sábado, 30 de maio de 2020

NOSSAS PANDEMIAS SÃO OUTRAS


A pandemia trouxe muitas coisas, muitas questões e cada um de nós, na medida de suas possibilidades, está se conectando com formas possíveis de ajudar, auxiliar. A minha tem sido com a escrita, com os atendimentos, até mesmo a gravação de áudios que tenho disponibilizado a algumas pessoas e comecei a subir com alguns. E, agora a trazer para cá também. São formas de tentar auxiliar. De tentar ajudar a minha maneira. 


Num desses diálogos, 14/4/2020, Brother apareceu. Brother é um amigo que flertamos desde 2001/02. O conheci na Cidade dos Meninos e de lá para cá realizamos trabalhos conjuntos. Ele veio nos passar uma visão de como estava, seria a chegada do vírus na periferia. Foi esse o recado, o salve, que ele nos deixa no áudio que disponibilizo ao final do texto. 



Ele chegava nas reuniões sem dar nome, nos dizia que quando encarnado, ninguém nunca se importou, ligou, quis saber o nome dele quando vivo, depois de morto, isso não fazia o menor sentido. Dizia que ele é qualquer jovem da periferia, qualquer jovem preto assassinado, traficando, estudando. Ele é Pedro, João, Alexandre, Gutemberg, Maria, Verônica, ele é qualquer um. 


Um amigo do teatro, familirializado com a quebrada, o batizou de Brother. E esse virou o nome que lhe denominamos. Poderia ser X, ou sem nome. Mas, ele é essa voz do rap, dos que tem muito a dizer, mas o preconceito, o racismo, a indiferença silenciam. 


No dia 14/4/2020, ele veio nos falar da Pandemia numa perspectiva e num lugar que parte do pessoal que flerto não chega, não acessa. E é essa a nossa parceria: “ eu te levo onde você não pode chegar. Vc me leva onde eu não poderia entrar!” 


É assim que trabalhamos há quase duas décadas. Escutem, pensem, questionem, enfim...


domingo, 17 de maio de 2020

Pandemia, Surto, Realidade: quando a ficha cai.





Hoje (19/4/2020) vi esse post falando das fichas caindo e fora a nostalgia, algumas caíram na minha caixola também.

Ontem (domingo) teve carreata pelo Brasil afora. Essas duas coisas me deram um estalo sobre algo que tenho escrito, falado, tentado escrever, mas sempre acontece algo e não posto. Passaram quase um mês e estou a volta aqui com esse texto de novo. Nesse intervalo de um mês tudo o que disse daqui para baixo se intensificou. A realidade vai se esvanecendo diante de nossos olhos.  



O que eu gostei no vídeo foi a hipótese de que nada, depois da Pandemia voltara a ser como antes. Excetuo a escola. A escola não muda, ela permanece a mesma, a de sempre. A escola guarda um lugar da tradição, que acaba por ser a incubadora do conservadorismo. Esse é um momento para que nós, educadores pensemos sobre qual humanidade desejamos? Que humanos queremos formar? Essas respostas ainda não temos, brigam em nós uma dualidade entre saúde e economia que era desnecessária. Ainda não nos vemos como pertencentes a uma teia, a um sistema. 

Mas, um mês depois, vendo as aulas digitais ampliando, talvez a escola mude. Mudar a escola significa alterar uma rede de aprendizagem, de sentido cujos efeitos são quase imediatos. Talvez essa mudança será o movimento de uma transformação. Vou me deter um pouco mais aqui porque é emblemático.

Se a escola avança, a sociedade caminha, mas quem impede os avanços da sociedade? Os conservadores. Estes desejam um mundo, um lugar de permanência, de constância, de estabilidade. Não sei se encontraremos. Esse momento é tão diferente, ou apresenta uma dialética tão esdrúxula que vanguardistas acabam guardando lugar de conservadores. Conservadores ganham o lugar de vanguardistas. Pensemos no caso de pais enlouquecidos com seus filhos em casa, ressignificando o papel de professores e da escola, mais daqueles do que desta. Na reflexão que eles fazem, eles trazem um lugar de avanço, de movimento. Por outro lado, as dificuldades enfrentadas por inúmeros professorxs sobre a criação de aulas virtuais, os colocam numa posição tradicionalista, que uma boa parte, nunca teve. Vejo colegas, inovadores, fazendo críticas severas (com razão) a essa forma e modalidade de ensino. No entanto, não deixa de ser curioso e sintomático desses lugares que vão se deslocando.

No Brasil que se tornou o palco desse pandemônio, temos um governo de extrema direita, realizando a maior distribuição de renda da nossa história. E, eles veem nessa prática uma vergonha, um ato comunista, socialista, que eles estão fazendo de tudo para dificultar. Por outro lado, a esquerda tem apoiado com grande ênfase medidas de restrição as liberdades individuais. Muitas bem mais próximas de uma liberdade econômica do que civil, todavia nos tornamos (esquerda) apoiadores de um Estado de restrição.
O mundo está de pernas para o ar. A movimentação do mundo desloca as pessoas para posições que eram contrárias, dias antes. 


Mas, o ponto que eu desejo colocar atenção é sobre as pessoas que protestam pedindo a retomada do comércio. Na verdade, elas desejam um mundo que não existe mais. Defendem um mundo que elas recusam a aceitar que mudou. Negam cada vez mais insistentemente, com menos argumentos críveis a factualidade da existência. E são esses idílios, essas imagens mentais, que várias teorias e sistemas conseguem dialogar, mas que farei uso da Astrologia. 


Saturno é o senhor da realidade. Apresenta a vida como ela é. Saturno gruda nosso olhar em um objetivo, mensura cada buraco do caminho, detalha cada efeito da poeira na sua longa subida ao cume da montanha. Quando entramos no ciclo de Saturno (2017 a 2052) pensei numa crueza explícita, numa realidade sem subterfúgios. Vários astrólogos apontaram o conservadorismo, o tradicionalismo, até mesmo o nacionalismo e a saudade nostálgica de tempos de chumbo. Tudo isso estava no radar, nas análises, nas interpretações. Porém, estamos diante do Saturno mais netunado do universo. O mais correto é: surtado, porque é plutônico. Temos uma conjunção Saturno, Plutão, Júpiter em Capricórnio, que ninguém acreditava que seria fácil, mas acho que ninguém viu que seria tão Punk. Entramos em um surto coletivo. Mas, como Saturno pode causar surto?

Creio que não causa. Saturno nos leva em direção ao osso, ao cerne, ao tutano, vai rasgar a carne até chegar na dor e vai dizer: "sem choro, aguenta firme que é melhor". Mas, isso não causa grito, lágrimas nos olhos. Saturno sabe o que fazer e como faz. O surto poderia ser atribuído a Plutão, mas o deus da invisibilidade, dos mundos infernais, apenas explode seus conteúdos mais profundos e segue a marcha. Estamos falando de uma combinação que nos leva ao encontro com a realidade, mas de repente, o real não está fora, a subjetividade ganha tutano e é projetada no outro, no mundo, ao redor, em toda parte. Para onde se olha se busca, se nega. O mundo vira um barril de pólvora. Todos prestes a explodir. Cada um vendo a realidade que se forjou, que dá conta de olhar, que consegue interpretar. O real sumiu.
 

Eu custei a entender surto e claro que não entendi. Custei ainda mais a identificar um e ainda não o reconheço. Então, faço uso do conceito num sentido mais senso comum, sem as implicações psicológicas que o conceito encerra e mereceria, mesmo porque demoraria mais dois meses para postar. Olhando em volta, observando as falas, os dizeres, os posicionamentos, estamos em surto coletivo, irrompendo aspectos internos, coletivos, transpessoais avassaladores. O corona daqui a pouco tende a ser o menor dos problemas. 


O corona só ativou devaneios, insensibilidades, utopias, crueldades que possuíamos. Ele mesmo, o vírus mesmo, continua invisível como o elmo de Plutão. A marca fundamental do surto é que ele se vincula ao real. E não  estou falando só do povo da carreata. Estou falando tbm do povo em isolamento. Cada um de nós em nossa realidade acreditando.... acreditando? No que acreditamos?
A invisibilidade do vírus escancarou uma realidade, uma concretude mundial, gigantesca, que pode ser sintetizada pelo colapso da economia e do sistema de saúde. De repente, tivemos que olhar para essa lógicas e as suas contradições. 


Eu acordei na segunda feira (20/4) pronto pra dar voadora. Escrevi. E, quando ia escrevendo, via e lembrava dos desdobramentos da noite anterior. Não tinha como dar voadora. Nossa burrice, nossa estultice, nossa cretinice estava alojada no fundo do nosso ser. Falávamos, agíamos como éramos, quase sem filtro, numa linha direta entre o mundo objetivo e o subjetivo. De repente, somos aquilo que somos. Sem nenhum anteparo. Sem nenhum subterfúgio. Espelhamos, dizemos, falamos, agimos conforme somos. E, o mais incrível: como julgar? Como condenar? Em mim aflorou duas coisas: a primeira a pedagógica, a didática, preciso falar mais disso. A segunda, quem falou que eu não estou surtado também? De onde busco esteio para sustentar a minha realidade? A minha cosmovisão? 

Virei Kelsinnho paz e amor. Ali estava claro que a realidade tinha desaparecido. Nós não temos nada fixo, sólido, concreto para fixar o olhar. Ia cobrar o que e de quem? 
Criticar quem pelo que? Uns olham a nuvem e veem mamadeira de piroca. Outros afirmam que não é mamadeira é pênis chinês que deseja inseminar o comunismo, outros veem Asthar Sheran, outras o Messias, seja ele Jesus ou bolsonaro, tudo igual. O que estamos vendo, não é mais o fato, a coisa. Vemos apenas o que colocamos lá. Interpretamos pela ótica de quem somos, sem nenhum anteparo, filtro entre o nosso olhar e a nossa forma de ser. Uma se torna a outra. 

E, sem lidarmos com subjetividades atropelaremos o outro, ou seremos destruídos por narrativas selvagens e desumanas. 

O vírus que poderia ser uma visão de realidade, da sanidade, da reparação de um sentido; é o apocalipse que eclode e destampona o mais inusitado, sombrio/luminoso em nós. E eu que acreditava que Saturno-Plutão ia nos dar uma epifania da realidade na qual veríamos as coisas como elas são. Estamos lançado num pandemônio no qual luta-se para que tudo permaneça sendo o mesmo.  

Outro efeito estranho é que a conjunção nos deu foi uma epidemia da imaginação. Aquele desterro poético que nos lançamos anos antes, perseguindo artistas, falando de escola sem partido, de repente volta sem filtro, sem metáfora. Tudo é literal e a mente não sabe distinguir o que é simbólico, o que é onírico, o que é metáfora. Tudo é realidade. Uma realidade dramática, trágica, obtusa. Revelando a falta que ocasiona um mundo sem arte, sem reflexão filosófica. 

Nesse mundo de desencanto a imaginação coloniza e desterra a vida. Passa-se a ver em aulas panfletagem comunista, doutrinação, aliciamento sexual. A literatura vira devassidão, o cinema afronta, os artistas plásticos inimigos de Cristo. Nesse compasso apropriam-se da Bíblia, fazem da palavra sagrada sepulcro idolatra de falsos messias. Adversários políticos, ideológicos devem ser fuzilados, mandados para o paredão. Uns são vistos como gados, outros como equinos, mas em todos permanecem a desqualificação do outro como humano. Estou ouvindo alguns colegas falando das coisas, juntando os fatos, relacionando uma as outras, explicando a realidade e acabo relevando porque é um misto estranho entre a literalidade concreta com a imaginação delirante. 


São construções sensacionais fossem ficção, fossem cinema, literatura. Como chaves de explicação e entendimento da realidade são pós-verdades perigosas, que estilhaçam ainda mais o espectro do real. O mais inusitado é que a maioria deles nunca se interessou por política, enquanto ela era desenvolvida no baixo nível que nos é habitual. O interesse deles veio quando trouxeram o ódio, os sentimentos mais perversos, as relações mais grotescas. Foi quase isso que os puxam para o engajamento, o submundo do submundo. E são esses aspectos plutônicos que vemos em disputa. 


Talvez o lance seja esse, observar, silenciosamente, observar. Já que surtado é sempre o outro. Surtado é aquele que não percebe aquilo que não vemos. Perdemos as interpretações. Matamos as narrativas oníricas, poeticas, artísticas. O que sobra, ou o que vira é o deserto, o desterro. As certezas absolutas. Precisamos de arte, de filosofia. 






terça-feira, 24 de março de 2020

Corona: destituindo as coroas




https://www.youtube.com/watch?v=6Af6b_wyiwI&feature=youtu.be


O que me assusta nessas palestras, com personagens como Bil Gates e outros é não conseguir demarcar, onde eles estão fazendo um alerta hipotético e onde, eles estão apenas tornando público, uma agenda, que eles vão dar sequência. Nessa dúvida precisamos observar as amplitudes dessas curvas tão em moda, atualmente. Por essa análise os marcadores são altamente complexos, dizendo respeito a nossa civilização, com e sem exagero, com ou sem panaceia, vendo e abordando numa perspectiva estritamente material, ou tentando descortinar para níveis mais energéticos. Uma ampliação do tabuleiro.




Se todos respeitam o isolamento, sociologicamente significa, que aceitamos restrições a nossa liberdade em prol de um bem comum. Tacitamente, nessa conduta, estamos aceitando o direito do Estado sobre nosso ir e vir. Estamos ampliando o direito do Estado, talvez, alimentando um monstro que morre à mingua, já que temos hoje diversas corporações que são infinitamente mais poderosas, do que a maioria dos Estados. Uma equação que quebra com conceitos de soberania. Dessa maneira, tacitamente, quando respeitamos, prudentemente o isolamento é similar a quando abaixamos app e nos submetemos as regras de ‘espionagem’, de acessos a conteúdos até então restritos, privados de nossa intimidade: fotos, textos, conversas, outros. Essa discussão não é nova, um filósofo Agaben tem denunciado isso há anos e circula nas redes a análise de um filósofo coreano pensando a Pandemia e as medidas tomadas pelos governos frente as suas populações. Na concepção do autor, os países asiáticos nos quais os governos tem uma primazia maior sobre as liberdades individuais, tem saído melhor no combate, porque há todo um aparato de vigilância construído que para a cultura ocidental seria tido como invasão da privacidade. Em oposição a isso, ele aponta os estados europeus fechando fronteiras terrestres, aéreas, as marítimas estão fechadas a mais tempo, pela migração ilegal. O pensador mostra como essa tentativa de soberania nacional é violenta.






Se por outro lado, desrespeitamos o isolamento, só para deleite inalienável da nossa liberdade; colocamos vidas em risco, a nossa espécie à beira do colapso e a pergunta imediata é: a liberdade individual pode colocar em risco a social? Um grupo de indivíduos podem ter mais direitos à vida do que outros? Os interesses econômicos, sejam distritais, estaduais, mundiais podem ser colocados acima da vida? E, vida aqui açabarcando a de qualquer espécie, não apenas a humana. Quais os limites dessa lógica, se é que ela precisa ter algum?





Parece claro, nesse momento da humanidade, que o vírus ‘invisível’ destampona nossa lógica pandêmica. Pan é um personagem da mitologia grega, que assustava incautos em seus passeios pelo bosque. Mas, Pan não era muito afeito à agressividade, ele era um zombeteiro, um flautista, um dançarino até. Porém, a imagem dele foi logo associada a Satanás e a este aglutinou-se uma série de atributos referentes à maldade. Talvez, a mais perversa e contagiosa dela, seja a crendice e a ignorância. Parece que depois disso, Pan dominou bosques, florestas, mentes, corações. Encontrou adoradores, que na iminência do nome diabo, saem correndo. Essa força ganhou vulto e o mundo. É igualmente assustador como que aceitamos em diversos casos, os crimes ambientais, a construção de empreendimentos em áreas de preservação. Aceitamos o fato de 1% da população mundial ter o dobro da soma da renda dos outros quase 60%. Casos vários, atestam que a liberdade individual sobrepõe a coletiva.






Nós estamos em um paradoxo, que tende a mudar nossas percepções individuais e coletivas. Os limites e os riscos de cada uma delas.



A facilidade com que Bill Gates e todos os governadores recorreram à polícia e ao aparato da força para restringir o isolamento me chama atenção. Tanto das pessoas precisarem disso, quanto por dar quase certo. Essa panela de pressão entre nós tende a arrebentar. Deu mais certo em outros países porque a China tem a arbitrariedade da força, inclusive para desmentir e calar o médico que denunciou a epidemia. Era epidemia até então. Até por Estados como os europeus, que vão subsidiar o caos pagando água, luz, dando renda à população. Aqui, os caras deram prerrogativa para se achatar os salários em 50%. A conta não vai fechar. Como não tem fechado. Nas periferias, a polícia tem passado PEDINDO o fechamento de estabelecimentos. Mas, grande parte aberto, até domingo, quando escrevi.





Dando um salto, e trazendo um cenário belo de cooperação que o vídeo aponta, temos a logística militar sendo usada não para o legítimo monopólio da força, mas para segurança num sentido maior e mais pleno. É um sonho. O exército americano, o exército chinês, sem armas, ao lado dos profissionais da saúde. O orçamento mundial destinado à compra de armas sendo destinados à compra de alimentos e técnicas agrícolas. É um sonho. Países e governos darem novos destinos ao aparato bélico, militar que mata, diretamente a tiros, ou indiretamente, com fome, indiferença, já que essa área é tida como essencial. Precisamos continuar nas vibrações para esse futuro se tornar cada vez mais promissor.



Um horizonte de possibilidade mais imediato descortina uma nova guerra fria, agora invisível, entre China e EUA. Uma guerra que começa da onde a última parou: um crash econômico para quebrar o capitalismo americano. Essa guerra existe e a gente é efeito colateral. O grande trunfo soviético era conseguir quebrar a economia americana. Para tal feito, fizeram de tudo, como vendas de armas. No lado ‘oposto’, o governo americano para impedir a expansão do comunismo, apoiou golpes de Estado, dado por elites sanguinárias, egoístas, envolvidas com tudo o que há de pior; em suma, combateram o comunismo no mundo, financiando o tráfico de drogas, negociando com narcotraficantes, vendendo armas para os contras derrotarem seus inimigos. O efeito mais notável e perverso dessa lógica é Pablo Escobar na década de 1990 e Osama Bin Laden na de 2010. Os dois como patógenos de uma lógica que por vezes viraliza, se torna um pus que passamos a ver.





Interessante observar, que a lógica nuclear perdeu força, o que nos remete aos laboratórios que Bill Gates menciona, eles já existem. São poucos, mas existem. Pepe Escobar fala desses laboratórios também, porém os que avistamos têm recursos e potenciais para reverterem, subverterem todas as curvas. Preferem, no entanto as perversões. 




Estamos falando de tecnologia avançada, muito avançada a título de ficção científica, de delírio mediúnico e similares. Lembra quando pessoas alegavam que estavam ouvindo as conversas deles? Que estavam sendo seguidos, olhados, vigiados e a gente trancava essas pessoas em hospício? Lembram disso? Pois é! Lembram quando alguns desses que não foram trancafiados diziam que tinham chips no corpo? Pois é! Longe de ser discurso delirante, narrativa esquisoterica como acabou virando mesmo, eram reais. Hoje, cinquenta anos depois, vinte anos depois, essa tecnologia faz parte do nosso cotidiano. Temos câmeras por todos os lugares, temos GPS em nosso celular. Acionamos aparelhos com a voz, ou reconhecimento facial. Pois é! Alguns laboratórios continuam 50, 30 anos a frente do que estamos fazendo e acessando hoje.






Eu não sei se Bill fala como porta-voz desses laboratórios. E aqui é laboratório no qual todos os 90% da humanidade são cobaias, porque se o desenvolvimento tecnológico, no que se refere ao campo dos aparatos elétrico-eletrônicos são ‘tranquilos’, os que vão na direção da nanotecnologia, biotecnologia, fármacos-industriais, são menos. São virais. Em verdade, não se desatrela essa tecnologia eletromagnética da farmacológica, pelo contrário. Todo o controle, toda a manipulação passa pela capacidade de modelar as vibrações em baixa frequência, seja pelo que vemos, ouvimos, assistimos, em certa medida, lemos. Seja, com a criação medicamentosa que mantem o funcionamento fisiológico dos órgãos numa densidade reduzida. Sabe colocar diesel em carro a álcool? Ou gasolina em carro elétrico? É similar. Isso pode parecer absurdo, mas se fosse possível mensurar a densidade vibracional da maioria dos fármacos disponíveis no mercado, acredito que ficaria evidenciado o como e o quanto, nessas frequências e com níveis elevados de dosagem e repetição, elas se tornam um envenenamento dos corpos e campos sutis.





Nessa mesma direção, se questionarmos os fármacos e o seu uso de forma abusiva, podemos perceber o controle que eles detém sobre nossas vidas. É uma sociedade dopada, viciada. Todo mundo toma um remédio para alguma coisa, cada vez mais cedo. Se o cara não teve ereção uma vez, ele compra Viagra. Se a moça ficou triste por um segundo, ela compra Fluoxetina. Se o outro engordou três quilos, ele toma Sibutramina. Se a criança é ‘hiperativa’ lhe dão Ritalina. Se o idoso esquece de algo, lhe dão Donepezila. Entre essas drogas licitas há as ilícitas cujo consumo e dosagem são ainda maiores. Essa guerra contra os fármacos, essa guerra encapsulada, estamos perdendo. Perdendo depende da ótica, porque ela consegue dopar a nossa insanidade.







Novamente, no outro polo, há toda uma gama de pessoas que estão atentos a esse doping e estão buscando ferramentas alternativas para lidar com a dor, a insegurança, o sofrimento, a impotência, ampliando o bem estar.



No momento de Covid-19, aceitamos e respeitamos o isolamento. Depois que passar, precisaremos pensar, refletir, sobre uma humanidade que já existe, já está presente, já movimenta uma nova forma de ser, mas que é engessada, estrangulada, pelo poder econômico, que fica cada vez mais nítido, que não é mais bélico, no sentido nuclear, mas é altamente bélico no sentido viral, que sugere, indica, que é a indústria farmacêutica a âncora de um novo estado de perversão.






Causa espécie, a naturalidade com que Bill fala de um caos mundial, que tende a promover a união dos humanos, para se unirem contra possíveis forças alienígenas. Essa lógica, seguindo essas etapas, passo a passo, faz parte de uma agenda de um pessoal, entre eles, os 1% mais ricos do planeta. Dentro desses, alguns permanecem entre os 1% mais rico, desde a antiguidade. E os 1% continuam impondo o estado de isolamento ao planeta. Um grupo, não sei os nomes, nem as famílias, sei que eles estão aí tentando não perder, dividir, compartilhar, mas de tal modo que a gente não saia de um estado de sítio, de uma quarentena. Na construção da agenda desses caras, eles estão construindo um cenário para saírem e serem vistos como salvadores. Enquanto isso, nós ficamos lutando contra os anjos.



Ok! Não são anjos, mas tbm não são demônios como querem pintar. São irmãos que desejam abrir as portas para um contato que, absolutamente, não interessa a alguns. O que retoma a pergunta lá atrás acerca da liberdade/vigilância e nos coloca em prontidão, em atenção, para não legitimarmos arbitrariedades. Prestemos atenção.





Nessa direção, as ferramentas energéticas, holísticas, integrativas precisam redobrar a atenção para que não caia na sedução do mercado. Essas técnicas e práticas podem potencializar outros estados de coisas. Uma medicina vibracional por exemplo, mas que não esteja encapsulada a esse sistema adoecido. A essa lógica monetária que regula tudo ao nível financeiro. A lógica dos 1%, que atende a lógica maiores, basicamente é a de diminuir a população da Terra, os meios não importam: guerras, pandemias, calamidades, não interessa. Pessoas precisam morrer, porque há uma outra curva, que eles já viram, já sabem e que causa um colapso ainda maior: a extinção da espécie humana. O parâmetro que estipularam para entrar no grupo de eleitos é estritamente financeiro. Não seria absurdo dizer que o slogan seria: faça um milhão. Se for da moeda do seu país, o cara pertence a uma elite nacional. Se for de dólares, ele adentra um clube seleto. Esse clube existe e discute a agenda planetária, achatando as curvas para criar uma forte densidade e pressão, sobrevivendo só os mais fortes, para lhes servirem de escravos, altamente selecionados. 



A margem disso, temos outros seres, em contato conosco, que mostram o como e o quanto as trocas energéticas, os trabalhos vibracionais, as praticas fitoterápicas são impactantes nas pessoas e nas redes que elas se movimentam. E é fundamental não pervertemos isso. Entenda, por perversão, a lógica de que isso é muito especial, de que é para iniciados, de que o valor disso é mercadológico e financeiro. O valor disso não tem preço. É impagável. O valor de uma aplicação energética recebida, de um chá preparado para alteração do campo, de um floral, não pode ser pago, por nenhum valor no mundo. Faz parte da Graça que Jesus menciona no Evangelho. O dai de graça o que recebeste de graça, seria melhor traduzido como: não vilipendie a energia da graça. Não comercialize a energia da gratidão. O que nada tem a ver com não receber, ou não cobrar. Tem a ver, com não deixar esse estado de Graça, cair na avareza, no monopólio, no ego, no orgulho. Na crença de que é vc quem cura, de que é VC que faz e opera. De que aqueles que não tem condição financeira não podem ter acesso a VC. Porque é essa lógica do egoísmo, é essa lógica desse individualismo, que o Mestre se opôs. E, definitivamente, não é a mesma coisa. Esse Jesus dos 10% financeiro não é o Mestre da Graça. Porque os 10% de Salomão, de Davi, era da fortuna da troca. Esses caras sabiam que os 100% deles vinham da Graça e colocavam 10% para movimentar a energia do grupo, da rede, mantendo o Todo. Não tem nada a ver, com tirar 10% do seu salário, para doar a uma instituição que não redistribui nem 1% do que eles roubaram de cada fiel. Essa lógica é a mesma, rigorosamente, a mesma dos 1% que desejam a Terra para eles e não se importam. De modo que pegar o seus 10% e dar para sua esposa, ou pegar os 10% dos fieis e criar um fundo de ajuda e amparo aos próprios fieis, fortalecendo uma economia solidária, seria mais gracioso, do que alimentar bispos, pastores, aliados conscientes, devotos consagrados e ungidos do Adversário.







Na verdade, o trabalho energÉTICO implica em uma consciência vibracional, que não faça a divisão do mundo em tijolinhos, como eu acabei fazendo aqui.




Uma consciência vibracional compreende corpo e energia como continuum e modulação de frequência. Compreende isolamento e coletividade, enquanto percepção vibracional. Situa dentro e fora, abraço e não contato, como real e virtual. Se formos capazes de irmos modulando esses entendimentos, estaremos compreendendo o que é medicina vibracional.







Compreenderemos que a gente cura por via de frequência, modela e regula frequência. Pânico, medo, histeria potencializam vírus, que regulam e harmonizam ambientes. Há uma integração entre os seres, entre os reinos. Nossa miopia egocêntrica tem dificuldade de reconhecer outro humano, outras espécies e reinos. Tudo isso é tido como delírio.







No entanto, para quem já descortinou esse nível, tanto de possibilidade, como de re-conhecimento, nesse nível de entendimento e apenas nesse nível: imunidade é vibração. Música, flores, vegetais são vacinas. Em outros níveis diarreia, falta de ar. Cada um reagira a seu modo. Porém, pela 1a vez em eras, estão modelando a frequência do planeta, com o planeta de forma conjunta e atenta. Pela primeira vez, estão modelando o corpo social do planeta.







SOMATER



Cada grupo espiritualista, da matriz que for, foi treinado para isso. Cada grupo foi esclarecido para esse momento planetário de se fecharem em suas casas e abrirem-se para o mundo. Foram orientados a desenvolverem as próprias ferramentas, fossem mediúnicas, paranormais, anímicas, carismáticas. Cada grupo foi orientado a sair de dentro da própria caixa mental, se movendo para uma visão espiritual mais do que religiosa. Encontrando em si mesmxs em contato com o outro, potenciais de transformação do mundo. 



Cada grupo, núcleo, família, foi treinada, encontro por encontro, para encontrar a frequência da sua família espiritual e a ampliar. Auxiliar aos seus, mediante pensamento, sentimentos, VIBRAÇOES. Independentemente de onde estiverem, em qual estado se encontram. Vocês foram orientados para isso. Vocês sentiram as vibrações das pessoas ao vosso lado, de seres em outras dimensões. Vocês chamaram de Divino Espirito Santo, de Mentores Espirituais, de Entidades, de Espaciais. Vocês sentiram, aprenderam a discernir, a compreender. Vocês aprenderam.



Não há nada a temer. Apenas serviço a ser feito. Trabalho a ser desenvolvido, que realizaram ao longo dos anos, das décadas, das vidas. Vocês escutaram por anos, vocês falaram por anos. Vocês enviaram e receberam energia com as mãos. Vocês viram curas acontecendo. As curas aconteceram em vocês, com vocês. Vocês acompanharam a transformação e a mudança em outros. Vocês aplicaram e receberam, vocês trocaram e compartilharam. Agora é apenas replicar. Acessar a sua casa interior. Acessar a sua frequência vibracional, esse é o seu templo e com ele pode se deslocar. Podem ir ao universo de outros, a construções coletivas, a mundos internos, a espaços mentais, a mundos astrais; porque nunca estiveram só. Ainda que não vejam, estamos presentes e caminhamos com vocês. Ainda que não lembrem, estamos com vocês. 



Foi necessário um vírus para lhes provocar essa integração. As orações, as vossas meditações, vossas preces, vocês acham que vão para onde? Vossos reikis, passes, magnifields e diversas outras técnicas, são tão concretas, reais, como todo o invisível o é. Como os átomos, como as moléculas, como os microrganismos, como os macro organismos que não visualizam. Eles existem. São reais. São palpáveis, tangíveis. Interferem nos espectros de onda, interferem na consciência, auxilia na criação de campos mais sutis, elementares, mais harmônicos, organizados, estruturados.







Estamos mts tranquilos com o que esperar e o que está sendo realizado. O companheiro pede que elucide o tranquilo, já que vcs estão apavorados. É que compreendemos tudo como consciencial. Um estágio acima do vibracional que vcs estão se deslocando em conjunto e conjunção.





A percepção de entendimento de universo de vcs já é vibracional. Vocês possuem dificuldade em integrar tudo isso, verificar as implicações disso. Há seres entre vcs que já fizeram essa integração, o que ñ corresponde a um alcance consciencial. A integração deles é materialista, financeira, biológica. O interesse deles é estritamente material, financeiro, alicerçado num projeto de poder e de dominação. Não alcançam um apelo consciencial. É uma integração realizada no intuito reducionista de convergir tudo para o corpo biológico e sua permanência na face da Terra. Um apego que limita as expansões do eu, ou que leva o eu a se identificar com o corpo em níveis que desorganiza os campos morfológicos. Cria espectros desarmônicos com o élan vital de Gaia e sua estrutura modeladora.



Em resposta a esse estado de adesão, de apego, diversos mestres, nas mais diversas áreas, eras e civilizações, tem lhes ensinado técnicas de desapego, ferramentas de deslocamento de uma identificação com o corpo e apego a mente. Corpo e mente é identificado nesse nível como cérebro. Como ente biológico. Essa redução aprisiona a percepção, o alcance, a vista de outras possibilidades e existências. Vários mestres conviveram entre vós para lhes darem elementos, tijolos, ferramentas, para irem além dessa percepção, lhes direcionando para uma integração.





Há uma integração, que abre para uma consciência unitiva. Uma consciência que acredita e sabe a importância do corpo biológico, mas não reduz nada, a não ser uma amorosidade consciencial. Uma consciência que sabe e entende corpo biológico como reflexo consciencial de uma criação amorosa, que experencia formas de ser, em vários estados, tempos, corpos, formas, níveis, densidades.

Amor para nós é princípio inteligente, que regula todos os seres, em todos os corpos, em todos os níveis. Compreender isso não nos permite intervir diretamente sobre outro ser, sem que ele permita. A permissão de uma integração e de uma percepção mais ampla é vossa. 





Nossa atuação se dá nos limites consciencias do corpo coletivo. O que fazemos, os pontos nos quais atuamos, se deve a diversos reinos de vosso orbe, que estão abertos à ajuda, à cooperação, à fraternidade. Nos movemos em ressonância com a liberdade que eles nos proporcionam: cetáceos. Anjos. Animais. Fadas. Duendes. Mestres Ascensos. Alguns humanos. São eles e alguns outros grupos de seres intraterrenos e oceânicos que nos permitem atuações mais integradas.





No momento, precisamos do quantum humano para uma liberação maior de camadas de dor, resistência, opressão, exploração, solidão, ignorância. Liberação, porque vcs, enquanto consciência coletiva, que nos concedem a permissão de agir, de atuar, na abertura de um contato mais pleno.





A ação pode continuar no corpo biológico ou fora dele. Essa é a nossa tranquilidade. A certeza de que a morte ñ existe, que somos todos um e quando cada um percebe essa unidade, expandimos. O universo se expande cada vez que um beija flor bate asas, um humano sorrir, um coração bate em síncope de felicidade. O universo se expande. Então mantenham a atenção, cultivem a alegria. Continuem regando o invisível pq a gente enxerga os vossos jardins.







E Éden é o jardim de muitos casais. Por hora, vocês foram expulsos do paraíso e muitos vieram tentar habitar esse espaço, mas como reza vossas escrituras, Deus deixou dois anjos na porta. A quarentena dos que lá estão e dos filhos que pra lá voltam está integrando, chegando ao fim. Há paraísos em vós e podem visitar. É tempo.




quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

SOMOS TODOS UM: a construção de unidade via grupos virtuais.





Todos somos um. Usamos a frase sem nos darmos conta da dimensão dessa unidade. Todos implica uma quantidade imensurável de seres, de estados, de coisas que desafia a nossa sanidade. Como deve ser sentir essa unidade em si mesmx? Sentir a totalidade? E como sentir essa totalidade e continuar acreditando que se é! Quero dizer que aquelx que sente a unidade em si, perde a dimensão de uma identidade individual, abre-se para uma nova concepção e estado de ser que por hora ultrapassa o nosso entendimento. Estamos falando do copo d’água conter o oceano. 

Diante desse impasse mental, talvez existencial é que as dimensões grupais, coletivas possibilitam a absorção dessa unidade. Se há uma dificuldade conceitual em experimentar essa unidade na individualidade, na diversidade ela se faz mais tranquila. Na multiplicidade variável dos um torna-se mais fácil contemplar a unidade do todos. 

Estou aqui desenhando um caminho quase inverso ao que seguimos e desejamos. Estou ensejando uma via, que não sei se dara em algum lugar, no qual o eu é vivenciado no outro, como outro, mas ainda assim parte complementar de mim mesmo. Na verdade, parte complementar de uma mesma expressão de unidade. Esse eu/mim mesmo perde seu lugar de existir.  
 


Imaginemos uma árvore que se ramifica, ou quadrigêmeos que seguiram juntos por um mesmo caminho, mas que tem diante de si mesmos, múltiplas direções. Não é possível seguir todos os caminhos e nem todas as direções, então cada um dos caminhantes segue por uma via. Elas são diferentes, mas ainda assim, quando os gêmeos se encontram, ou se captam, é como se tivessem percorrido todos os outros caminhos também. Aparentemente são diversos, mas são únicos, pertencem a uma mesma árvore, que compõem uma mesma floresta, que está inserida dentro de um mesmo sistema, de um mesmo Planeta. Essa unidade precisa ser plural, diversa, para continuar sendo e nesse ser, ela se multiplica, se perpetua, se reproduz, sem nunca se repetir. Ainda assim, ou justamente assim, ela é uma. 



Vou seguir essa via, porque ela nos mostra uma teia coletiva cuja pálida expressão podemos apreender nos algoritmos do Facebock. O programa que reestabelece, sugere contato entre amigos, consegue tecer uma rede similar a que desejamos frisar. João que não conhece Pedro, mas que é amigo de Mariana, que é irmã de João que namora com o melhor amigo de Pedro, que é casada com Venceslau que trabalha com João, que mudou para outra cidade e começa a desenhar novas relações, que se virtualizadas deixam um rastro que permite a softwares atentos saber sobre desejos, afinidades, pontos de encontros, orientações partidárias, escolhas sexuais, time de coração, esportes preferidos, hobbies, etc... 







Se por um lado a Matrix habilita a cada pessoa individualmente se conectar a amigos, grupos, tribos; pelo lado empresarial, mapeia-se gostos, desejos, interesses. Num entendimento coletivo, que só é possível a quem controla os algoritmos, desenha-se a capacidade que vai de personalizar propagandas a partir de buscas individuais, passando por vendas de preferências para o mercado, até influência em eleições diversas em qualquer parte do mundo. Resultando na manipulação de um imaginário, de forma coletiva, oferecendo bichos papões e matadores de monstros. Todos, invariavelmente, fakes mas que agradam e personificam desejos individuais-coletivos que nem sabíamos possuir.  




Porém, a unidade que queremos frisar não é essa unidade mensurável, quantificável, tecnológica. Quero me ater a essa unidade na qual Maria se percebe como grama. A grama se entende formiga. A formiga se compreende como insectoide. E, Maria se percebe como parte de tudo isso, compondo uma rede, uma família, um sistema. Há pessoas expressando essas relações e interações. Cresce o número de veganos baseando-se na premissa de que não temos o direito de nos alimentarmos de outras espécies. Discute-se de forma avançada, por vezes parecendo até surreal, o direito dos animais. E, as discussões recordam muito algumas do passado nas quais defendia-se direito dos indígenas e dos negros, dos homossexuais. Pode parecer bizarra a comparação, no entanto, para muitos ainda hoje no século XXI, os diferentes, os não iguais, não são humanos, quando muito são cidadãos de segunda classe podendo ser vítimas de racismo. Podendo receber menos por executar a mesma função. Em cada um desses exemplos, a mensagem clara é que nem todos ainda foram alçados a condição humana. De modo que a escala de direitos e do reconhecimento da humanidade vem crescendo e sendo acolhido cada vez mais, numa luta constante, permanente contra o status quo e o senso comum. É nessa luta que os animais já estão sendo mapeados como detentores de direito e isso é maravilhoso. Estamos alargando nossos laços de afeto, de compreensão, de amorosidade. 
 

Sendo assim, a ideia é perceber e entender todo o escrito sobre essa dimensão da unidade e da coletividade como sendo algo onírico, fantasioso. Algo que permeia e transpassa o mundo da imaginação, do que denominamos de inconsciente. É somente a partir desse lugar que conseguiremos dar uma acolhida a estados de coisas que escapam a um nexo causal imediato, explicável. Esses nexos causais que creio que abordarei tem uma sequência lógica, mas de repente, tem um lapso, um salto e uma continuidade do outro lado como se nada tivesse acontecido. Sabe sonho em que uma hora vc está dentro da sua casa da infância e noutro segundo vc está numa casa que você ira morar daqui há seis anos e não sabe, ou não sabia? Ou uma hora vc está correndo atrás de um bus para fazer prova e num flash tem uma coca-cola gigante, junto com uma prova correndo atrás de vc? (Sonho de uma aluna de mil anos atrás). 

Pois é! Numa racionalidade linear, consciente, não tem lógica. Mas, dentro de uma compreensão onírica, subjetiva, esses elementos, ainda que aparentemente estejam faltando elementos compõem um cenário mto preciso e rebuscado da nossa interioridade. Poetas, pintores, cineastas adentram essas realidades, esses mundos. Salvador Dali é o mestre desses mundos e utilizei suas gavetas como que para simbolizar esses acessos em nós mesmos. Portais que nos levam a outros mundos. Mundos que são a um só tempo gaveta do nosso ser e porta para outros. Vamos tentar puxar alguns, na expectativa de que ao final, consigam perceber que há uma hipótese de eles não serem tão individuais assim e também nem tão coletivos assado. Mas, como falar desses universos que habitamos, que passeamos? Como nominar aquilo que para nós foi mera fantasia, mas que para outro é habitat natural, realidade extemporânea? Esses encontros de realidades têm sido feito a cada instante e momento. A cada instante e momento temos enfrentado muros intransponíveis seja de realidades sociais, seja de realidades subjetivas. Mas, qual é qual?  

 

Ontem, durante um atendimento, um buscadoxr atento, depois de uma psicografia que ele tinha realizado, me perguntou, si perguntou: “como sei se o que escrevi é do MEU INCONSCIENTE ou de outro ser?”



É uma pergunta linda, super legitima, fundamental até para o andamento dos trabalhos, para a observação interna do que é seu, do que é do outro, do que é mescla. Uma observação que por vezes tem inviabilizado a mediunidade de diversas pessoas, devido a um rigor que reputo excessivo no que se refere a mistificação, animismo. São gavetas diferentes, requerem cuidado, zelo, atenção, mas a reprovação esteriliza e impede o frutificar. De todo modo, essa é uma prosa que o amigo e companheiro Luís Soares gosta demais e ele tomando da palavra nos abriu outras gavetas de entendimento que busco reportar aqui. Inicialmente, ele implode a nossa concepção de um inconsciente individual, privado, particular no qual acreditamos que só nós temos a chave e que ele fica redutoramente preso na nossa cabeça, na nossa mente. Sem entrar mto no mérito, ele apenas menciona a ideia de um inconsciente coletivo à Jung, para contrapor a esse universo repleto de desejos e repressões. Mas, na verdade, estávamos pensando nisso como campo, como força, algo que Gasparetto mapeou belamente e nos deixou como inspiração. Pelo que pude deduzir dos trabalhos de Gaspa, as dimensões internas se entrelaçam com o que no espiritismo denomina-se mundos astrais: colônias, umbral. Interligados a esses mundos contactamos os seus moradores- entidades, desencarnados, serenões, obsessores, mentores.... Contudo, a questão é perceber tudo isso em relação, como entrelaçamento, como música e dança, ritmo e compasso. 
 


Quando a gente re-observa o Umbral, as tais colônias espirituais uma de muitas chaves de leitura para essas realidades é que elas são construções humanas. Não entendam por isso algo inexistente, mentiroso, pelo contrário, na mesma abordagem que damos ao inconsciente, esses planos, seus moradores, plasmam, co-criam estas e outras realidades. Elas são intersubjetivas. Se eu fosse ousado, eu diria que a gente caminha por sonhos e mundos uns dos outros e tomamos como nossos; nem sempre são. Sabem duas pessoas cuidando de um mesmo jardim? Mas, sempre em dias e horários diferentes, sem que uma nunca se encontre com a outra e nenhuma esteja atenta para ouvir as folhas, frutos, pássaros lhes contando das mãos benfeitoras que as auxiliam? Pois é! Temos ligações similares a essas. Temos mundos em nós que alimentam mundos fora de nós sem que saibamos. Tranca-Rua um Esú sábio não se cansa de nos ensinar e apontar nessa direção. O mestre do subterrâneo vai nos conduzindo a uma reflexão de que o denominado Umbral é composto por partes nossas que ignoramos, desprezamos. Segundo ele são aspectos nossos mesmos que ao não vermos tendem a nos assombrar. É uma dinâmica junguiana no que se refere ao conceito de sombra, mas estendida para um entendimento maior, já que a minha sombra, junto com a de vocês, junto com a de todos nós comporia um campo que pode ser sentido, visualizado, presenciado como Umbral, astral. São partes de cada um de nós, muitas vezes inconscientizados, ou seja, acessamos, vendo isso nas outras pessoas e não em nós mesmos. Condenamos as manifestações dessas características sem nos darmos conta que elas são alimentadas por cada um de nós.   


Elas se fazem plasmações que independem do querer, da vontade, do esforço. Elas, simplesmente são. É difícil falar disso, porque acreditamos que seja algo associado à consciência, por exemplo, a vontade. Poucos seres têm vontade para ficarem no umbral. Mas, o ser deles plasmam aquilo. E essa plasmação não é meramente individual, ela é coletiva. O mesmo vale para a realidade que co-habitamos. Não é uma questão de vontade e desejo morar num Duplex. Tem uma plasmação coletiva, uma reverberação na qual nossa modelagem abaixa, amplia, varia. De todo modo, não é de todo individual.




Assim, a realidade seja ela qual for, em qual nível vibracional estiver, é um constructo da nossa consciência. E, consciência aqui não é o isolamento pincelado do que achamos que queremos é um QUERER, que por vezes nem sabemos, mas a realidade nos aponta e mostra, seja ela qual for. Nenhuma realidade é insuperável. Todas podem ser transformadas, ou melhor, nós mudamos de fase. Ao que parece as realidades permanecem sempre, a gente é que vai ocupando outras. 





Fundamental constatar que grupos tem vida própria. Na Filosofia Clínica a gente chama de Autogenia. Nos meios esotéricos denomina-se egregora. Uma reunião de mentes, desejos, sentimentos, que forma uma coisa só e única. Sabem sala de aula que vai ganhando cor, forma, cheiro, tessitura, alma? Sabe equipes, grupos, que de repente coopta e captura individualidades levando-os a agirem como massa, como horda? Pois bem, é disso que estamos falando. E, nessa fala estamos insinuando que grupos digitais não são de todo diferentes. Há essa energia coletiva. Há essas trocas de informações que afetam estados, humores. Há o silêncio, ou as conversas em privado, que obvio não estamos vendo, sabendo, mas estamos sentindo.  




E, muitas vezes isso não é INDIVIDUAL. Há uma conectividade que eu poderia ficar aqui falando horas, dando exemplos só dentro de um mês, das dores que tive na perna. Das vezes a contragosto que fui ao pronto socorro do IPSEMG e no posto de saúde aqui da rua de casa. Nos dois casos, nenhum exame acusa coisa alguma. Poderia perguntar quantos não sonharam com um tema debatido no grupo, ou que sonhou com algo que foi postado no grupo dia, ou dias depois? Poderia associar o mundo digital ao mundo astral. Mundos que adentramos com muito mais facilidade, percorremos com muito mais naturalidade sem nos darmos conta de que quebramos um muro, um padrão do que chamamos realidade. Uma realidade que não é mais interna, ou externa, subjetiva ou objetiva. É uma realidade que quebra esses valores e essas concepções. E, as operamos por dentro ou por fora da máquina? Por onde movimentamos essas realidades? O fake news deve ser combatido na realidade que temos como factual, ou no virtual que temos como imaginário? Seja como for, quem tem desenhado novos cenários e percursos são aplicativos que conseguem fazer essa ponte entre o imaginário, o virtual e a realidade mais concreta: uber, ifood são dois expoentes. São aplicativos que deslocam e movimentam nossa realidade, mas para onde? Por um toque no celular eu entro numa loja virtual, compro um produto real, que em três dias chega a minha residência. Pago por outros produtos que libera o acesso imediato e eu consumo. A loja em questão está onde? As distâncias, os tempos, as localidades, as culturas, perderam a identidade. As barreiras que nos separavam agora são transpostas por um toque. Novas identidades são construídas, antigas pluralidades são esvaziadas. Uns resistem, outros aceitam passivamente. Mas, a questão é: qual identidade, pluralidade estamos construindo? 






Dentro dessa escala grupal, inúmeras pessoas me falaram dessa sensação de morte. Muitas pessoas no grupo estão com dores nas pernas. Quantas pessoas estão com desanimo e sem força? É muito mais do que a casuística. E, como venho a saber? É que as vezes, as pessoas soltam. Outras vezes, elas mandam no privado e fico sabendo. De toda forma há uma rede. A gente faz parte de uma rede. Nós estamos construindo uma rede. Uma rede que precisa de informação, de consciência, de diálogo. Quanto mais claro conseguirmos ser, quanto mais de nós conseguirmos trazer e apresentar na composição da teia, parece que mais claro, mais nítido o desenho vai se fazendo.  


Finalizando, várias culturas utilizam o símbolo da Teia de aranha. E sei como essa imagem é cara a mts meninas do grupo. Não sei se a aranha tem consciência da teia que ela tece, no sentido de ela saber a forma. O uso ela sabe. Tbm não sei se as aranhas tecem juntas suas redes. Tirando essas particularidades, a gente tece junto e a metáfora pode ser estabelecida. 

O mais apropriado seria dizer que estamos no mesmo emaranhado, enrolados nas mesmas teias. Mts vezes não nos vemos, nem nos ouvimos, mas estamos todos enrolados em Maya. Uns de nós, extremamente espertos, acham que despertou e que são os próprios criadores das teias da sua vida e das suas ramificações, rsrs. É lindo e bom pensar assim. É um belo despertar, mas as vezes o cara que está todo enrolado, prestes a ser devorado pela verdadeira tecelã está mais perto de uma descoberta, de uma epifania do que o suposto criador.
 

As vezes uns moços mais sábios tentam nos mostrar essas teias, essas relações, essas redes. Colar de Indra. Gosto desse nome. É um colar mesmo. Enfeita o ser, é um adorno de alguns seres que a gente acessa na teia. Eles têm todo o cuidado de nos mostrar, mas há uma diferença essencial. A totalidade é uma perspectiva deles. Pensando nos homens e mulheres felinos que passeiam por aqui e diversos outros que coabitam conosco. Tudo o que a gente chama de invisível e espiritual, eles veem como MATERIAL. A totalidade é uma expressão mais próxima deles do que nossa. Nós temos uma estrutura cerebral, umas interfaces neurais, que se a gente não sutilizar, a gente não quebra as polarizações. A gente confina tudo num dualismo e não é que ele não exista e não seja importante; é que a gente reduz o universo a um cômodo, a uma casa, a um eu. Reduzimos as experiências a uma viagem que alguns passam a se perceber como escolhidos. 


E, deveria jurar aqui, que o universo é maior do que nosso ego. rsrs. Não vou pq ñ conseguimos sair dele fazendo uso dos meios que empregamos. Mais precisamente, o ego é importante, mas não tira o olho dele e nem o vigia demais. Basta saber: ele confunde demais. Alguns acham que ele mente, rss. Não é um mentiroso é que na compreensão dele, limitada, a tessitura do universo, passa por ele e sem ele não existe universo. E, de fato, ele acha mesmo que tem esse tamanho, pq ele escuta histórias, participa da vida, traduz estados que sem ele fica difícil. É pelo ego que decodificamos e transformamos as coisas em linguagem.
 

Imagina que habitemos uma casa. Alguns de nós percebem que tem um corredor e que há outros quartos, cômodos com outros moradores. Um cara que está num andar acima, ou já descobriu mais passagens do que nós, apresenta uma planta de como seria esse lugar que vivemos. Aí tem uns caras que veem a construção toda. Não é tecnologia é magia. Eles veem os encanamentos, as infiltrações, a parte elétrica, a estrutura física, os moradores, as condições de novos espaços. Isso é junto! Não desassocia. É a mesma e única visão de totalidade, de integração. Corpo para eles não é só a estrutura de carbono é também desejos, emoções, pensamentos, para eles tudo isso é físico. O espírito é o que anima tudo isso. Assim, se nos percebermos como metáfora desses cômodos, eles nos veem numa integralidade.


Mas, como a gente retrata isso? Como que depois de vc ter dado um passeio com os caras que te mostraram o 'colar de Indra', vc não volta com a sensação, a certeza: “sou o DONO da teia toda!  Não há aranha no universo que não passe por mim.” O ego pesa e é preciso adestra-lo. Primeiro para acreditar, segundo para não se achar. E, aí recorremos a astrologia como uma ferramenta para percebermos esse aprendizado.  



Um dos símbolos astrológicos mais interessantes para se pensar numa dissolução do eu, ou de um eu oceânico seja Netuno. Essa mescla que buscamos integrar ora sendo gota, ora sendo oceano. E no meio desses estados nos encontramos à deriva. De certa forma, os extremos são fáceis de se estar. O complexo é qdo a mente e o ser não se identifica nem com a gota, nem com o oceano. Nessa dissolução/integração se é o que? Aí começam as pirações... 



Nós estamos interligados, interconectados. Óbvio que estamos tbm a diversas outras pessoas e seres. Nós estamos desenvolvendo essa linguagem que seja possível expressar esses estados. 
 
Minto, já a temos desenvolvida. Nós estamos massificando essa linguagem, o que na dualidade acaba incorrendo em regressões. A evolução dessa comunicação é a telepatia. É mesmo acessar o pensamento do outro, pq qdo acesso o pensamento as ideias são mais claras. E ideias são mais do que um pensamento puro. São cores, sons, emoções, tudo junto. Não carece de idioma. A comunhão, interpretação acontece.

Os símbolos, as imagens, o cinema, a captação do onírico vai nos abrindo para o imaginário. Na contramão temos comunicações via emojis que depauperam a linguagem, já que eles não são utilizados como atalhos. Uma coisa é vc ter mil palavras e escolher uma imagem. Outra é você não as ter e se comunicar com imagem. Uma unidade está sendo, novamente costurada, prestemos atenção.