Todos nós sabíamos, que
esse dia chegaria, mas poucos de nós nos importamos. Faltou planejamento
estatal, faltou gerenciamento público, faltou mobilização civil. Tínhamos na
cabeça que a água é um recurso infindável, inesgotável, interminável, mesmo
quando desmatamos nascentes e as vemos secar. Mesmo quando a poluímos com
dejetos químicos, minerais, sólidos, emocionais.
As previsões eram a de
que isso só aconteceria por volta do ano 2030, quando essa data era um
horizonte distante tal como 2200. O fim chegou mais rápido e com ele uma
conscientização forçada, que ainda não se dá e não temos de forma geral.
Continuamos tomando banhos de 20 minutos, escovando os dentes com a torneira
aberta, lavando a calçada com mangueira, lavando carros sem baldes. Ações que
há no mínimo trinta anos horrorizam os europeus e povos que não possuem nossa
abundância hídrica. Independente de tudo, continuamos acreditando, que a água é
propriedade individual e temos todo direito a ela, porque pagamos. Sim, o pior
da lógica não é o desperdício, o pior é a tentativa de legitimar que a água é
um bem de consumo e que por pagá-la pode-se desperdiçá-la, ou se fazer o que se
queira e como queira. Essa irracionalidade é castigada com a falta e espelha a
nossa dificuldade de nos entendermos como povo, nação, irmãos. O problema dos
outros não é meu, ou só se torna meu quando me atinge.
A seca no nordeste foi
motivo de indiferença no sudeste por décadas a fio e eis que agora, o sudeste
vivencia questões similares. As imagens da Cantareira, de Furnas e outros reservatórios
são similares as do nordeste da década de 1980/70.
Nessa carência, nessa falta,
nessa escassez pede-se ao cidadão comum que reduza o consumo, mas as
mineradoras e grandes indústrias continuam não apenas desperdiçando água, como
muitas vezes a poluindo. Eles não pensam em racionalização do consumo, nem em
sustentabilidade, num contra senso desmedido, o presidente da Nestlé fala de
privatização das águas e mercantilização da mesma como se ela fosse uma barra
de chocolate fabricada na Suíça.
Esquece-se que a água é
bem natural. É direito de todos. Pertence a todos. É uma aberração um ser
humano afirmar que é dono das águas, que as pode engarrafar e colocar o preço
que deseja, como ele chegou a insinuar. Aberração maior é pensar que na mente
de alguns o seu valor pode ser aumentado conforme a escassez e a demanda
permitir.
No entanto, o ponto que
pretendo falar e tocar, referente à água, é o energético. E pretendo fazer isso
utilizando de uma concepção psíquica, esotérica na qual se associa a água às
emoções. Sim, haveria uma relação entre os 4 elementos e os 4 estados do ser.
Essa combinação é muito utilizada na astrologia e também encontrada nos arcanos
menores do tarot onde respectivamente cada signo corresponde a um elemento e
cada naipe também.
Mas, o que representa
tudo isso se virmos a água como elemento da natureza, principio inteligente
simbolizado por nossas emoções? É um experimento interessante, especialmente,
quando observamos a nossa desertificação emocional. Ainda mais interessante,
quando dialogamos com pesquisadores que mostram que a água é um ser inteligente,
que está na Terra muito antes de nós e permanecerá depois de nós. Um desses
pesquisadores mostra que quimicamente, não houve alteração de uma molécula de
água que seja no nosso planeta. A mesma quantidade que existia nos tempos dos
dinossauros, no batismo de Jesus no Jordão, no tempo de Ramsés no Egito, de
Buda no Ganges, na coroa pesada por Arquimedes, continua existindo hoje. E a
constatação que ele chega é a de que não é a água que acaba é ela que se
esconde, foge de quem não sabe tratá-la com respeito e dignidade que ela
merece. Essa é a conjectura mostrada e comprovada por Art Sussman em seu “Guia
para o Planeta Terra”.
De
uma perspectiva global de longo prazo, vemos que as mesmas moléculas de Água
são usadas indefinidamente. A hidrosfera, o sistema de Águas do Planeta Terra,
é um sistema fechado. Nenhuma Água nova entra na hidrosfera. Nenhuma Água usada
sai da hidrosfera. A mesma Água passa de um reservatório a outro, circulando
continuadamente, e sugerindo o nome que damos a este fenômeno- Ciclo da Água. (Gente
Cuidando das Águas, p 34)
Mas, nós em nossa
prepotência e arrogância, podemos conceber uma coisa assim? Acreditar que a
água foge de quem a maltrata? Sente nossa falência hídrica? Claro que não.
Inclusive, por isso continuaremos com as dificuldades pertinentes e peculiares
que estamos atravessando.
Embora, essa concepção
acima se faça mais fantasiosa, exagerada, mesmo tendo sustentação cientifica,
pretendo ressaltar, que na contramão dessa irracionalidade, sempre tiveram os
ambientalistas conscientes, os povos ecológicos que não apenas alertaram para o
perigo e futura escassez como fizeram mais, criaram, construíram e
solidificaram uma rede sustentável na qual se fizesse possível a convivência
entre homens e o meio ambiente tendo como meta a preservação e a sustentabilidade.
Gostaria de saber o nome de todos para agradecer o belíssimo trabalho
desenvolvido em prol do Planeta e de Gaia, mas cito três: Demóstenes Romano
Filho, Patrícia Sartrini, Margarida Maria Ferreira autores do livro “GENTE
cuidando das águas” e de uma tecnologia social registrada no conceito
formidável: Meu Quarteirão no Mundo e o Mundo no meu Quarteirão.
Eles são alguns de milhares de pessoas que desenvolveram ferramentas de
sustentabilidade não apenas para o meio ambiente, como que para os homens que
compõem esse ambiente.
É nesse sentido de uma
busca por uma preservação da água, que venho trazer os dados, que aos meus
olhos são os mais impactantes do livro, a saber: A ÁGUA NÃO PRECISA DE NÓS. Ela
vai permanecer, continuar, como sempre continuou e permaneceu até hoje. Nós é
que precisamos da água. Nós é que necessitamos dela para todas as nossas atividades.
Não há civilização sem água.
Jean Pierre Garel, biólogo
molecular, diretor-honorário de pesquisas no centro Nacional de Pesquisas
Cientificas (CNRAS) comprova que a água tem três corpos: o físico, o emocional
e o mental. Ele explora isso ao propor a água como "vetor de informação", o que
implica dizer algo como: que a água é mais, muito mais do que um liquido. Ela
tem um sistema inteligente de captação e transmissão de informação. Mais do que
isso, ela se comunica e consegue realizar limpezas, transportes, em níveis
altamente sofisticado. E isso implica que a água é um ser. Um ser que possui
inteligência? Consciência?
Nessa direção, ele
referencia outros pesquisadores sobre a água cada um com conclusões mais incríveis
e desconcertantes do que outra. E citando o último e provavelmente o mais
famoso, especialmente, devido a sua aparição no filme Quem Somos Nós e ser mais
visual, temos Masaru Emoto, que expõe sua pesquisa no livro: A Mensagem da
Água. O seu trabalho consiste
em fotografar moléculas de água, mas não sem antes escrever nos mais diversos
idiomas algumas palavras que vão desde amor até ódio. O inacreditável é ver
como os padrões e as formas se alteram diante de cada vibração. Essa pesquisa
se estende para músicas, nascentes de água.
Cuidar da água é mais do
que racionar o seu uso. É compreender uma relação de respeito, integridade no
qual cuidamos dela para sermos cuidados.
Se
cuido das Águas por essas razões, cuido porque EU POSSO CUIDAR, cuido porque EU
QUERO CUIDAR. Cuido por minhas razões, por uma ética existencial, e não por
razões dos outros, por conveniências ou por obrigações que me são impostas,
explicita ou, subliminarmente, em forma de campanhas terroristas ( o fim da
Água no Planeta Terra), de “marquetagens” manipuladoras (“salvar” os rios e não
nós mesmos), de sentimentos de culpa (assumir responsabilidade ao invés de
cuidar por oportunidade). CUIDAR DA ÁGUA, SIM; MAS CUIDAR COM A LEVEZA, A
GENEROSIDADE E A EMPATIA QUE UMA PESSOA EVOLUIDA DEDICA AOS SERES VIVOS QUE ELA
MAIS VALORIZA. (op cit, 37).
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