Uma energia INTERDIMENSIONAL é aquela que colapsa a energia em direção a
si mesma, provocando a sensação e a percepção de multi-temporalidade. Imagine
um ponto entrando nele mesmo, sendo comprimido contra si mesmo, como um chupão.
Esta força, supostamente, gera a nossa percepção de interdimensionalidade. Esta
sensação pode ser representada quando a nossa mente traz imagem de locais,
pessoas, produzindo os mesmos estados de quando lá estávamos, todavia não houve
deslocamento espacial. Sendo que todo este fenômeno se deu no nosso tempo
interno, subjetivo, mas não apenas. Não apenas, porque a partir disso há mudanças
de humor, de hormônio, esses pensamentos, recordações, projeções alteram a
fisiologia do organismo. Como por exemplo, a gente recorda de um momento feliz
e traz esta felicidade para o seu agora, para o seu presente, para o seu ponto,
seu centro, seu ser. Teoricamente, este ponto e este acesso não têm barreiras
temporais. Posso lembrar tanto do que denominamos passado, quanto do que
denominamos futuro.
Atualmente há muitas técnicas energéticas que tem auxiliado no acesso
desta percepção interdimensional. As formas desse acesso podem ser mais
ostensivas ou mais tácitas, mas todas abrem espaço para o universo
interdimensional. As mais ostensivas são aquelas que alegam levar as pessoas às
nossas camadas de DNA, nossas memórias akashicas e outras tantas coisas. As mais
tácitas são aquelas em que há um trabalho terapêutico mais prolongado no qual
desvela-se o eu da pessoa. No primeiro exemplo não é de todo esporádico o eu
encontrar-se com outros seres e percebê-los como não-eu, isto é, um outro. Em
algum lugar ele sabe que esse outro é ele, mas não é, pelo menos ele pensava
ser, algumas vezes, uma entidade. No segundo exemplo é igualmente comum a
pessoa avistar partes internas, imensos lugares dentro de si mesmo. E como tudo
isso pode caber dentro de um ser? Como e que espaços são esses? Qual lugar eles
ocupam e porque a maioria das pessoas não os acessam?
Assim, a interdimensionalidade é imanentemente e primordialmente,
temporal. Ela se dá num tempo do não tempo. Ela acontece no agora e muitas
vezes, independente da nossa consciência. Ela evidencia que nós vivemos tempos
diferentes. Nós não podemos observar esta força invisível, mas ela é muito
presente. O mais incrível é que nós vivenciamos tempos diferentes em nós
mesmos. Temos aspectos que parecem estar no nosso futuro, no nosso
adiante, temos outros, que parecem estar na Idade Média. Difícil encontrar uma
pessoa que esteja situada plenamente no seu tempo. Insinuo que quando maior
esta confusão interna, mais dificuldade de localização.
Já por MULTIDIMENSIONALIDADE, se voltarmos à imagem do
ponto, compreenderemos este conceito como sendo a expulsão sistemática e
rítmica desta energia de si mesmo, provocando a percepção de que há uma
múltipla-realidade nos envolvendo e nos englobando. Enquanto a inter se dá para
dentro, a multi se dá para fora, numa expansão infinita ocupando todo espaço
vazio. A multidimensionalidade é eminentemente, espacial. Imagine uma cebola e
suas inúmeras e infinitas cascas. Por mais fino ou mais grosso que a cortemos,
sempre existirá outra camada. Todavia, o mais importante da analogia é
pensarmos que todas elas co-existem ao mesmo tempo, uma sobreposta a outra.
Todas as múltiplas camadas da casca de cebola compõem o cenário de uma cebola
única.
A multidimensionalidade é um conceito similar, ele postula a
possibilidade das existências múltiplas de vários eus, ao mesmo tempo, sem
consciência um do outro até que um começa a chamar pelo outro e se
con-fundirem. Até que um por intermédio de uma força unifica o tempo ao espaço,
ou a interdimensionalidade a multidimensionalidade.
Por sem consciência, implica dizer, que como a multidimensionalidade se
dá no espaço, às vezes, não temos e não trazemos a percepção e a variável
tempo, provocando tremendos e sérios transtornos, inclusive o da obsessão. De certa
forma, creio que os problemas psíquicos pudessem ganhar esse arcabouço
interpretativo. Ajudaria a vermos e compreendermos a esquizofrenia, o autismo
com outras representações.
Numa dessas representações tentaríamos analisar o portador de
esquizofrenia como alguém que sofreu um deslocamento interdimensional mais
abrupto. De forma correlata poderíamos ver o portador do autismo como alguém
que deslocou-se multidimensionalmente. E, ainda dentro dessa representação,
sugerimos com maior fidedignidade, a possibilidades muito grande de que
sejamos, muitas vezes, os nossos próprios obsessores. Há a possibilidade, não
muito remota também de que sejamos os nossos mentores. Mas quem dá a
confirmação disso somos nós, conosco e em nós mesmos.
Por tudo isso muito dos ensinamentos dos orientadores espiritualistas tentam
nos incutir e nos ensinar a fazermos uso desta possibilidade multidimensional.
Acreditamos que seja o uso desta modalidade de forma consciente que muitos
grupos esotéricos têm denominado de 5ª dimensão. Ou seja, a possibilidade de
percebermos que a realidade acontece e ocorre em vários níveis e em vários
lugares independente de nossa ciência e consciência dos fenômenos. Estamos aqui
diante do computador lendo essa mensagem, mas existiria um aspecto nosso que
estaria (sem que tenhamos consciência) vivendo no século III, outro no X, outro
no XXV todos ao mesmo tempo agora sem que um saiba ou desconfie do outro.
Poderia acontecer de algum deles saber que toda a linhagem
tempo-espacial que tracejamos seja ilusória. Assim, o xamã sioux do século XVIII
poderia ser acionado por um médico em sessão umbandista as 20:00 de 5ª feira no
século XXI. Aqueles que estiverem presentes na gira veriam a transformação do médium.
Alguns videntes perceberiam até o cocar, a pele vermelha, junto ao médico. E,
possivelmente, apenas um alguém, vou chamá-lo de EU SUPERIOR saberia se tratar de
um mesmo ser. Aparentemente vivenciando coisas distintas e separadas em tempos
distintos e separados, mas entrelaçados e contactados, conectados por forças
bem maiores.
Isto apenas para dizer que por mais que nos encaixemos dentro do plano
cartesiano há uma parte nossa que escapa dele. E é a esta parte que muitas
pessoas começam a acessar e a fazer uso. É uma nova forma abordar a
realidade.
Nossa questão é que não podemos separar energia e realidade de
consciência, da mesma forma que não podemos separar interdimensionalidade de
multidimensionalidade. Ambos os fenômenos são correlatos e geralmente
simultâneos, variando a percepção do observador. Assim, no próximo post
continuaremos o assunto, mas agora falando de AMOR E FELICIDADE.
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