domingo, 26 de junho de 2022

CURSO/ENCONTRO- SEXUALIDADE SAGRADA.

 

Olá vc! Deixando o vídeo. 


Tenho recebido muitas queixas de buscadoras, amigas, partilhantes. Mais do que queixas e desabafos são mesmo situações de tensão, de angústia, de medo, de paralisia, de dor. Escuto, pontuo, quando da; intercedo. Mas a situação não é só individual. Ela tem componentes coletivos que vai do familiar ao social, do econômico ao espiritual.

 

Como não posso auxiliar em todos os componentes, me centrei, naquela em que tenho mais a contribuir- a energETICA. Esse é um campo e uma área que além de dialogar com todas as outras, ajuda colocarmos atenção nos pontos cruciais e toca-los.

 

É nesse sentido, que estou passando para te convidar para vir fazer parte de nossos ENCONTROS/CURSO em que vamos, por 4 semanas (4, 11, 25/7 e 1/8 às 20:00 até às 22:00) trabalhar nosso processo de Criação-reprodução. Afinal, o que nós criamos? Colocamos atenção nesse processo? O que isso tem a ver com sexualidade? E, pq nunca nos falaram? A castração, repressão, banalização dessa força é imensa.

 

Se vc está passando por esses momentos de angústia. Se a temática te interessou.  INSCREVA-SE! Link abaixo e maiores detalhes no zap: 31 982262211

 https://pag.ae/7YoSVUqNJ

Ps: desconto no PIX.

 

Caso não seja para vc, mas conhece alguém que se interessaria, por favor, compartilhe.

 

Meu nome é Kelsen. Educador Consciencial. Formado em Filosofia. Medium. Filósofo Clínico. Escritor.

domingo, 9 de janeiro de 2022

ALL TISMO: A PERCEPÇÃO DIFERENCIADA DA REALIDADE

Falar do autismo na perspectiva existencial, energética é interessante, porque ela é extremamente simbólica para pensarmos e refletirmos sobre nós mesmos e a vida.

Tentamos acreditar que todos nós temos a mesma percepção da realidade e vamos compreendendo que não. A questão que insurge então é: perceber a realidade de outra forma é doença? Uma pessoa que tenha percepções diferenciadas do real é anormal?


É importante criarmos e sairmos desse modelo patológico existencial e alargarmos para outras possibilidades. Possibilidades que se abrem quando nos predispomos a aprender com o outro, a aproximar do mundo e da realidade do outro.


Tive alguns alunos dentro do espectro autista, tivemos diversos outros que não possuíam laudo. Tenho algumas partilhantes cujos filhos estão dentro do espectro e outros que possuem características existenciais diferentes. Nem melhor, nem pior, apenas diferentes com seus graus de complexidade, de dificuldade humanas.


A partir de uma abordagem sobre o tempo eu acabei fazendo um vídeo no qual abordo um pouco mais essa questão a partir do que em Filosofia Clínica e na Magnificência Cristalina compreendemos como SINGULARIDADES.

Na busca por uma imagem eu vi que muitas se relacionam a peças, a engrenagens, a quebra-cabeças. São ilustrativamente belas, embora conceitualmente equivocas, já que o grande obstáculo epistemológico, existencial é a dificuldade de superarmos um modelo de homem mecanicista. É na busca por um modelo de homem mais consciencial, mais energético que trouxemos essa discussão. Precisamos avançar no sentido de sairmos de uma visada materialista, mecanicista e caminharmos para uma concepção vibracional, energética, consciencial.

Um modelo no qual o ser humano não é reduzido a uma ideia de parte defeituosa devendo ser descartada, ou arrumada via substituição. E, sim uma abordagem na qual como se fossemos todos instrumentos musicais somos convidados a fazer parte da Orquestra na execução da Sinfonia da Vida. Nessa abordagem falamos então de afinação e não mais de exclusão. Falamos de variáveis, tons, subtons, melodias, arranjos que podem ser modelados e executados dentro de novo prisma, mas ainda as mesmas notas. Damos condições de cada ser se mostrar quem se é. Sendo quem é e se colocando na sonoridade existencial.

Convido cada um a dar uma conferida. Se acharem que o texto, o vídeo tenha sido de alguma valia repassem para pessoas que vivenciam essa realidade diretamente.

Abraços e vamos proseando. Segue o vídeo:




 


segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

À amada-amiga Elo

 


Salve a todxs

Tenho vindo pouco por aqui. Estou atuando em outros canais. A escrita sempre foi a manifestação mais expressiva do meu ser. Na escrita eu manifesto partes minhas que não tinha colocado atenção direta. Na minha escrita sai conteúdos que capturam partes da minha alma, do meu ser que nem sempre falam diretamente comigo.

A despeito disso tenho falado pelo canal do youtube:

Fiholosofia: a casa do autoconhecimento. - YouTube

Lá tenho feito postagens semanais num veículo que me lembra a sala de aula, um espaço que amo. Pois bem, na medida do possível trarei alguns textos da descrição para cá e espero que vocês vão até lá curtir, comentar, expor suas perspectivas, enfim interagir.

Para esse retorno eu trago o vídeo que dediquei a Eloise Paiva, uma Amada-Amiga, uma inspiração, um amor, uma companheira, uma parceira. Um Elo. Uma direção e um sentido.

Nesse vídeo continuamos falando de 1987- a Convergência Harmônica adentrando a abertura de tempos, espaços, portais, esperanças. A Convergência traz uma imagem muito cara a nós dois, porque remete a um sonho, no qual segundo ela, um menino estava sentado no passeio, na porta da sua casa e eles conversavam sobre a vida. Esse sonho seria de 1983/84. Eu estava com 9/10 anos de idade. Em 1987 já com 13/14 anos eu recordo de alguns desdobramentos, alguns encontros com pessoas que vim a conhecer mais tarde, seja como pessoas encarnadas, seja como entidades que trabalhamos juntos.

Essa temporalidade descontínua, picotada, que sai do onírico, adentra o astral, dialoga com o factual, volta para o imaginário teve em 1987 sua abertura mais clara e falamos um pouco dessa atemporalidade no vídeo.

Deixo dois textos que dialoga com ela e com o Nós. https://universofiholosofico.blogspot.com/2012/07/as-senhas-do-eu-preambulo.html https://universofiholosofico.blogspot.com/2018/05/o-eu-ela-us-nos-caminhando-pelo.html

Assim como o vídeo onde podem acompanhar essa abordagem.

 


sábado, 8 de maio de 2021

Mães: o campo feminino

 

Esse fragmento é parte do capítulo da Obra que tenho trabalhado com Amaril, inicialmente, denominado de A ROSA AZUL.

A temática do livro nasce como uma busca para aprofundar, esclarecer, compreender dois pontos: o machismo e o racismo. Os dois acabam criando uma intersecção ao situar a mulher negra. Toda a construção vai se dando por esses mecanismos e recortes.

Aqui apresento a parte inicial do capítulo- O RETORNO DA DONZELA. E trago esse fragmento, porque trabalhando em seu ajuste, ficou claro que ele dialogava com inúmeros casos que me chegaram na semana, que tocava essa relação mãe-filho. Uma relação que ao ser desdobrada nos remete a relação homem-mulher e que em outro desdobramento nos desvela a relação nossa com a Natureza, nossa com o Cosmos. 


Esses casos chegaram a partir de elementos avulsos, que culminaram numa foto muito bonita de Primavera abraçada com seu filho no luar. A foto traduzia uma cumplicidade, um encantamento, uma amizade, como que aquele filho ocupasse o lugar de Príncipe, de amigo, de herói. A foto dialogava com esse lugar que tinha avistado em uma partilhante de largar tudo para cuidar do filho que estava necessitado. Conversava com minha ex, com minha filha e estou mencionando as mães que tem filhos únicos. É uma outra apreensão. Havia uma redoma, um elo, uma camada protetora que envolvia e envolve essa relação. Se benéfico, se negativo, não entro no mérito, fiquei na beleza da cumplicidade. Eram muitas mulheres, amigas, pessoas. 

A partir disso tive que fazer a pergunta para elas de como era essa relação, com Primavera insisti na foto e ela me disse que na hora da selfie pediu a Lua que o(s) envolvessem, que cuidasse dele. Que ela desse a ele colo até ele atingir o ponto máximo. E, magicamente, a foto registrou esse encontro. Nele há um abraço que é um sorriso. Um enlace que é uma camaradagem, uma cumplicidade, uma relação entre iguais. Uma relação amorosa como poderia ser entre todos, especialmente, entre homens e mulheres. Não é o que acontece. Não vemos as mulheres com essa igualdade, com essa força. Ela estava o entregando aos cuidados dela. Era uma mãe conversando com a outra. 

O que me direcionou aos trabalhos marianos que temos realizado nos Bravais Conscienciais no Youtube às 4as feiras às 18:00 horas. 


A energia amorosa e misericordiosa de Maria. A energia de doçura e amor de minha mãe e outra companheira sempre fiel a reunião. A minha tentativa yang de mostrar e pedir para que não se ocupem com os filhos, deixe-os aos cuidados do Pai, da vida. Mas, isso dói nelas e a reza, a oração, a proteção se faz cuidado, por vezes dor e sofrimento. De todo modo, essa energia de acolhimento, de envolvimento, de algo que adentra, penetra e transforma sutilmente por dentro está lá em todas as suas fases e desdobramentos. Posto isto, posso ir trazendo os elementos do livro. 

Hoje a imagem que trago é do universo interno. Dos estilhaços e fragmentos desses mundos que se quebram num olhar, num grito, num silêncio, numa ação. Em certo sentido esses mundos quebram quando nos deparamos com o fato de não sermos e nem termos relevância no mundo dos outros. No caso em questão falo da descoberta do egoísmo, creio que seja esse o nome.

Uma mulher fantástica (Nereida) aqui das Minas de Belo Horizonte diz que egoísmo é tentar ser o centro, o umbigo da vida do outro. Já ser o centro da própria vida caracteriza-se com outro nome, que não é negativo como o primeiro movimento. Temos assim o egoísmo clássico que consiste em colonizar o umbigo da outra pessoa como se fosse o próprio e por outro lado a necessidade de encontramos nossa centralidade e saber que cada sujeito possui a sua.

Por muitas vezes nos perdemos nesses movimentos, nesses deslocamentos de eixo e de rota. A saída de si mesmo em direção ao outro, a permanência em nós para evitarmos colonizações, as brigas por independência e autonomia, a disputa para que outros saiam dos nossos umbigos, as rogativas estranhas que vemos pessoas realizarem para terem alguém que ocupe o umbigo delxs. Os movimentos existenciais são muitos e em cada um deles precisamos colocar atenção de que há uma impossibilidade fisiológica de tal ocupação. Todavia, energeticamente, isso não é tão fácil e simples. O cordão umbilical pelo qual somos alimentados sempre busca uma conexão com mecanismos externos a nós. Há assim uma dupla interface que se estabelece, PRIMEIRA uma evolução que nos direciona e nos coloca em busca da autonomia. Estamos pensando no desenvolvimento físico, orgânico e separando isso de quaisquer outros elementos.

 


Durante toda a gestação somos alimentamos, em todos os sentidos e níveis, por esse cordão umbilical. No momento do parto, poucos minutos depois de sairmos do útero, temos esse corte violento, essa ruptura com o caminho que nos nutriu por meses. Meses, que da perspectiva do feto, são eras. Dado o corte, recebemos o seio materno. E o laço permanece, continua. O peito nos faz esquecer do umbigo e o umbigo será curado, tratado com todo zelo, cuidado. Por vezes, pela avó, já que há um temor de algo dar errado nesse trato. Findo o cuidar do umbigo e meses, anos mais tarde, ocorre o desmame, inicia-se a infância, depois a adolescência, a juventude, a vida adulta.

Em cada passo há um desenvolvimento para que sejamos independentes. O desenvolvimento natural, fisiológico seria o de ir permitindo essas expansões, seria o de ir dando autonomia aos seres para cuidarem do próprio umbigo.

Nem sempre é assim que acontece, por diversos motivos. Há processos formativos nos quais nunca se dará independência ao outro. Nunca! Há seres que se alimentam e exploram, justamente, essa necessidade de conexão, de transcendência. Eles oferecem canais que mantem as pessoas viciadas, hipnotizadas, egocentricamente presas no próprio umbigo. As religiões são as que mais ofertam esse caminho de satisfação, de saciedade dessa fome infinita, ao mesmo tempo em que alimenta as pessoas só com ração de carne humana triturada.

 

Há outros processos terapêuticos, que para evitarem a armadilha religiosa, a ilusão da satisfação, apregoam que a falta é uma presença constante, que nunca será saciada, satisfeita. 

Somos seres de falta e isso que nos impele e nos locomove em direção as conquistas que irá nos satisfazer por algum tempo, até que a fome infinita nos preencha de novo. Queremos discutir a possibilidade de encontrarmos satisfação entre esses dois pontos. De assumirmos que sim, algo nos falta e encontrarmos esse algo se dá no entendimento de que somos seres de relação. Somos seres que precisam cuidar de si, do outro, mas esse cuidado não é uma posse, uma apropriação do umbigo do outro. O outro pode requerer a posse do seu umbigo a cada minuto, a cada instante e nesse requerer, estamos diante dos limites. Estamos, novamente diante das portas do Paraíso e tudo que Amaril está nos apresentando nessa Teologia dos Sonhos, na Teologia dos Despertos.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

COMO SE AJUDA A MULHER MARAVILHA: entre a dor incomensurável e a fragilidade embotada.

As redes sociais mentem. Todos nós sabemos. Os que não sabem poderiam desconfiar. O riso dado, a selfie tirada, tudo isso esconde mais do que revela. Esconde o que? Revela o que?

Revela o que as pessoas gostariam que víssemos. Esconde o que elas não podem mostrar nem para elas. Como mostrar a solidão, a tristeza? Como mostrar a fragilidade, a angustia, o medo? Não mostramos. 

Por vezes falseamos, mas eu não quero falar disso. Isso já está batido igual doce de leite. Quem ainda não sabe disso, precisa acordar. Quem ainda acredita em tudo o que vê, lê, escuta nas mídias sociais, ainda não compreendeu a sociedade da ostentação.

 

Eu quero falar da dor imensurável. Foi assim que uma partilhante descreveu o que estava sentido. Depois de ter ficado 35 minutos falando do filho. Depois de ter atravessado dezenas de cidades para buscar o filho que ‘saiu da casinha’. Depois de ter demorado quase um dia para chegar ao encontro desse filho querido, amado e de lá retornado, com ele nos braços, sob os seus cuidados. 

Depois de ter pedido trancamento do mestrado, licença do trabalho. Depois de tudo isso, ela ainda não teve tempo de olhar para a dor. E é essa a loucura: algumas pessoas não tem a possibilidade de parar, de lamber feridas, de lamentar. Algumas pessoas diante da dor, ainda tem que dar conta da própria vida e da de outros. Então, se por vezes, está tudo 'sussa' demais para o seu lado, é que com quase toda certeza, alguém está carregando sua parte no ombro. Por vezes, você é quem está montando no ombro de alguém e ainda não percebeu. Outras vezes não, aprendemos a distribuir pesos e a cuidar da nossa parte. Sem sacrifícios, sem dramas. Distribuição equitativa, isto é, ou fica suave para as partes envolvidas, ou se faz remodelação de contrato, ou se alguém largar a parte que lhe cabia, desobriga o(s) outro(s) de levarem adiante; não tem mártir, nem salvador para carregar relações e ações sozinho.

Óbvio que há outras opções e alternativas, nem sempre claras a lógica masculina, sempre afeita a ter o próprio pênis como centro de medida do universo. Mas, como esse largar é por vezes importante. Ontem conversei com uma amada e outra partilhante. Em comum, o sofrimento pelas mortes do Covid. A angústia e o sufocamento de ver, ler, saber que pessoas estão morrendo, acordando entubadas por falta de sedativos e envolta delas, na governança, eles não se importam. Não vou dizer que eles largaram, porque eles nem pegaram. O que é inusitado? É que enquanto uns simplesmente não estão nem aí, tem outrxs que adoecem, sofrem com essa indiferença. 

De longe, as ouvindo, eu fico tentando ensinar- larga isso! Solta isso! Mas, elas não são eu. Elas não tem pênis para saberem que se o nosso está vibrante e pulsante, nada importa. Elas tem útero e sentem dores que as levam a importar. Não que isso seja um atributo fisiológico, a fisiologia aqui é de outra ordem. Há mulheres indiferentes a tudo, a todos, com nojo e raiva de todos os que ainda teimam em permanecerem vivos. Há homens sofrendo, doendo, desesperados, histéricos diria eu se fosse psicanalista. Não é da ordem da fisiologia, pelo menos não essa. É da ordem do couer, do coração, do energético. Algumas pessoas sentem, outras disfarçam, uma boa parte, não sente. 

De todo modo, como esse largar é fácil entre homens. Como essa lógica é tranquila entre os iguais, se não cumpre a sua parte, não cumpro a minha. Independente se é pai, filho, irmão, esposa, amante, não sendo patrão, não sendo autoridade, enfim... não ostentando um pênis maior do que o nosso, abandona-se, mata-se, agride-se. Diante de exibicionismos obscenos, geralmente, cala-se, bajula-se, fica excitado, querendo um daquele para chamar de seu. Infelizmente, não se vê essa valentia, essa masculinidade toda diante dos obscenos e as obscenidades sociais e políticas que estamos mergulhados, afinal como aceitar a obscenidade econômica de se comprar tudo, de capitalizar todos, de dar preço à vida, à saúde, ao ponto de se comprar vacina? Ao ponto de em meio a uma pandemia mundial, reflexo e espelho de OBSCENIDADES (não paro de repetir) tenhamos gente entrando na lista da Forbes, como? Mas, não há gritos de revolta quanto a isso. Ela se volta contra crianças, contra animais, contra mulheres, contra garis, contra funcionários públicos. 

Deixe-me voltar ao que vim escrever, basicamente da covardia com que lidamos com o sexo oposto. Estou voltando a falar da ideia deixada acima de que se está muito 'sussa' (sossegado) para você é possível que estejam carregando sua parte, ou você está sendo carregadx, ou pior, você de fato monta. Naturalmente, monta-se nas mulheres. Naturalmente, uma parte considerável das mulheres acham que faz parte mesmo do contrato. Naturalmente, muitas gostam do papel de mártir. Naturalmente, algumas não tem chance de exercerem esse papel.

 

E isso me leva a outra amiga. Linda. 

Sempre sorridente. Sempre alegrando nossas vidas e as embelezando com as tranças que faz. Ligou-me dia desses e me contava que estava arrasada por dentro. Perdeu um sobrinho que era um filho. Numa morte, dessas absurdas. Sem muita explicação, apenas morreu. Cantou no The Voice, apresentou. As portas se abriram, a vida parecia que iria virar. Um desconforto, uma dor, uma entrada na UPA, nenhum diagnostico preciso. Não era Covid. Morre no dia seguinte com menos de 38 anos. Assim. Inesperado. Súbito. Arrasador. 


Olhando para as duas (acabei trazendo mais agora, mas eram só duas, inicialmente- a que foi em busca do filho, a que perdeu o sobrinho. As outras duas que menciono, gritam, meio que sem voz, em todas as redes sociais, em todos os espaços sociais) e para tantas outras: não há cara de dor. Não há gemido, não tem lamento, não tem revolta. Chegando mais perto: não tem frieza, nem indiferença. Aproximando mais, tem um pedido de ajuda. Como a gente ajuda?

Tem umas moças que quando quebram a unha postam no face pedindo ajuda, fazendo campanha. Conseguem diversos salões dispostos a colocar unha em gel, cílios, silicones. Há outras mulheres que não tem tempo pra chorar, nem mensurar a dor. Como ajudamos a essas, as outras conseguem ajuda com mais facilidades, mas e essas outras, como as ajudamos? 

Aqui para baixo faço um recorte racial, porque as mulheres negras, as mães pretas, carregam dores que os homens- negros ou não, não observam, não percebem, não respeitam, por vezes abusam. Montam sobre elas e elas carregam. Na travessia dos espaços ocupados, nas invasões sangrentas, nas quedas e paradas institucionais, não há flores, nem carinho, nem passagem de pano, há pedidos de acelera o passo! Vai ficar aí de mimimi? Não tem uma trouxa de roupa para lavar não? Faço o recorte, porque se as mulheres não são iguais de modo geral, as mulheres pretas, por vezes, não são tidas como mulheres nem por uma parte significativa das mulheres brancas. Sendo assim, há um adoecimento que precisamos expor para começarmos a tratar. Mesmo porque, elas não vão pedir ajuda. Elas não serão vistas como donzelas indefesas, precisando de homem para as redimir, as orientar, as sustentar, as.... Não, as mulheres, cada vez menos precisam de nós para isso, o que não significa que somos desnecessários e inúteis em suas vidas. Aqui acabo fazendo mais um recorte: não falo para as radicais. Falo para as heroínas.

 


Não é fácil ajuda-las. Não temos muitas heroínas negras. Então, visualizem a Mulher Maravilha negra. Algo nessa direção. Como se ajuda a Mulher Maravilha?

PRIMEIRO: ajudando-a ser mulher. Se você é o namorado, o marido, o ficante de algumas delas, peça a elas que tirem a armadura. Mas, tenham a hombridade de receber a nudez de uma guerreira. Não ousem traí-las. Não ousem feri-las. Elas têm amigos que escrevem. Elas têm filhos que zelam por elas. Elas têm a força que se apodera delas. Elas têm a elas mesmas. Respeite a armadura de uma guerreira.

SEGUNDO: veja-as como mulheres. ‘Frágeis’. ‘Tolas’. ‘Tontas’. Dessas que gostam de carinho. Dessas que gostam de toque. Dessas que derretem com flores. Dessas que gostam de mãos dadas. Dessas que vivem sem a gente, mas que nos aceita. E, nessa aceitação explique que ela é a Mulher Maravilha para todos, mas que para você, ela é uma maravilhosa mulher. Nessa inversão, subversão, esteja ao lado dela, como que dizendo: "do meu lado, pode guardar a sua armadura. Suas batalhas serão minhas guerras. Já termino de conquistar o mundo e volto. Ao meu lado, pode ficar tranquila, ninguém ousa te ferir, te magoar, te machucar. Qual parte da vida, vamos compartilhar primeiro?"

TERCEIRO: como e para os filhos delas. Não caminhes por onde a decepcionaria. Não faças aquilo que a envergonharia. Não a submeta a isso. Por maior que seja o ódio ao teu pai que te abandonou, te rejeitou, não te assumiu, não permita que ele seja maior do que o amor imensurável que essa mulher sente por você. Não permita que o vosso machismo, tua lealdade ao patriarcado, culpe sua mãe, solteira, abandonada, pela irresponsabilidade, a falta de compromisso dele com a vida, com o outro, com o que ele gerou. Um puto covarde. Você é o cara que pode alterar essa omissão maldita e iniciar uma nova forma de igualdade e respeito. Saia das costas da sua mãe. Não estamos pedindo para que a carregue. Basta, ser talvez o primeiro, que vai andar com ela ao lado, de mãos dadas e vai estar lá, quando ela precisar.  

QUARTO: como filhas delas. Use a capa e o escudo da sua mãe. Pegue a lança e a espada dela e vá mais longe. É um dever seu dar um passo a mais do que permitiram a ela. Faça o curso superior que roubaram dela. Faça as viagens que não permitiram a ela. Viva em você os sonhos que roubaram dela e que tu traz enquanto óvulos no teu ser. Não permita que nenhum puto, seja branco, seja preto, roube essa força de você. Lute como uma GAROTINHA. Suas ancestrais sabem como é e elas já fizeram isso por você.

 


Bem, nada disso vai adiantar alguma coisa, mas é importante que a gente diga, que a gente honre, que a gente agradeça. É importante que a gente compreenda que Mulher Maravilha é adorável no cinema, mas que ao nosso lado, costuma ser chata. É chato para elas também ter que defender marmanjo, ter que sair às ruas dizendo #ELE NÃO, ter que lutar contra aqueles que querem matar seus filhos. Terem que discutir com vocês, conosco, por causa do amigo escroto que dá cantada nela pelas nossas costas. Não é fácil conviver com mulheres maravilhas, eu mesmo tive que recusar várias vezes a Gal Gadot, Rosário Dawson, Viola Davis (não posso revelar o nome das atrizes e cantoras nacionais que me assediam e outras lindas por aí), rsrsrs

Mas, agora sério de novo. A maioria delas estará ao nosso lado, segurando a barra e não veremos que entre a dor imensurável e o estar arrasada, um colo, um abraço, uma mensagem, as ajudariam.

Entre a dor imensurável e a fragilidade embotada o afeto, o carinho, a presença, o estar junto, pode contribuir, porque elas, independente do que aconteça, sempre estão ao lado daquelxs que elas amam. Não deveria ser tão difícil fazer o mesmo. 



 

 Referências

10 – Super Heroínas Negras para chamar de sua :) – Parte I – esseesomaisumblogdemoda (wordpress.com)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 3 de abril de 2021

Plantação de Kristal: do onírico a tecnologia.

2020 LG NanoCell TV | Nano Creates Pure Colors - YouTube


Eu gosto quando algumas imagens ajudam a ilustrar movimentos que muitos veem. São visões e percepções que por vezes transcendem um dado, um posto, adentram o imagético. É cada vez mais belo, quando elas vão se precipitando, descendo de esferas mais melífluas e se condensando, se materializando. No caso das estruturas cristalinas é um processo, relativamente, inverso, já que brotaria das dimensões terrenas, basilares, telúricas nos permitindo visualizar, acessar, vislumbrar, mundos, lugares, ritmos, temporalidades, que literalmente, pisamos, passeamos.

 

Nos trabalhos com as malhas cristalinas essa percepção de plantação de cristal, nascimento de Kristal é comumente descrito por várias pessoas. As descrições são insólitas, porque acabam remetendo a lugares, a temporalidades e a corporeidades. Muitos dos meus acessos a esses mundos foram musicais. Havia uma musicalidade que era emitida, que era entoada, que eu pensava em quais instrumentos poderiam ser capazes de reproduzir tal som. Até que anos, décadas mais tarde, ouvi a reprodução com Dinorah que transliterava o som dos cetáceos. 


O desdobramento desse canto se fez o Canto Lemuriano que sei pouco, mas se aproxima demais do som que eu ouvia quando Gustavo aplicava EMF lá nos idos dos anos de 2002/3.


Anterior ao som, eu visualizava linhas, que uniam e interligavam pontos nas pessoas, nos seres. Um fio de luz saindo do cardíaco de um e entrando no plexo do outro, que por sua vez adentrava no básico de uma outra pessoa e pegava a pineal de uma sétima pessoa. Porém esses fluxos eram remetidos em todas as direções umas em contato com as outras. Um entrelaçamento que ia se movimentando e tinha uma regência, cadência que podia ser dada pela emoção, pela inteligência, variava e varia. Esses pontos eram observados nos lugares mais variáveis, criando padrões geométricos sofisticados, que literalmente, abriam para outras dimensões e realidades, cenários insólitos. 

Aquelas pessoas que nunca se viram, por vezes já estiveram ali em outro plano e agora só condensavam um acontecimento que tinha ocorrido a meses, anos. Outras vezes, uma daquelas pessoas entoava padrões muito pertinentes, muito próximos que poderiam ser considerados como de encontros karmicos. De toda sorte, aquelas pessoas no restaurante, dentro do ônibus, no campo de futebol, compunham uma engrenagem, altamente sofisticada, que alimentava muitas realidades. Se era praticamente impossível ter uma visão clara e específica desse detalhamento em cenários públicos, o que deduzíamos é que ninguém estava ali por acaso. E que os acontecimentos que se desdobravam dali também não eram casuísticos.

Em outros termos é possível plantar energia. É importante quando nos reunirmos ‘saber’ o que estamos imantando, plantando, gerando?

Já em espaços controlados, como nossos encontros semanais, era visível e notório perceber, como cada participante na mesa ou não, abria um ponto, uma rede e o conjunto desses pontos nodais, hoje utilizo Bravais, davam acessos a seres das mais diversas dimensões e também a diversas dimensões. E como que essa percepção era percebida, sentida, captada, capturada e expressa pelos participantes em suas falas e em especial as médiuns da reunião.

A sala do 9º andar da rua da Bahia era transformada em uma savana, ou em um palácio, ou em uma pradaria, ou em uma pirâmide, ou.... E, onde isso localizava? Onde isso de fato existe? Seria possível retornar no tempo e encontrarmos parte de nós movimentando a mesma malha? Algumas vezes sim. Algumas vezes, elas traziam uma dimensionalidade tempo-espacial localizada, precisa, histórica. Como a vez que um amigo acabou caindo, novamente, numa masmorra medieval, sendo silenciado pela inquisição, mediante torturas psicológicas. Outras vezes, ela nos remetia a uma dimensionalidade que era igualmente real, mas imponderadamente não material. Era uma realidade que existia similar a um sonho, um campo onírico, um mundo dimensional cujas portas parecem de Avalon. O que dizer desses mundos? Como falar desses lugares? Contos de fada? Fantasias? Delírios? Loucuras? Arte? Como podemos falar desses mundos? As ficções são a melhor forma e tem sido uma válvula de escape.

 


Tudo isso para dizer que o que reputei interessante é que é uma propaganda de Tv de nano e temos falado de como essa movimentação cristalina abre para novos e outros acessos. Como que o acesso a grades e redes cristalinas possibilitam deslocamentos, teletransportes de seres, figuras, atributos, estados. E ficamos tranquilos para falar disso, porque quando dizíamos sobre isso, não tínhamos muitos elementos, hoje temos mais e é possível que num futuro próximo, quando vier a falar disso outra vez, já estejamos teletransportando por dentro de nossas telas, diversos produtos. Tal qual, em determinada proporção, vemos saindo e entrando dentro deles seres e realidades que não nos são diretamente dadas, por exemplo, você acessa o meu texto num tempo que é seu. Você chega a esse endereço eletrônico por um processo vibracional que lhe direciona. Esse mundo que era tido como mágico e sobrenatural está sendo amplamente utilizado nos dias de hoje e ira aprimorar ainda mais.

 

O próximo passo das convergências dessas mídias multidimensionais tende a ser a gente atravessar a tela e acessar a realidade do outro lado dela. Similar ao filme de Akira Kurosawa que nos colocou dentro dos Girassóis de Van Gogh e hoje é uma tecnologia de realidade ampliada com as mais diversas utilidades. Chama atenção nessa realidade ampliada o fato de que milhares de pessoas sempre viram uma figura de dentro delas. Sempre ouviram música meio que de dentro das notas, sempre lemos os livros dentro das pautas. A descoberta de que as pessoas precisavam de um filme para entrar dentro da obra e passear por ela sempre me fez detestar esse filme. Custei a perceber que aquilo não era a forma habitual com que as pessoas viam, enxergavam uma obra. De uma perspectiva muito interessante, elas estava fora do que viam.

Esse deslocamento é uma das coisas mais complexas a se ‘ensinar’ para médiuns, sensitivos, especialmente, os empatas e curadores. Fazê-los recuar e deslocar até perceberem a realidade, a vida a partir da própria pele e não da pele do outro. Fazê-los compreender que quando olhamos um corpo não estamos vendo os órgãos internos, ou pontos luminosos. Esse é sem dúvida um desafio que precisamos fazer para perder a estranheza que causam e sofrem ao abrirem a boca, mostrarem um pouco de como são e como veem o mundo.

Nesses horizontes silenciosos que temos abertos e que vem sendo modelados e modulados pela tecnologia. Espaços que quase nunca foram percebidos e/ou captados por boa parte das pessoas, a gente vai compreendendo que ele é um espaço, um local, repleto de seres. Muitos desses seres somos nós mesmos, vendo cenas que já ocorreram ou vão transcorrer. Outros são seres que são confundidos como entidades. Outros são lembranças, memórias que a gente está conseguindo acessar de vias diferentes. 

É bonito observar, aprender.


quarta-feira, 3 de março de 2021

O GOSTO DO DESEJO.

 

Uma moça sedenta, dessas que sussurram enquanto fala, me contava sobre o gosto do desejo. Algo mais ou menos assim:

PRIMEIRO a salivação que antecede a mordida.

DEPOIS a explosão esfuziante e alegre da dentada,

Quase CONCOMITANTEMENTE a dentada advém o possível arrependimento de que o gosto imaginado tenda a ser melhor que o gosto degustado. A tensão de que o prazer do desejo ser maior do que o do ato. E essa reflexão acompanhar a próxima salivação- morder ou não morder? Poderia só lamber, mas de todos esses gostos, na concepção dela, nenhum se compara com a amargura de não ter provado o desejo, nem que seja para acariciar o arrependimento de ter ousado tanto.

A fala da moça é bela. A fala dela me remeteu a muitos mundos, a vários lugares e passeios. Fui até Eva e a imaginei diante da maça. Aos meus olhos todo desejo evoca uma maça. Toda tentação se veste de vermelho, usa salto alto, tem batom e um fogo inadiável. Um fogo a ser consumido para ontem. E nessas imagens saltam a mente como a tentação nos remete as mulheres, que nos remetem a sedução, que nos remetem a tentação, que nos liga ao pecado, que nos gera a culpa, o ressentimento e a castração de todo feminino. Acredito que esse caminho não seja uma exclusividade minha, tampouco uma marcação apenas dos homens.

Nada é tão feminino quanto o desejo. E nada é tão combatido, tão proibido quanto a mulher que QUER. A mulher disposta a provar do fruto proibido do querer, do não poder querer. Esse também é um obstáculo sempre presente, por vezes e muitas vezes as mulheres podem querer, há uma licença para isso. Um passaporte e um salvo conduto. O intrigante, o chocante é quando as mulheres desafiam o que elas não podem querer, por exemplo: a igualdade. Não só a igualdade de gênero, mas a igualdade subjetiva do desejo. Não somente o desejo do papel social, profissional. O desejo do desejar subjetivo. Daqueles campos, lugares, espaços que sempre estiveram destinados aos homens, aos heteros, aos brancos, aos que professam a religião oficial do Estado.

As mulheres que adentram esse espaço subjetivo, que os subvertem, nós as admiramos e as amaldiçoamos. Paga-se por elas, fortunas, mas as expulsamos de casa. Nunca encontramos o equilíbrio entre essa mulher que é desejo, que é querer, que queremos, mas não queremos. As desejamos, mas não como filhas, esposas, mães.

Todo machismo, todo patriarcalismo é essa busca de domínio do desejo da mulher, da fêmea. É a tentativa trôpega, sofrível de converter o desejo da mulher para um único foco, lugar- seu marido, seus filhos, sua casa, seu lar.

E aquelas que desejam desejar nós as queimamos. As que desejam para além dos limites do seu corpo, nós apedrejamos. E a questão toda é: os desejos cabem no mundo? Até quando vamos tratar os desejos como sujos? Impuros? Pecaminosos?

 


Recordo de uma falando-me da sensação de ser tocada por um primo mais velho. De outra que falava da sensação de poder ao seduzir um homem mais jovem. De outra falando do seu estado de gravidez e da plenitude da sua barriga. Da outra contando do transbordamento de ser devorada por dois homens ao mesmo tempo. Da outra falando da liberdade em trair o marido e a culpa de voltar para casa, porque ele é um homem bom. Em todas a boca enchia de água, mas o coração se afogava em culpa. Uma culpa que não existe no desejo masculino. A não ser quando adentra a esfera do ser tocado por outro homem. Esse talvez seja o único desejo com misto de vergonha que homens heteros sintam. Matar mulheres não causa. Debochar e espancar homo e trans também não causa. Somente ser descoberto que transou com uma trans, que transou com outro homem. Roubar, matar, corromper, ser corrompido, nenhuma vergonha, quiçá culpa.

Por outro enfoque, mas a mesma moeda. Vejo as pessoas trabalhando o feminino. Inúmeros e belos trabalhos sobre o liberar o feminino (que necessitamos demais), porém que feminino é esse que estamos libertando? Ouvindo os relatos tanto dos trabalhos ‘místicos’ quanto dos trabalhos políticos e relacionados a militância, a minha questão é: como estão acolhendo o gosto que chega a boca e provoca salivação? Como estão lidando com os olhares que devoram?


E aqui é o paradoxo, a maioria está lidando de forma altamente masculina. No caso, significa, mercantilizada, fetichizada no que tange a transformar o outro em mero objeto desse desejo. Em acreditar que o poder econômico dá conta de saciá-lo, de satisfazê-lo. Uma lógica altamente masculinizada de pagar por. De acreditar que por se estar pagando tem o controle, o domínio, o desejo do outro. E se tem algo nessa história toda incorruptível é o desejo.

 

O que eu espero, sonho e desejo é que sejamos capazes de fazer o movimento que Eva fez- chamar Adão para provarem juntos da maça. Mas, não aceitar após a dentada, nenhuma reprimenda pela mordida. E Adão diante dos amigos, dos parças, do Pai, afirme: comemos juntos e nos deliciamos. Querem experimentar também?


Talvez, essa seja a parceria que todos tem buscado e se frustrado ao não encontrar. Observando relacionamentos, por incrível que possa parecer, os casais mais afinados são aqueles nos quais os desejos de ambos são acolhidos. Os desejos de ambos são colocados a mesa e nenhum fica privado de desejar. Há uma aceitação nesse gosto que pode ou não ser feito em conjunto. A clareza dessa fala é libertadora para a relação.

 

Cada casal precisa criar seu próprio jardim. É só assim que qualquer lugar da Terra será paraíso. Ao que tudo indica, inferno é o lugar no qual escondemos nossos desejos e eles nos devoram de dentro pra fora. Vai devorando tudo até queimar, matar, agredir negros, mulheres, gays, trans. Tudo o que é diferente de nós, tudo o que encontra um prazer que nos privamos de sentir.

Qual é o gosto do seu desejo?