domingo, 7 de julho de 2013

Cura Gay: agora só falta contra a ignorância e a hipocrisia.



Pensando sobre os preconceitos de forma geral, recordo-me de uma frase atribuída a Einstein: “Triste época!! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito”. 

O gênio da humanidade referia-se à época ao nazismo. Mas, a frase se faz ainda atual em todos os aspectos e sentidos, especialmente, quando entramos no terreno da religião. De forma trágica, em pleno século XXI ainda não assumimos Jesus e continuamos assassinando Cristo (Wilhen Reich). É o que me parece propostas como a Cura Gay de Marcos Feliciano, apoiado por outros tantos. 

O tema só se faz questão para mim, porque eles usam a PALAVRA para legitimarem o preconceito. Nas mesmas medidas, que segundo A PALAVRA, eles legitimaram a dizimação indígena, a escravidão africana, o machismo. Tudo com fortes bases bíblicas. Tudo com aprovação do Deus dos exércitos e o mais inacreditável- de Jesus. E quando a gente pensa que a mistura da religião e o poder estatal já fizeram estragos o suficiente em todos os lugares do universo, temos Feliciano, Malafaia, Bolsanaro e outros aloprados.

Por falar neles, escrevo tudo isso devido a uma publicação de Reinaldo Azevedo. Ele num artigo repleto de falácias defende o projeto, na verdade, ele defende o direito de que tal projeto seja defendido, assim como o abuso e autoritarismo de um conselho que proíbe seus membros de tratarem dos problemas de seus pacientes. Ele como o bastião da democracia, o novo Iluminista, se coloca nesse pedestal. 



Antes de prosseguir é necessário fazer um esclarecimento vital: não leio Veja. Não leio Reinaldo Azevedo, Diogo Mainard e tantos outros. Lia Veja por Roberto Pompeu de Toledo e Jô Soares (bons tempos). O que aconteceu foi que uma amiga me pediu para que eu lesse o que ele escreveu. E aqui é o complicado. Obvio que todo autor tem seus admiradores, atualmente, seguidores. Os leitores de Veja, muitos tem uma admiração pelo PSDB, o que os daria uma orientação de centro esquerda, mas desde a vitória do PT, que eles estão virando direita, e, alguns, extrema-direita. Todavia, o autor que defende a liberdade de expressão com tanta galhardia quanto Reinaldo não deveria censurar, ou restringir, ou impedir, que na resposta dos leitores existissem opiniões contrárias as dele. E em mais de 200 comentários, nenhum é contrário ao que ele escreveu. Isso não é estranho, é bizarro. E vindo de quem vem, que defende o que diz defender- é cretino. 

Juro para vocês, que eu não esperava outra coisa dele. Como dizem: “A pátria é o último reduto dos canalhas”. E tenho profunda desconfiança de quem ganha para acusar, combater, injuriar, distorcer, difamar e acredita que isso é jornalismo; aliás, acredita que isso seja neutralidade. Mas, definitivamente não é disso que quero falar e sim postar o comentário que realizei e ficou aguardando moderação. E não passou pela moderação. Segue o comentário realizado: 


 Boa noite. O texto é bom, parece até correto, mas ele é falacioso. Não dá em um comentário expor as falácias do texto, ou melhor, do contexto. Todavia, focarei esse ponto (texto e contexto). No texto não há cura gay. No texto não tem nada acerca disso. Mas, pode um leitor ignorar o contexto de um texto? Dar, criar, manipular, especular contextos não é isso que esse dedicado escritor faz nesse espaço mediante o que ele chama de fatos? Quero acreditar que sim e diante disso é estranho ele desafiar a nossa lógica colocando o projeto que tramita na câmara como sendo um poço de inocência e pura perseguição da mídia que não gosta dos evangélicos. Poxa vida! O contexto é que quando se fala de cura gay esta fazendo menção a duas psicólogas e a um lobby evangélico que afirma que curam homossexuais. O deputado que leva essa discussão para a Câmara também é evangélico e tem relações com as psicólogas. Ora!!! A discussão dos limites do CRP e quaisquer outros conselhos é válido, mas num Estado laico o último fórum de discussão para essa contenda deve ser as casas legislativas. Essa discussão tem que ser feita dentro dos próprios conselhos e caso não se alcance um consenso entre os pares nos tribunais judiciários até as últimas instâncias. Acreditar que se é mais democrático ou antidemocrático por ler o texto no contexto que ele é apresentado é pedir uma inocência, uma ingenuidade que fere e machuca. Qualquer leitor atento, independente da orientação religiosa, precisa estar ciente disso, especialmente, se são tão ordeiros e conscienciosos como descreve o autor do artigo. Peça as duas psicólogas que apresente dados que efetivaram suas curas e as apresente no próprio conselho. Caso não consiga, leve a justiça para que analisem a contenta. Enquanto isso nos poupe da vinculação, nesse caso, espúria, entre orientação religiosa e Estado laico.

Finalizando, o articulista que defende o projeto da cura gay, a liberdade de expressão, a democracia, aparentemente censura os seus   leitores. O Pastor que fala em nome do amor de Jesus, apregoa o ódio. E se conseguimos curar os gays agora devemos desenvolver a cura contra a ignorância seja ela qual for e a hipocrisia. Assim que conseguirem deem uma capsula para Feliciano, João Campos,  Reinaldo Azevedo e outros. 

Se não somos seres capazes de amar que pelo menos não criemos o ódio em nome de Jesus. 




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