosófico deste modelo, realizou a revolução copernicana ao retirar os objetos do centro do universo e colocar o sujeito. Talvez seja hora de considerarmos a possibilidade de convertermos o consciente ao inconsciente e não o inverso. Talvez seja o momento de realizarmos a revolução einsteniana na qual pensemos não em centro e sim em centros, ou ousarmos ainda mais e realizarmos a revolução quântica, na qual a consciência seja colocada no centro do universo, o que nos forçaria a prescrutar novamente o inconsciente por um novo prisma, um novo olhar. 

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