ACOLHENDO O FEMININO.
Este é o nome que Beatrice (entidade espiritual) pediu para que déssemos ao nosso trabalho que aborda uma entrada no campo emocional. Mais do que entrar no campo emocional, o trabalho tem como sentido abraçar, recepcionar nosso aspecto feminino.
Este é o nome que Beatrice (entidade espiritual) pediu para que déssemos ao nosso trabalho que aborda uma entrada no campo emocional. Mais do que entrar no campo emocional, o trabalho tem como sentido abraçar, recepcionar nosso aspecto feminino.
Beatrice tenta mostrar
que o feminino não é a mulher. O feminino passa pela mulher, corresponde a ela,
mas não a define propriamente dito. Numa leitura bem próxima a analítica, ela
tenta salientar, que os homens também possuem o feminino- anima. Assim, como as
mulheres possuem o masculino- animus; sendo um equivoco apresentar uma oposição
entre o masculino e o feminino nos moldes de homens contra mulheres. A questão
é outra.
E é nesse outro que ela
abre as portas para os campos social e existencial, nos mostrando, como apartamos
essa energia de nossas vidas. De como, sejamos homens ou mulheres, separamos o
feminino de nossa convivência. De como espezinhamos, desprezamos, ignoramos
esse feminino de uma forma ruidosa, desrespeitosa, negligenciando tudo o que corresponde a esse princípio que os taoistas denominaram muito bem como Yin.
Assim, acolher o feminino
é a um só tempo abrir espaço em nossa subjetividade, em nossa interioridade,
como também permitir que ele adentre o social, a sociedade, as nossas formas de
fazer e de se relacionar. Permitir o feminino em nós abre campos e espaços para ele ocupar um lugar no mundo.
Essa manifestação que podemos sentir e visualizar em alguns atos, salientam que fazemos o mesmo só que de forma diferente. Na lógica binária do pensamento yang, do terceiro excluído como premissa inevitável, abre-se espaço e lugar para uma lógica na qual o diferente se faz igual. Não em uma igualdade normatizadora e sim numa igualdade em que se respeita a diversidade, a alteridade, o não eu, com sua singularidade repleta de direitos e significados como a minha.
No campo familiar avistamos a figura paterna demonstrando afeto, emoção e cuidando dos filhos não no sentido de proteção, mas de carinho, afetividade. Em vários lugares, essa força começa a se fazer notar, o que não a impede de ser rechaçada, discriminada, especialmente quando ela desponta em homens. Afinal, como lidar com a própria doçura? Como lidar com a própria candura e ternura sem ser taxado de homossexual? E, nada contra a homossexualidade, que em parte é uma manifestação desse mesmo principio feminino que falamos, mas aqui numa esfera que não se faz genital; sexual ela sempre é, por isso assusta tanto.
Essa manifestação que podemos sentir e visualizar em alguns atos, salientam que fazemos o mesmo só que de forma diferente. Na lógica binária do pensamento yang, do terceiro excluído como premissa inevitável, abre-se espaço e lugar para uma lógica na qual o diferente se faz igual. Não em uma igualdade normatizadora e sim numa igualdade em que se respeita a diversidade, a alteridade, o não eu, com sua singularidade repleta de direitos e significados como a minha.
No campo familiar avistamos a figura paterna demonstrando afeto, emoção e cuidando dos filhos não no sentido de proteção, mas de carinho, afetividade. Em vários lugares, essa força começa a se fazer notar, o que não a impede de ser rechaçada, discriminada, especialmente quando ela desponta em homens. Afinal, como lidar com a própria doçura? Como lidar com a própria candura e ternura sem ser taxado de homossexual? E, nada contra a homossexualidade, que em parte é uma manifestação desse mesmo principio feminino que falamos, mas aqui numa esfera que não se faz genital; sexual ela sempre é, por isso assusta tanto.
Nessa ótica, Beatrice nos
mostra que acolher o feminino é receber nossa subjetividade, nossa afetividade,
nossa interioridade. Parece simples, mas pouco de nós damos espaço para isso.
Poucos de nós lidam com o campo emocional com a mesma seriedade que damos ao
corpo físico e ao corpo mental. Pouco de nós prestamos atenção ao nosso prazer,
ao nosso desejo não por sexo em si, mas pelo gozo, esse prazer mais prolongado, mais demorado, mais compartilhado. O gozo é o prazer da alma, na alma. É
o roçar sussurrante do espírito. E nossa sociedade, cada vez mais hedonista e
sexualizada, se faz menos amorosa, porque o amor é o gozo supremo, mas nosso desejo é pelo prazer rápido- fast-food (foda rápida).
Sem lugar para o afetivo,
para o emocional, os prazeres são furtivos, breves, rápidos, desencontrados,
desmotivados e nada contra, mas é o prazer que não alcança o gozo. É o prazer
que rapidamente chega à finalidade- a ejaculação- mas não chega ao sentido. Talvez,
porque, o sentido, o sentir, não possa ser dado nem na racionalidade estrita e nem na instintividade básica. Talvez,
porque o gozo se de no encontro de dois, na criação do três, na aceitação do
quatro, na confluência dos muitos.
Acolher o feminino é
então uma dinâmica, uma oficina que desenvolvemos com o sentido de nos movermos, ou melhor, de percebermos o nosso movimento amoroso, sossegado, tranquilo, calmo, paciente, que nos possibilita acolher partes nossas, aspectos nossos que não escutávamos,
não ouvíamos, não damos atenção, mas que tem coisas importantes a nos dizer.
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