quarta-feira, 20 de julho de 2016

SATURNO: o céu de um Novo Tempo. O tempo de um novo céu.





Essa cabra é o símbolo de capricórnio. Signo regido pelo planeta Saturno. É comum observamos essa cabra no alto de um monte, lá em cima, solitária, olhando para baixo, envaidecida de ter subido tão alto. Esse símbolo nos será importante para compreendermos muito do que vamos escrever.  

Semanas atrás, dentro do carro, ouvindo a Whitney Houston cantando: "I Will Always Love You" clássico do filme Guardas Costas me veio a ideia: para onde se vai depois que se chega no topo?

Pareceu-me a coisa mais natural do mundo, a queda, a descida. Depois que se alcança aquele nível de excelência, por mais que se mantenha,  que se estabilize, uma hora é necessário descer, ou simplesmente cair, ou quiçá ser empurrado do topo. E, não nos preparamos para a descida. De forma fantástica e formidável acreditamos que permanecermos na crista, no topo por toda a vida, isso é uma temeridade. O mais lógico seria quando alcançarmos o topo, já nos preparamos para a descida, mas muito longe disso.  

Recordo um ditado popular que dizia: “por mais alto que um pássaro voe, ele sempre retorna ao solo para se alimentar.”

Nada mais longe de um capricorniano do que um pássaro. E, nada mais distante para eles do que tirar os pés do chão. Capricornianos são engenheiros que sedimentam o futuro. Pássaros são aquarianos que voam. Capricornianos são engenheiros que criam o ar. Quero dizer que eles acreditam nos seus sonhos, vão em busca deles, mas não se jogam de cabeça, nem saltam, nem caem de paraquedas, eles sedimentam, constroem, alicerçam, estruturam cada passo para chegarem onde desejam. E, sim, eles sempre desejam o topo, o lugar mais alto. No entanto, o que vem depois do topo? O que há depois do céu? 

É a partir de agora que eu vos chamo para lerem com atenção, com carinho, com cuidado. Se em algum momento eu for rápido demais, é que só sei caminhar voando e nem sempre consigo amarrar um pensamento ao outro. Nem sempre consigo explicar que antes de saltar do nada para a utopia, meus pés estavam firmes e seguros numa cabeça de alfinete, ou numa nuvem esvoaçante. De todo modo, paciência, vão sentindo ao ler. 

Caso esteja certo, temos um novo céu a nossa disposição. Caso esta hipótese seja verdadeira, temos um novo playground no universo.


1os PASSOS: 

Na antiga e saudosa lista numerologia pitagórica do mestre Yub, eu gostava de dizer brincando, ou nem tanto, que minha astrologia era árabe, medieval, fatalista e determinista, rsrsr. Em uma oposição irônica as interpretações mais psíquicas, psicológicas da astrologia, muito bem realizadas e fundamentadas pelas colegas de lista.

De modo geral, gostava dessa visada por minha interpretação astrológica ser muito karmica. Adoro os nodos e Saturno, sendo que é desse planeta que vou focar. Vou falar a partir da leitura de dois mapas que realizei num intervalo de um mês, coisa rara, porque não sou astrólogo, mas sou metido a falar dos astros e das suas vontades para os humanos, rsrsr.

Na leitura de um, passou um amigo espiritual que fez uma interpretação que eu gostei demais e tento aqui reproduzir, abrir diálogo. Vem comigo:

I

Saturno foi compreendido por séculos como sendo um planeta pesado, denso. Um planeta que mal aspectado no mapa decretaria a ruína, conflitos, sabotagens na vida do nativo. Ao inverso de Júpiter que traria boa sorte e bons agouros, Saturno representaria as dificuldades, as calamidades. Na astrologia karmica, as dificuldades se avolumam ainda mais, pois indicaria áreas e setores na vida na qual abusamos, excedemos. De modo que Saturno representaria os limites, demarcados pela prisão no tempo. Saturno é Cronos, o tempo. Aquele ser impiedoso e faminto que engole seus filhos, menos Júpiter/Zeus. A relação de ambos é digna de estudo e aprofundamento.

Aos poucos novas interpretações e significados foram sendo dados a Saturno. Se por um lado é indubitável que ele demarca as dificuldades, os medos, os transtornos, os abusos; por outro ele é o mestre que libera nossos potenciais para usarmos com mais assertividade e responsabilidade. Ou seja, Saturno como o senhor do tempo, trancaria em si, potenciais nossos, que de alguma forma, por algum motivo, a gente exagerou, excedeu, transpassou os limites, esbanjou (Júpiter). Nessa temática atual, nosso Saturno representaria a área, o espaço, o locus no qual precisamos aprender a lidar melhor com isso. E a forma com que Saturno nos ensina é inicialmente pela escassez, pela aridez, pela efeméride do tempo. Não adianta correr, não adianta brigar, não adianta espernear. Esses potenciais só são liberados depois de 27/35 anos. Todo esse período é de aprendizagem, controle.

2os PASSOS

Temos que ir agora para astronomia. Em verdade, astrologia e astronomia compõem o que esse amigo chamou de CIÊNCIA DOS ASTROS.


A ciência dos astros é o entendimento da dinâmica sideral nos seus ritmos, ciclos, significados e sentidos simbólicos-existenciais. É a compreensão do Cosmos, do Universo como um ente orgânico e não meramente mecânico, causal. No  entendimento deles uma concepção do universo como entidade mecânica é um desconhecimento das relações não causais do mesmo universo, mas isso é outra história.

O fato é que da Terra, a olho nu, Saturno é o último planeta a ser visto. Nessa significação, ele representa o limite, já que depois dele não haveria ‘mais nada’ (visto). As descobertas de Urano, Netuno e Plutão virão apenas mais tarde, bem mais tarde. De forma que Saturno marca os limites de um céu. Um céu que não íamos além. Um céu que não tínhamos condição de ultrapassagem. Esse limite astronômico refletia nos limites existenciais de cada um de nós e agora é que entro na viagem.

Vem comigo, estamos quase chegando ao topo da colina:


III


Saturno é o tempo, para muitos o karma. Na astrologia árabe, fatalista, medieval éramos capazes de ao olhar para Saturno no mapa descrevermos um reino, um reinado, uma pessoa. Ninguém escapava de Saturno. Mesmo, porque os estamentos sociais eram mais rígidos, mais fixos, mais permanentes. Quem nasceu camponês morria camponês. Quem tinha o pai como alfaiate seria alfaiate. As possibilidades de mudança e alteração do destino (Saturno) eram poucas, quase nenhuma.

Tudo isso simplificava as predições. Conhecendo a posição de Saturno no céu e as condições sociais do sujeito na Terra éramos capazes de situá-lo no tempo e no espaço. A astrologia podia dar ao luxo de ser determinista e fatalista.

Hoje, isso é absolutamente fluido. Não temos como determinar a vida de ninguém, pelo contrário, a astrologia nos dá apenas mecanismos de entendimento para assinalarmos como a pessoa irá vivenciar, explorar as posições no seu mapa. Aquelas leituras fixas e categoriais que pré-determinavam o lugar do ser no cosmos, hoje se faz impraticável, já que esse Cosmos abriu um novo céu, com campos abertos para uma leitura interior. Na fatalidade determinista medieval, não há um sujeito capaz de escolher. O meio escolhe e determina o lugar do sujeito. Nesse novo céu que já foi aberto e vivenciamos como sendo natural e tranquilo, mas deixaria um astrólogo medieval aflito e alucinado, a vontade dos sujeitos, a consciência dos sujeitos pode alterar completamente seu destino (Saturno).




Sendo assim, nesse novo campo, nenhuma demarcação é precisa, porque os leques sociais ampliaram. Ter nascido numa cidade não te limita a ela. Ter nascido macho ou fêmea não determina sua manifestação libidinal por pessoas do mesmo sexo, do sexo oposto, ou por ambas. Ter nascido de pais ricos não decretam que será milionário e menos ainda ter nascido de pais iletrados, que você nunca se alfabetizará, ou não será um acadêmico. Os leques de possibilidades ampliaram demais e ampliam mais a cada dia. Os sujeitos passam a ser determinantes no posicionamento astrológico. Kant filósofo alemão do século XVIII nos fala da sua revolução copernicana, a saber, Kant  no que tange a relação sujeitos-objetos retira os mesmos do centro colocando o sujeito e com isso como o mundo lhe parece- fenomenologia. 

Numa analogia a astrologia psíquica retira os astros do centro do mapa e colocam os sujeitos, isto é, como que ele vivencia o seu mapa. Agora estamos descortinando um modelo no qual busca uma interação entre a consciência dos sujeitos e a ativação dos seus posicionamentos. Enfim...




Gosto de ressaltar que em meu tempo de estudante havia poucas engenharias: civil, elétrica, eletrônica. Hoje temos dezenas de engenharias para falar de um único campo. Os saberes, as existências se ampliaram, abriram, cresceram. Os leques de possibilidade são maiores. Esse não é um movimento apenas social, epistemológico, econômico. É também energético-espiritual com desdobramentos que nos assustam.


Desde os anos de 1990 os amigos espirituais tem nos falado de uma aceleração temporal, hoje também medida pelo efeito Schumann. Essa aceleração atrela um binômio que trabalhamos pouco, que exploramos pouco: tempo-consciência.

https://portal2013br.wordpress.com/2015/04/17/o-que-e-a-ressonancia-schumann-e-como-vai-nos-afetar-a-mudanca-dos-polos/


Para muitos seres tempo é consciência e consciência é tempo. É no tempo que a consciência se desdobra, se manifesta, se realiza, se plenifica. E, astrologicamente, num primeiro momento, quando estamos falando de tempo, estamos falando de Saturno. Mas, o que estamos querendo deixar cada vez mais claro é que quando estamos falando de Saturno no mapa astrológico estamos falando de consciência.

Consciência de limite e transcendência. Consciência de fechamento e abertura. Consciência de morte e renascimento. Num primeiro momento, estamos falando de Netuno, Urano e Plutão. Estamos falando que Saturno o limite visível do céu, nos abre para um novo espaço, um novo entendimento, um novo Cosmos. E tudo isso é feito no mesmo corpo, numa mesma vida.




3os PASSOS

Quando mapeamos Saturno no mapa, ele indica uma programação a ser realizada ao longo de uma existência. Todos os aspectos do mapa indicam aprendizados em áreas, setores que realizaríamos em uma vida. No entanto, estamos realizando o potencial de uma vida, cada vez mais rápido (consciência). Estamos exaurindo os exercícios de Saturno em seu primeiro ciclo, aquele que nas gerações anteriores serviam de esteio, de aprendizagem. De repente, cada vez mais, temos pessoas que já superaram os seus demarcadores, que já transcenderam os seus obstáculos e agora, fazem o que?

A maioria chora, esperneia, se revolta, se paralisam querendo a vida deles(as) de antes. Não aceitam essa mudança. Querem permanecer em suas antigas vidas, o que é uma impossibilidade sideral. E, com isso estamos fazendo o convite:


  • ·        se você se separou, abrace o seu novo amor;
  • ·        se você perdeu o emprego, abrace sua nova profissão;
  • ·        De fato você morreu, mas não perdeu seu corpo.
·         
Todavia, sua vida de fato acabou e está lhe sendo dada a possibilidade de viver uma nova existência, numa mesma vida. Não apenas uma, como várias e isso os amigos espirituais nos tem dito há muitos anos. Os amigos espirituais nos explicam que estamos vivendo mais de uma encarnação numa mesma vida.


Mais precisamente, aquelas programações que fazíamos para uma vida, aí desencarnávamos e fazíamos outra, estão acontecendo numa mesma vida. A gente está morrendo e nem percebe que mudamos. Claro que isso gera transtorno, desconforto, depressão, o que nos levaria a falar de Plutão e Netuno, mas deixo para outro momento. Agora acho importante frisar, que estamos morrendo e nascendo no mesmo corpo. Estamos vivendo vidas sucessivas numa mesma vida e os exemplos seriam.

Numa programação existencial normal, a gente encontra uma parceira karmica, no máximo duas para ter um drama, opta por uma e segue a vida. Nessa, estamos encontrando três, quatro. É cada vez mais comum pessoas se separarem, casarem de novo e serem felizes, cada vez mais felizes. É mais comum ainda a união, a parceria e a amizade que se desenvolve nesses relacionamentos onde esses casais convivem, os filhos convivem, proporcionando um novo rearranjo, um novo céu.
Agora posso tocar o ponto que desejo.

IV


Nunca pensei que fosse possível observar esses movimentos pelo posicionamento de Saturno no mapa, mas tive a felicidade de ver em dois.

No primeiro tratava-se de um Saturno na casa 10 em conjunção com Sol, Mercúrio, Marte e Júpiter, sendo que esses dois últimos estão na cúspide com sagitário. O outro se tratava de um Saturno na casa 9 em conjunção com Júpiter e  Plutão. Enquanto lia o Saturno da primeira partilhante, as dificuldades, as superações, ela deixava claro que já tinha vivenciado tudo aquilo. 

Essa percepção começou, porque eu não a encontrava no seu espectro solar. Eu a via com uma energia muito mais forte do ascendente do que do signo solar. Desenvolvendo a conversa, falei para ela das possibilidades incalculáveis daquele Saturno e ela me disse: “já aconteceu tudo isso comigo. Já ganhei prêmios internacionais, já trabalhei em grandes empresas nacionais e multinacionais.” Ela já tinha exaurido Saturno. E, quando a conheço, ela estava em depressão devido a uma crise financeira e também existencial. 

Capricornianos podem entrar em diversas crises, mas não por falta de planejamento. E, ela alega não ter visto a crise do seu empreendimento econômico. Foi acreditando que daria; uma fala altamente pisciana, seu ascendente. Mais especificamente, ela falava de uma visão obnubilida, netuniana, otimista e míope da realidade, muito contrária a visão capricorniana do seu signo solar. 

O fato é que onde ela obteve sucesso, reconhecimento, mérito, ela não tem mais saco, vontade, tesão para trabalhar. Ela morreu, mas continua viva, com toda habilidade e competência para inventar um novo futuro. Só que tem 50 anos e não nos preparam para isso. Re-começar uma vida com 50 anos, 45 anos, pelo contrário até.  




Recomeçar aos 27 como é o caso que irei contar é uma coisa. Ter folego para começar algo aos 50 não é fácil, mas milhares de pessoas estão enfrentando isso. Milhares de pessoas estão sendo convidadas a dar um significado a existência. Um significado real. Um significado que faça sentido para si mesma(o), para os outros, para o todo. Essas pessoas estão buscando respostas, caminhos, alternativas. Outras estão em depressão e não veem solução, caminho, resposta, sentido.

E, o que compreendo e quero dizer que tudo isso é melhor agora, enquanto ainda tem um corpo do que daqui a alguns anos quando o perderem. Essa depressão é muito similar ao sentimento de post morte que alguns desencarnados relatam e que a música do Titãs: Epitáfio traduz muito bem. 




E, como a gente se recupera desse bode? Programando uma outra vida, na qual a gente não vai desperdiçar as mesmas chances, as mesmas oportunidades. Então.... mãos a obras. Bora, pensar, planejar o que farão de suas vidas nos próximos anos, nas próximas décadas. 


Já a outra, me dizia: “com 27 anos eu mudei, eu morri. Eu sou outra pessoa.” Essa moça afirmava que morreria aos 27 anos e acabou que morreu mesmo. Ela não tem a menor dúvida em afirmar que é outra pessoa e uma pessoa muito melhor, porque ela era muito má. Essa tem Saturno em conjunção com Plutão na casa 9. E, a consciência de transformação dela, o lidar dela com a própria sombra é sensacional, fabuloso. Ela brinca também que vai morrer aos 54 anos, muito próximo de mais um ciclo completo de Saturno na sua vida, aspectando o seu Plutão.

Energeticamente, é fabuloso você conseguir mapear no mapa, em algo mais sólido e palpável, mais intersubjetivo que estamos vivendo mais de uma existência numa única vida. Falo isso, reproduzo essa ideia que recebi dos amigos espirituais a décadas e ninguém dá atenção. Agora estou pedindo aos astrólogos se eles tem mapeado, verificado isso também?

FINALIZANDO: o novo topo

O que tudo isso me suscita, a partir da fala do amigo espiritual é que estamos indo além de Saturno. Estamos desenhando um novo céu, uma nova Terra. Nós empurramos os limites de Saturno e o ultrapassamos enquanto habitantes terráqueos do sistema Terra-sideral. Na concepção desse amigo, toda programação karmica era feita para se alcançar Saturno. Alcançado Saturno, morria-se, desencarnava-se. Hoje, os limites internos de Saturno são alcançados mais rápidos. Essa moça que tem Saturno na 10 vivenciou o seu mapa completamente até os 40 anos. Empurrou com a barriga por mais 4, 5 anos, mas não deu mais conta. Mudou de profissão, o casamento já tinha terminado crises antes. Mas, observávamos que a crise depressiva, a morte, era mesmo oriunda de uma dificuldade de se adaptar para seguir depois do fim. Afinal, o que se faz quando acaba?

Isso ainda não foi ensinado, porque, praticamente, os nascidos da década de 1960 são os primeiros a vivenciarem essa transição consciencial no mesmo corpo. Recordo de Paulo Coelho falando numa entrevista na década de 1980 que a geração deles tinha revolucionado a juventude e iriam revolucionar a velhice. É cada vez mais verdade. Em todos os aspectos e sentidos.

Saturno, o planeta que representava a limitação, agora nos apresenta como sendo a abertura para um novo céu, para novas possibilidades. Assim, se serve de alento, as crises, as dores, as mudanças, não são o fim e sim o inicio de uma nova jornada, de uma nova conquista. É o inicio de uma nova jornada no tempo e no espaço com um alto grau de consciência. 



Bem vindos ao tédio e a exuberância da eternidade. Acredito que o ciclo irá se fechar, quando nascermos lembrando que não terminou. Nós somos!!! E estamos tendo a oportunidade de integrarmos isso agora. Cada um de nós com seu Saturno e capricórnio no mapa somos convidados a sedimentar um novo céu, a criar um novo tempo. Mãos as obras!!!

Finalizo deixando o poeta: RECOMEÇAR.

O melhor é encontrá-lo enquanto poema, sem som, sem imagem motivacional. Apenas letra que penetra a alma, calma que motiva e incentiva o coração bater mais forte. Como acredito que possam estar cansados de ler coloco em vídeo. Bjs grandes e aquelas(es) que estiverem vivenciando esse processo, RECOMECEM.  










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