Tenho
trabalhado energeticamente de forma mais ativa, realizando atendimentos que
cada vez mais nos remetem a novas percepções e entendimento do mundo, do outro,
de mim mesmo. Como a maioria sabe, o mundo energético é um mundo simbólico,
dinâmico, envolvente, cativante. Nossa primeira interpretação desse mundo é
vê-lo como sendo espiritual, no que este se apresenta de religioso. Todavia,
este mundo energético, similar a camadas de cebola, possui faixas mentais,
afetivas, emocionais, instintivas, sexuais. Tudo isso esta lá no mundo energético,
numa cartografia muito bem delineada por Patrick Druout. No entanto, a questão
é: o psíquico é funcionalmente e exclusivamente psicológico? O físico é
funcionalmente e exclusivamente clinico, médico? O espiritual é estritamente
religioso? O sexual é estritamente acadêmico ou conhecimento do senso comum?
Quer me parecer que não a todas as perguntas, ou seja, a vida não guarda
divisões estanques como as que brilhantemente elaboramos.
O que
quero dialogar é que ao falarmos desse mundo energético para as pessoas, não
estamos fazendo psicologia, pelo menos, não tenho vontade de ser psicólogo, ou
terapeuta, nem médico, nem clinico, nem sexólogo. Será que existe um outro nome
para que eu faço? Será que o meu fazer pode dialogar com outras áreas e outros saberes
dando ao individuo senciente as condições não de uma terapia alternativa e sim
de uma sustentação complementar?
Quero pensar
como é que podemos falar do emocional, do mental, do físico e fisiológico do
outro sem sermos respectivamente: psicólogos, psiquiatras, fisioterapeutas,
médicos? Mas, ao mesmo tempo refletir: como podemos nos calar se vemos esses
campos, às vezes, até com maior clareza e profundidade do que os especialistas,
justamente, porque elas nos apresentam em totalidade?
Penso que
a saída seria a interdisciplinaridade. Mas como aceitar que um monte de doido
que aplica energia, acredita em cristais, força dos astros, vibração dos
números tem figurinhas para trocar com aqueles que foram investidos e
outorgados a falar desses assuntos? Como convencer ao pediatra que a parteira
tem um conhecimento prático que é seguro e confiável? Como convencer ao
psicólogo que o aplicador de energia acessa camadas profundas da psique, as
modifica e as altera, sem necessitar da fala, da tomada consciente do paciente?
Como mostrar que a energia é anterior as formalidades e convenções do mundo da
vida?
Por outro
lado, quando entramos nesse mundo psíquico, “acidentalmente”, como escapar e
negligenciar as contribuições dadas nessa esfera por Freud, Jung, Reich e tantos
outros? Pode o tratador energético (xama, babalorixa, pajé, curador espiritual)
negligenciar isto? Não olhar para isto? Então retomo a questão: como falar da
psique sem cair na psicologia? Pode-se falar da psique sem ser formado em
psicologia? Acredito que sim.
De forma
geral tendo a concordar que palavra não é a coisa, como nos disse Krishnamurtti
e anteriormente a ele, Pedro Abelardo. No entanto, a questão persiste: qual é o
nome que se dá para aquilo que fazemos?
Bjs em
todos.
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