Nesses
escritos sobre o tempo, me ocorreu escrever sobre tempo e ausência. Tem algo
mais marcante no tempo do que a falta? A lembrança incessante do mesmo? A
guerra entre o pensar e o esquecer e por conseguinte a lembrança eterna e constante? Mas, quero falar do tempo a partir de uma psicografia que recebi nos
idos de 2002.
Nela,
meu amigo, Luís Soares falava de um binômio- tempo-consciência. Na percepção
dele tempo e consciência eram e são uma única e mesma coisa. Achei a
psicografia fascinante, intrigante e como muitas outras, as perdi. Anos mais
tarde, Ricardinho, meu moleque-anjo veio me falar se de fato eu acreditava que as pessoas vivessem no mesmo tempo. Demorei minutos para
compreender a pergunta, até que disse- claro que sim. E estava redondamente
engano, pelo menos na ótica que ele me mostrava.
Ricardinho
me mostrava os meridianos e como que cada um deles demarca mesmo um tempo. No
entanto, ele ia mais e mostrava como que dentro de cada meridiano havia outros
tempos e outras localidades. Era a um só tempo fascinante e aterrorizador. Mas,
como mostrar isso para alguém? Como escrever e dizer que a maioria dos seres
vivos encarnados e até mesmo desencarnados do planeta não estão vivendo o
século XXI? Alguns estão no passado da Terra, outros estão no futuro dela, mas
poucos, quase um a cada cem milhões encontra-se enraizado no século XXI. E
estou falando século, porque se for usar anos a margem diminui ainda mais.
De modo que os
tempos são múltiplos. Cada consciência tem o seu padrão temporal e é este
padrão que lhe proporciona tudo. Tudo mesmo. Aqui estamos falando de karma e
dharma. É a consciência de cada um que aciona essa lei gravitacional, atrativa
para sua vida. Sorte, azar, erro, acerto, é a consciência lidando e
rearranjando tudo no universo.
Mas,
como pode a consciência individual interferir de forma decisória no universo
coletivo? Essas são partes da engrenagem e da malha que preciso estudar um
tanto mais para descrever essa sinergia. De como cada ato, pensamento,
sentimento, co-cria um enredo que afeta, modela, remodela todo universo
envolta, em todas as direções, sentidos e temporalidades. É algo tão absurdo
que é melhor falarmos do tempo e da consciência.
Para exemplificar o que ele me falava, ele me mostrou alguns países e
cidades, por exemplo: Japão, Cabul, o Oriente do sol nascente em muitos
aspectos, especialmente, o devocional e o tecnológico que representariam o futuro da
Terra. Eles vivenciam situações de respeito entre si e de tecnologia que em
relação a nós latinos e brasileiros vamos precisar de mais algumas décadas para
alcançar. Isso não os torna melhores, mais civilizados, já que em relação a
processos de confraternização coletiva, efusiastica, tecnologia social, eles
provavelmente não entenderão o que realizaremos nos próximos dez anos. Tudo isso faz parte de um outro tempo, de outros modelos conscienciais.
Nesse
sentido, os Talibãs e os que estão vivendo sobre a influencia deles simbolizam o
passado da Terra. É a Idade Média no sentido mais trevoso que a própria idade
média. E a pergunta que me fica é: quem são essas consciências? No entanto, independente da resposta, cada tempo auxilia as consciências a equalizarem o seu processo de aprendizagem. É ainda mais enigmático a percepção de acontecimentos como o trato as mulheres em Cabul e mais recentemente na Índia ajudam re-modelar não somente o presente do planeta, como o passado também. É absurdo pensar nisso, mas a idéia é mesma de continuum temporais, ou seja, a Idade Média ainda não acabou, não passou e alguns rincões do planeta são continuidade deles.
Ainda assim é imoral tentar com uma régua e um compasso falar coletivamente de milhares de seres.
Imoral, porque diante dessas regras, haverá e há exceções, mas de modo geral, há um
padrão entre eles que não tenho a 'permissão' de revelar. Mas a idéia é que a
cada co-criação da consciência há um quadrante, há um rincão para esta mesma
consciência experimentar aquilo que ele acredita no tempo que ele
determina.
De
modo que para muitos o tempo é prisão, para outros libertação. Sendo que independente de tudo o tempo é consciência.
A imagem é uma pintura de Dina Lopes denominada: "Voo da Paz." Ela e outros trabalhos pode ser apreciado no link que segue:
http://blog.dinalopes.com/?p=252
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