domingo, 17 de março de 2013

SER MULHER



Primeiramente, não posso definir o que é SER MULHER. Não sou mulher, falta-me útero para comportar o universo que é gerado. Em outros termos, me falta entendimento para clarear e rastrear esse incognoscível.


Diante disso, eu suponho que ser mulher é fazer a descoberta do seu útero. Não o físico, mas desse estado de acolhimento, de abrigo, de aconchego. Mas isso se aprende quando? Como? De que modo? Onde se ensina sobre esse poder fantástico e formidável, que nas sociedades matriarcais igualavam mulheres a deusas?


Eu sou homem, então a minha função social é ir acompanhando os despertares do Ser mulher. É no despertar delas que nos fazemos homens, nos tornamos homens, nos fazemos pais, nos reconhecemos irmãos, nos tornamos avos. Eu queria ter a paciência de acompanhar de perto uma única mulher em todo esse processo, mas eu me maravilho com processos de outras e quero ver de perto também. Acompanhar, tentar entender o que é isso- SER MULHER.

Dá para imaginar: sangrar por dias e não morrer? Carregar um ser dentro de si mesmo? Expulsar, esse ser de dentro de si e mesmo cortando o cordão umbilical se manter ligada, conectada? Ok ser mulher é um para além do ato de ter filhos.


Talvez aqui eu encontrei o que é SER MULHER para mim. É descobrir o ato de dar no sentido mais chulo, rameiro, puta; assim como no sentido mais refinado, cósmico, santo, sagrado.




No primeiro sentido é a descoberta da sexualidade. A descoberta do próprio corpo, do próprio orgasmo. A descoberta dos prazeres que o corpo proporcionam, mas que vão para além do corpo. O prazer de sentar ao lado de quem se gosta e falar de como foi o dia. Essa descoberta, esses prazeres são master card- não tem preço.


 
No segundo sentido é a descoberta do descobrir-se e descobrir o outro. A descoberta do prazer em acolher, receber, distribuir, compartilhar, abraçar, beijar. Falo da generosidade feminina do sacrificar-se, do esperar. Vou cuidar do meu filho e depois volto aos estudos. Vou trabalhar para ajudar meu marido. Vou sair mais cedo para levar meus pais ao médico. Vou para balada porque fulano(a) esta na fossa e precisamos nos divertir. 





Eu fui gerado por uma mulher fantástica, filha de uma mulher sensacional. Fui casado com minha ídola, que me decepcionou como somente uma ídola pode fazer, mas que é linda como somente uma estrela pode ser. Namorei mulheres sensacionais, deslumbrantes, a quem sou grato eternamente. Tenho uma filha que é a mais linda do mundo e a mulher que eu mais admirei em todas as minhas vidas. Ela é minha musa, minha estrela guia.


Ser mulher é sorrir diante da burrice masculina

Chorar diante da insensibilidade embrutecida feminina.

Ser mulher é gozar de alegria

E ter um gozo maior na culpa ou na fantasia.

Ser mulher é escolher no pai dos futuros filhos

O amante para toda vida.

Ser mulher é com-fundir pegada com amor

E chorar quando o pegante deu uma patada- ele não me ama?

Claro que não! Obvio que sim!

Você se ama?

Ser mulher talvez seja algo similar ao que disse Maiakowiski ao falar de si mesmo:


“O coração tem domicílio no peito.
Comigo a anatomia ficou louca.
Sou todo coração.”


Creio que parte considerável do SER Mulher é ser todo coração.

Ainda que se perca, “que na bagunça do coração o sangue se errou de veia e se perdeu.” 

sexta-feira, 8 de março de 2013

Não aos Rótulos



ROTULOS
Minha visada espiritual é artística. Gosto da forma como os artistas compreendem, organizam, percebem a realidade. Nessa perspectiva me afinizo muito com a percepção que eles têm da vida.

Em nossas oficinas a loucura, as dores da alma, as aflições da existência são temas comuns e recorrentes. Ficamos estudando sobre as intercessões entre loucura-arte-mediunidade tentando clarear para nós mesmos essas lacunas, esses espaços ora monstruosos, ora repletos de beleza. Não obstante, lançamos um olhar muito agudo e compassivo para os lados ainda mais destoante dessas intercessões que são as psicopatias e as lideranças carismáticas de caráter perverso e suicida.

Como podem depreender brevemente do exposto acima este é um campo de estudo de várias áreas, vários segmentos, sempre aberto para quem deseja falar desse universo a partir de si mesmo. Essa é uma das condições: que cada um fale da sua vivência para poder compartilhar das vivências dos outros. Isso abre o espaço para a tolerância, o respeito, a compaixão. Isso retira os seres da condição de analisados e analisandos. Todos passam a ser estudiosos, aplicados e interessados em saber um pouco mais sobre si mesmo.

Conto isso, porque anônimos ou não, famosos ou não, cada qual traz sua narrativa de dor, sua experiência e sua vivência. E eu perguntei a alguns deles em algo similar a uma mesa redonda:
você teria sido você sendo classificado de bipolar, ou autista, ou esquizo? Mais ainda: teria desenvolvido sua obra tomando antipisicótico?

"Van falou que os rótulos sempre existiram, o pernicioso é que agora eles são clínicos e colocados como verdades absolutas. É assustador verificar o desconhecimento dos rotuladores da plasticidade neural, das mudanças sinápticas que o cérebro é capaz de fazer, das próprias mudanças que os seres realizam ao longo da sua trajetória de vida. Assim, embora sempre tenham existido rótulos é criminoso o peso clinico, médico, psicológico nas costas e nas mentes de crianças tão tenras, adolescentes em formação. Por outro lado, quanto ao uso dos antipsicóticos, teria impedido, com quase 90% de chance deu ter cortado minhas orelhas. Teria também ‘impedido’ deu sentir o mundo na intensidade que ele me incidia. Teria minimizado minhas dores, mas foram as minhas dores que me fizeram ser quem eu sou. Não posso ser sem mim. Cortar as orelhas foi um ato de desespero, de dor lancinante, uma tentativa de amputar meu ser; mas mesmo dilacerando, cortando todo meu corpo, eu não deixo de ser aquele que sou. Ser o que sou, expressar o que sou, somente a arte me serviu de remédio, de alivio, de consolo. Pintar, não para ser o mais vendido, mas para encontrar uma paz, um equilíbrio, um eu que podia sair de mim sem que necessitasse deu me cortar para vê-lo e sabê-lo. Isso, os antipsicóticos cortam, mutilam, apaziguam, mas o eu adormecido, enfurecido encontra-se dopado e uma hora estaremos frente a frente com ele. Acho que o antipsicóticos seria minha ruína".

Outro que se propôs a responder a essa questão foi um dramaturgo francês.

"Os rótulos não importam, somos mais fortes do que isso. Moldamo-nos a partir e para, além disso. Aos antipsicóticos somos impotentes. Não se tem força contra um controle que domina o próprio corpo, que destroem caminhos de conexão entre a alma e o corpo. Os antipsicóticos são a destruição. Ninguém resistiria a eles, ninguém seria com eles. Na minha loucura fiz meu teatro. Minhas vozes fizeram personagens, minhas alucinações fizeram montagens e figurinos. Essa irascibilidade incontida, desenfreada é que nos faz artistas. Foi quem me fez ser quem sou. Precisa-se de espaço para o eu e não de confinamento. A própria idéia de eu é uma temeridade quando se fala de mente, de psique. Deixo isso para o filósofo, porque toda essa discussão me cansa, me causa fastio. Necessitamos de liberdade, de espaços, de criações. Necessitamos de aberturas para as manifestações do ser nos seus aspectos de criatividade e originalidade. Precisamos de poesia e metáforas. Necessitamos do teatro".

Vou caminhar para o arremate. Os rótulos prendem, segregam e é difícil romper com eles, ir além deles. Quando o rotulo vem acompanhado de pílulas mágicas, as prisões e correntes ficam mais grossas, espessas, rudes. Estamos aprisionando com rótulos e fórmulas miraculosas mentes que possuem outra configuração.

O que os fármacos desejam é que o corpo não sofra, não doa, não morra. Eles querem o melhor para o corpo e o corpo para eles é uma máquina. Agora estenderam essa mesma lógica para a mente. Na concepção deles a mente é um programa de computador, um software. Uma extensão da máquina que somos. E como a dor, a morte são tidas como avarias desprezíveis, busca-se de todos os modos e de todos os jeitos minimizar as dores do corpo. No entanto, A dor no corpo é reflexo de dores nos campos mentais, emocionais que os fármacos podem cortar, isto é, ‘analgenizar’. Mas a fonte e origem da dor permanecem e precisam ser tratado. Uma das formas utilizada para minimizar esse sofrimento se dá pela arte e na arte.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

DJANGO: Livrando o imaginário.




Fui ver Django livre. Fiquei extasiado. A narrativa, a trama, a história, a intertextualidade, tudo. Creio que o impacto na sociedade americana seja ainda mais contundente e voraz do que nas plateias latinas e europeias, já que há detalhes históricos de difícil compreensão e interpretação. Durante todo o filme há sacadas geniais, formidáveis, dignas de Quentin Tarantino. A ironia e zombaria com que ele revela e explicita as origens da Ku Klux Klan vale a pena ver o filme diversas vezes apenas para assistir essa cena. No entanto, o aspecto mais mordaz e contundente que quero chamar atenção é a relação entre o escravo da senzala e o escravo da casa grande.

Aqui no Brasil- “Casa Grande e Senzala” de Gilberto Freire abordou o tratamento dispensado aos senhores e aos escravos, de como nossa estrutura social, política, econômica seguiu essa mesma arquitetura. Avançando sobre essa duplicidade, é estranho averiguar como que rechaçamos sapos barbudos que ousaram fazer pontes, estradas, Pacs, minha casa e minha vida entre esses dois mundos. Mas, retornando, Casa Grande e Senzala ganha vulto e dimensão posterior quando deixa tácito uma “democracia racial” com profunda ressonância a idéia do brasileiro como um homem cordial.

Nos EUA uma mulher escreve um livro despretensioso denominado: “A Cabana do Pai Tomas” (não o li), mas contam que o laureado Abrahan Lincon ao encontrá-la disse: “ é a senhorazinha a responsável pela guerra da Secessão?” Isso dá mostras do impacto que o mesmo teve na sociedade americana. Outro que evoca esse livro como um modelo para se entender a escravidão americana foi Malcon X. De forma que nos diálogos entre Jamie Fox e Samuel L Jackson isso ficou marcante, o que nos convida a recordar a obra de Harriet Beecher Stowe.

Malcon gostava de registrar como que para o negro da casa grande as revoltas contra o senhor eram algo que machucava o escravo da casa. Já para os da senzala, qualquer prejuízo ao senhor, era uma vitória para o escravo. O negro da casa grande com o tempo sentia-se e achava-se branco, um igual ao senhor. Ele passava a desconsiderar a dor dos seus irmãos de etnia até não se reconhecer mais como negro. Nos EUA essa divisão ficou centralizada, até mesmo devido a um ódio hostil e pesado. Um ódio declarado e manifesto aos quatro ventos. No Brasil esse ódio permanece camuflado, velado. Afirmamos de todas as maneiras possíveis, até a exaustão, que não há discriminação racial em nosso país, que ela é de renda. Por esse prisma, negros ricos são igualmente bem tratados como brancos e etc... O ponto que momentaneamente importa é que no Brasil uma infinitude de negros não se reconhecem como negros. Se vêem como brancos, ou quase brancos.

No entanto, o que mais tem me chamado atenção em Tarantino é o diálogo que ele tem feito com a memória, com a História, com o imaginário. Essa arte de re-escrever e re-interpretar os fatos históricos é formidável. Vimos isso, primeiramente, em “Bastardos Inglórios” e atualmente, com Django. É fabuloso imaginar algum lugar no universo (mesmo que seja na fantasia, no imaginário) no qual nazistas foram caçados por judeus e tiveram a suástica marcada na testa. É igualmente espetacular a criação de um lugar em que um negro escravo, se liberta e se torna caçador de recompensa de brancos sulistas. Um negro que mata branco sulistas e da Ku Ku Klan.

Nazistas, racistas, machistas devem estar rindo da impotência de um texto e de um filme como esse, já que segundo a possível argumentação deles, a verdade se deu de outra forma. Se por um lado eles têm razão, por outro, creio que a discussão histórica atual é justamente a de se perguntar: o que é mesmo realidade? O que é mesmo fato histórico? Que história é essa que replica a imagem dos vencedores ad infinitun sem se ocupar com os impactos disso sobre os vencidos? Essa perspectiva histórica de Tarantino abre margens não para que historiadores re-inventem fatos, mas para que ficcionistas, artistas, cineastas, professores ousem imaginar os fatos por outro curso e outro viés.

Nessa direção é incrível como que começam a pulular pesquisas históricas que re-contam os Quilombos, que mostram que a escravidão não se deu tão pacificamente como apontavam e apontaram. E metafisicamente, fico me perguntando: como surgem essas fendas? Seria possível reescrever a história? Seria possível alterar o passado? 

Esse apelo é formidável. Olhar para o mundo e pensar que ele esta assim, mas poderia ser diferente. Poder ensinar que a potência da ação inicia-se com a potencialização dos pensamentos. Insubordinar-se contra a opressão passa necessariamente pela utopia de pensar outras realidades e outras possibilidades.

Django Livre, Bastardos Inglórios retira as correntes que aprisionavam cineastas, artistas, políticos, educadores de se pensar os fatos, como se eles fossem objetivos, lineares, VERDADEIROS. Incita a exploradores psíquicos a cogitar sobre a imponderabilidade da memória, da lembrança, do imaginário. E sobre isso fico de fato pensando.... será que o passado é mesmo inalterado? 

Quem faz análise, quem envelhece observando os acontecimentos, percebe como que vamos dando novos coloridos ao fatídico  como vamos colocando peças, cores, detalhes que não estavam lá; ao mesmo tempo em que vamos apagando, sombreando outras coisas. De modo que a estória se desdobra em muitas, em outras. Django e Bastardos Inglórios insinuam esse caminho. Em futuros posts tentarei escrever sobre eles.    

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

BENTO XVI: a renúncia anunciada




Quando Jânio renunciou ao poder, ele falou de forças poderosas. Alguns não acreditam, mas há forças que se alimentam do poder. O que é o poder?

O poder é essa energia que esta incrustada em Sarney, Marcos Maciel, Renan Calheiros e tantos outros. O poder é essa energia que transfigura os seres, os come e os devora por dentro. O poder é um ente vivo que mata qualquer um que atravesse seu caminho com propostas de mudança e alteração.

As casas políticas tem essas energias incrustadas.  Entra partido, sai partido e as coisas permanecem como estão. É difícil encontrar seres contactados a fazerem a limpeza desses lugares sem ser tragados por eles. O preço da mudança é caro. Ter alguém nessa posição que não vai deixar essa força grudar é difícil. 

Brasília é um local de poucas décadas, cravada em uma localidade imersa em cristais. Imagina o Vaticano? Centrado no centro do poder antigo, com mais de mil anos de história? Alguém consegue imaginar o que é energeticamente ser coroado Papa? As forças que se encontra estacionária em cada coroa? O peso de cada brasão? A dificuldade de não sucumbir pelo peso opressor dos roedores energéticos? Há jogos, há interesses, há partidos, há disputas e há entes que querem deixar tudo do jeito que está. 

Nenhuma força, nenhum lugar foi mais corrompido do que a Igreja. Retirar essas forças desse local não é tarefa fácil, nem simples, demanda tempo, conscientização.

Num primeiro momento a renúncia de Ratzinger é ruim, mas num segundo momento podemos vislumbrá-lo levando milhares de seres para outras localidades e consciência. A renúncia do Papa sinaliza que uma parte energética da Igreja aceitou o 'colapso', aceitou largar o poder. Mas, não podemos nos iludir, essa renúncia acirra ainda mais a disputa entre aqueles que desejam a manutenção do poder a qualquer custo e aqueles que querem a mudança. A qualquer custo significa, especificamente, contrariar os ensinamentos de Jesus. De todo modo, agora há dois lados claros. Os terceiros terão que tomar partido e já tomaram. Aguardemos os próximos acontecimentos.

Talvez, as sementes plantadas por João XXIII já possa ser colhida e acolhida no seio da Igreja, em breve, uma nova Instituição. Na maneira dele, João Paulo II cuidou das sementes, do solo. Da forma dele, para nós, demasiadamente conservadora, Bento XVI compreendeu que essas forças devoram, matam, são intransigentes e não aceitam negociar para perder. Ao modo dele, ele expôs mazelas, fissuras (pedofilia, lavagem de dinheiro, corrupção) que não podem mais ser ignoradas, mas estão longe de ser solucionadas; pelo contrário. 

Ratzinger tinha tudo para ser Papa, mas descobriu que sê-lo é muito mais do que ter conhecimento teológico. Ser Papa é saber negociar com forças que devoram. Forças que tomaram conta não apenas da Igreja como das maiorias das instituições religiosas. Ser        Papa implica na compreensão de que para servir a Deus e a Jesus nenhuma negociação fora do amor pode ser realizada. 

Em tudo, parece que energeticamente, fica cada vez mais claro, que enquanto humanidade, estamos renunciando ao poder a qualquer custo. Ao poder que torna os seus mandatários servos de forças que deveriam se opor.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

AS SENHAS DOEU: imagens de nós mesmos.


Meses atrás atendia uma moça, linda. Enquanto ela ia falando, eu ficava vendo, não ela mesma, mas uma imagem que existia entre ela e os outros. Como explico:

O tema da consulta era o amor. E na fala dela (vou chamá-la de Yves-Y) algo me inculcava, pois não conseguia precisar se ela amava o ser do qual ela falava, ou se como Santo Agostinho nos lembra, Yves amava a sensação de amor, que embora ilusória é altamente excitante. Quando Luis Soares conversou com ela, pude ver que o amor mesmo, Yves não permitia sentir, ou melhor...  o amor que ela permitia conflitava com o amor que ela imaginava e isso nos apresentou três instâncias mapeadas: 1- o amor; 2- a imagem que ela tinha do amor; 3- como o cara a amava. Essas imagens brigavam entre si, mas não ao ponto de ela perceber a própria infelicidade. 

O inusitado de todo atendimento é que antes de se chegar a ela mesma, tinha que se passar por uma imagem que ela projetou dela mesma. Uma imagem que ela mesma construiu, criou e que a impede de receber o amor real, verdadeiro. Para entendermos melhor essa imagem projetada criaremos uma analogia com um espelho: Yves existe enquanto geradora da imagem, mas entre o reflexo da imagem e ela há uma projeção criada dela mesma, que a impede tanto de receber o amor, quanto de se ver realmente. Há uma distorção do mundo que ela vê, na forma como ela sente e também  dela mesma. Definitivamente, ela não é quem pensa ser. É isso que os psicólogos chamam de uma idealização? 

Antes de ela ser ela mesma, Yves é uma imagem que a impede ou dificulta imensamente de ser ela mesma. E se por um lado, ela se idealiza, por outro, mas o mesmo lado, ela cria mecanismos para ser seduzida por sujeitos que acessam, justamente, essa projeção. Dá para entender o peteco? Um eu que cria tantas imagens de si mesma, que ora se perde nesses reflexos, ora fixa-se em uma ilusória?




Praticamente, ela não se relaciona com quem consegue de algum modo vê-la e percebê-la para além das projeções. Ela só se relaciona com aqueles que conseguem acessar a imagem delirante que ela faz de si mesma. Assim, o mais louco disso tudo é que por mais sofrível e sofredora que fosse essa projeção do outro, ou idealização de si mesma, ela estaria ligada a este amor, enquanto fosse alimentada. Poderia ser espancada, surrada, currada, maltratada, desprezada, humilhada, ela nunca veria isso, porque o cara de certa forma consegue acessar e alimentar essa projeção. Dá para entender?

Ela não esta vendo ninguém, nem a ela mesma. Ela só vê a projeção que ela tem do mundo, que fez do outro. A questão de todo atendimento e de toda essa abordagem que denominei de 'As senhas do eu/doeu' é que ela gostaria de se livrar de um ex-marido que mesmo depois de separado a atormenta. Não no sentido do cara correr atrás dela, não a deixar ter relacionamentos com outros, ameaçá-la de qualquer modo. A atormenta no sentido deles não conseguirem romper um vínculo. Vínculo altamente sexual e nesse caso mágico (no sentido de magia mesmo), mas sem representar qualquer tipo de goécia. Pelo menos não deliberada e consciente, mas inconscientemente ambos estão acorrentados a algo que no momento em que se conheceram décadas atrás era mágico, durante casados foi se corrompendo, ficando doentio, chegando a patológico. Não ficou obsessivo devido a separação, mas esta longe ainda de ser algo agradável e natural. De modo que eles estabelecem uma relação, que mesmo sem se comunicarem por anos, quando ele a chama, independente de com quem ela esteja, Yves vai e transa como se estivesse hipnotizada. 

O que fico observando é que algumas pessoas tem o dom de alimentar essa projeção, são os 'hackers', ou no linguajar popular: canalhas, malandros, vadias; enfim sedutores no sentido de manipuladores de desejos e vontades. 

O segredo do sedutor esta em somente dizer o que a pessoa quer ouvir. O sedutor dialoga não com a pessoa mesma, mas com a projeção que a pessoa tem de si mesma. Ele alimenta essa projeção, essa carência e depois que ele (a) consegue isso, não adianta tentar mostrar que o cara, ou a moça são aproveitadores, estão fazendo mal, os caras já estão operando a relação não mais a partir de si mesmos, mas de dentro da base de comando do outro. Ele (a) pescou a senha. 

Uma senha que se torna fácil de ser pescada devido a nossa infantilidade. Acreditamos em contos de fadas. Mulheres de todas as idades sonham com príncipes encantados. Homens em todas as idades desejam princesas para tomar conta e castelos para mostrar para os amigos. E a paixão nos leva a querer construir mundos encantados. E não acreditamos que possa existir pessoas que controlem a paixão, os instintos. Não acreditamos que possa ser possível alguém que manipule tudo isso, finja tudo isso, simule e represente tudo isso. Não acreditamos que possa existir pessoas que justamente por racionalizarem as emoções e sentimentos sejam capazes de manipular os sentimentos e emoções de outras pessoas; mas elas existem e cada vez em maior número. 

Enquanto a moça era atendida, especialmente, por Tranca-rua, via um monte de seres acorrentados- mulheres e homens. Era uma cena bem parecida com a imagem do arcano XV do Tarot de Marselha: O Diabo. O detalhe é que quando os olhavamos mais atentamente, nenhum deles tinha coração. Óbvio que essa é uma visão simbólica, que ele elucidou com uma inversão de uma  passagem bíblica: “digas onde esta o teu coração e lhe direi onde esta o seu tesouro.” No caso, o tesouro delas estava na mão de outro, em posse de outro, e não foi feito grandes esforços para isso, muitas mulheres e alguns homens acreditam que amar é colocar o coração nas mãos do outro ser. Acreditam em um amor dramático, cheio de sacrifícios, cheio de privação e renúncia. É um amor pisciano no que esse apresenta relação com o cristianismo, ou seja, se não há sofrimento não há amor. Ou mais complexo ainda- amar é sofrer, doer, sacrificar-se. Todo esse cenário dramático que vemos em toda parte: religião, jornal, teatro, novela, música, escola, na vida de forma geral em que poucos buscam uma relação amorosa mais saudável e salutar. 



O que achei deveras curioso é que mais do que uma decodificação errônea, a bem da verdade, é que havia um jogo perigoso, intrigante nessa cena. Quando se dá a senha/coração, a pessoa implicitamente esta dizendo que somos obrigados a recebê-la, a aceitá-lo. Não dá para discutir isso sem retomar a proto-idéia de onde isso sai, a saber, a entrega de Deus do seu único filho para salvar a humanidade e a humanidade cruel mata a ovelha sagrada. Há desde então uma desonra moral em não amar o outro. Acreditamos que no amor o coração tem que ser dado, mais precisamente doado ao outro. O verdadeiro amor é aquele que abdica do seu próprio coração. Nós vemos essas relações trágicas entre pais e filhos, namorados, seitas. Poucos compreendem que é o amor e não o coração que deve ser compartilhado. 

ponto assustador da dinâmica de Yves é que se aos meus olhos era ia se tornando vitima, Tranca-rua deixava bem claro que ela alimenta esse programa virótico que roda no sistema de crença das pessoas. Isto é, ela e nem nós percebemos que por trás do ato de dar o coração, esconde-se algo ainda mais nefasto, que não se desatrela de nossa forma de ver o amor: a chantagem. 

Quando dou meu coração ao outro transponho e transfiro a responsabilidade que tenho de cuidar de mim mesmo para o outro, renuncio e entrego minha responsabilidade de crescimento e amadurecimento para que o outro cuide de mim. No final, posso cobrar do outro um preço mais caro, um preço que o amor não pede e nem cobra: o da culpa. Culpar o outro por nossa falta de coragem, pelo nosso não posicionamento é um ponto marcante dos relacionamentos. Um ponto marcante que pode ser acompanhado tanto por marcados internos, quanto que por marcadores externos.

Os marcadores internos vão sinalizando um jogo doentio que vai virando de patológico, até se transformar em obsessivo e culminar em ódio o que acaba por deflagar o ponto visível do marcador externo que é o homicido, não sem antes sinalizar pequenas e corriqueiras violências simbólicas. 




Eu que considerava Yves vítima fui convidado a analisar a situação mais de perto. E a percepção virótica veio quando o amigo Exu pergunta a ela se ela gostaria de libertar e libertar-se do cara. Ela diz que não. Percebi que mais do que uma escravidão o que existia era uma servidão voluntária. Uma servidão que colocava o outro na condição de canalha, de carrasco, quando na verdade, a manipuladora era Yves. Ou melhor, não existiria nem inocentes, nem culpados, mas uma relação que se desenvolve de forma que ela se machuca, mas tem um prazer nessa dor. Um prazer de se ver  e se manter acorrentada aos pés do seu amado. O importante a frisar é que a libertação disso se faz de forma simples, cada um retirando o seu coração das mãos das outras pessoas. 

Olha a sua volta, se o seu coração não estiver com você e em você, provavelmente, alguém tem a sua senha. 






quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O IMPOSSÍVEL: AGENTES DO DESTINO.




Vi o filme Impossível ao lado da mais linda do mundo. A cada momento, ela desviava o olhar da tela para ver se eu estava chorando. Chorei, mas as lágrimas não caíram para decepção dela.

O IMPOSSÍVEL é um filme que fala da sobrevivência de uma família americana ao Tsunami de 2004. O filme é dramático. Joga luz para um dos acontecimentos mais nebulosos da história. Nebuloso não do ponto de vista científico, afinal sabemos como as ondas gigantes são e foram produzidas, a que velocidade se expandem e outras coisas. É nebuloso, porque até então nunca se ouvira falar de algo tão poderoso. Nem o atentado do Word Trade Center teve tamanho impacto sobre mim. Desde esse acontecimento, eu passei a considerar que o fim do mundo seria possível. Mas, porquê escrevo tudo isso? Porque fico me perguntando até hoje: qual o sentido de uma catástrofe dessa magnitude? Quais eram as pessoas que estavam lá naquele momento?

Vendo o filme essas perguntas retornaram, mas com uma compreensão melhor. Esta compreensão é sempre des-humana, porque ela tenta explicar mediante uma racionalização aquilo que não é possível de acalmar nenhum coração, nenhuma mente, nenhuma vida. Mas, não poderei me furtar a isso. Catástrofes similares geram e movimentam uma capacidade enorme de energia. Não qualquer energia, gera uma energia muito refinada, sutilizada, imprescindível para a oxigenização planetária. Tento exemplificar.

Via agora (19/01) numa chamada de programa, que apenas São Paulo produz 14 toneladas de lixo por dia. Apenas uma capital do mundo gera essa quantidade de detritos e dejetos físicos, materiais. Dá para imaginar a quantidade de dejetos e detritos que nossos pensamentos, emoções e sentimentos negativos produzem? Dá para se imaginar a atmosfera astral dessas cidades, desses ambientes? Nós falamos da poluição física, mas ela não se desatrela da poluição mental, emocional que geramos. Essa poluição tanto física, quanto psíquica gera o que sentimos e denominamos de ambientes carregados, pessoas carregadas. E como liberar essa energia? Como transmutar, reciclar essa energia?

Comoções como o Tsunami parecem gerar um potencial energético tão grande, que neutraliza essas energias deletéricas. A energia de compaixão, de amorosidade, de solidariedade que essas catástrofes geram sensibiliza a humanidade inteira e em certo nível ouso supor que harmoniza o planeta, energeticamente analisando.

Como salientei é sempre difícil falar e tocar assuntos como esses já que acabamos entrando na dimensão de crime e castigo, culpa e resgate, mas não gostaria de pensar nisso nesses moldes. Gostaria de pensar que essas pessoas que saem de outro país, outras cidades e se encontram todos nesse ambiente de catástrofe não encarnam com essa finalidade, mas elas, em determinado momento da vida, aceitam o pedido de ajudarem a equilibrarem a energia da Terra. Elas aceitam fazer parte de algo maior, em prol de toda humanidade. Volto a insistir, que não creio que seja uma escolha consciente de um ser humano encarnado, como por exemplo: “estou indo viajar para a Indonésia para fazer parte de uma catástrofe coletiva, que vai ajudar a despertar o sentimento de solidariedade e amor dos seres da Terra.” Não acredito que a escolha se dê nesse nível de consciência, pelo contrário, prejulgo apenas que uma parte de nós aceita esse papel, esse lugar e essa função. Uma escolha que dilacera os corpos, mas faz com que o espírito se alegre de se perceber coletividade, humanidade.

Nesse momento é como eu entendo essas catástrofes- potenciais energéticos que se abrem para que nós enquanto humanidade nos percebamos conectados, ligados, unidos, irmanados. Tal percepção de irmandade, de solidariedade ativam o funcionamento dos nossos centros energéticos numa oitava acima, especialmente, mediante a utilização do cardíaco e do laríngeo.

Esse foi o primeiro movimento do raciocínio, o segundo é: quem administra isso? Custa-me muito acreditar que ondas com tamanha magnitude, velocidade, precisão seja formadas ‘naturalmente’, isto é, sem um comando ou principio inteligente. E é esse movimento que me trás ao filme: “AGENTES DO DESTINO”. O filme retrata uma equipe de guardiões responsáveis por mensurar e acompanhar o destino de cada mortal. Todos nós, sem exceção teríamos agentes que controlaria nosso destino, isto é, cada movimento de nossas vidas foram traçados e decididos muito antes de os executarmos. De tal modo que nosso papel é unicamente seguir o roteiro estabelecido pelos agentes. A regra era essa até que um casal, que segundo os agentes não deveriam ter se cruzado, se encontram e criam a possibilidade de escolha.



Aos meus olhos a discussão bacana do filme é justamente a do livre-arbítrio. Para os agentes, ele é inexistente. Tudo esta criado, realizado e nosso papel é similar a uma peça teatral na qual as falas, os atos e o final já foi dado pelo dramaturgo. No entanto, como temos pequenas possibilidades de escolha, acreditamos que somos livres. Mas somos? Se somos, exercemos? Segundo a interpretação dos agentes não.

Os agentes merecem uma nota a parte, porque eles são um misto de Homens de Preto do filme MIB e protetores do filme Cidade dos Anjos. Eles ilustram muito bem aquilo que gosto de chamar de Engenheiros Energéticos, conhecedores das engrenagens cósmicas que interferem nelas quando solicitados.

E aqui é que quero trabalhar três hipóteses: “uma- seria possível a existência de agentes do destino no controle de catástrofes como as do Tsunami? O que você pensa disso? Duas- os mesmos agentes poderiam auxiliar no resgate de algumas pessoas? três- já vivenciaram situação em que sentiram essa interferência divina?”

sábado, 19 de janeiro de 2013

JE$US S.A



 Vários sites de notícias trazem a informação de uma pesquisa realizada pela Forbes, cujas intenções, metodologia, financiador não estão disponibilizadas. A pesquisa trata dos cinco pastores mais ricos do Brasil. Não fica claro se a renda refere-se a patrimônio individual ou se institucional. Independente disso, os números suscitam muitas questões e a principal delas é a relação entre fé e negócios.

Sempre tivemos uma relação equivocada com a fé. Poucos viram ou entenderam que historicamente o avanço da fé, seja ela qual for, só é efetiva se vier acompanhada de um avanço econômico. As cruzadas, os Jihads são exemplos disso. Embora tivessem milhares envolvidos por amor, cinco ou dez estavam envolvidos por dinheiro e eles conduziram as relações. De todo modo, nunca foi explicito a exploração da fé como um grande negócio.

Quero deixar claro, que a relação fé e negócios não é exclusividade de uma orientação religiosa e nosso país de moralidade católica isso é sempre complicado. Haja vista a campanha de desmoralização que o “movimento espírita” promoveu e promove contra os Gasparettos, que a igreja faz com os padres que ganham com a venda de livros e músicas. Assim, de início, eu gostaria de promover a censura e repudiar o fato deles movimentarem tanta grana; mas não vou. Minha questão não é essa e sim outra, já que não tenho nada contra as igrejas ganharem dinheiro. Não tenho nada contra as pessoas ganharem dinheiro, mas é que esse mercado é inusitado. Afinal, quando se compra um produto sabe-se bem pelo que esta se pagando. Esse produto é material, palpável, você leva para casa, consome pelo caminho, devolve caso não goste. Quando se paga por uma peça de teatro, um filme, um espetáculo isso é mais imaterial, mas ainda temos alguma coisa que garante a relação de reciprocidade, sabe-se pelo que se pagou. Na fé isso é complexo. Pagamos pelo que? Recebemos o que? Ofertamos o que? Que troca é essa? Como estipula preço nessa negociação?

Eu já tive o hábito de ouvir Edir Macedo, pastor JJ Soares. Eles começam a falar e é difícil trocar de canal. Eles pela fala conseguem mudar a vida de muitas pessoas. como se avalia e ‘monetariza’ isso? Valdemiro Santiago libera ectoplasma até pela televisão. É um dos grandes médiuns de cura que já vi trabalhando. Mas, então, qual o preço disso? Se for para colocar preço numa vida resgatada, quanto se paga? Como transformar isso em produto?

Esse limiar é tenso, denso, difícil, complexo. Quero por um lado objetar a visão romântica, esdrúxula, covarde daqueles que postulam o “daí de graça o que recebeste de graça.” Que dinheiro é sujo e coisas do gênero. Esses nos seus discursos e nas suas práticas não conseguem retirar as pessoas da sua condição de submissão e miserabilidade. Repetem um discurso que por trás de uma aparente caridade, esconde a perpetuação da miséria, da pobreza, da fome. Essa moral escrava deveria desaparecer.

Nesse aspecto, o discurso evangélico é aos meus olhos mais benéficos do que o discurso católico. Assim como aos meus olhos o discurso da nova energia é mais benéfico do que o dos espiritistas. Esses novos discursos fazem a paz entre a fé e a prosperidade, entre o religioso e a riqueza. E o que reputo mais importante nesse discurso é a filosofia da abundância, da prosperidade. Nesse discurso as pessoas passam a compreender que são responsáveis pelas suas ações e atitudes e conseguem aceitar o fato de que uma casa espiritual tem custos. E aqui esbarramos em muitos imaginários.

O dinheiro é bom. É importante. Permite a cada um comprar aquilo que deseja. Retirou a sociedade da dimensão do escambo. Em todos os seguimentos aceitamos isso, menos no da fé. Achamos que a fé (por mais descrentes que somos) tem como dever marcar o lugar de um idílio no qual as relações de troca são feitas de maneira diferente. Não aceitamos que a fé funcione como mercado.  

Estamos acompanhando há no mínimo duas décadas uma transformação da fé.Sociologicamente, antropologicamente, nada mais natural se nos basearmos no modelo econômico que escolhemos viver. Há muito é sabido, até no reino mineral, que o mercado da fé é altamente lucrativo, sendo que Jesus é o produto mais rentável do ocidente. E nossa questão é: religião é um comércio? Jesus é um produto?

Para isso, categoricamente afirmo que não. Mas, então o que incomoda? Incomoda esse capital angariado não ser redistribuído. Ou se é não ser ainda mais. Incomoda o fato de esse dinheiro ser apenas de um e para um e não o capital de uma egrégora, a disposição de todos, porque é fruto do suor de todos. Porque dessa forma avançamos muito pouco, isto é, embora o discurso seja de prosperidade, a prática é ainda de miséria. A idéia é ainda de que tudo é para apenas um e não para outros mais. Isso esta longe de ser uma Eclésia, que dentro de uma perspectiva mercadológica poderia ser encarada como uma empresa S.A. No entanto, nos moldes assinalados, é uma empresa predatória, cujo trabalho é de todos, mas a lucratividade apenas de um.

Abaixo a reportagem reproduzida pelo Yahoo.

5. Estevam Hernandes Filho e sua esposa Sonia: Os fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Apóstolo Estevam Hernandes Filho e sua esposa, Bispa Sonia, supervisionam mais de mil igrejas no Brasil e no exterior, incluindo a Flórida. Juntos, o casal tem um patrimônio líquido estimado pelo site em US$ 65 milhões dólares, ou R$ 130 milhões. A publicação ainda lembra que em 2010, o astro do futebol brasileiro, Kaká, que era amigo do casal e membro da igreja, deixou a instituição, alegando que sua liderança fazia mal uso do dinheiro. Segundo informações, Kaká teria doado mais de R$ 2 milhões para a igreja quando era membro. (Foto: Divulgação)menos 

4. RR Soares: Segundo o site, Romildo Ribeiro Soares, ou RR Soares, é o mais ativo em multimídia entre os pregadores evangélicos. O religioso é compositor, cantor e televangelista. Como fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus, Soares é um dos rostos mais conhecidos na televisão brasileira. Com isso, sua fortuna estimada pela Forbes, é de US$ 125 milhões, ou R$ 250 milhões. (Foto: Divulgação)


3. Silas Malafaia: Líder da Assembléia de Deus, maior igreja pentecostal do Brasil. O pastor está constantemente envolvido em escândalos relacionados à comunidade gay. “Ele é defensor de uma lei que poderia classificar o homossexualismo como uma doença e é uma figura proeminente no Twitter, onde tem mais de 440 mil seguidores”, disse a publicação. A Forbes estima que sua fortuna esteja em US$ 150 milhões, ou R$ 300 milhões. O site também afirmou que Malafaia lançou uma campanha chamada “O Clube de Um Milhão de Almas”, que pretende levantar R$ 1 bilhão para sua igreja, a fim de criar uma rede de televisão global, que seria transmitida em 137 países. “Os interessados em contribuir com a campanha podem doar quantias a partir de R$ 1 mil, valor que pode ser pago em prestações. Em troca, os doadores receberão um livro”. (Foto: Divulgação)

2. Valdemiro Santiago: Após ter sido expulso da Igreja Universal do Reino de Deus, por algum desentendimento com Macedo, Santiago fundou sua própria igreja, chamada Igreja Mundial do Poder de Deus, que tem mais de 900 mil seguidores e 4 mil templos. Segundo estimativa da Forbes, seu patrimônio líquido é de US$ 220 milhões, ou aproximadamente R$ 440 milhões. (Foto: Divulgação)

1. Edir Macedo: O fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, que também tem templos nos Estados Unidos, é de longe o pastor mais rico no Brasil, com um patrimônio líquido estimado pela Forbes de US$ 950 milhões, ou cerca de R$ 1,9 bilhão. Macedo é escritor evangélico e já vendeu mais de 10 milhões de livros, todos ligado à religião. Seu grande investimento, porém, foi realizado na década de 80, quando adiquiriu o controle da emissora de televisão Rede Record, atualmente a segunda maior emissora do Brasil. Seus outros bens, segundo a Forbes, seria o jornal Folha Universal, o canal de notícias Record News, empresas do ramo musical, entre outros. (Foto: Estadão Conteúdo)