domingo, 3 de novembro de 2019

SISTEMA REPRODUTOR: gestando a criação.




Eu não iria escrever sobre a reunião, mas três pessoas me instigaram a relatar algumas percepções. Primeiro foi uma moça bonita que foi impedida pela chuva e ventos de chegar ao nosso encontro. Outro querido, que esteve conosco no encontro anterior e por motivo de localidade não conseguiu estar conosco, mas se interessou em saber o que tinha rolado. E uma terceira ao narrar suas investigações internas. No geral, os três me apontavam um caminho que resolvi seguir. Por essas trilhas fui consultar um texto que estava psicografando em junho de 2010. Vou colocar esse capitulo especifico a parte e quem se interessar leia. Embora seja de 2010, ele tem uma pertinência e relevância imensa com a reunião.

 https://universofiholosofico.blogspot.com/2019/11/2-os-jardineiros-o-comercio-e-os.html


No encontro desse mês falamos do SISTEMA REPRODUTOR e conversamos sobre ele a partir de três perguntas:


O QUE RE-PRODUZIMOS? O QUE GESTAMOS? O QUE CRIAMOS? 




De uma maneira muito sincrônica as três concepções foram simbolizadas, representadas, estampadas na figura de um casal gravido que nos honrou com a presença. Eles, gestando Maria Clara, simbolizavam tudo o que pensamos e mais. Maria Clara que ainda está no ventre foi a presença mais impactante do nosso encontro. Ela nos envolveu num espectro que marcou toda a reunião. Ela talvez seja um desses muitos seres que deslocam nosso planeta para uma nova áurea. Uma retomada, um reencontro da nossa sexualidade com o nosso coração. Um caminho que separamos, que nos separou, nos dividiu, nos aprisionou. Um caminho no qual perdemos parte significativa da nossa consciência criadora, criativa e gestamos a Idade das Trevas. Um período que sexualmente não saímos de todo, não nos libertamos ainda. Não coletivamente, não como um padrão harmônico, uma estrutura de felicidade, de amor e gozo. Volto e insisto que depois leiam o link posto acima, será de grande ajuda. 


Quando começamos a reunião não tínhamos noção desse percurso, pelo contrário. A energia dos que estavam lá presentes, nas mais diversas dimensões e dos que não puderam estar, nos mais diferentes lugares, nos possibilitou um itinerário muito bonito. Um caminho no qual fomos conduzidos a percorrer, cada um individualmente, a partir do nosso próprio entendimento e vivência reprodutora, criativa, gestadora. De repente estávamos numa seara coletiva. Estávamos trilhando pegadas sagradas há muito abandonadas, há muito distorcidas, desrespeitadas, incompreendidas. Um caminho que ao ser perdido, virou lenda, imaginário, porém se transformou em algo pior e mais corrompido: moralidade tacanha.





Passamos a associar energia sexual a moral e bons costumes, a tradição e valores, a correção e caráter. E, isso é uma corrupção do entendimento do que seja essa energia. O fato é que ela é divina, sagrada, porque ela porta a capacidade criadora, criativa, gestadora da existência. Isso é mágico. É sublime. Alguns povos e culturas compreendem a energia sexual com esse espectro, com essa magia. A cultura cristã entorpeceu essa energia, porque ela não é um sacramento, um ritual. Ela não pode ser sacra de fora para dentro. A única forma de sacralidade dela é de dentro para fora. É da fusão do dentro-fora, fora-dentro. E, perdemos isso. Perdemos esse fazer, esse ser e sentir porque fomos buscar uma definição, uma explicação. E, como definir o divino? Como explica-lo? Pode-se observar a áurea de integridade que ele nos repassa. Essa áurea nos remete a pureza, a beleza, a castidade, a sacralidade, no entanto, nada disso é moralista. Nada disso diz respeito ao que é certo ou errado sexualmente dizendo. Nada disso é um parâmetro que deve ser imposto para todos e a todos, pelo contrário, a forma dessa energia fluir e se fazer divina é respeitando a individualidade de cada um. Pouco disso está no ato e sim no como se faz.






Foi a partir então dessa energia, dessa sintonia que fomos convidados a percorrer um caminho sagrado, misterioso, profundo. Uma peregrinação muito bonita. Eu sempre fico tentando me ater na metodologia que os caras utilizam para alcançarem, tocarem nossos pontos. E para falar de re-produção, criação, gestação; eles fizeram uma visualização criativa que partia do coração. Eles não foram direto ao Sistema Reprodutor. Menos ainda ficaram tentando mostrar que o sexo é sagrado, ou qualquer coisa parecida. Eles nos levaram para nosso cardíaco. De dentro dele, internamente, percorremos um caminho no qual fomos parar no chacra sexual. Esse caminho interno que percorremos é idêntico, é o mesmo caminho sagrado das peregrinações. Se pudéssemos fazer uma sobreposição veríamos as mesmas rotas. A distância entre o cardíaco e o sexual é a distância de Roma a Jerusalém. É rigorosamente o mesmo caminho e definitivamente a rota que nos ‘aprisiona’ em re-produções viróticas, desconectadas do sagrado. São ritos, repetições que ativam e reforçam um padrão no qual não se quer sair.






Toda manipulação que recebemos, sofremos, praticamos em 95% dos casos passa pela energia sexual. Praticamente, não há carma sem energia sexual. É o sexo que nos prende, nos aprisiona, nos escraviza. É essa força que é usada contra nós e somos manipulados. Nossa reprodução de violência, nossas compulsões, nossos vícios todos eles guardam uma relação ainda estreita, oprimida e opressora dessa energia sexual. Mais do que da energia, do caminho que passa do cardíaco ao chacra sexual. De modo geral, nós lidamos com essa energia de forma mecânica, instintiva. O trabalho que realizamos foi abrir essa senda.

Estava fechada? Parece que sim. Coletivamente falando essa senda é complicada. Mas, quando dois de nós, ou mais de nós se reúne, essas e outras portas vão se abrindo. Em nosso encontro a abertura nos remeteu a essa peregrinação interna, a nossa lenda pessoal, ao nosso trabalho alquímico. 





Nessa nossa trilha aconteceu algo diferente, mágico. Uma re-tomada mesmo de uma sacralidade. Uma retomada conjunta, coletiva, mostrando que essas saídas são coletivas. Não da humanidade inteira, mas pequenos grupos movimentando-se. Insisto que é complexo decalcar o movimento que trilhamos em palavras. Tornar palavra o que fomos fazendo, por onde fomos passeando. Mas, percorremos em 15 minutos, se isso tudo, mais de 1300 anos de história. Mais de milhares de quilômetros. Peço que depois, ou agora, leiam o capitulo que postei do A PREPARAÇÃO DO HERDEIRO. Das muitas coisas interessantes no capitulo em intercessão com esse texto diz respeito aos símbolos. Como que a partir da força do símbolo, éramos lançados nesse diálogo entre o subjetivo e do objetivo, de como nos perdemos nessas relações, nesse imaginário. A imagem que eu senti quando recebia a mensagem era de que estávamos na iminência de darmos um salto coletivo, mas forças oriundas das nossas sombras e não apenas delas, nos retrocederam. Mais do que retroceder, nos trancafiaram dentro de um ciclo virótico. Quando estávamos na iminência de um salto nos veio a Peste. A peste é mais do que uma metáfora que dizima a Europa e séculos depois ira contaminar e destruir em todos os níveis a África, Ásia e América. Esse vírus foi espalhado mundo a fora. Ele é transmitido a cada reprodução. Ele ganha sobrevida a cada ato sexual com culpa, tristeza, forçado. É a peste que assola o mundo, intoxica tudo envolta. Em nosso encontro estávamos acessando uma energia prazerosa, amorosa, livre dessa reprodução que não tocarei mais nela para focar na beleza do caminho. Uma beleza que insisto será melhor compreendida na leitura do link deixado acima.  Uma beleza que remete a vivência e a experimentação da energia reprodutora como criativa e criadora, não apenas de corpos de carbono como que de sonhos, ideais, espaços de esperança e amor. Essas criações são possíveis em muitos níveis, padrões, dimensões e podemos começar a nos atentar para elas. 


Essa jornada interior lembrava, literalmente, a peregrinação de Roma a Jerusalém e diversos outros caminhos sagrados. Rigorosamente, era e é o mesmo caminho do cardíaco aos testículos/ovários. Essa é a Jihad que depois da peste contaminou e entorpeceu a visão dos seres. Essa é a guerra santa a ser lutada, combatida. Mas, ela não é guerra no sentido das cruzadas. Só vira isso quando esse interno foi obnubilado. Quando o caminho passa a ser corrompido. Quando se deseja encontrar e resolver fora- rotas sagradas- estados internos da alma e do ser. 








Saber distinguir o que é interno do que é externo, o que é subjetivo do que é objetivo, conseguir perceber as sobreposições dessas abordagens é uma percepção iniciática. Um processo de iniciação era aprender sobre esses marcadores, transitar entre essas dimensões e não perder o rumo, o sentido. 


Hoje nós temos a Web. Deslocamos do virtual para o real, confundimos os dois, entremeamos os dois, com-fundimos todas essas dimensões, estados, humores, pensamentos, desejos, vontades; porém não temos mestres que nos orientem sobre as sobreposições, o que é interno, o que é externo, o que é individual, o que é coletivo, o que é real, mas imaginário, de outra dimensão. O que e como a partir desse imaginário, essa figura pode e movimenta toda nossa malha energética. Estamos perdidos, desorientados, desnorteados e as doenças psíquicas se avolumam, os distanciamentos se aprofundam. Fala-se com seres que existem, realmente existem, em alguma dimensão da intercessão da nossa psique com o imaginário coletivo, porém não conseguem dar bom dia. Outros estão com pânico e não chegam ao portão. É importante percebermos como que tudo isso está fundindo e como que nossa mente, ou nossos desejos, emoções tem dificuldade em lidar. E a dificuldade é oriunda da dificuldade em aceitar essa integração. Nessa modelagem que está sendo realizada, que nos aproxima de nós mesmos, de quem somos e não quem gostaríamos de ser. O tempo das idealizações vão ficando para trás. Somos convidados a ser quem somos e aceitarmos esse ser. E essa integridade não se faz por idealização. Se faz permitindo ser quem se é. Se faz aceitando ser quem é e sobretudo expressando esse ser no mundo. 

De modo que, isso vai nos retirando do mecanicismo, biológico, instintivo e nos conduzindo para uma sintonia criativa, criadora. Podemos trabalhar o instinto de sobrevivência sem cairmos na re-produção serial e sexual-genital. Podemos aprendermos e despertamos o prazer sexual para além da genitalidade e com isso mulheres fertilizarem mundos e homens gestarem criações. É um processo alquímico que está aberto, lançado no ar e estamos nos perdendo. 

 
Foi belo ver como que dos homens presentes despontavam visões de arados, terra, cultivo, flores, penas, mandalas. E de como que das mulheres saiam visões de espadas, flechas. Realizava-se ali um processo de integração muito bonito; os homens em contato com a terra, as mulheres no manejo da espada, flecha não estavam em desarmonia ao que eles são.



Esse caminho a gente fez junto. Essa abertura foi coletiva. Um acesso coletivo que nos permitimos, experimentando a sexualidade num nível de integridade, que não tem relação com moralidade. É um respeito a energia sexual, porque ela é divina, criativa, gesta uma nova humanidade, uma nova forma de ser. Essa sexualidade está relacionada ao coração, ao cardíaco. É um caminho do amor em sua manifestação e expressão. É sexual no sentido de um prazer amoroso, semeado e expresso sem culpa. Uma forma de ser. O que acaba por dar ao sexo um novo significado. O sexo é energia de manifestação, de precipitação. O sexo é energia de criação. Força capaz de trazer um ser à matéria. Mas, o uso dessa energia pode ser para co-criar, gestar outras realidades. O que novamente, implica em sairmos da re-produção instintiva, praticamente virótica que nos encontramos e nos trazer para uma consciência na qual compreendemos e saibamos usar essa energia sexual para criar felicidade, alegria, suavidade, beleza, encontros. Já estivemos imersos a essa energia. Nós já a vivenciamos e num processo descrito num capítulo que postei a mais nos Jardineiros, denominado Rotas Comerciais, um amigo fala dessa perda. 




Mas, essa energia da alegria, do sexo com prazer, sem culpa já vivenciamos. Temos registros dessas celebrações, festejos, porém nos perdemos no caminho da interioridade/exterioridade. Quando falamos de Alquimia os caras deixaram pegadas sobre esse processo de equivalência de transformar chumbo em ouro, o mais popular dos ensinamentos. Justamente, porque empobrecidos internamente, busca-se riquezas externas e tornam ainda mais árido o interno. Os não iniciados não compreendiam a dimensão subjetiva, arquetípica dessa transformação. Dessa transformação ambicionada em si mesmo e não nas lutas fraticidas por roubar, saquear, destruir de outros povos e seres. 




Outra parte dessa energia chegou com a magia. Mas, igualmente não compreenderam que a magia é sexual. Precisa ser. É o encontro de polaridades elétricas em atuação para ativar diversos estados de consciência, comunicação, compreensão. Mais uma vez, se prenderam nos atos, nas cenas e perderam o que movimenta, co-cria a realidade. 

Finalmente, temos as bruxas e o pavor que essas mulheres provocaram no imaginário coletivo. E as bruxas, demarcam o que foi perdido no não entendimento da magia (a sexualidade) e a da Alquimia (a liberdade da experimentação). Desvelar esses e tantos outros aspectos é o nosso caminho. Em comum temos as metáforas, o percurso subjetivo claro, marcando com clareza cartografias internas que não se sobrepunham as objetivas. A sobreposição desconfigurou nosso olhar, nos perdeu. Estamos agora reconstruindo e retomando uma nova abertura para mudança de fase.



Em suma, essa energia vem nos mostrando que sexo é mais do que genital. É mais do que reprodução. É sexualidade no seu sentido mais pleno, o que implica uma relação amorosa consigo, com o outro, com o mundo, com o universo. Uma transa de corpo-mente-coração-alma. Uma integração sagrada e divina entre nosso biológico e nosso espiritual. Essa força é divina e quando a trocamos em comunhão e não há nada mais sexual do que a comunhão na face da Terra, comer o corpo, beber o sangue... essa força se torna CRIATIVA. Gesta-se novos mundos, pare-se novos seres. 




Seja bem vinda Maria Clara. Recebamos todos nós a partir dos nossos filhos a vida que se renova, mas nunca se repete. A vida que se nega a aceitar padrões estanques. 

Sejamos. 













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