O Discovery Home&Health passou domingo o filme, documentário: a menina que nasceu esquizofrênica.
O documentário conta o caso da família Schofield cuja filha recebeu
diagnostico de esquizofrênica aos 5 anos de idade. Literalmente, o documentário
seria bom se não fosse trágico.
o lado positivo, bonito mesmo é ver
o cuidado e a assistência que os pais dão a filha, em inúmeras tentativas de
ressocializa-la, de não deixá-la internada. Esse amor e cuidado que eles têm
pela filha, na esperança e luta de reintegrá-la é um fator comovente e positivo
do filme. A busca pela dignidade, o amor incondicional, o respeito fraternal as
diferenças.
Numa linha similar podemos ressaltar o
acompanhamento atento da psicóloga, que em certa medida, tenta se opor a
medicação dada a criança. É chocante, é deprimente a forma com a qual no século
XXI, depois de Einstein, Bohr, Heisemberg, Nietzsche, Foucault, Levinas, para
falar de alguns, a gente ainda trata o ser humano.
A parte deprimente, fica por conta da visão que a
psiquiatria apresenta.
De modo que no geral o filme traz à
tona nossa fragilidade conceitual, clinica, diante do surto psicótico, diante
da fragilidade psíquica do outro. Simplesmente não sabemos como cuidar. Sabemos
o que fazer, damos antipsicótico. Mas, depois que se corta o surto com um
fármaco, não sabemos como lidar e aí vira a panaceia.
Não são apenas clínicos que desconhecem o que fazer depois do surto,
depois do diagnostico de esquizofrenia. Centros espíritas e religiões,
terapeutas e psicólogos, são todos impotentes diante do diagnostico de
esquizofrenia. E que diagnostico é esse? Como ele é elaborado? O nosso
despreparo frente a esse quadro me faz recordar o caso em que os pais pobres
foram encaminhados para um centro espírita. Deram o passe nos pais, filhos mais
velhos, mas uma criança não parava de chorar. Os dirigentes não tinham dúvida,
tratava-se de obsessão. Foram cuidar. Tentaram de tudo e os gritos da criança
apenas aumentava. Sinal de que era possessão das bravas e que o
trabalho de doutrinação estava surtindo efeito, em pouco tempo a criança
estaria boa. A panacéia iria durar anos seguidos não fosse a intervenção
espiritual do orientador espiritual da casa falando que a menina e os irmãos não comiam a dois dias, estavam com fome. Alimentada os obsessores
foram embora, ou melhor, o choro cessou. Sorte
dela e dos familiares.
No caso da esquizofrenia o que temos visto é outra
coisa. O orientador espiritual não chega, quando chega não é escutado. Enquanto
isso crianças, adolescentes, jovens, adultos choram. Para os espiritualistas,
espiritistas, religiosos, eles estão e são endemoniados; para psiquiatras eles
são esquizofrênicos e só conseguem ter uma vida normal seguindo uma forte
medicação para o resto da vida; para psicólogos o melhor é encaminhar para a
psiquiatria. No jogo do empurra-empurra os esquizofrênicos ficam chocados, a
margem. São um tipo de leprosos que fugimos do contato e da convivência, mesmo
porque ela não é fácil nem simples. Requer cuidados que passam ou deveriam
passar longe da medicação eterna e constante.
A menina que nasceu esquizofrênica é uma
constatação triste, mas galopante de cada vez mais cedo medicar crianças. Ora
são hiperativas, ora são autistas, ora são índigos, agora são também esquizóides.
Triste mundo esse em que até a infância é medicada e se tenta solucioná-la com pílulas.
Ps: Se você se interessou por esse assunto talvez goste também de outros post desse blog como: Falando de Esquizofrenia;
http://universofiholosofico.blogspot.com/2012/02/falando-de-esquizofrenia.html
Kundalini e Psicose;
http://universofiholosofico.blogspot.com/2012/02/kundalini-e-psicose.html
Uma breve história da Loucura e outros a serem postados como Surto ou Parto? O parir de si mesmo; Realidade e Psicose: aracne e a tessitura da realidade; In Deliriun.
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